Como saber se sua startup combina com a Wayra?

Wayra Brasil
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5 min readJul 3, 2018

Quer ser investida pela Wayra Brasil, iniciativa de inovação aberta e empreendedorismo do Grupo Telefónica / Vivo? Saiba o que procuramos

Não é qualquer tipo de startup que entra para a Wayra. Para que o programa de desenvolvimento faça sentido ao seu negócio, é necessário que ele tenha certa afinidade com o tipo que procuramos. Mas, afinal, que tipo de empresas queremos? Seriam apenas startups com potencial para negociar com o Grupo Telefónica / Vivo ou aquelas que pertencem a um determinado nicho? Nem uma vertente e nem a outra necessariamente — apesar de esses fatores entrarem sim na conta.

Renato Valente, country manager Wayra Brasil

Segundo Renato Valente, country manager da Wayra no Brasil, avalia-se, em ordem de importância: equipe, tamanho do mercado em que o negócio vai atuar, e a empresa em si (o problema a ser resolvido, a solução, o grau de desenvolvimento, clientes pagantes ou não, e sobretudo o diferencial competitivo.). Além de “o porquê” dos empreendedores estarem fazendo aquilo.

Um time qualificado e disposto a jogar junto

“Primeiro precisa ver se o time é bom mesmo, se são especialistas naquilo, se já testaram bastante coisa, acertaram e erraram. É sempre melhor quando há muito conhecimento sobre o mercado em que se vai empreender”, comenta. “É um grande indicativo de que o empreendedor estudou, desenvolveu e tem energia para fazer acontecer, quanto mais tiver errado melhor, pois mostra que ele já validou hipóteses, e que moveu muita pedra do caminho. Muitas vezes não tem nada a ver com o tipo de negócio que normalmente procuramos, mas se ele nos passa essa segurança de que realmente sabe o que esta fazendo, nós consideramos”, diz.

Um mercado promissor e escalável

Segundo, vem o tamanho do mercado. “Às vezes é um negócio super bacana, mas difícil de fazer. Por vezes não existem pessoas ou empresas suficientes dispostas a pagar por aquilo. E é um fator limitante”, justifica Valente.

Um problema relevante

Terceiro, vem o negócio em si. “Qual tipo de problema a startup resolve? É relevante? É algo que as pessoas realmente estariam dispostas a pagar? Vai encurtar algum caminho? Vai trazer receita? Qual o real diferencial competitivo? É mesmo inovador?”, são algumas das perguntas que Valente e a equipe da Wayra fazem quando avaliam um negócio.

Um propósito

E por fim “o grande porquê” de os empreendedores estarem fazendo aquilo. “Costumo perguntar isso a todos empreendedores. O porquê é muito importante, pois mostra o propósito daquela equipe e diz muito sobre o quanto eles estão dispostos a abrir mão para alcançar objetivos. Pergunto: vocês estão dispostos a passar os próximos 10 anos fazendo isso?”, finaliza Valente.

Como identificamos o potencial da Startup

Após a avaliação inicial, os investidores passam a estudar como podem ajudar o empreendedor além do investimento. Na Wayra, por exemplo, por ser vinculada ao Grupo Telefónica / Vivo, avalia-se o potencial que aquela empresa tem para poder fechar negócio com a corporação ou com seus clientes. Uma das vantagens de ser um corporate venture (modelo de investimento, capitaneado por grandes corporações).

Valente explica que avalia se conseguirá apresentar aquele negócio a algum time do Grupo Telefónica / Vivo. Pode ser que aquela startup ajude a corporação a resolver o problema de um cliente; ou que ajude a melhorar sua operação; ou ainda que possa fazer negócio com a corporação daqui cinco anos, quando determinada tecnologia for tendência. Para o valor que a Wayra aporta na startup é necessário que o negócio já esteja minimamente desenvolvido, com um protótipo ou produto rodando e clientes pagantes, de preferencia.

“A fase ideal é quando se tem algumas certezas, testou algumas hipóteses, errou e acertou o suficiente. É quando o time realmente achou um cliente disposto a pagar pelo serviço e o negócio já começou a crescer”, comenta Valente. “É também quando o empreendedor já sabe quem é e quem não é seu cliente”, diz.

Isso tudo não significa que os fundadores já sabem todas as respostas e que durante o programa na Wayra o negócio não vai mudar. “Iremos experimentar bastante, validar muito, mas tem que ter pelo menos o caminho inicial. É normal chegar aqui e pivotar (mudar o modelo de negócio), mas a experiência diz que é preciso pelo menos mais de um ano de existência e uma equipe 100% dedicada ao negócio”, afirma.

Um bom sinal é quando as pessoas chaves da equipe poderiam estar ganhando muito mais no mercado, mas escolheram estar ali — esse é um primeiro indicativo da capacidade dos fundadores. “No mínimo significa que os empreendedores têm grande capacidade de convencimento, sabem vender o sonho, mostram propósito, e que o time está engajado acreditando que aquela empresa realmente pode fazer a diferença e crescer”, afirma.

Esses fundadores normalmente são pessoas com mais de 30 anos, com um currículo mais avançado, dez anos de experiência e um conhecimento extenso em seu campo de atuação.

Como as empresas são selecionadas

Uma forma de a empresa chegar até nós é por meio da Plataforma Open Future_, onde é possível registrar sua startup e acompanhar nossas chamadas e conteúdo; outra indo em eventos do ecossistema; ou ainda sendo indicado por investidores e empreendedores próximos à Wayra, ou pelo próprio Grupo Telefónica / Vivo.

Ainda assim, muito gaps são pautados pelas próprias demandas do Grupo Telefónica / Vivo. “Às vezes as diversas áreas de negócios da empresa nos pedem coisas mais específicas, como em cloud e segurança, e que podem ser problemas de outras grandes empresas também. Nesses casos, vamos a lugares específicos do mercado procurar esses tipos de solução”, comenta.

Outras áreas de interesse da Wayra atualmente são: fintechs, Big Data, tecnologias que usam machine learning e inteligência artificial, soluções em cibersegurança, mobile, para chegar a algum objetivo como eficiência operacional, redução de custos ou geração de receita com a co-criação de novos produtos e serviços com a Vivo, operadora do Grupo Telefónica no Brasil.

O que não interessa muito? E-commerce. “Para nós é um modelo que dificilmente faz sentido. Não porque não acreditamos, mas porque dificilmente conseguimos ajudar”, comenta Valente. Mas o principal mesmo é ter seu negócio já mais amadurecido e sabendo para onde quer ir. É o seu caso? Então venha conversar conosco!

Investimos em média em 10 empresas por ano. Então, se você tem uma startup que atende aos requisitos cadastre-se aqui. Estamos interessados em conhecer boas empresas e bons empreendedores o ano todo!

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