The National — Laugh Track

O álbum surpresa dos americanos do The National

Larissa Mendes
You! Me! Dancing!
2 min readOct 31, 2023

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Laugh Track

The National

Ouça: “Space Invader”, “Deep End (Paul’s In Pieces)”, “Weird Goodbyes”, “Dreaming” e “Crumble”
Nota: 8.0
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Pra não dizer que não falei das flores, o The National nos presenteou na segunda quinzena de setembro com um álbum surpresa. Isso mesmo. O disco foi anunciado pela banda durante sua apresentação no festival Homecoming, em Cincinatti (EUA), e lançado dois dias depois. O grupo, que já tinha lançado em abril First Two Pages of Frankenstein (2023), colocou no mundo Laugh Track (2023), seu segundo álbum em menos de 6 meses. Além das composições serem da mesma safra, a própria capa faz referência à First Two Pages…, porém desta vez o menino tem cor e a companhia de uma aconchegante sala de estar.

Em agosto o quinteto lançou os singles “Alphabet City” e “Space Invader”. Ambas as faixas foram elogiadíssimas e lamentou-se a não inclusão no disco. Eis que aqui estão elas. Assim como seu antecessor, o disco possui alguns convidados especiais. A canção que nomeia a obra, “Laugh Track”, tem o backing vocal de Phoebe Bridgers, repetindo a dobradinha das faixas “Your Mind Is Not Your Friend” e “This Isn’t Helping”, de First Two Pages… Além disso, o álbum apresenta as ótimas “Weird Goodbyes”, colaboração com Justin Vernon (líder da banda Bon Iver), e “Crumble”, dueto com Rosanne Cash (sim, filha do lendário Johnny) e seu “sotaque” country.

Contrariando os versos em que Matt Berninger diz estar se afogando dentro do som, a impressão que temos é de flutuar na história de “Deep End (Paul’s In Pieces)” e em tantas outras faixas do 10º álbum de estúdio do The National, como em “Dreaming”, “Turn off the House” e nos quase oito minutos de “Smoke Detector”. As canções menos impactantes do álbum coincidentemente estão em sequência e ficam a cargo de “Hornets”, “Coat on a Hook” e “Tour Manager”.

É interessante perceber que a sequência da obra lançada em abril não tornou-se uma mera continuação. Gerado no mesmo período, porém, finalizado durante a turnê de divulgação de First Two Pages of Frankenstein, as 12 faixas têm uma energia diferente, talvez oriunda das apresentações ao vivo e das potentes baquetas de Bryan Devendorf, uma vez que o álbum anterior privilegiou a bateria eletrônica. A sonoridade aprofunda-se no bom e velho esquema melancólico indie-rock retrô de sempre, porém de uma maneira levemente mais pop, colorida e acolhedora, como o próprio menino da capa sugere.

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