(Isabela Fleischmann)

Tudo igual [Rumo a 2022, n. 43]

Julho de 2022: tudo igual, segue o jogo.

Gustavo Laet Gomes
3 min readAug 1, 2022

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Esta é a 43ª edição da série Rumo a 2022 (conheça o nosso método). A notícia é que, segundo o Datafolha, nada mudou: Lula segue rumo à vitória no 1º turno. Bolsonaro já não tem mais nada para fazer a não ser tentar se livrar da cadeia. Até o golpe já miou.

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Faltam 2 meses para as eleições…

… e segundo o Datafolha — para desespero de Jair Bolsonaro — segue tudo igual: não adiantou escangalhar a Petrobras, o Orçamento Federal, as finanças dos estados, constranger embaixadores, colocar a Micheque rezando num Maracanzinho vazio. Dizem até que a maior parte das pessoas sabe que o Auxílio Brasil terá um reforço temporário de mais R$ 200. Mas as pessoas sabem também que a única razão deste reforço é uma tentativa de comprar seus votos e elas não são idiotas. Jair já perdeu, sabe disso e até suas ameaças de golpe se tornaram caricatas demais para parecerem verossímeis. Está mais claro do que nunca que a única coisa que o move é a tentativa de se livrar da cadeia, que ele também tem certeza ser o seu destino. E está certo. O caminho que lhe resta é tentar negociar algum meio de se safar. Vejamos se isso lhe será facultado.

O Datafolha segue dando vitória de Lula no 1º turno. Este é o cenário ideal para minimizar os estragos que podem vir a ser causados pela turba bolsonarista. A cada semana, novos setores sem voto (ou seja, da Zelite) se juntam à Frente Ampla de Lula. Isso é bom, porque sinaliza que os intentos golpistas de Bolsonaro não terão lastro. Também é uma sinalização de que há certa disposição para se retomar o arranjo da Nova República. O custo certamente é a acomodação de posições conservadoras que precisarão ser resistidas durante o mandato. Por nós. A eleição de Lula não é a solução: é a condição de possibilidade para que lutas por avanços possam existir. Até aqui estamos lutando simplesmente para existir.

Nem mesmo o Luciano Bivar resistiu manter sua candidatura fake. Diante dos sinais inequívocos da derrota de Bolsonaro. Como dono do partido, a única coisa que pesou em sua decisão foi seu interesse pessoal na política pernambucana.

Outro que sinalizou abdicação, mas ainda não confirmou foi André Janones. Recebeu até telefonema do Lula. É provável que abdique ainda este mês.

Simone Tebet e Ciro Gomes seguem iguais: ambos sem alianças e palanques, sem relevância. A candidatura de Tebet, porém, é ligeiramente mais funcional: visa holofotes, pensando em projetos futuros. A do Ciro é só uma candidatura de si mesmo.

Não havendo mais nada a relatar, declaro encerrada esta sessão.

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