Cooperativismo e UX design
Parte 2: Como o cooperativismo se relaciona com o design
Continuando nossa série sobre cooperativismo e UX Design. No primeiro artigo falamos sobre a base do cooperativismo e, por isso, se perdeu esse conteúdo, volta e dá uma olhadinha! Agora, vamos falar da próxima fase: as Leis do UX e do cooperativismo!
Antes de começar, você sabe o que são as Leis de UX?
O desenvolvimento de uma interface requer alguns passos importantes. Dentre eles, conhecer e testar pesquisas com seu usuário é fundamental.
Contudo, apesar de cada pessoa ser única e cada empresa possuir objetivos distintos, existem certos comportamentos que são comuns a todos os usuários.
E são esses comportamentos básicos que suportam as Leis de UX.
Nesse sentido, as Leis de UX são princípios básicos que devem ser considerados em qualquer desenvolvimento de interface, tendo como base estudos e argumentos no âmbito da psicologia.
Sem mais delongas, irei apresentar uma relação entre algumas Leis de UX e quais valores e princípios do cooperativismo que estão incluídas nelas.
1. Efeito da Usabilidade Estética
O Efeito da Usabilidade Estética é a Lei de UX que descreve o fato de que o usuário tende a correlacionar usabilidade com a estética da interface. Ou seja, se a estética é agradável, o usuário percebe a interface como melhor, mais fácil de usar, etc. Já o contrário também é verdadeiro: a estética sendo transcendente, a percepção do usuário quanto a interface é negativa.
Este efeito está muito relacionado ao valor de igualdade e equidade dentro do cooperativismo. Pois, quando uma interface é agradável, ela é pensada não só para uma pessoa, mas para todo um grupo diverso.
2. Limiar de Doherty
O limiar de Doherty é uma das Leis de UX e diz respeito à velocidade de resposta da interface.
Para o limiar, os principais valores cooperativistas são autonomia e independência. Isso é devido ao fato de que quando a velocidade de resposta da interface é adequada (não necessariamente apenas rápida), o usuário tem mais confiança no sistema. Isso pode gerar menos dúvidas e uma diminuição de chamados para os CX.
3. Lei de Fitts
A Lei de Fitts é a Lei de UX que diz respeito ao tempo de ação do usuário em relação a uma interface.
Assim como o limiar de Doherty, a Lei de Fitts pode gerar autonomia e independência. Isso também é promovido pelo tempo adequado da ação do usuário no sistema, o que também gera uma maior confiança. Isso aumenta a chance do usuário finalizar um cadastro pelo aplicativo ou contratar um produto sozinho, por exemplo.
4. Lei de Hick-Hyman
Um dos princípios do Design Centrado no Usuário é a premissa de que a interface deve atender às necessidades do usuário e tornar sua vida mais fácil.
A Lei de Hick-Hyman tem a tendência de gerar o sentimento de responsabilidade da empresa com o associado (usuário que faz parte da cooperativa, vamos falar disso mais na PT3).
5. Lei de Prägnanz
Os nossos olhos tendem a interpretar formas complexas da maneira mais simples possível. Pois, assim, evita-se grandes esforços cognitivos.
Uma cooperativa de crédito pode ser muito complexa para alguns associados. Nomes complexos (quem é o associado?) , muitos produtos que, a primeira vista, são todos parecidos, valores extras a receber (ou não) durante o ano, entre outros casos, são difíceis até para quem trabalha com tecnologia.
Trabalhar a simplicidade vai além de “apenas fazer telinha”, envolve trabalhar muito com pesquisa, escrita, operações, tokens móveis, entre outros, tudo isso integrado.
Quando diversas áreas trabalham juntas e simplificam as formas, o sentimento de responsabilidade com a cooperativa aumenta. Indiretamente, o valor da democracia também prevaleceu. Temos que desenvolver produtos e serviços bancários complexos que conversem com todos os públicos, desde contadores até leigos na parte financeira. E que tragam informações de valores para ambos os perfis, quando necessário.
6. Navalha de Occam
Essa Lei de UX descreve que devemos sempre escolher a solução mais simples para um determinado problema, ao invés de optar pela mais complexa. Ou seja, corte com uma navalha aquilo que não é relevante.
Assim como a Lei de Prägnanz, temos que ter interfaces simples. Entretanto, com a Navalha de Occam, o sentimento pode ser um pouco diferente. Cortar o que não é relevante pode promover, no associado, um sentimento de honestidade e transparência no sistema.
Quando você traz poucas informações, mas objetivas, o associado consegue “digerir” melhor o resultado da sua intenção quando entrou no sistema da cooperativa. Trazer muitas informações pode distrair o associado, trazendo um sentimento de que “não existe nada na tela”.
Por exemplo, quantas vezes você lê um termo de consentimento muito grande? Provavelmente poucas vezes. Logo, as instruções que você deveria ter lido não foram sentidas e podem gerar um sentimento de desonestidade no futuro com a cooperativa, quando houver um possível atrito.
7. Princípio de Pareto
O conceito em torno deste princípio descreve que 80% dos seus resultados são consequência de 20% dos seus esforços.
O valor de intercooperação vem mais no sentido de ajuda entre agências e cooperativas em um sistema de cooperativa de crédito. Entretanto, também pode ser encarado como uma intercooperação entre a central administrativa e as cooperativas.
Outro ponto interessante a se pensar na cooperativa é que o usuário não é apenas o associado, mas também todos os atores envolvidos até que esse conteúdo chegue ao associado, como o gerente de agência, o gerente de conta, os assessores, o presidente da cooperativa, a própria central administrativa, etc. Logo, quando temos um atrito, podemos pensar em qual ator é o melhor para destravar essa barreira.
Agora que você entendeu como o cooperativismo está ligado às Leis de UX e o valor que um pode fornecer ao outro, é hora de visualizarmos como isso se relaciona com a construção de um produto importante para a gestão do cooperativismo, o capital social.
Fica ligado no próximo artigo da série!
Enquanto isso, me conta o que você achou da relação do cooperativismo com as Leis de UX.
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Se quiser saber mais sobre o cooperativismo, confira o curso sobre Noções de cooperativismo.
Fontes:
https://medium.com/aela/leis-de-ux-os-princ%C3%ADpios-b%C3%A1sicos-de-ux-design-9b9bf3fdb43c
Biblioteca privada de UX do Sicredi