Como é trabalhar como Desenvolvedor(a) Back-End, por Giovanni Cruz

Gio Cruz
Training Center
Published in
7 min readMar 27, 2017

Esse post é parte de uma série de entrevistas para o Training Center sobre o que um profissional pode dizer sobre sua área de atuação visando mostrar para outras pessoas como é trabalhar no que fazem, esclarecendo para algumas pessoas se elas se dariam bem trabalhando na área ou mesmo só para mostrar para outras pessoas como é trabalhar com isso.

Introdução

Meu nome é Giovanni Cruz, trabalho na ACS Desenvolvimento (Taubaté, SP), sou Desenvolvedor Back-End, Mentor no Training Center e estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas pelo Instituto Federal de São Paulo — Campus Campos do Jordão.

Como você conheceu a área de Desenvolvimento Back-End?

Quando cursava o ensino fundamental, mais especificamente na 5ª série, tive algumas aulas bem básicas de HTML e foi aí onde a paixão por web nasceu. Eu lembro que comecei a fazer formulários de cadastro de clientes, páginas de login, tudo com CSS inline e adorava, cheguei até comprar uma revistinha sobre HTML, CSS e PHP da Digerati, a qual tenho até hoje!

Porém, só vim aprender PHP anos mais tarde, pois era uma criança e não estava 100% naquilo.

Durante anos me afastei da programação, já que tinha outras prioridades na vida, como cursar (e desistir) de um curso de Mecatrônica, durante o ensino médio, no qual tive contato com C e Linux e aí só tive certeza do que queria para minha vida: Programação.

Em 2015, comecei meus estudos no Instituto Federal de São Paulo — Campus Campos do Jordão e foi onde conheci meu chefe e CEO da ACS Desenvolvimento.

Em 2016, com a fundação da empresa, recebi uma oportunidade de atuar com suporte ao usuário com possibilidade de me tornar um desenvolvedor. Em pouco tempo, já estava atuando com projetos reais e aprendendo mais e mais de PHP, Design Patterns e Arquitetura de Software, com meu Mentor Wendell Adriel que conheci, também, no Training Center.

Meu maior desafio era transformar a lógica que tinha aprendido (Obrigado Professor Manzano!) em requisições HTTP e processamento Server Side com PHP, isso realmente não fazia sentido nenhum, porém aos poucos fui melhorando e aprendendo como fazer do jeito certo!

Por você escolheu ser Desenvolvedor Back-End?

Minha escolha foi muito baseada em destino, pois eu conhecia muito pouco de PHP e para “minha sorte” e acabei gostando. Meu background em linguagem C foi crucial para a familiarização com PHP, visto que essa linguagem é “C-Like”.

Minha aversão a front end também foi outra coisa que influenciou muito, pois quando retornei a estudar web, vi que o cenário era, e ainda é, muito caótico. A minha paixão por APIs RESTful foi algo que assegurou a minha escolha e não me arrependo até hoje!

Como foi o primeiro trampo?

Eu conheci meu chefe na sala de aula, sim somos amigos, colegas de sala e ele é como um pai para mim! Eu tinha muito medo de que meus conhecimentos não eram suficientes. Meu trampo na época era: Atender chamadas no PABX, solucionar problemas via chat, responder tickets do sistema em produção dos nossos clientes que não eram poucos e estudar o máximo do que podia sobre Web.

Porém, a oportunidade bateu na porta: O desenvolvimento de um API que iria sincronizar via JSON dados para um aplicativo. Foi nisso que milhões de dúvidas surgiram e eu procurei comunidades para tirar minhas dúvidas, até que cai no Telegram no grupo do “PHP Brasil”. Era minha deixa… Comecei a perguntar loucamente, nisso um carinha chamado Wendell Adriel, me falou do Training Center (Centro de Treinamentos, na época) e que poderia ser meu mentor, isso no surgimento do grupo. Aí consegui desenvolver o trabalho sem muitos problemas (Noites sem dormir, café e pensamentos aleatórios durante o sono).

Deixo aqui meu total agradecimento e honra de ter sido e, ainda ser, pupilo do Wendell. Muitas coisas, aprendi com ele e continuo aprendendo, merecedor de todas as conquistas e influências nas comunidades que participa.

Obrigado Wendell, você é o cara!

A minha paixão por APIs RESTful foi algo que assegurou a minha escolha e não me arrependo até hoje!

Quais são as skills de quem trabalha nesta área?

A base de tudo é a lógica de programação, a lógica de funcionamento da Web, ou seja, o funcionamento das mecânicas servidor — cliente na internet, saber como lidar com métodos HTTP e o protocolo por si só.

Além de gostar muito do PHP ou da linguagem/plataforma de Back-End que você escolher trabalhar juntamente com Banco de Dados e SQL.

Bons conhecimentos de infraestrutura (Docker, Vagrant, WebServers) e redes são bem vindos.

Se você quer ser bom nessa área esteja atento a esse recado: Tenha a humildade de aprender coisas novas e ouvir os outros, mesmo que você tenha um certo preconceito sobre uma dada tecnologia ou modo de pensar. Tudo muda, nem tudo está certo do modo que pensamos, os paradigmas mudam muito e novas maneiras de pensar sempre surgem.

Sofri muito com isso… Tenha o pensamento DevOps em mente, facilite para você e para as pessoas ao seu redor. Com certeza, mudanças geram desconforto, mas em conjunto e com boas risadas tudo fica fácil.

Quais são os principais desafios da área?

Nós desenvolvedores, muitas vezes, criamos aplicações para diversas áreas e isso demanda estudo, pesquisa, entrevistas, muita “cara de pau” para falar com pessoas de outras áreas e colher informações.

Um dos maiores desafios que já passei foi reconhecer 100% os requisitos de um sistema e conseguir transformar isso em código funcional.

A parte mais dolorosa disso tudo, para quem trabalha em um mix de metodologias ágeis, são as mudanças contínuas nos requisitos da aplicação e tentar se manter fiel ao SOLID, REST e aos Design Patterns que tanto carrego como arco e flecha mesmo com as mudanças caóticas.

Isso tudo pode gerar ao caos, transformar seu código em um grande espaguete e gerar acoplamentos gigantescos e desnecessários, mas é nessas horas que devemos ter a cabeça no lugar e USAR A DOCUMENTAÇÃO!

Quais são as principais recompensas da área?

As recompensas são inúmeras desde espirituais até materiais.

O grande lance é você sentir prazer, feliz e satisfeito com o resultado final sempre com a premissa de que dei o melhor de mim mesmo com todos os conhecimentos que tinha. Acho que essa é a grande recompensa.

Em questão de salários, isso é algo muito relativo ao seu conhecimento, experiência de trabalho e da região de onde trabalha. Hoje em dia, está cada vez comum os desenvolvedores atuarem como PJ (Pessoa Jurídica) e ter essa flexibilidade de poder trabalhar de casa, porém isso requer algumas disciplinas e técnicas que não cabem neste texto abordar.

Eu participo de algumas comunidades como a PHPSP, Training Center e , mais recentemente, Google Developers Group São José dos Campos e posso dizer: A comunidade é algo fundamental em qualquer tecnologia.

Faça amigos, faça network, vá a conferências, meetups mesmo sem saber a tecnologia. Isso é um bom começo para aprender algo novo, fazer amigos e até descolar uma oportunidade de emprego.

Você pensa em mudar de área?

Hoje, eu estou há mais de um ano trabalhando como Dev Back-End, pude fazer muitos amigos nas comunidades que frequento e aprendi muito com isso.

Em nenhum momento pensei em atuar em outra área que não fosse computação durante meu curso ou trabalho (isso depois que entrei na faculdade, porém antes do vestibular cogitava cursar ciências sociais!).

Mesmo com todos sacrifícios, sacos de café e noites mal dormidas, continuo firme e forte de que eu escolhi a melhor coisa para se fazer na minha vida e ser um “Boêmio da vida noturna”!

Por que alguém deveria se tornar um(a) Desenvolvedor(a) Back-End?

Eu poderia citar os milhares de motivos legais que você poderia ter para virar um dev, mas prefiro te atentar para a realidade e te dizer que nem tudo são flores:

  • Você nunca sabe nada 100%, sempre existe alguma coisa que você nunca viu
  • Você precisa de tempo para aprender as coisas da forma certa, fica indicação de um texto do Peter Norvig — “Aprenda a programar em 10 anos”
  • Tenha aulas de lógica de programação com o Professor Manzano ou leia o livro dele, se possível — Sim estou fazendo Jabá, pois ele me ensinou a “como sair da caixa de areia e ir para a quadra” no mundo da computação. Se você não quer algo de verdade, não desce pro Playground
  • Tenha força de vontade sempre, vai parecer difícil no começo, mas depois melhora!
  • Goste muito, mas muito de estudar. As horas vão parecer minutos quando você tiver que aprender algo novo para desenvolver alguma aplicação com alguma tecnologia nova
  • Seja humilde: Ouça os mais velhos, ouça a comunidade e não ache que só porque você usa algo X é melhor do que Y e se realmente for melhor, apresente argumentos válidos para o mesmo e respeite as diferenças. Se você sabe algo a mais compartilhe, alguém pode se beneficiar disso.
  • Participe de projetos open source: Um deles é o Training Center, com certeza você irá arrumar um ótimo mentor que irá te guiar pelos caminhos vastos do mundo da computação até Valhalla!

Se depois de ler tudo isso, você ainda estiver com vontade de vir para esse mundo ou se identificou com algumas características acima, então você pode embarcar nessa viagem. Isso lhe trará satisfação, glórias, felicidades e sucesso. Porém, tudo depende de você, meu caro leitor, se você quer desafios dos quais você não posso imaginar, suba a bordo e seja mais um integrante colaborando com uma computação melhor.

Obrigado, sucesso e que a Força esteja com você!

Este foi um post sobre como é trabalhar como Front-End Developer, porém também temos sobre como é trabalhar como Consultor de TI, por André Baltieri, Coordenador de Sistemas, por Jhonathan Souza Soares, Quality Analyst Engineer, por Úrsula Junque, Full-Stack Developer, por Ana Eliza, Líder Técnico, por Elton Minetto, e Front-End Developer, por Aline Bastos.

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