New Retro Art
Nos dias atuais, vivemos uma busca de muitos artistas pela estética nostálgica dos anos 80. Fotógrafos, ilustradores, cinema, músicos, enfim, uma ampla variedade de áreas tem investido nessa estética que há algum tempo vem conquistando um público mais abrangente, principalmente com alguns estopins em cada uma destas áreas. Na fotografia podemos ver nomes como Yoshito Hasaka, que ficou conhecido pela sua representação de Tóquio ressaltando uma paleta de cores Cyberpunk, mostrando que a proposta de “High tech, low life” já se tornou realidade há algum tempo. Hoje, Yoshito conta com mais de 3.000 fotos publicadas e mais de 100 mil seguidores.
Como dito por Thercyo Barbosa em seu texto “Estilo cyberpunk”:
“A cultura cyberpunk teve seu início por volta da década de 40 e 50, dentro dos livros de ficção científica com uma visão utópica. O termo ‘Cyberpunk’ tem como significado a subcultura que é focada na cybercultura, tem como preferência músicas psicodélicas, da junção do punk rock e música eletrônica e por adereços de moda futurista.”.
Por este viés, é notável o surgimento de cada vez mais subgêneros musicais oriundos da cultura Cyberpunk. Por exemplo, temos artistas como “Timecop1983” que tende a utilizar os ritmos de música eletrônica dos anos 80 misturados com sintetizadores e softwares atuais, criando ainda mais opções musicais e cada vez mais, abraçando novas ideias musicais.
Esse subgrupo musical é comumente chamado de Synthwave/Chillwave/Retrowave afinal, são todos muito parecidos no quesito musical e artístico. Claro que o foco de ambos os grupos e subgrupos, como apontado por Eduardo Imamura em seu texto “Nova Onda Retro”, são distintos uns dos outros.
É perceptível o impacto desta tendência no comércio mundial, seja no mercado artístico, no mercado dos eletrônicos, que cada vez mais buscam a personalização de itens (ex.: computadores, periféricos, iluminações personalizadas para a propria casa) com o objetivo da busca estética proposta pela cybercultura influenciada pelas “ondas”.
A indústria cinematográfica também não fica para trás na tentativa de agradar este grupo de ‘nostálgicos’. Seriados como Altered Carbon, Black Mirror, Stranger Things são influenciados pela temática, principalmente na fotografia, sendo que o primeiro citado possui várias referências à Blade Runner, mas, apesar deste agrado ao público, o grande “Boom!” veio do seriado Stranger Things, considerado um dos influenciadores do retorno da temática. Após a mesma, foi possível observar alguns seriados com as mesmas características em relação à coloração, fotografia, trilha sonora, algumas delas são: Dark, Marvel Daredevil. Até mesmo alguns filmes de franquias famosas entraram na onda, como: Thor: Ragnarok, Guardiões da Galáxia, enfim, variedades interessantes que souberam aproveitar uma oportunidade no mercado.
Essa cultura ainda irá se disseminar muito nos próximos anos, principalmente com as tendências digitais e não digitais que surgem a todo momento com esse foco estético. Cada vez mais pessoas são influenciadas por estes estilos em seus trabalhos, há uma representatividade maior desse público se comparado a 10 anos atrás. Franquias clássicas estão ganhando novas caras no cinema. Ghost in the Shell, Akira, Blade Runner. Novos produtos, principalmente japoneses, tem a temática glitch/pixel artística e utilizam das paletas de cores comentadas anteriormente, enfim, as variedades estão aumentando e inovando cada dia que passa em prol dessa estética.
