Dia 4 | Diário de Bordo #DPW2020

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8 min readAug 14, 2020

Acompanhe alguns destaques das aulas de hoje e aproveite o exercício prático para refletir sobre os temas do quarto dia.

No quarto dia, tivemos tempo para aprender, desaprender e reaprender 📚

Existe diferença entre se desenvolver profissionalmente e se desenvolver pessoalmente? Como saber se você está aprendendo de fato? Por que respirar antes de reagir ajuda você a crescer?

Nas duas primeiras aulas, ampliamos nosso repertório sobre processos e estratégias de aprendizagem. No painel, falamos bastante sobre educação como inclusão de pessoas no mercado e transformação na maneira como as empresas olham para as pessoas. No final, tivemos oportunidade de ouvir a história contada por BJ, que começa com o Cérbero, traz um rico panorama sobre quebra de padrões mentais e termina com gentileza, amor e compaixão.

Assistimos 30 minutos de aula do Claudio e, quando já estávamos cheios e cheias de perguntas na cabeça, querendo saber onde aquela verdadeira viagem pela aprendizagem adulta ia dar — travou. Tivemos um problema técnico que interrompeu a transmissão e tivemos que parar a aula no meio. Estamos cuidando para publicar a versão gravada da aula até amanhã. Pedimos desculpas para quem se preparou para ver ao vivo e interagir.

Perguntas em destaque, trazidas por estudantes:

  • Como nos autoavaliar, ou até medir nosso domínio, sobre esse skill de aprender a aprender?
  • Teria dicas para aprendermos técnicas / ferramentas para podermos ser mais práticos no aprendizado e conseguir gravar melhor o que estudamos?
  • Como trabalhar o ciclo de aprendizagem no EAD, levando em conta as dificuldades que alguns adultos tem com novas tecnologias?

“Não é sobre ensino básico e formal. A aprendizagem será durante a vida toda, porque a tecnologia e o mercado avançam mais rápido que a academia.”

“A gente tá num momento de abundância de máquinas. Não precisamos de mais máquinas, precisamos agora de humanos para operar essas máquinas.”

“Disciplina é sobre fazer escolhas e depois seguir essas escolhas.”

“Nosso cérebro é como um processador, se você sobrecarregar de informações e não ligar nunca o ventiladorzinho vai superaquecer, vai dar tela azul.”

“Para querer aprender, preciso antes perceber que não sei e me sentir incomodado por não saber.”

Na segunda aula de hoje, vimos diferentes gerações conversando de maneira honesta e profunda sobre aprendizagem aplicada à vida real. Que parte desse processo é ciência e que parte diz respeito à vontade da pessoa de evoluir?

Perguntas em destaque, trazidas por estudantes:

  • Não aprofundar na profissão não é perigoso para a sociedade? Como evoluir produtos, organizações e estudos se hoje ninguém mais está disposto a ficar +10 anos no mesmo trabalho.
  • O aprender a aprender é uma característica que depende da pessoa querer ou conseguimos como líderes ajudar o time a ter essa competência?

“Nossa tarefa como educadores é acolher e ao mesmo tempo incomodar. A pessoa precisa se perceber como alguém que gosta de aprender, colocando-se novas questões e novos desafios. Quando ela vai ampliando o horizonte, o olhar, a autonomia, suas escolhas vão melhorando — e ela cria um círculo de aprendizagem com significado e propósito.” — Prof. Moran

“É preciso envelhecer aprendendo, continuar revendo o que você pensa e suas práticas. Trabalhar com projetos e aprender ativamente é só o começo de um processo que faz sentido até o fim da vida.” — Prof. Moran

“Simulações são interessantes, mas o que marca mais é trabalhar em projetos reais.” — Prof. Moran

“A aprendizagem prática faz muito sentido quando tem equilíbrio de 3 dimensões: a personalização, que é a pessoa a fazer escolhas autônomas a partir do que tem significado para ela; a troca em grupo; e a mentoria, com profissionais interessantes e competentes para dar uma dimensão maior ao projeto.” — Prof. Moran

“A gente passa 14 anos na escola aprendendo a ficar quieto e não interromper. Aí cresce com medo de perguntar e ir atrás do que quer saber.” — Paola Cicarelli

“Aprender é natural, todo mundo saber aprender desde que aprendeu a andar e a falar. Mas existem maneiras de aprender mais rápido.” — Paola Cicarelli

“Quando você trabalha com projetos reais é mais fácil e mais rápido você aprender porque o problema surge e você tem que resolver, não dá para deixar para lá. E aí começa a ir atrás das respostas. Você aprende a perguntar, aprende a perder a vergonha.” — Paola Cicarelli

“Um especialista perto de você acelera muito seu processo de aprendizagem. Faça parte de grupos com especialistas e não tenha medo de perguntar.” — Paola Cicarelli

“Uma coisa que trabalhamos muito mal no ensino tradicional é a autoavaliação. É bom que alguém te dê feedbacks, mas só a avaliação do professor é pouco, ele te avalia a muitas vezes só a partir de um parâmetro. Ele não avalia as competências, se eu avancei como pessoa.” — Prof. Moran

“Eu sei fazer? Eu faço diferente de antes? Eu me atrevo a fazer coisas que antes não fazia? Pratico o que aprendi em situações concretas quando eu tenho um desafio? São formas de se perceber. Com persistência, você percebe que aprendeu o principal: aprendeu a viver.” — Prof. Moran

“É muito peso nas costas da gente querer mudar o mundo, né? Entenda seu propósito e ocupe-se de projetos reais significativos, que vão trazer benefícios para outras pessoas. Quando a gente beneficia alguém, a gente beneficia a si mesma também.” — Paola Cicarelli

“Isso vai fazer você aprender: uma vida com experiências, objetivos e um propósito de ajudar e contribuir em vez de simplesmente pensar em si próprio”. — Prof. Moran

“A ideia de participar ativamente do desenvolvimento de outras pessoas é também um desenvolvimento das suas próprias habilidades. Para que confiem na gente, precisamos ser confiáveis. O papel do educador é cada vez mais o de mentor, vai além da orientação, cria vínculos.” — Prof. Moran

Mais um painel riquíssimo na DPW, que nos ajudou a clarear a importância dos novos modelos de educação para a inclusão de mais diversidade e humanidade de processos no mercado de tecnologia.

Perguntas em destaque, trazidas por estudantes:

  • O que vocês acham da falta de inclusão de pessoas mais velhas no discurso de diversidade nas empresas?
  • Como convidar essas pessoas que são filhas de pedreiros para estudar tecnologia?

“Na área de tecnologia, as empresas não querem mais contratar por diploma, elas olham portfólio, ferramentas que a pessoa aprendeu, habilidades que ela conseguiu desenvolver.” — Karen Kanaan

“Tecnologia é uma competência transversal, não é questão de quem tem talento. O desafio é como eu me preparo para lidar com ela. Todas as empresas e pessoas vão trabalhar com tecnologia. “ — Gustavo Glasser

“O verdadeiro teste é o quanto você quer aprender tecnologia. Tem que deixar de lado toda a experiência e padrões antigos da outra carreira e não ter medo de perguntar.” — Karen Kanaan

“O mercado de tecnologia tem 400 mil vagas e a gente já contratou todos os homens brancos, heterossexuais, cis, de classe média alta. A gente vai ter que aprender a contratar o menino negro de periferia. Sempre me perguntam ‘como você acha essas pessoas’? Como se existisse uma mina, que eu cavei e trouxe as pessoas todas prontas para a empresa.” — Gustavo Glasser

“Diversidade não é uma coisa que vem pronta. Não é uma consultoria que você contrata e resolve o problema. Precisa de um olhar menos canalha pra isso. As pessoas não entendem que os processos e indicadores precisam ser outros.” Silvana Bahia

“Eu tenho me sentido como uma ativista dos sonhos. A capacidade que a gente tem de sonhar gera a objetividade, a sagacidade e o brilho no olho. O maior indicador que eu tenho no Pretalab, que não cabe em relatório nenhum, é o brilho no olho.” — Silvana Bahia

“Se a gente é resultado das nossas escolhas, que a gente se dê a oportunidade de escolher mais, que a gente se permita ser livre para olhar coisas novas, para poder errar e se aceitar. Isso é buscar seu caminho.” — Karen Kanaan

“Sempre vai ter alguém falando que esse lugar não é seu. Se alguém falar que um caminho não serve para você, mas você achar que sim, continua.” — Gustavo Glasser

Era madrugada na Holanda quando BJ se conectou com a gente, mas ele estava bem energizado na apresentação sobre as diferenças entre aprender e crescer, segundo sua visão. Ele trouxe várias metáforas interessantes para nos ajudar a entender o esforço necessário para se autodesenvolver como pessoa e profissional ao mesmo tempo.

“É como se a gente tivesse um sistema operacional antigo dentro de nós e precisássemos instalar uma atualização do nosso sistema para continuar aprendendo novas coisas.”

“Os upgrades que fazemos no nosso sistema operacional interno aumentam nossa capacidade de lidar com complexidades externas.”

“Só o esforço nos permite entrar no espaço desconhecido. A gente começa inconsciente, como um peixe no mar perguntando ´o que é água?´. Aí cresce quando começa a falar ´a água é fria. ela me deixa azul´.”

“O medo é uma palavra enorme. Você pode chamar de stress, incerteza, ansiedade, mas no fundo é medo. Para um líder crescer, precisa deixar de ser guiado pelo medo, aprender a se mover por sonho ou paixão e, por fim, ser movido por compaixão, trabalhando pelo bem do próximo.”

“Existem obstáculos que atravancam nosso crescimento: nossos hábitos. A gente está o tempo todo agindo de maneiras que funcionavam antes e agora não funcionam mais.”

“A gente pensa que é profissional, mas somos pessoas. Desenvolvimento pessoale profissional pra mim são a mesma coisa. Você vai aprendendo a se libertar de você mesmo e a partir disso trabalha melhor.”

“Muitas pessoas no mundo vivem inconscientes, repetindo padrões, como se tivessem sistemas operacionais antigos, que já não funcionam direito nas novas realidades.’

“Pode parecer contraintuitivo, mas quando a gente vai ficando mais consciente, começa a ver mais coisas em nós mesmos das quais não nos orgulhamos. E aí precisamos enfrentar essas coisas. Crescer não é fácil.”

“Para crescer de verdade, precisamos ter compaixão. Por nós mesmos, quando percebemos que somos imperfeitos e também pelas pessoas que odiamos. O que pode realmente ajudar neste momento do mundo é gentileza, amor e compaixão.”

Para ajudar você a processar as informações do dia e refletir sobre os temas trazidos, trouxemos o exercício prático “Canvas de Aprendizado ao Longo da Vida”, na biblioteca do terceiro dia no LXS.

Não deixe de reservar alguns minutos do seu dia para preencher o canvas antes de seguir para o último dia da jornada.

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Um novo modelo de educação com foco nas principais habilidades para a economia digital: www.somostera.com