TdV apresenta: OS 51 MELHORES ÁLBUNS DE 2020

Marco Antonio Barbosa
Telhado de Vidro
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3 min readDec 30, 2020

2020. Ano ruim pra danar, sob praticamente todos os aspectos que interessam. Mas na música até que deu pro gasto. Por motivos de pandemia/isolamento/vida social zerada, passei muito mais tempo logado no Spotify do que nos outros anos — ouvindo música antiga e também música lançada em 2020. Então, sem mais delongas, apresento os elepês do ano que mais me chamaram a atenção, sem separar Brasil e resto do mundo, sem essa de Top 10, sem número redondo e sem textão(ões), porque ninguém aguenta mais, né.

O DISCO DO ANO: ‘Olorum’, Mateus Aleluia

Conforme eu escrevi para o Scream & Yell, “Pode não haver sinal de melhora no Brasil, mas um povo capaz de gerar uma obra desse quilate ainda tem chance de redenção.”

O disco de rock do ano: ‘Whole New Mess’, Angel Olsen

Ano passado, quando todo mundo caiu de quatro por All Mirrors, eu fiquei na minha. Acabei entendendo mesmo o disco ao ouvi-lo novamente nas versões cruas de Whole New Mess. Grande momento: “Chance”, que já era a melhor canção de All Mirrors, perde o suntuoso arranjo de cordas e ganha todo um novo ar de melancolia resignada. Faz mais sentido.

Outros bons discos de rock de 2020:

O disco de MPB/brasilidades do ano: ‘Prelúdio’, Fabiano do Nascimento

O belo reencontro do Brasil com o elemento harmônico basal de sua música: o violão, em estado puro.

Outros bons discos de MPB/brasilidades do ano:

O disco pop do ano: ‘Miss Anthropocene’, Grimes

Esqueça o bebê de nomenclatura bisonha: o melhor cria da cantora em 2020 foi este álbum, lançado ainda antes do estouro da pandemia — parece que foi em outra vida.

Outros bons discos pop do ano:

O disco de hip hop/groovezeira do ano: ‘RTJ4’, Run the Jewels

Curti o quarto disco do duo bem mais que todos os outros. Vá direto em “The Ground Below”, que recicla marotamente a guitarra do finado Andy Gill (Gang of Four).

Outros bons discos de hip hop/groovezeira do ano:

O disco eletrônico/experimental do ano: ‘Healing Is a Miracle’, Julianna Barwick

A cantora-compositora americana já tem uma carreira consolidada, mas eu não a conhecia. Seu último elepê é uma desconcertante mini-odisseia ambient, alternadamente encantadora e sinistra. Lembrou-me coisas de Harold Budd, mais um talento que 2020 levou pro além.

Outros bons discos eletrônicos/experimentais do ano:

O disco de jazz do ano: ‘The Shadows and the Light’, Quin Kirchner

Essa foi a categoria que mais deu trabalho pra definir o TOPZÊRA. Saiu muita coisa boa este ano, especialmente na seara do jazz mais loucão. No fim, fiquei com o arrasador álbum do baterista Kirchner, uma aula de expressividade polirrítmica.

Outros bons discos de jazz do ano:

E siiiiim, tem playlist. 35 faixas, 2h20 de música, brasileiras e estrangeiras, uma canção por artista (incluindo muita gente que não entrou na lista aí de cima). Ouça em shuffle.

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Marco Antonio Barbosa
Telhado de Vidro

Dono do medium.com/telhado-de-vidro. Escrevo coisas que ninguém lê, desde 1996 (Jornal do Brasil, Extra, Rock Press, Cliquemusic, Gula, Scream & Yell, Veja Rio)