TdV apresenta: OS 51 MELHORES ÁLBUNS DE 2020
2020. Ano ruim pra danar, sob praticamente todos os aspectos que interessam. Mas na música até que deu pro gasto. Por motivos de pandemia/isolamento/vida social zerada, passei muito mais tempo logado no Spotify do que nos outros anos — ouvindo música antiga e também música lançada em 2020. Então, sem mais delongas, apresento os elepês do ano que mais me chamaram a atenção, sem separar Brasil e resto do mundo, sem essa de Top 10, sem número redondo e sem textão(ões), porque ninguém aguenta mais, né.
O DISCO DO ANO: ‘Olorum’, Mateus Aleluia
O disco de rock do ano: ‘Whole New Mess’, Angel Olsen
Ano passado, quando todo mundo caiu de quatro por All Mirrors, eu fiquei na minha. Acabei entendendo mesmo o disco ao ouvi-lo novamente nas versões cruas de Whole New Mess. Grande momento: “Chance”, que já era a melhor canção de All Mirrors, perde o suntuoso arranjo de cordas e ganha todo um novo ar de melancolia resignada. Faz mais sentido.
Outros bons discos de rock de 2020:
- Não É Doce, Olívia de Amores
- The New Abnormal, The Strokes
- Mutable Set, Blake Mills
- H.V. Sessions — Vol. 1, Herbert Vianna
- No Dream, Jeff Rosenstock
- All that Glue, Sleaford Mods
- Speed Kills, Chubby & The Gang
- In this House, Lewsberg
- Deságua, Mombojó
- Sogni, Primo!
- Shore, Fleet Foxes
- Rough and Rowdy Ways, Bob Dylan
O disco de MPB/brasilidades do ano: ‘Prelúdio’, Fabiano do Nascimento
O belo reencontro do Brasil com o elemento harmônico basal de sua música: o violão, em estado puro.
Outros bons discos de MPB/brasilidades do ano:
O disco pop do ano: ‘Miss Anthropocene’, Grimes
Esqueça o bebê de nomenclatura bisonha: o melhor cria da cantora em 2020 foi este álbum, lançado ainda antes do estouro da pandemia — parece que foi em outra vida.
Outros bons discos pop do ano:
O disco de hip hop/groovezeira do ano: ‘RTJ4’, Run the Jewels
Curti o quarto disco do duo bem mais que todos os outros. Vá direto em “The Ground Below”, que recicla marotamente a guitarra do finado Andy Gill (Gang of Four).
Outros bons discos de hip hop/groovezeira do ano:
O disco eletrônico/experimental do ano: ‘Healing Is a Miracle’, Julianna Barwick
A cantora-compositora americana já tem uma carreira consolidada, mas eu não a conhecia. Seu último elepê é uma desconcertante mini-odisseia ambient, alternadamente encantadora e sinistra. Lembrou-me coisas de Harold Budd, mais um talento que 2020 levou pro além.
Outros bons discos eletrônicos/experimentais do ano:
- Lapse in Passage, Mute Duo
- Heaven to Tortured a Mind, Yves Tumor
- Mixing Colours, Roger Eno & Brian Eno
- 2017–2019, Against All Logic
- WHAT WE DREW, Yaeji
- Eastern Flowers, Sven Wunder
- patten, Glow
- Help, Duval Timothy
- Comma, Sam Prekop
- Nó sem Ponto II, Taco de Golfe
- Piorou, Tantão & Os Fita
- The Quickening, Jim White & Marisa Anderson
O disco de jazz do ano: ‘The Shadows and the Light’, Quin Kirchner
Essa foi a categoria que mais deu trabalho pra definir o TOPZÊRA. Saiu muita coisa boa este ano, especialmente na seara do jazz mais loucão. No fim, fiquei com o arrasador álbum do baterista Kirchner, uma aula de expressividade polirrítmica.
Outros bons discos de jazz do ano:
E siiiiim, tem playlist. 35 faixas, 2h20 de música, brasileiras e estrangeiras, uma canção por artista (incluindo muita gente que não entrou na lista aí de cima). Ouça em shuffle.