O Experimento Facebook falhou. Vamos voltar.

Kellven Vilhena
Contando e Traduzindo o Melhor
4 min readMay 29, 2013

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De início, partindo do que foi proposto, aqui está um dos textos mais recomendados e discutidos aqui no Medium, tanto que é facilmente encontrado na página inicial, no topo dos Recommends. Um texto no mínimo interessante, por @jeswin (se você curtir, acesse a página do cara, e arrisque no inglês, é muito bom) publicado originalmente em 26 de maio de 2013. Concordando, ou não, aprecie!

Eu estou logado no Facebook nesse momento. Em uma rápida olhada, a lista inteira de posts na primeira tela é irrelevante para mim. Se eu rolar a página para baixo, encontro no mínimo 4 histórias que eu realmente me importo, de uma lista de 30. A página mais importante do Facebook tem mais de 3/4 de conteúdo absolutamente inútil.

É surpreendente. O Facebook é uma companhia com um número imenso de pessoas talentosas. Eles sabem muito sobre mim. No entanto, o produto deles se parece com aquelas caixas de entradas de emails cheias de spams dos anos noventa.

O problema é o compartilhamento. É a peça mais fundamental do Facebook, e está completamente quebrada.

Compartilhamento indiscriminado

Enquanto a rede social é, de alguma maneira, similar às socializações da vida real, o modo que o compartilhamento funciona no Facebook é completamente fora da realidade. No mundo real, você não tem a informação que precisa, ideal e compatível, para compartilhar com cada pessoa que você conhece.

Mas é assim que funciona no Facebook, tudo é compartilhado com todos, a menos que você faça listas e compartilhe seletivamente.

Facebook fica pior a cada vez que você usa

Quanto mais você usa o Facebook, você começa a acumular amigos. Você se torna parte de grupos. Você acaba dizendo mais ao Facebook o que você gosta e as suas preferências. Mas, de acordo com o proposto pelo site, cada conexão ou “curtida” é também uma brecha para que a atualização de alguém entre para as listas de histórias que são mostradas a você na página inicial.

Após um período de uso intenso, você tem amigos, grupos ou páginas demais que podem entrar no seu feed de notícias.

Bocas grandes agora têm megaphones gigantescos

Já que todo mundo está no Facebook, pode-se esperar que ele fosse de alguma forma, espelhar o comportamento natural da sociedade em geral. No mundo real,no entanto, a opinião das pessoas só tem um alcance limitado.

O Facebook é o lugar caído do céu para pessoas que adoram falar, mas não tem nada para dizer. Aqui está uma rede que não se importa com a originalidade e a qualidade do conteúdo. Afinal, no tempo que leva para criar algo original, eles poderiam compartilhar dezenas de coisas, sem se importar com o recheio.

Assim como seus recursos, os algorítmos do Facebook são igualmente estúpidos. Compartilhe mais, tenha mais notícias. Originalidade que se dane.

Social Media Spammers/Scammers

O Social Media Marketing (São as ações de marketing relacionadas a estas redes sociais seja para fixação de marca, relacionamento com seus clientes e até as ações virais) é um grande negócio. Assim como SEO e SEM (Esta sigla é de Search Engine Marketing. Ele não é apenas links patrocinados, mas o conjunto de estratégias de marketing para busca. Isto incluí em SEM: o SEO, o posicionamento pago e até anúncios contextuais), Social Media Marketing trabalha para, praticamente, controlar o sistema. Enquanto o Google ativamente tenta burlar o trabalho dos SEO Spammers/Scammers, o Facebook encoraja o comportamento, que reduz a qualidade geral do conteúdo da rede.

A maneira que a publicidade do Facebook funciona, aumenta o potencial de spam usando o sistema de curtidas. Um “curti” em um produto ou serviço, vai fazer da história visível não apenas pra pessoa que curtiu, mas também pra todos os seus amigos.

Inevitavelmente, há toda uma indústria trabalhando sem parar em um conteúdo de baixa qualidade e emocionalmente atraente que recebe “curtidas” de usuários facilmente manipuláveis.

Ele não pode ser corrigido. É o fim.

O problema é que estas não são falhas acidentais do Facebook. São as características, os recursos que “teoricamente” são para atrair.

Um Facebook ideal deveria ter um diretório refinado de pessoas e suas conexões, selecionados, restritos. Pessoas podem contactar umas as outras, postar atualizações de textos e imagens.

No fim das contas, há muito que se aprender dessa massiva experiência social. O seu círculo de amigos e suas ações impulsivas, como o “curtir”, não podem predizer o que você deve ou não ler. Compartilhamento indiscriminado é uma má ideia. Uma grande rede social não é a melhor maneira de encontrar informação.

Precisamos voltar para as pequenas comunidades. Onde as pessoas não estão perdidas nas mediocridades das grandes redes. E lá onde as ideias afloram.

Essa jornada já começou.

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Kellven Vilhena
Contando e Traduzindo o Melhor

Escritor, ex-futuro biólogo, ex-futuro dentista e enfim um jornalista mais velho do que aparenta.