“MVP tem que ser feio”: Verdade ou Mito?

João Pedro
Way2rocks
Published in
3 min readMar 8, 2021

Introdução

De uns tempos para cá, a aplicação do conceito de MVP (Minimum Viable Product) se tornou muito comum nas empresas, cujo foco está no teste de hipóteses e entrega de valor da forma mais rápida possível, economizando, dessa forma, recursos financeiros e tempo das equipes envolvidas.

Porém, muitos ainda confundem o conceito de “mínimo viável” com minimizar a qualidade do produto entregue, apenas removendo partes do produto final e deixando de lado questões visuais e de refinamento que, de fato, interferem na percepção de valor do usuário.

Sintetizando esse raciocínio, como a Taqtile escreveu em seu artigo sobre MVP: “mínimo não deve significar ruim” e devemos “entregar sempre algo de valor para o consumidor”.

Juntamente dessas premissas, surgiram alguns novos conceitos derivados do MVP, como é o caso do “produto mínimo adorável” (MLP), em que a essência está em entregar valor, mas de uma forma que brilhe os olhos e conquiste o interesse do usuário, como podemos ver no exemplo abaixo:

Dito isso, vamos lá! Neste post, vou compartilhar com vocês como foi a evolução visual do MVP do nosso produto para geração distribuída de energia e quais foram os resultados obtidos. Então fique confortável em sua cadeira e vem comigo!

Começando pelo Começo

Como já escrevi em outro artigo, fui o primeiro profissional de UX|UI a colocar os pés na empresa, então todo o material elaborado e desenhado até a minha chegada era feito em conjunto com profissionais terceirizados.

Alguns protótipos iniciais do MVP do nosso produto de GD (geração distribuída) já haviam sido desenvolvidos, mas, apesar da solução ter um fit com o mercado e ser pioneira no segmento, o visual não transparecia a segurança e confiança que os usuários esperavam encontrar em uma plataforma que trata de análise de dados delicados e de grande impacto financeiro.

Sendo assim, meu primeiro passo foi dar uma cara nova para a plataforma, preservando as funcionalidades já mapeadas para o MVP, e criar consistência visual através de um Design System para, dessa maneira, melhorar a percepção de valor do produto.

As Mudanças

O desafio aqui foi manter os pés no chão quanto às funcionalidades, focando o trabalho em melhorias visuais através da aplicação dos princípios de Gestalt e ajustes em pontos da jornada que afetariam a experiência do usuário e, por consequência, a adesão e engajamento na plataforma.

Já que, como diz o ditado popular, uma imagem vale mais do que mil palavras, deixarei abaixo alguns comparativos entre as antigas telas e suas respectivas versões repaginadas.

Os Resultados

Com a nova versão codificada pela equipe de engenharia, chegamos a um MVP visualmente refinado e com os ponteiros de usabilidade ajustados. Sendo assim, estávamos mais do que prontos para entrar no mercado e certos de que a plataforma teria a aceitação esperada.

Em pouquíssimo tempo, e graças ao excelente trabalho do time comercial, o Line, agora batizado, foi e continua sendo um sucesso de vendas no segmento de geração distribuída, superando e muito as expectativas que se tinham sobre ele.

That’s All Folks!

Sabemos que há muitas formas de gerar engajamento e aumentar as vendas, mas, em meio a esse embate de conceitos de MVP e MLP, não podemos deixar de lado o velho ditado que diz que “a primeira impressão é a que fica” e de que o visual é sim um fator decisivo na escolha de um produto ou serviço.

Espero que tenham gostado desse post e nos vemos no próximo ;)

--

--