games: pequenas e grandes transformações

Bruna R. Scheuer
tudosetransforma
Published in
5 min readSep 27, 2019

Os jogos e a cultura gamer mudaram e evoluíram muito desde que tudo começou — tanto no quesito de evolução tecnológica quanto mentalidade e representação dentro da sociedade. Foi um caminho bem longo e turbulento — mas também com muitas histórias legais de transformação no meio do caminho.

Pong — dá até pra chamar de "o pai dos jogos” de hoje

Antes de começar, você sabe como tudo começou? O primeiro jogo lançado na história da humanidade que deu lucro (note) foi Pong — do Atari. Aquele mesmo, que você movimenta duas barreiras pra impedir uma bola (bem quadrada, na época) de passar pelas laterais da tela. E era isso. Saiu em 1972 e foi um sucesso estrondoso.

Pong foi praticamente o chute inicial num trabalho de visibilidade dos jogos como um mercado tão válido quanto rentável que continua até hoje — 47 anos depois.

Inclusive, um dos jogos mais vendidos do mundo vem desses primórdios do desenvolvimento de games como forma de entretenimento: Tetris, com 170 milhões de cópias vendidas, só perde pra Minecraft (com 176 milhões).

Depois daquilo, os gráficos e a complexidade foram ficando cada vez mais realísticos e desafiadores. É incrível pensar que saímos de uma tela de duas cores pixealizada para os óculos de Realidade Virtual ou Realidade Aumentada, que não só inserem os jogadores de maneira suave e assertiva dentro dos jogos, como ajudam a gente a realizar um sem-número de tarefas.

(E rendem bons vídeos dos nossos amigos andando a esmo na sala e balançando os braços também).

Sabe o que mais evoluiu, além da apresentação e interação visual dos jogos? O storytelling, as mecânicas e o modo de contar as histórias para os jogadores. Uma das raízes disso (se não a mais importante) vem de 1972 também: Dungeons & Dragons ou D&D, para os mais íntimos.

Alguns dos elementos que D&D ajudou a manter no cenário gamer

D&D introduziu de maneira massiva para o mundo não só um novo jeito de contar histórias, mas um modo de interação e um nível de influência sobre o curso da história sendo “vivida” que, até hoje, ainda é difícil de encontrar em outras plataformas.

E o que começou com algumas páginas de regras escritas a mão entre amigos, cresceu pra virar o maior jogo de roleplay do mundo e o pai de jogos interativos como Heavy Rain e Life is Strange — com a última edição do livro de regras 2013 ainda quentinha nos nossos corações.

Outra transformação legal que aconteceu no mundo dos jogos foi a migração do analógico para o digital — afinal, quando computadores relativamente acessíveis começaram a ser disponibilizados para a população, nada fez mais sentido do que adaptar as formas de entretenimento popular para a nova onda de tecnologia — o que garantiu não só mais formas de jogar, mas uma difusão mais homogênea do conhecimento e um fortalecimento do mercado e da comunidade. Além, claro, de garantir a sobrevivência de diversos títulos e gêneros do mercado na época.

Do analógico pro digital e de storylines únicos para milhares de possibilidades

Um bom exemplo disso é Magic: The Gathering. O jogo de cartas que surgiu em 1993 e bateu o sold out de produtos inteiro no primeiro mês de existência apresentou em 2002 sua versão online — que hoje conta com mais de 20 milhões de jogadores ativos no mundo todo!

Lógico que essas transformações foram grandes blocos de mudanças que vieram pra revolucionar o mercado e o nosso contato com os jogos — mas e as pequenas mudanças, que mantém a cena quente e os jogos divertidos e desafiadores até a próxima onda tecnológica nos atingir?

Podemos falar sobre rebalanceamento constante de uma grande quantidade de jogos — mudando a configuração e estatísticas dos personagens disponíveis para uso de tempos em tempos, e estimulando os players a entenderem o que funciona melhor na nova mecânica. Uma “pequena” transformação, que gera uma nova temporada inteira de campeonatos e desafios (e chamadas no Discord, e consultas a tabelas, e testes pra ver que item dá certo agora.)

Aliás, e os campeonatos? Ao vivo, ou pela Twitch ou qualquer que seja o seu serviço de live streaming preferido? Ver aquela jogada em específico, aquela dica, aquele comentário perdido no meio de uma profusão de detalhes sobre táticas de combate — que transformou toda a sua estratégia?

Não são só grandes movimentos de mercado, de tecnologia, de marketing ou de qualquer coisa que transforma a cena do mundo dos jogos — é a comunidade. Pessoas transformam pessoas. Pequenas transformações, que podem muito bem guiar o desenvolvimento das novas gerações de jogos que estão chegando (e vão, vocês sabem).

Todo mundo precisa de uma trilha sonora, né?

Pensando nisso, fizemos uma playlist bem empolgada pra ser sua trilha sonora enquanto você transforma o seu mundoonline, ou live mesmo. Olha ela aqui:

No mundo dos jogos, as transformações são constantes — e inovadoras, e desafiadoras. A gente aqui do digio quer garantir que as suas transformações também — sejam elas quais forem, vão ser experiências que você não vai esquecer.

Falando nisso, o digio vai estar na arena On e-stadium esse ano! Para saber mais, leia aqui. Inclusive, além dos jogos, o digio também mergulha no universo da música, dá uma olhada aqui.

___

Ainda não tem o seu digio? Peça o seu aqui!

___

Leia também:

Do primeiro play para a vida

As etapas de aprovação do digio

--

--

Bruna R. Scheuer
tudosetransforma

Diretora de arte no digio — eu falo sobre arte, games e ativismo nas horas vagas.