As finas linhas de neon
Parece haver algo de curioso em linhas finas e retilíneas, sendo essas usadas para representar um certo futurismo, ou dar aquele ar de “estamos na era das internets”.
O fato é: desde os anos 80, com essa grande manifestação do que hoje referenciamos ao “retrô”, podemos enxergar essas linhas digitais em várias produções artísticas.
E ainda esse estilo estético é muito presente nas atuais produções cinematográficas. Temos como exemplo o próprio Homem de Ferro. Porém, mais do que representar elementos aleatórios, podemos ver que pelo menos os ícones que são mais visíveis ganham uma certa função e são trabalhados de forma a representá-las.
No entanto, elas não precisam necessariamente ter uma funcionalidade (pelo menos aparente). Ela funcionam como um recurso visual para funcionar que realmente o artefato que a contém demonstra um certo avanço tecnológico. Não faz muito sentido analisar cada parte (de uma interface, por exemplo) separadamente, visto que é o seu todo que realmente cumpre a função de agradar o nosso olhar.
O minimalismo cumpre bem a função de apresentar apenas o necessário, sintetizar a informação que interceptaremos. Minimizar os ruídos visuais que de certa forma irão nos tirar a atenção. Por outro lado, a falta desses recursos “prolixos” de informação visual podem tirar um pouco desse efeito de algo complexo e tecnológico (pelo menos nas interfaces). E talvez o fato de não entendermos direito como elas funcionam (até porque elas realmente podem não significar nada e/ou demonstrar informações que são verdadeiras), devido a sua aparente arbitrariedade, nos faz pensar que o sistema é tão evoluído que foge a nossa compreensão. Mas isso são especulações.
Posso notar também um exemplo muito marcante no filme Prometheus, na cena onde os tripulantes da nave experienciam uma projeção holográfica de um evento passado. Essa interface é uma ótima representação dessa complexidade exagerada, e ainda reforça como essas linhas contribuem para uma, digamos, intangibilidade.
