Remasterização de jogos

Galguyn G. Brancher
Tendências Digitais
3 min readJun 14, 2017

A remasterização de jogos tem se tornado um grande negócio para as empresas para reviverem títulos e atraírem antigos ou até novos jogadores.

Como mostra o texto Nostalgia na Tela, já não existe o tabu de antigamente sobre que jogos e animações eram destinadas somente à crianças. Adultos compram e usam camisetas de personagens, filmes e séries que gostam, consomem produtos de games, tanto físicos quanto digitais e não sentem (na sua maioria) descriminados por este comportamento.

Uma das grandes estratégias das grandes produtoras de games, é o apelo ao passado ou coisas marcantes da vida destes usuários. A nostalgia é uma grande arma para provocar a compra por impulso nos consumidores e isto vem sendo utilizado cada vez mais no mundo dos jogos.

Crash Bandicoot Remastered

Crash Bandicoot Remastered, God of War III, Grim Fandango (1998) Another World (1991), Resident Evil (1996), Super Star Wars (1992), Day of the Tentacle (1993) Oddworld: New ’n’ Tasty! (1997) são alguns dos muitos títulos que foram remasterizados para os consoles na nova geração.

Todos esses jogos não trazem “conteúdo novo”, mas a realidade é que trazem algo considerado maior… Memória/lembrança. Não do jogo em si, mas dos momentos em que estava jogando, com amigos, familiares, ou seja, todas nuances que envolviam nos momentos que jogavam.

A remasterização da nostalgia foi impulsionada através das gameplays de muitos youtubers, como mostrado no texto Vídeos de Gameplay, em que youtubers que gravam esse estilo de vídeo ganhou tanta notoriedade que acarretou em transformá-los em um grande meio para atingir grande número de usuários.

BRKsEDU é um exemplo de youtuber que frequentemente traz ao seu canal sobre gameplays de jogos atigos.

Vídeo do canal do BRKsEDU

Obviamente a remasterização das coisas não é exclusiva dos games, filmes e séries já faziam esse procedimento, até mesmo o cinema trazendo grandes clássicos remasterizados para assistir em suas salas.

Mas até que ponto é boa a remasterização?

Como muitos sabem, a remasterização permitiu desfrutar jogos que não são possíveis de encontrar no console original, por conta da dificuldade de encontrar os itens necessários (cartucho, console, controle e etc), mas algumas empresas começaram a realizar remasterização em tudo, banalizando um pouco esta prática; como por exemplo a Sony, que decidiu abolir do PS4 a possibilidade de jogar jogos do PS3, a famosa retrocompatibilidade, forçando aos jogadores a abrirem mão de desfrutar de muitos títulos e ficassem limitados a remasterizações realizadas pela empresa.

Essa prática foi também realizada pela Microsoft, mas após a muitas reclamações e discussões por parte da comunidade de gamers, a microsoft liberou a retrocompatibilidade para o XBOX ONE, enquanto a Sony decidiu manter sua postura.

Algo que piorou a imagem da Sony, foi o serviço que disponibilizaram de alugar títulos das gerações de consoles anteriores, como God of War: Ascension. Houve uma grande revolta dos consumidores e o serviço foi suspenso, já que o público considerou um ato descarado da empresa para ganhar dinheiro; pois a resposta do público foi “se não funciona a retrocompatibilidade, porque posso alugar o jogo e rodar no novo console?”.

Sony cancelou o serviço por um tempo, alegando que havia problemas para jogar, comandos que não funcionavam corretamente, entre outros. (notícia sobre retrocompatibilidade de ambas empresas aqui)

Após alguns anos de discussões e polêmicas, o mercado começou a compreender aos poucos quando e onde aplicar a remasterização, e não simplesmente aumentar a resolução de qualquer jogo e vende-lo como novo lançamento, pois viram que a maioria da comunidade de gamers não irá engolir essa história de ficar relançando tudo.

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