Internet pela educação e um hackday pelo acesso justo à educação

Como nosso time de tecnologia contribuiu para o manifesto “Internet pela Educação”, iniciativa da Quero

Gisela Zaffalon Bobato
Tech at Quero
6 min readSep 9, 2020

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O time de marketing da Quero Educação lançou recentemente o Internet pela Educação, um manifesto que defende o acesso a conteúdos educacionais para pessoas que não têm possuem uma boa conexão de internet. E, se o assunto é tech e educação, nosso time de tecnologia não poderia ficar de fora.

Para contribuir com a causa, em vez de alocarmos os desenvolvedores no produto, criamos um hackday para entregar um página com o manifesto que promovesse acessibilidade, performance e uma boa experiência para usuários nessas condições. A proposta iria além de competição, já que mais de um squad estaria disposto a fazer parte do movimento.

Foram 24 horas e sete soluções entregues desenvolvidas por desenvolvedores, product managers e designers que queriam ir além da contribuição diária que fazem todos os dias em nossos produtos oficiais da Quero Educação.

Antes de mais nada, o que é o Internet pela Educação?

A educação remota durante a pandemia deixou clara a desigualdade digital. Enquanto poucos privilegiados conseguiram seguir com seus estudos de forma remota, temos um grande número de pessoas que podemos chamar de excluídos digitais.

Segundo o Cetic.br, cerca de 39% de estudantes não possuem um computador e 21% só tem acesso à internet via celular com planos limitados. Além disso, 33,5% dos inscritos do ENEM nos últimos cinco anos não têm acesso à internet ou a dispositivos que permitam essa conexão.

Para os criadores do manifesto,

“se queremos um país melhor, é necessário acabar com a desigualdade na educação. Limitar o acesso à internet para estudar é uma barreira que precisa cair imediatamente.”

Assim, o objetivo do movimento é criticar a limitação dos planos de dados no acesso a conteúdos educacionais pelas operadoras.

Tecnologia pela educação; logo, pelos estudantes

Mesmo após o manifesto ter sido lançado, resolvemos contribuir por acreditarmos no propósito da nossa edtech — queremos expandir esse acesso à educação para mais pessoas. Diariamente já desenvolvemos produtos, como nosso principal marketplace — Quero Bolsa, que segue à risca a missão da Quero:

“levar a educação a mais pessoas, ajudando-as a escolher e ingressar no curso certo, por um preço que possam pagar.”

Grande fã de eventos de tecnologia no geral, Augusto Queirantes, desenvolvedor do produto Quero Pago, se inscreveu com seu time neste hackday pelo seu objetivo final.

“Ajudar estudantes a ter acesso a conteúdos relacionados à educação sem que isso seja descontado na franquia é, de fato, um objetivo ousado, porém, decisivo para mudar vidas. E eu queria fazer parte disso”, conta.

Para João Vitor Alves, a oportunidade de trabalhar com propósito e com diversão com pessoas próximas foi também um ponto positivo. “Além disso, o objetivo bem definido do hackday nos chamou atenção. Cada time faria do seu jeito, com suas prioridades e premissas, porém, todos com um objetivo final em comum — melhorar um produto, torná-lo mais funcional e atrativo", explica.

Mãos à obra, digo, ao código

Com a landing page já criada, os squads inscritos para o hackday deveriam desenvolver uma solução seguindo um guia de boas práticas de front-end acessibilidade, documentado pelo front-ender responsável pelo nosso design system, Danilo Vaz. Álvaro Rosa, head de Design da Quero, escreveu o guia de UX design para os participantes. Além disso, os requisitos foram escritos pelo time de marketing, baseados em suas dificuldades encontradas com a primeira versão da página.

E, mesmo com uma página simples e com uma proposta simplificada, todos os times encontraram desafios. “A maior dificuldade foi, sem dúvida, o escopo do projeto. Parecia pouca coisa a se fazer à primeira vista, mas as várias funcionalidades diferentes para se preocupar e as 24 horas para atacar o problema foram os maiores desafios do hackday”, conta Pedro Adas, product manager do produto Quero Pago.

Mesmo assim, desafios como este sempre trazem aprendizados. Letícia Yanaguya, tech lead em um dos squads do Quero Bolsa, conta que, além da gestão de tempo, vender o produto é quase tão importante quanto desenvolver a solução. “O valor total da sua entrega não será visto e você será avaliado pelo que está visível. É importante entender que os investidores e interessados saibam todos os pontos positivos, as falhas e a motivação de investimento no seu projeto”, aponta.

As sete equipes de quatro pessoas tiveram um dia para desenvolver a ideia. No dia 26 de agosto, de meia-noite até às 23h59, recebemos os projetos que poderão estar disponíveis em repositórios pessoais de acordo com a vontade de cada participante.

Todos os times contaram com o suporte de Jan Klever, design system ops da Quero, que levou seu conhecimento para todos os times. No último instante, ele desistiu de participar apenas com o time com quem se inscreveu para ser o product designer coringa do hackday.

“Eu não sou fã de competições, mas essa foi a forma de ajudar em um propósito que eu acreditava e que tem tudo a ver com o que eu faço no meu dia a dia. Pelos nossos usuários, eu queria que a acessibilidade estivesse em primeiro lugar nesse projeto, independente da equipe que vencesse", conta Jan.

E, assim, cada uma dos sete projetos tiveram toques essenciais de acessibilidade e UX, enquanto os desenvolvedores das equipes tomaram conta da performance no novo site que iria ao ar na semana seguinte.

Caminhando para a vitória

Nossa banca de avaliadores na escolha dos vencedores

A avaliação e escolha dos vencedores foram feitas pela banca avaliadora composta por Thomás Dias, CPTO da Quero Educação, e os heads de tecnologia, Álvaro Rosa, Éder Costa, Victor Bernardo, Einstein do Nascimento e André Simões. Além dos requisitos propostos pelo marketing, foram contadas notas de SEO, boas práticas, performance, acessibilidade, identidade de marca e também o pitch de #amorDeEmpreendedor, um de nossos valores na Quero Educação.

Os vencedores, além da premiação física, também ganharia os créditos na nova versão do site. Se você acessar o Internet pela Educação, vai ver os nomes de André Custódio, Augusto Queirantes, Gustavo Guimarães, Pedro Adas e Jan Klever estampados ao final da página.

Perguntei para eles porque acharam que foram os vencedores e a resposta de Gustavo resume a sua vitória: “Focamos no básico bem feito, usamos as tecnologias mais simples que existem para que entregássemos um produto de forma justa e que pudesse ser utilizado por todos os usuários que possuem um acesso mínimo aos dados.”

E André Custódio complementa: “Esse tipo de ‘competição’ traz o que os colaboradores têm de melhor e a troca de experiência é única. Os grupos acabam sendo diversos, dando um toque maravilhoso ao projeto. Sem falar da troca de conhecimentos que faz com que os aprendizados sejam gigantescos.”

Utilizando Firebase, HTML, CSS, JS, Netlify, NoSQL e S3, a equipe venceu a disputa e o site foi ao ar no início de setembro.

Que a vitória seja de todos os estudantes brasileiros

Todos os dias trabalhamos para encurtar as distâncias da educação com nossos produtos para instituições de ensino e para os alunos, mas dias como esses são tão importantes quanto. É ao sair um pouco da rotina que relembramos do nosso propósito diário na Quero Educação.

Seja no time de tecnologia, na equipe comercial, no RH, no marketing ou no financeiro, o objetivo maior é sempre o mesmo: fazer a nossa parte para que cada vez mais alunos tenham acesso à educação.

A vitória, desta vez, ficou por conta do André, do Augusto, do Gustavo, do Jan e do Pedro. Mas que ela — junto com a performance e acessibilidade — seja apenas mais um passo para que o acesso à educação seja sempre um direito de todos.

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