7 ações de marcas para impulsionar profissionais negros que inspiram a agir

Magazine Luiza não está sozinha. Ações afirmativas para acelerar a inclusão de negros no mercado de trabalho são resposta ao discurso antirracista

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6 min readSep 21, 2020

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Por Terena Miller e Cláudia Flores

Não basta não ser racista… e o resto da frase vc já sabe (assim esperamos). Com o lançamento do Programa de Trainee 2021 para Negros da Magazine Luiza , mais uma vez os debates em torno do tema aqueceram as redes. Por aqui, decidimos falar com quem entende o papel inclusivo de ações afirmativas como esta, e lembrar que a Magalu não é pioneira em tentar reparar a desvantagem de gerações da população negra. Outras marcas e projetos já decidiram sair do discurso e mostrar que é preciso, sim, ser antirracista.

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Veja uma lista com mais ações que potencializam a contratação e/ou a impulsão de pessoas negras para inspirar sua marca, sua produção de conteúdo e, sobretudo, sua visão de mundo.

#1 Enegrecer a Tecnologia (Thoughtworks Brasil)

Reprodução site / Thoughtworks

Mais do que a missão de trazer pessoas negras para o time, a Thoughtworks, uma empresa de tecnologia referência nesse mercado, trabalha para empoderar profissionais negros — em especial, mulheres.

E quando se trata de ações inclusivas, a gente pode dizer que a TW já olhava pra isso quando empresas bombadas no Brasil cometiam gafes raciais chocantes, sem que a internet desse um pio sequer.

O projeto Enegrecer a Tecnologia tem, além das contratações afirmativas, outras iniciativas que promovem e dão voz a talentos negros. Nós aqui do wewe conhecemos pessoalmente o esforço e o respeito da empresa por esse projeto e como ele, de fato, funciona. Segundo a própria TW, desde 2018, quando o projeto começou, a representação de funcionários pretos passou de 18% para 35% — e o número de contratações dobrou nesse ano de lançamento.

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#2 Liderança Negra — Programa de Trainee 2021 (Bayer)

Reprodução site / Bayer

Também antes da Magalu, a Bayer — que vem trabalhando programas inclusivos de todos os gêneros dentro da corporação—lançou o programa Liderança Negra em busca de aumentar seu quadro de líderes negros.

Segundo o site do programa, a ação é consequência de uma série de mudanças internas que miram a naturalização da diversidade, incluindo LGBTQI+, igualdade de gênero, PCD e, claro, igualdade étnico-racial.

O programa está aberto para pessoas autodeclaradas negras, com graduação ou pós-graduação entre dezembro de 2017 e dezembro de 2020, e promete desenvolver profissionais através de aprendizagem técnica e sócio emocional, mentoria com executivos, subsídio para aulas de idiomas e vivências em projetos estratégicos.

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#3 Movimento Black Money

Consciente das contribuições da população negra para o mercado do Brasil (mais de R$ 1,7 trilhão na economia e 51% dos empreendedores), o Movimento Black Money — marca/comunidade que surgiu como um movimento de inovação negra — busca reverter essa representatividade em autonomia, estimulando "o desenvolvimento do mindset inovador de empreendedores e jovens negros para a criação de diferenciais competitivos no mercado".

Com foco em inovação, educação e gestão de negócios, o hub, já premiado e reconhecido pela Forbes e ONU, propõe um ecossistema que fortalece a promoção e participação de profissionais negros no mercado.

Dentro das iniciativas do Movimento Black Money estão:

  • Startblackup: eventos que propulsionam o empreendedorismo negro a partir de networking e conexão com investidores.
  • Afreektech: braço educacional, que visa desenvolver habilidades e competências em profissionais negros através de parcerias e cursos próprios.
  • D'BlackBank: fundada por Nina Silva, a fintech conecta consumidores e empreendedores negros. Como o site da empresa descreve: "um negócio social que visa a justiça econômica, atuando no fomento do empreendedorismo e da inovação para população afrobrasileira".
  • Mercado Black Money: um marketplace só de marcas e empreendedores negros. Simples assim.

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#4 Programa de Estágio Representa (Ambev)

Reprodução site / Ambev

Com foco em contratar universitários negros, a edição de 2020 desse programa da Ambev abriu vagas para 80 estagiários afrodescendentes.

Da mesma forma que os programas de trainee da Magazine Luiza e da Bayer, a iniciativa mira equidade racial no quadro corporativo da empresa, mas traz alguns diferenciais considerando que estudantes negros, na maioria das vezes, não têm acesso às mesmas oportunidades que estudantes brancos — e, por isso, demandam adaptações para que realmente tenham igualdade competitiva no processo de aprendizagem.

Como diferencial em relação aos benefícios normalmente dados aos estagiários da empresa, o Programa de Estágio Representa oferece salário extra no primeiro mês de estágio, curso de inglês pago pela Ambev, mentoria e apoio psicológico, orientação financeira e jurídica ao estudante.

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#5 Uzoma — Diversidade, Educação e Cultura

Como contratar pessoas negras? Quando a cultura de toda uma empresa é branco-centrada, a decisão de abrir processos seletivos para pessoas não-brancas pede conhecimento, estudo.

É por isso que vc provavelmente vai ouvir cada vez mais de consultorias especializadas em inclusão e diversidade étnico-racial. A Uzoma, fundada por Eliane Leite e Elizabete Scheibmayr ajuda empresas a sairem do discurso e contratarem pessoas não brancas com o cuidado que ações afirmativas demandam.

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#6 Black Rocks Startups

Reprodução do site blackrocks.com.br

Uma aceleradora de startups lideradas por pessoas negras. A BlackRocks foi criada por uma mulher negra, a Maitê Lourenço, que também é colunista da Forbes Brasil, e faz o movimento de inserir negros inovadores no processo de Transformação Digital.

Assim como os projetos Enegrecer a Tecnologia, da Thoughtworks, e Afreektech, do Movimento Black Money, essa iniciativa entende a importância de não só abrir mais espaços para a população negra no mercado de trabalho, mas de permitir sua participação em processos que definem o rumo da economia. Quantos negros startupeiros vc conhece?

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#7 Compromisso para equidade racial do Google

Ele não é santo, e existe uma polêmica em torno do racismo promovido pelo seu algoritmo, mas em meio aos protestos contra a morte de George Floyd em julho, o Google, uma das maiores empresas de tecnologia do globo, anunciou uma série de medidas da empresa em reparação à desigualdade racial.

>> Por que precisamos falar sobre o Dilema das Redes, da Netflix

No que se refere à contratação e priorização de profissionais negros (e também outros profissionais de grupos desfavorecidos) dentro do Google, o CEO da empresa, Sundar Pichai, apresentou esta série de iniciativas:

  1. Aumento em 30% da representatividade de pessoas negras em cargos sênior até 2025;
  2. Organização de uma força-tarefa dentro da empresa para focar não só na contratação de talentos negros, como na sua retenção e seu desenvolvimento enquanto funcionários;
  3. Evoluir processos para estabelecer senso de pertencimento entre os grupos de profissionais negros, considerando que sentir-se parte é fundamental quando falamos de equidade e inclusão;
  4. Criação de uma série de programas educacionais antirracistas em escala global;
  5. Maior suporte em saúde física e mental da comunidade negra da empresa, como por exemplo a contratação de mais profissionais de saúde negros para atender funcionários e familiares dependentes.

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Como vc viu, Magazine Luiza não está sozinha. Crescem as ações afirmativas para colocar pessoas negras em posição igualitária não só no mercado de trabalho, mas na sociedade, e nós aqui acreditamos que contribuir com isso é o primeiro passo. Como podemos fazer mais?

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Resetando a cuca e o conteúdo. Nosso olhar sobre a evolução do mindset digital — Por Cláudia Flores e Terena Miller. Instagram: @wewe.digital