UXMP: como atingimos e capacitamos mais de 500 mulheres negras em 9 meses

UX para Minas Pretas
UXMP
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5 min readDec 24, 2019

Por Patrícia Gonçalves

Se você nasceu entre os anos 80 e 90 pode ter dançado e escutado muito este refrão: “…depois de nove meses você vê o resultado…”. E sim, estamos falando de um dos grupos mais famosos de axé, o “É o Tchan”, para dizer que a UXMP fez 9 meses de existência. Essa gestação foi longa, com muitos aprendizados, contrações e sensações infinitas. Nós, mulheres negras, parimos essas atividades.

A UX para Minas Pretas é uma iniciativa para introduzir as mulheres negras em UX, tecnologia e no design por meio de ações de formação, empoderamento, compartilhamento de conhecimento e articulação em rede. Ao longo desses meses, nós impactamos muitas vidas e ao mesmo tempo transformamos as de quem idealiza essa parada. Conheça quem são os rostos por trás de tudo:

A atitude da Karen Santos, que começou em 2018, após o incomodo em ver poucas meninas negras no mercado de user experience gerou frutos inimagináveis. Nós impactamos mais de 500 mulheres durante diversas ações e aproximadamente 100 bolsas de estudos.

Veja quais foram os principais acontecimentos do ano:

  • ABRIL ➮A primeira palestra no Nubank que deu o pontapé inicial pra tudo. Tivemos também um segundo papo que rolou na Nextel.
Nubank/Nextel
  • MAIO ➮ Realizamos o primeiro workshop de UX Design com bolsa integral para 12 mulheres negras, na Mergo. No mesmo mês fizemos outra rodada na UXConf, em Porto Alegre.
  • JUNHO ➮ Karen Santos palestrou no Service Design Day, no IED SP. Também fizemos o meetup: “UX de quem e pra quem?”.
  • JULHO ➮ Realizamos um workshop e uma palestra em Recife, no Instituto Cesar.
  • AGOSTO ➮ Fizemos o primeiro Workshop de UX Research, na Meiuca, com Diana Fournier. Ainda no mesmo período, Karen Santos palestrou no evento “Women Leadership” pela How Education, no Cubo Itaú.
Workshop de UX Research
  • SETEMBRO ➮Falamos de vida financeira e voltamos para o nosso primeiro espaço (Nubank) com o evento “Mulheres e Dinheiro”. Fizemos nosso primeiro papo sobre UX Writing, no PicPay.
  • OUTUBRO ➮ Fizemos o workshop de “Criação de Serviços Digitais”, no SESC. Turbinamos o perfil das meninas no Linkedin e realizamos o Rock Your Profile. Depois fomos para o workshop “Design de Interfaces na prática” na Thoughtworks.
Thoughtworks/SESC/LinkedIn
  • NOVEMBRO ➮ Chegamos em Minas Gerais para dar o workshop e palestra sobre UX Design, na MaxMilhas.

Além desses eventos, também levamos pessoas negras com ingressos sociais para o DEX e UX Team Summit.

Conhecendo as minas do UXMP

O crescimento do projeto fez com que fosse necessário mapear quem estava dentro da nossa comunidade e, em novembro, nós lançamos uma pesquisa para documentar quem eram as minas espalhadas por aí. Veja o resultado:

Após essa avaliação, nós também captamos os feedbacks de garotas que participaram dos eventos, grupos de Whatsapp e/ou Facebook. Dá uma olhada nos recadinhos que aqueceram o nosso coração e deram muita energia pra continuar!

Migrei, e agora?

Para finalizar o ano, nós nos reunimos na Thoughtworks para apresentar o que fizemos durante 2019 e confraternizar principalmente com diversas mulheres que migraram de área. Por lá, ouvimos algumas histórias de como foi trocar de área, as dificuldades até chegar ao novo emprego e como é ser uma mulher negra no mercado de trabalho.

O futuro é negro e feminino

Desde o início batemos na tecla de que é necessário compreender quais são as nossas narrativas no mundo e no mercado de trabalho. Durante quase 365 dias conhecemos diversas histórias e trajetórias diferentes, no entanto, nos deparamos com problemas semelhantes sobre capacitação e oportunidade.

Por isso, se há dúvidas para gestores, profissionais de RH ou colegas de trabalho finalizamos a década com o seguinte insight: mulheres negras são extremamente capazes, talentosas, determinadas, inteligentes e todos os adjetivos que pessoas de diferentes tons de pele sempre tiveram o privilégio de compor mesmo que algumas vezes não carregassem essas características.

Falar disso me lembra o discurso de Viola Davis, no Emmy, em 2015.

“A única coisa que diferencia as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade”

Em 2020, nós começamos uma nova jornada e esperamos que o balanço final seja o dobro, triplo e o quanto for necessário para alcançar mulheres pelo Brasil todo. Hoje, agradecemos todos os parceiros até aqui e exaltamos todas as mulheres negras que neste ano saíram das estáticas para obter conhecimento e também nos ensinar como o efeito de rede é potente. São vocês que nos dão força para continuar, afinal, ver profissionais incríveis no mercado é o nosso melhor estímulo. Obrigada!

Para nos apoiar/patrocinar, entre em contato: uxparaminaspretas@gmail.com

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