Jogos Hiper Realistas

Amanda Neves
Tendências Digitais
5 min readMay 10, 2018

Com a tecnologia atual os jogos estão cada vez mais visualmente próximos de nossa realidade. Trazendo um visual tão real quando a nossa realidade (ou não)para trazer entretenimento e experiências ao jogador.

Mas qual é a razão do hiper-realismo estar tão presente em jogos da atualidade?

Um jogo hiper-realista, é um termo para descrever um indício de uma expansão da cultura pós-moderna, nos jogos ela é cheia de uma narrativa envolvente com elementos interativos que combinem estratégia com raciocínio lógico, levam o jogador para dentro do jogo. Isto é a tal da imersão. É como saltar para dentro da história de um livro ou para a tela de um filme. Segundo Janet Murray, pesquisadora do MIT e autora do livro Hamlet no Holodeck, imersão deriva da experiência física de estar submerso na água, quanto temos a sensação de envolvimento total com uma realidade diferente que se apodera de nossa atenção e todo o nosso sistema sensorial. Para completar o raciocínio, a autora usa um termo da liminar (da psicologia) para indicar o limite entre o mundo real e as fantasias de um transe imersivo.

Devido ao avanço da tecnologia para produção de jogos, os jogadores estão cada vez mais querendo essas realidades cada vez mais reais devido a imersão que elas podem nos proporcionar. Isso não só contando com o visual cinematográfico realista dos jogos, mas também com sua capacidade de quebrar a 4 parede e emular situações e movimentações convincentes a ponto de serem semi-reais.

Na tendência chamada Animação Hiper-realista ele fala de um sistema que é usado para captura de expressões faciais, a qual é utilizada em um ator, para depois ser utilizada em um modelo 3D de um personagem surreal. Explicação pela TED abaixo:

Mas essa captura já não é nenhuma novidade atualmente. Essa técnica é utilizada até hoje na indústria de jogos e cinema, para trazer realidades tão críveis quanto a nossa. Exemplos de jogos com a estética hiper-realista: Death Stranding, Skyrim, Far Cry 5 , Forza Horizon 3, Horizon Zero dawn, etc.

Já mudando um pouco nosso foco da parte estética, temos a imersão que também define a hiper-realidade em jogos que atravessam a quarta parede. Jogos que atravessam a quarta parede dão a um ou mais personagens a capacidade de perceber que sua existência está limitada a um jogo, de que está seguindo seguindo uma programação, tratando o jogador como outsider e relembrando de forma direta de que “o jogo sabe que está sendo jogado ou que é um jogo”. Uma forma comum de representar isso é através de diálogos dos personagens.

Um jogo que tem um de seus finais ruins dedicados a essa quebra da quarta parede é Mystic Messenger (Datting game), que ao chegar no final ruim todos os personagens tem o choque de realidade de que não são pessoas reais e fazem parte de um jogo para celular, é claro que a reação deles é de tristeza e pânico.

Outro exemplo é Deadpool que tanto nos seus filmes como jogos, ele fala com o espectador diretamente e até fala mal do próprio filme dizendo que faltou orçamento para tal coisa, como elenco ou efeitos especiais.

Exemplo de outros jogos que quebram a quarta parede: Undertale, Spec Ops: The Line, The Stanley Parable, Franquia Metal Gear Solid, Killer Is Dead, Pony Island, Kid Icarus: Uprising, etc.

Falamos da Hiper-realidade pela parte estética, imersão e a quebra da quarta parede que nós faz se sentir diferente em relação ao contexto e aos personagens, mas agora vamos falar da hiper-realidade em VR.

O VR é algo que está sendo cada vez mais desenvolvido com o tempo, com óculos, controladores, esteiras e até scanners de movimento. Nesse caso a experiência de imersão brinca com os sentidos sensoriais do jogador, na matéria Hiper-Realidade em Hunter X Hunter ele fala sobre um jogo Green Island que fez parte da história do anime e que mais tarde veio a ser projetado para ser um parque de diversões com realidade virtual.

Trecho da matéria Hiper-Realidade em Hunter X Hunter, que fala sobre detalhes do parque temático:

“O parque utiliza headsets de realidade virtual, uniformes especiais e equipamento com sensores de movimento para imergir o jogador no mundo virtual. Até aí, não muito diferente do que se tem com a maioria dos jogos VR. Porém, diferente de jogar com o Óculus Rift na sala de casa, com espaço limitado, The Void coloca o jogador em um ambiente físico montado para ser igual ao do mapa do jogo, permitindo que o jogador ande por ele, possa tocar o ambiente, além de possuir equipamentos para soltar odores específicos, criar umidade no ar e alterar a temperatura para imergir o jogador ainda mais no mundo do jogo. Com isso, The Void mistura o mundo real com o mundo digital, criando o que eles chamam de “Hiper-Realidade”.”

Outro exemplo é a tecnologia apresentada no filme Ready Player One que se utiliza de um VR muito bem aprimorado. Um produto semelhante é o KAT Walk, de uma olhada abaixo de como ele funciona:

Há um anseio pelos jogadores de se sentirem cada vez mais afetados pelo jogo, fazendo com que a forma como os jogos são projetados e pensados sejam para trazer a experiência de imersão para o jogador, uma simulação de um universo novo, de ligações emocionais, experiência sensorial. Tudo para trazer mais sensações aos jogadores e valores simbólicos a realidade fictícia sem sonho.

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