Modo Competitivo
Data-se os primeiros video games da história no início dos anos 50. Desde então, a competitividade faz parte de qualquer jogo em que o objetivo final seja vencer. Até mesmo nos jogos em que não se jogava contra outros jogadores, estes competiam por records de tempo e performance (score).
Hoje, a maioria dos jogos multiplayer incorporam em suas funcionalidades um modo de jogo especificamente voltado para quem quer jogá-los da maneira mais competitiva possível: o modo competitivo. Nele, as regras de jogo são diferentes, justamente para favorecer um estilo de jogo mais sério e que exige maior comprometimento por parte dos jogadores.
Atrelado a ele, normalmente incorpora-se também um sistema de ranking, em que o jogador ganha e perde pontos e níveis, e conquista premiações com base em sua performance. Nestes casos, o modo competitivo também é comumente chamado de “modo ranqueado” (ranked mode).
No jogo League of Legends, por exemplo, o modo competitivo já é diferente desde a escolha inicial dos personagens. Nele, cada time tem o direito de vetar 3 champions do time adversário, e os times fazem suas escolhas alternadamente por rounds. Além disso, cada derrota tem impacto negativo no ranking do jogador. Isso força os jogadores a encararem o jogo do modo competitivo de maneira mais estratégica.
E-Sports
À medida que a internet e suas tecnologias avançaram, jogadores passaram a não só jogar e competir com pessoas do mundo todo, mas também a transmitir os jogos para qualquer um que quisesse assistir. Daí nasceu o conceito de e-sports, ou “esportes eletrônicos”. Jogadores profissionais são aqueles que atingiram os níveis mais altos dos sistemas de ranking. Analogamente, é comum dizer que se alguém não é capaz de atingir tais níveis, não pode ser considerado profissional. Pode-se dizer, então, que os e-sports são consequência da competitividade inerente à maioria dos jogos. São partidas dos modos competitivos de cada jogo, jogados por esses profissionais e transmitidos para um público que os assiste, torce e aposta, como sempre fizeram os fãs dos esportes tradicionais.
Normalmente, as regras utilizadas nas grandes competições são as mesmas dos modos competitivos de cada jogo. Por exemplo:
O jogo Counter Strike: Global Offensive possui os seguintes modos de jogo:
- Competitivo*: 5 jogadores para cada lado (número fixo), melhor de 30 e não empata. O jogador se compromete a jogar a partida inteira, e se sair sofre penalidade;
- Casual: até 8 jogadores para cada lado, pode empatar. O jogador pode entrar e sair a qualquer momento, sem sofrer penalidade;
- Arms race: “corrida armada”, em que o jogador recebe uma arma nova a cada 2 jogadores que matar. O primeiro a passar por todas as armas vence;
- Demolition: mistura do modo casual com o modo arms race.
Destes, o modo competitivo é o mesmo modo jogado pelos times profissionais nos campeonatos. Isso faz com que o modo competitivo seja extremamente popular mesmo entre os jogadores que não são profissionais, mas que querem uma experiência de jogo mais “séria”. O jogo foi o primeiro da série Counter Strike a incluir um modo competitivo, com sistema de ranking, e o fez justamente com a intenção de agradar esse público.
Em contrapartida, há jogos que seguiram a tendência e incorporaram sistemas de ranking apenas para atrair os jogadores que buscam esse tipo de gameplay, mesmo que este não ofereça nada de novo e siga as mesmas regras dos outros modos. No jogo Hearthstone, por exemplo, a única diferença entre os modos ranked e casual é a presença de níveis de habilidade (rankings) no primeiro, com premiações no fim de cada temporada.
Ainda que não haja diferença nas regras, o modo competitivo, e atrelado a ele o potencial de perder ou ganhar algo além de cada partida, sempre cria uma cultura de seriedade nas comunidades de cada jogo, o que acaba favorecendo sua imagem. Portanto, pode ser considerado como estratégia inteligente para os desenvolvedores de jogos que procuram atingir e envolver um público que se comprometa com o seu produto.
Referências: