Como estamos evoluindo a maturidade de Design no Sicredi

Daya Ferrazza
SicrediDesign
Published in
6 min readJun 6, 2023

Em novembro de 2021, nós lançamos esse canal com um artigo que contava um pouco sobre como o time de Design do Sicredi estava organizado e como alguns papéis eram importantes para o engajamento e identificação das pessoas com a equipe.

Desde lá, muita coisa aconteceu: conquistamos alguns espaços e adquirimos processos que nos permitiram amadurecer, de modo consistente, a temática de experiência do usuário na organização.

É sobre essa evolução que quero dedicar os próximos parágrafos, contando para você sobre os caminhos que escolhemos para enfrentar nossos desafios, além de compartilhar dicas para quem está enfrentando (ou pretende encarar) um desafio semelhante.

Depois de um ano na cadeira de liderança, eu já havia conseguido me inserir em alguns espaços de discussão e evoluir processos de liderança e design. Meu foco no primeiro ano como Head of Design era, principalmente, evoluir os processos para que pudéssemos ganhar escala e qualidade nas entregas, além de cuidar das nossas pessoas para tornar o espaço de trabalho um terreno fértil para o aprendizado.

Em paralelo, o Sicredi iniciou movimentos importantes de organização das suas verticais de produto, o que nos fez refletir sobre a agilidade em negócios.

Ilustração de um gráfico com três barras verde em crescimento. Na primeira barra há um homem em pé na frente olhando para o celular. Na segunda barra há uma mulher com uma prótese no braço olhando para a mulher que está sentada na terceira barra. A mulher sentada na terceira barra possui um computador no colo e está olhando para a segunda mulher.

Principais desafios para avançar na maturidade em Design

Minha reflexão começou a tomar forma em dezembro de 2021, quando consegui materializar os principais gaps que nos limitavam a crescer com consistência e nos deixavam mais próximos de trazer as pautas de experiência para as decisões estratégicas.

Meu diagnóstico se constituiu em três principais pontos que precisavam ser trabalhados em uma onda 01 de evolução para que, após resolvidos os problemas de base, pudéssemos mapear novas oportunidades:

  1. Cultura e processos focados em delivery: como toda organização em que o papel do Design cresce muito rápido, o valor do trabalho do profissional da área era relacionado com um entregável de interface e fluxos de interação, não considerando o seu papel no mapeamento das jornadas de experiência e no conhecimento das pessoas usuárias.
  2. Clareza do papel: como uma organização em processo de amadurecimento na gestão de produtos, era possível perceber que havia diferenças no entendimento do que é o papel da pessoa Product Designer, em que momento ela deve ser envolvida no processo e quais entregáveis ela produz. Essa clareza era importante para fora do time de Design e para dentro dele, uma vez que esta é uma profissão relativamente nova no mercado e precisávamos equalizar os entendimentos e as expectativas sobre ela.
  3. Desenvolvimento do time: naquela época, as pessoas de Design tinham reporte direto para os líderes de produto, que também lideravam os desenvolvedores e possuíam papéis de agilidade. Essa liderança multidisciplinar dificultava um acompanhamento e desenvolvimento mais próximo e focado nas capacidades do profissional de Design.

A partir do momento que tive clareza dos nossos pontos de evolução, tracei um plano de como poderíamos resolvê-los. O plano foi aprovado na Diretoria Executiva do Sicredi, onde tomamos consciência em conjunto sobre o impacto que teríamos em nossos produtos e serviços. Também assumimos compromissos de evolução e métricas de saúde do time de Design, que seriam acompanhadas para sabermos se estávamos realmente avançando na direção de uma organização cada vez mais focada nas nossas pessoas associadas.

Mas, antes de falar sobre os principais artefatos e as mudanças que fizemos no time, acho importante citar alguns cuidados que tive ao conduzir essa proposta de evolução e que hoje, olhando para o caminho que trilhamos, vejo que foram essenciais para alcançarmos o patamar atual.

Dicas para quem quer propor um plano de evolução em maturidade de Design

  • Construa o diagnóstico ouvindo todas as partes interessadas, e procure mantê-las próximas durante todo o processo. Falar sobre os problemas de maneira estruturada, transparente e com evidências nos aproxima dos desafios do negócio e faz com que a gente consiga perceber as oportunidades de contribuição com ainda mais clareza.
  • Relacione seus movimentos com os demais movimentos organizacionais. Eu nunca quis que o time de Design tivesse processos, estrutura e papéis totalmente diferentes do restante da organização. Sempre defendi que o Design é uma importante parte do desenvolvimento do produto e, por isso, conectei nossa evolução aos outros processos da organização. Com isso, trouxemos mais segurança para os impactados e fortalecemos outros papéis.
  • Mantenha a diretoria próxima, nem que seja somente na forma de comunicação. Às vezes, o acesso à diretoria executiva não é tão fácil, mas busque criar alianças que te ajudem a falar a mesma linguagem e a trazer exemplos relevantes e conectados com os desafios. Além disso, sempre que for possível e pertinente, traga status e compartilhe os avanços mais importantes.
A imagem é uma animação. A animação consiste em um homem negro de camisa verde com fone de ouvido olhando para uma mulher, loira, de óculos de grau e uma camiseta azul com gola. A animação mostra que eles estão conversando, com balões verdes com linhas brancas ao fundo.

Principais resultados obtidos

O nosso plano de evolução, aprovado em maio de 2022, dentre tantas outras ações, resultou em quatro principais processos que evidenciam os avanços que tivemos na maturidade da disciplina de Experiência no Sicredi:

  • Programas de Capacitação: focamos em organizar e disponibilizar capacitações que aumentassem nossa capacidade crítica sobre processos de Discovery. Trouxemos o tema de maneira mais estruturada para as pautas de discussão dentro do time de Design e, também, para os papéis de produto.
  • Playbook de Carreira: para dar clareza sobre o papel do Product Designer, criamos um playbook que detalha as expectativas da organização para cada nível de senioridade do profissional, a partir das competências que acreditamos fazer parte do papel. A ferramenta, além de apoiar as lideranças nas avaliações, também é uma forma de trazer mais insumos para o plano de desenvolvimento individual (PDI).
  • Papéis de liderança de Design: definimos o papel da liderança de Design e formalizamos 6 talentos internos para assumirem esses desafios em seus contextos atuais, além de trazer 3 pessoas de mercado para fazerem parte do time. Com esse movimento, trouxemos toda a equipe de Design para uma estrutura única, facilitando a comunicação e os processos de desenvolvimento.
  • Papéis de UX Researcher nas verticais: para aumentar a nossa capacidade de conhecer nossas pessoas associadas e direcionar iniciativas com mais clareza sobre o problema que resolvem, iniciamos um movimento de ter pessoas de pesquisa (UX Researchers) atuantes exclusivamente em verticais de produto, com profundidade no entendimento do negócio que fazem parte.

Apesar do Design ser uma disciplina humana e, às vezes, de caráter subjetivo na comprovação dos seus resultados, tivemos o apoio e patrocínio das principais lideranças do Sicredi, o que nos deu confiança e motivação para seguir.

Durante o ano que passou, tivemos um árduo, porém prazeroso, trabalho de construção e organização do nosso time. Nos dedicamos a entender profundamente os desafios da organização e onde o Design poderia ajudar. E enquanto isso, lidamos com novos papéis, novos dilemas organizacionais e um time que quase dobrou de tamanho.

Confira, na imagem abaixo, como o nosso time evoluiu de 2021 até hoje:

A imagem mostra um quadro comparativo. Na primeira coluna, que tem o título de "Antes", está descrito que o time de Design possuía 45 Product Designers, 04 UX Researcheres e 01 liderança. Na segunda coluna, que tem o título de "Depois", está descrito que o time de Design agora tem 70 Product Designers, 07 UX Researcher e 09 lideranças de Design.

Na próxima imagem, você pode entender como estamos organizados atualmente.

A imagem mostra um organograma. No topo está a Head of Design, Dayane Ferrazza. Abaixo dela possuem três times: Pesquisa, DesignOps e Verticais de Produto. Para cada time há ma figura de liderança de design e a figura mostra os papéis de cada time. Time de pesquisa possui UX Research, Service Designer e Analista de dados. Time de DesignOps possui Product Designer e Engenheiro de Software. Time da Vertical de Negócio possui Product Designer e UX Researcher.

Já passado um trimestre de 2023, posso afirmar que esse desenho continuará dinâmico e evoluindo muito, pois há muitos espaços para serem ocupados.

Agora, me conta aqui nos comentários: você se identificou com algum desses gaps na atuação do time de Design ou já passou por processos de evolução semelhantes? Vamos continuar essa conversa para crescermos juntos enquanto liderança e enquanto comunidade.

Até a próxima!

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