EP4 — O que é um produto? E como criar produtos dentro da comunidade?

Rafael Hundrão Campos Bezerra
soluises
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6 min readAug 10, 2020

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Uma das formas de enxergar um bom produto é pelo impacto que ele causa na vida das pessoas. Basicamente, é uma música que toca no meio da balada e que te conecta em outra dimensão. Eu gosto da ideia de que um produto bom é a “salvação” das nossas vidas.

Um bom produto serve para melhorar e facilitar todos os nossos passos diários. Como exemplo, destaca-se o Spotify que revolucionou a forma como nós escutamos músicas, o trello que é uma ótima ferramenta de gestão e que facilita nosso trabalho todos os dias e etc. Observamos que precisávamos criar um produto de referência na área do ecossistema de inovação, empreendedorismo, economia criativa e tecnologia no Maranhão, a fim de alocar todas as informações em um único lugar.

A comunidade de inovação surgiu através de uma conversa que eu tive com Lai Amorim quando voltamos para o Maranhão e queríamos entender o atual cenário do ecossistema.

O problema

Não encontramos muitas coisas documentadas, o que dificultou o nosso acesso aos dados registrados. A partir disso, nos estimulamos para ressignificar a Soluíses que até então era a comunidade de startups de São Luís.

Um novo manifesto

O objetivo de ressignificar a Soluíses é entender quais são as atuais áreas de atuação do ecossistema maranhense. Vimos que startup é uma delas, mas não a principal e muito menos a que mais movimenta o ecossistema. Por isso, decidimos realizar um novo manifesto da comunidade, que nos fizesse pensar em como poderíamos criar produtos e ações para movimentar a comunidade.

Manifesto completo disponível aqui

A solução através de um produto digital: uma plataforma viva

A primeira pegunta dentro desse processo criativo é: “qual primeiro produto que iremos criar?. É uma resposta que todo mundo que quer desenvolver um produto ou negócio busca.Quem trabalha com produto ou negócio sabe que precisa analisar “qual é o problema que a persona está enfrentando?” e através dessa resposta, inicias a criação do produto/negócio. Entendendo o cenário o local, nossa resposta para essa pergunta foi: onde estão os dados publicados sobre como estão esses ecossistemas? A sensação era que não existiam, era meio que tirar água de pedra.

Dentro desse processo percebemos que o nosso maior objetivo era fomentar e unir todos os nossos dados do ecossistema, justamente nos tornar uma plataforma viva e acessível facilitando o acesso para todas as pessoas tanto localmente quanto globalmente.

As primeiras dificuldades: Como conseguir dados e um aprendizado

A nossa primeira etapa foi um processo de Discovery, tendo como objetivo entender quais são os atores do ecossistema e o que está sendo realizado aqui no Maranhão. O primeiro passo a ser tomado, foi criar um formulário para que as pessoas pudessem preencher. Esse passo aconteceu de forma orgânica, boca a boca, distribuído em alguns canais da comunidade. Concluímos com o primeiro passo que as pessoas odeiam preencher formulário.

Muito se tem visto a frase “dados é o novo petróleo”, então pensamos:

“Como dados é o novo petróleo se não conseguimos disponibilizá-los e muito menos deixá-los acessíveis para todas as pessoas?”

É como se estivéssemos trabalhando de forma contrária e ilógica ao que o mundo está pedindo. Então, entendemos que criar o nosso próprio petróleo era necessário. Através desse insight, refletimos que assim como o petróleo, os dados deveriam ser refinados e entregues para comunidade gerando valor.

Verificou-se que dados são como os diamantes brutos, reluzem, trazem vida e alimentam. A inteligência é como o suor, trabalho, resultado e dedicação. Na era dos dados não existe mais achismos, eles são indispensáveis para as grandes transformações do mundo e sabe-se que a quantidade de dados tendem a aumentar exponencialmente uma vez que novos negócios, produtos, tecnologias e inovações são os principais requisitos para o desenvolvimento das necessidades humanas.

Eu não sou nenhum guru de produto, mas acredito que é no processo de Discovery (descoberta) que é levantado as melhores hipóteses do problema que vai ser solucionado. É nesta etapa que vai ser identificado o produto que vai ser construído e qual é o impacto que o mesmo vai ter na vida dos usuários. Na visão de um produto para comunidade, foi visto que podemos ser grandes conexões entre atores, negócios e impactos do ecossistema.

O processo de Discovery

O processo de Discovery é considerado uma (pequena) luz do fim do túnel, ou seja, ele informa quais são as descobertas. Por exemplo: se um cliente gostou não do que você fez, entenda como um processo de descoberta, pois existem outras possibilidades para se criar um produto.

Ficou definido que mapeamento do ecossistema seria a nossa primeira entrega para a comunidade, ou seja, foi criado um produto baseado em dados com o intuito de ser uma plataforma viva e colaborativa sobre os ecossistemas maranhenses de inovação, empreendedorismo, economia criativa e tecnologia.

Estrutura do experimento

A estrutura do nosso experimento foi entender primeiramente as necessidades reais da comunidade maranhense e principalmente o porque é necessário disponibilizar todos esses dados e deixá-los acessíveis.

A criação do MVP (mínimo produto viável) vinculado ao processo de discovery está interligada a teoria do Eric Ries em a startup enxuta, onde esse ciclo é responsável por todo processo de validação, gerando feedbacks que são necessário para entrega de valor.

O ciclo é eficiente pois nos mostra uma maneira de criar e aprender de forma mais rápida. O nosso experimento foi uma plataforma realizada de baixo custo e que tem como propósito funcionar de forma rápida e funcional para toda comunidade local.

Passos para desenvolver o processo de discovery para a criação de um produto

Fizemos adaptações e no final, ficou desse jeito:

  1. Problema: qual é o problema a ser resolvido? qual é o dado? qual é o ponto de partida?
  2. Hipótese: o que devemos criar? o que queremos alcançar com isso?
  3. Produto funcional: qual vai ser nosso MVP? qual é o tipo de experimento? landing page? app?
  4. Critério de sucesso: o que será considerado sucesso nesse experimento? quantos números de usuários? quantas pessoas impactadas?
  5. Aprendizados: o que aprendemos com esse produto? a hipótese foi validada? quais foram os primeiros aprendizados? — essas perguntas devem ser feitas após a finalização do produto.

Lembrando que essas perguntas são necessárias para deixar o cenário mais claro e que não necessariamente essas perguntas precisarão ser utilizadas, lembre-se que precisa fazer sentido ao produto que você está criando.

O time e nossa constância

Foto de uma das nossas reuniões, nesse dia bebemos por ter comprado o domínio juntes!

Durante esse processo de criação, nos reunimos em 6 semanas, sendo elas uma vez por semana — toda sexta às 18h30 — para discutir os nossos próximos passos, entender quais foram os nossos aprendizado e também pensar em novos experimentos.

E para o próximo episódio…

Vou contar um pouco mais sobre como fazer um produto baseado em dados, vou contar o que nós utilizamos, ferramentas de buscas e como fazer uma plataforma.

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Movimentando o ecossistema

Esse texto faz parte de uma série de escritos para registrar os aprendizados de Lai Amorim, Eduardo, Rafael Hundrão Campos Bezerra e Andréia Costa durante o projeto de fazer um mapeamento do ecossistema maranhenses de inovação, startups, empreendedorismo e economia criativa.

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