Sobre Videogames

Raul Kuk
Sobre
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3 min readJan 21, 2017

Estava lendo o texto sobre videogames do meu amigo Fabio Ochôa e me deparei com uma triste verdade: Fabio e eu temos uma coisa em comum. Nós não somos particularmente bons em videogames.

Na verdade, eu sou péssimo.

Tive poucos videogames. Claro, tive a fase de me empolgar bastante com Atari, a chegada da Sega e da Nintendo no Brasil, a explosão do Super Nintendo. Sempre fui de gastar dinheiro no fliperama, então conhecia vários consoles, jogos — mas realmente não era bom em nenhum.

Adorava Mortal Kombat, por exemplo. Sangue, ossos quebrados, decapitações, ninjas, homens-lagarto… Como não amar? Talvez seja o jogo que consegui ir mais longe.

Fui perdendo o encanto, jogando apenas muito esporadicamente quando algum amigo resolvia me mostrar o “jogo do momento” e passei pelo boom do PlayStation praticamente ileso.

Até que chegou o PlayStation 2 e, logo em seguida, o X-Box, num momento muito peculiar na minha vida profissional.

Na época, eu trabalhava em turnos e tinha quatro dias de folga. Era a ocasião perfeita pra colocar meu amigo aqui do Sobre, o Marcio Sampayo, debaixo do braço e descer pro litoral, rumo à simpática Long Beach (Praia Grande, para os leigos). Eram dias de muito ócio, comida congelada, cerveja, filme ruim e… Videogame. Mais especificamente, o PS2 do Márcio, onde dávamos preferência a jogos relacionados com os filmes e gibis e que gostamos. E tome Predator, Terminator, Jaws e o campeão de nossa preferência: Marvel Ultimate Alliance.

Como eu vinha meio afastado do que acontecia na videogamesfera, fiquei surpreso com uma série de opções do jogo. Primeiro, ele não começava com um ou dois personagens, mas com quatro. E, à medida que o jogo avançava, você desbloqueava novos personagens e, o mais impressionante, novos uniformes para eles.

Assim, qual não foi a minha surpresa ao descobrir que dava pra jogar com Wolverine de regata, Homem de Ferro Ultimate, Homem-Aranha das cavernas e, sei lá, Capitão América da Inglaterra vitoriana. O jogo fazia referência a diversos eventos dos gibis e nem lembro mais qual era o objetivo — tudo ficava meio nebuloso à medida que bebíamos e jogávamos.

A combinação gerava debates interessantes, como na ocasião em que tentamos elucidar em qual dos seguintes cenários teríamos as maiores chances de sobrevivência: apocalipse zumbi, ataque da Skynet ou invasão de Predadores. ¹

Infelizmente, o tempo passa, alguns bons momentos de nossa vida também e, como nossas descidas ficavam cada vez mais esporádicas, houve um dia em que Márcio sugeriu que eu ficasse com o PS2. Afinal, ele tinha o X-Box, jogava mais e o PS2, com sua quantidade absurda de jogos piratas, ficaria pra quando voltássemos ao litoral.

Na minha cabeça, tudo soou como “olha, pega o videogame pra você”.

Essa é a versão dos fatos que vale. Tá comigo até hoje. De vez em quando ainda tiro o pó dele pra jogar alguma partida de futebol ou descobrir, afinal de contas, qual o objetivo do Marvel Ultimate Alliance. Ainda não descobri, mas não estou com pressa. O videogame é meu mesmo. ²

¹ Por unanimidade, ficou definido que:

  • zumbis são burros, então no caso de apocalipse zumbi é relativamente fácil levantar barricadas, conseguir estocar comida, água e armas.
  • exterminadores são cruéis, mas se você se afastar de grandes centros urbanos, não fizer barulho e, principalmente, não ouvir You Could be Mine, do Guns n’ Roses, eles vão te deixar em paz. Eu teria problemas com essa última parte, mas ok, sobreviveria.
  • predadores são os maiores caçadores do universo. Só resta rezar pro fim ser rápido.

² Aceito proposta.

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Raul Kuk
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