Assistentes pró-ativos

Álvaro Casagrande Souza
Tendências Digitais
4 min readJun 13, 2018

As Assistentes Virtuais vêm, juntamente com o avanço de suas respectivas inteligências artificiais, cada vez mais ganhando espaço dentro das atividades e necessidades do dia-a-dia de usuários das mais recentes tecnologias. Hoje podemos ter uma Assistente Virtual disponível em nossos smartphones, tablets, computadores e até em nossas próprias casas. Mas até onde as Assistentes Virtuais e a Inteligência Artificial têm liberdades ou podem agir na vida dos usuários?

Atualmente a principal maneira de se interagir com as Assistentes Virtuais é através da voz, ou seja, o desenvolvimento da tecnologia, há algum tempo, criou um sistema de reconhecimento de voz levando em consideração aspectos sonoros (tamanho de onda, frequência, tempo e etc.) e suficientes para reconhecimento de seu “dono”. Isso significa que os desenvolvedores dessas tecnologias têm criado camadas e redes neurais, o que faz com que a I.A. tenha cada vez mais capacidades de aprender e interagir com os usuários. Esse fato fica explícito quando percebemos que essa tecnologia reconhece diversos tipos de linguagem, seja da mais formal até a mais coloquial. Seja por escrito ou por voz, as relações entre o humano e a I.A. têm ficado cada vez mais íntimas, flexíveis e amigáveis, nos dando a oportunidade de facilitar e otimizar nossos hábitos e práticas do cotidiano.

Outro fato interessante de ser considerado é como a comercialização dessa área da Tecnologia começou a ser comercializada e como o acesso à ela é fácil e rápido. Isso significa que a sociedade em si tem se adaptado cada vez mais às novas tecnologias e as usado com frequência por tê-las na palma de suas mãos. Um exemplo desse fato é a grande presença da Assistente Virtual da Amazon, chamada Lexa, que está presente num aparelho vendido pela própria empresa. De acordo com dados, mais de 20 Milhões de unidades já foram vendidas nos EUA.

No entanto, apesar da grande fama, acontecimentos recentes mostram que ainda há fragilidades e possíveis erros nessa tecnologia de I.A.. Um casal estava em casa estava em sua casa conversando sobre “pisos de madeira”, até que recebem uma ligação de um funcionário da empresa que trabalham, dizendo que havia recebido um áudio (através da Alexa) de conversas privadas do casal, isto é, o aparelho gravou e enviou os áudios sem a ciência do casal. A empresa Amazon diz que o acontecimento foi causado por um mal entendido da Assistente por parte da conversa do casal. Por ela ser ativada somente quando é chamada pelo nome, Alexa teria ouvido, durante a conversa do casal, algo parecido com seu nome e algo parecido com “Enviar mensagem” e ainda algo parecido com o nome do funcionário que recebeu a mensagem. Confira a matéria sobre o caso na íntegra:

Esse tipo de acontecimento, de acordo com a empresa, é algo muito improvável de se acontecer, mas mesmo assim, é um fato que cria algum tipo de receio e faz com que muitos questionem a tecnologia e a garantia de privacidade dos usuários diante da presença de um produto assim em suas próprias casas.

Mesmo assim, mais tecnologias têm sido lançadas por empresas famosas, usando-se de Inteligência Artificial para infiltrar, de um modo legal, na vida dos usuários. Na próxima atualização do sistema operacional da Apple para smartphones, o iOS 12, por exemplo, vai contar com a implementação de um sistema onde Siri aprende o que o usuário faz todos os dias (ou uma ação recorrente) através de aplicativos, isto é, se pedimos um café todo dia às 15:00, a Siri irá sugerir, nesse mesmo horário, que o seu usuário peça um café no lugar indicado.

Isso é algo que deve chamar a nossa atenção em relação a até que ponto as tecnologias devem ser inseridas em nossas vidas cotidianas. É evidente que há um lado bom nisso, pois é incrível ver como as I.A. têm se tornado cada vez mais compreensíveis e humanizadas, mas a “invasão” das Assistentes Virtuais em nossas vidas deve ser, de alguma maneira, revista e melhor trabalhada nas questões de interações e compartilhamento de informações, para que não haja nenhum tipo de medo ou problema quanto à utilização delas. Isso não significa que devemos refrear os estudos e desenvolvimentos dessas tecnologias, mas dar a devida atenção e cuidado quanto à diretrizes e limites que respeitam a privacidade e a integridade das pessoas que confiam no trabalho das grandes empresas para promover o bem-estar e a otimização das tarefas de seus clientes com o uso da tecnologia.

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