AMÓDIO

Vitória, primeiro de junho de 2020

Rony, meu querido amigo

Eu esperei por um dia em que me sentisse verdadeiramente animada para responder a sua carta. Guardava em mim as notícias de que ela me tocou profundamente — e novamente agora, quando relida. Ainda vou…


Resposta breve para barrar o medo

Vitória, primeiro de junho de 2020

Natalia,

São dias e dias. Hoje, especialmente hoje, animada pelas últimas manifestações, quando finalmente alguém resolveu sair de casa, não para visitar um amigo, não para correr na…


Paz sem voz

Vitória, primeiro de junho de 2020

Carla,

Eu sei que você se aborrece com as minhas demoras, mas eu tenho me permitido algumas mesmo não sendo fácil para mim me ausentar. Sempre me lembro dos versos de García Márquez, em Memórias de minhas putas tristes…


Salve o clichê!

Nanda , amada

Desculpe, mas não me contagiar com suas palavras, conforme você me pediu, não é uma possibilidade. A última carta que a mim endereçou custou a ser digerida. A densidade de suas palavras me fez titubear várias vezes frente ao cursor, imaginando se haveria uma resposta…


Por uma política da amizade

Por uma política da amizade

Néspoli querida,

Os dias de lonjuras humanas têm me feito pensar um tanto no sentido da amizade. Sinto que, obrigados a dar ao outro falta além da que pretendíamos, entendemos verdadeiramente o que é…


Os deslimites da palavra

Natália,

“Ando muito completo de vazios” é a forma como Manoel de Barros inicia um dos versos mais bonitos que já li na vida. Atemporal, como todo grande poeta, ele consegue exprimir em umas poucas linhas a sensação das últimas semanas inteiras.