Como é trabalhar como Front-End Developer, por Matheus Lima

William Oliveira
Training Center
Published in
5 min readApr 7, 2017

Esse post é parte de uma série de entrevistas para o Training Center sobre o que um profissional pode dizer sobre sua área de atuação visando mostrar para outras pessoas como é trabalhar no que fazem, esclarecendo para algumas pessoas se elas se dariam bem trabalhando na área ou mesmo só para mostrar para outras pessoas como é trabalhar com isso.

Introdução

Meu nome é Matheus Lima, sou de Niterói (Rio de Janeiro), tenho 27 anos, torço pro Flamengo e pros 49ers, e atualmente trabalho na Concrete Solutions desenvolvendo produtos digitais fantásticos.

Comecei com Ruby, bem mais focado no Back-End, mas fiquei fascinado com a revolução que vem ocorrendo no mundo JavaScript e aos poucos fui migrando pro Front-End.

Escrevo sobre JavaScript, Programação Funcional, Progressive Web Apps e outros assuntos no meu blog, realizo vídeo-aulas no JSCasts e organizo uma newsletter semanal sobre JavaScript.

Como você conheceu a área de Front-End?

Quando eu tinha 15 anos fiz um curso sobre Web Design. Nesse curso, as tecnologias da moda eram: Dreamweaver, Flash, Fireworks e Freehand. Se f0r possível considerar isso como Front-End, então foi aí.

Mas o primeiro trecho de código profissional mesmo como Front, foi na época do jQuery. Por volta de 2010, o framework padrão de JavaScript do Ruby on Rails era justamente ele, o jQuery.
Nessa época eu detestava o Front-End, e tentava delegar o máximo possível dessa parte do trabalho para outros desenvolvedores. O que eu via era que Ruby era uma linguagem completamente sólida, com ferramentas apropriadas para o desenvolvimento, padrões bem definidos, testes unitários, etc. Porém não via o mesmo nível de qualidade em relação ao Front.

Por você escolheu ser Front-End Developer?

Eu não me vejo exclusivamente como Front, mas como Full-Stack com um foco maior no Front.

Mas a minha escolha em dar esse foco maior ao Front-End foi principalmente por dois motivos:

  1. Como citei antes, eu detestava o Front, mas aos poucos o ecossistema do JavaScript foi melhorando. Após o abandono do jQuery e adoção de frameworks mais voltados para Single Page Applications, a comunidade começou a adotar boas práticas de programação, testes, linters, etc. Enfim, o Front-End começou a ficar bem mais profissional do que era antes.
  2. A maturidade técnica em relação aos desenvolvedores Back-End era altíssima, então era um mercado que na minha visão estava bastante saturado. No Front não era assim. Faltava profissionais qualificados no mercado brasileiro.
    Vi então uma oportunidade e pensei, porque não eu?

Eu não me vejo exclusivamente como Front, mas como Full-Stack com um foco maior no Front.

Como foi o primeiro trampo?

Meu primeiro trabalho foi longe da Web, com Java. Ele foi importante para me mostrar o que eu não queria fazer.

Com essa experiência anterior, resolvi fazer um curso de Ruby on Rails na Caelum e semanas depois, já estava trabalhando com Ruby e jQuery.

Quais são as skills de quem trabalha nesta área?

O Front-End é uma área que muda constantemente. Em 2015 nós achávamos Angular uma excelente ideia. Já em 2016, passou a ser React. E agora em 2017 sabe-se lá o que vai reinar.
Então a primeira skill que um Front-End precisa ter é: gostar de estar sempre aprendendo.
O que me leva para a segunda habilidade obrigatória: inglês. Sem saber inglês fica praticamente impossível se manter atualizado, e conseguir estudar, nessa área.

A terceira skill extramente útil é: saber se comunicar bem. Nosso trabalho é fazer a ponte entre o Back-End e o UX, então estamos constantemente nos comunicando com eles. Se você não souber se comunicar bem, das duas uma: ou você vai acabar impondo sua visão a força, e o produto vai ficar ruim, ou então o Back-End/UX vão empurrar a visão deles pela sua goela abaixo, e o produto também vai ruim.
É de extrema importância que você saiba ouvir as preocupações do seu time, mas também saiba colocar as suas pro bem do produto como um todo.

Se você conseguir dominar os pontos anteriores, HTML, CSS e JavaScript não vão ser um problema.

Quais são os principais desafios da área?

Existem infinitas opções de ferramentas a serem usadas no dia-a-dia de um desenvolvedor Front-End. A cada semana parece que surge um novo framework, editor de texto, ferramente de testes, dentre outros.
Dito isso, um dos principais desafios da área é conseguir filtrar as melhores ferramentas para serem usadas no caso específico do seu projeto.

Outro desafio, como falei anteriormente, é saber se comunicar bem com os outros membros da sua equipe. A ideia é tentar defender o seu lado e mostrar os impactos que podem ser causados para o usuário final se determinada ação for tomada, por exemplo.

Um outro desafio importante (e bem difícil) que é específico dessa área, é tentar manter a aplicação funcionando em diversos browsers, com múltiplos Sistemas Operacionais para uma infinidade de tamanhos de tela diferentes.

Quais são as principais recompensas da área?

A área de desenvolvimento como um todo ainda é bem fértil, e conta com um mercado que é mais favorável aos desenvolvedores do que as empresas. Ou seja, as empresas disputam os candidatos e não o contrário.

Além de ser uma área que passou praticamente ilesa a maior recessão que o Brasil já teve, e conta com salários bastante atrativos.

Fora que é totalmente possível trabalhar 100% remoto para empresas americanas, por exemplo, e ganhar em dólar.

E pra quem simplesmente não quer mais ficar no Brasil, é possível conseguir vagas internacionais em países como Alemanha, Nova Zelândia, Irlanda, EUA, etc.

Você pensa em mudar de área?

Não.

Por que alguém deveria se tornar um(a) Front-End Developer

O Front vem cada vez mais se profissionalizando, com bons frameworks e práticas de desenvolvimento cada vez mais sólidos. Então aquela visão antiga de que o Front-End era coisa de sobrinho, simplesmente não existe mais.

Se você pensa em trabalhar em bons produtos digitais, em empresas com ambientes e cultura sensacionais, com um salário acima da média e a possibilidade séria de ir para o exterior, provavelmente o Front-End é uma área a ser pensada.

Este foi um post sobre como é trabalhar como Front-End Developer, porém também temos sobre como é trabalhar como Consultor de TI, por André Baltieri, Coordenador de Sistemas, por Jhonathan Souza Soares, Quality Analyst Engineer, por Úrsula Junque, Full-Stack Developer, por Ana Eliza ou mais ainda sobre Desenvolvedor Front-End, por Felipe Fialho. Confere lá! :D

Continue acompanhando nossos posts sobre como é trabalhar nas áreas relacionadas a desenvolvimento de software.

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William Oliveira
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Engenheiro de software frontend, escritor do livro O Universo da Programação (http://bit.ly/universo-da-programacao), periférico e bissexual