5 benefícios que o reboot de pornografia me trouxe

Luciano Rocha
4 min readJun 18, 2018

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Alguns dados sobre o vício em pornografia e o mercado online. (Fonte: Google)

17 de junho. Para muitos, o grande dia do início da jornada do Brasil rumo ao hexacampeonato da Copa do Mundo da Fifa™.

Para mim também foi um dia empolgante por causa do jogo, especialmente por assistir a partida em família — algo que pouco fiz na copa passada. Mas, além do jogo do Brasil, ontem foi o dia que completei 160 dias sem assistir pornografia nem me masturbar.

Exatamente. Quase 6 meses “sóbrio” e livre de um vício que me trouxe enormes problemas durante anos.

Já escrevi diversos textos sobre o tema reboot neste blog (os principais estão aqui, aqui e aqui) e tenho planos de fazer um vídeo sobre isso em breve, de modo que não irei discorrer sobre o processo aqui. Para a coluna de hoje, resolvi escrever sobre os benefícios que o fim do vício em pornografia me proporcionou em 2018, ano no qual só consumi esse vício por uma semana.

Confira a lista abaixo.

Mais disposição para tarefas diárias

Essa foi a primeira diferença que senti após o reboot. Antes, fazer pequenas tarefas como escrever ou até lavar a louça eram quase uma tortura, pois a energia drenada pelo consumo de pornografia era enorme.

Após o processo e o fim do vício, realizar essas tarefas deixaram de ser uma tortura para se tornar uma necessidade básica. Hoje passo minhas roupas imediatamente após secá-las, aumentei minha renda de forma exponencial e consigo me olhar no espelho sem ver um preguiçoso relapso no reflexo.

Maior foco e produtividade

Se existe uma coisa pior do que postergar a entrega de um trabalho é a entrega de um trabalho malfeito. Isso era comum em minha vida profissional até o meio do ano passado, o que me fez ser demitido de dois empregos por baixa produtividade.

Com menos tempo para assistir pornografia, sobrou mais para me dedicar ao que realmente me traria algum progresso, pessoal ou profissional. Com um bom trabalho e novas propostas de parcerias, o tempo (e o interesse) de mergulhar novamente em um vício simplesmente desapareceu.

Melhora no humor

Aqui tenho que fazer uma confissão: esse é um dos poucos aspectos nos quais a melhoria ainda não veio em 100%. Mesmo assim, os benefícios são evidentes.

A minha mudança de humor me fez ficar mais próximo da minha família, ter mais a companhia dos mesmos — em detrimento do amplo tempo que passava sozinho acessando sites e vídeos impróprios — e me fez trabalhar em ambientes mais abertos, o que também influenciou positivamente na minha qualidade de trabalho.

Otimismo e visão de longo prazo

Grande parte da minha falência de dois anos atrás foi o inevitável resultado da falta de otimismo com o longo prazo. Pudera: a pornografia atua no circuito de recompensas do cérebro e fornece uma recompensa imediata. Em termos neurológicos, um viciado prioriza o sucesso de curto prazo, sacrificando o conforto estável no futuro em troca de um prazer momentâneo e passageiro.

Com o fim do vício, a minha visão de longo prazo voltou a se consolidar e minhas ações futuras passaram a se concentrar nela. Dois exemplo que posso citar disso estão nos investimentos e no sexo (real): ao investir em ações para o longo prazo, simplesmente ignorei a atual queda de curto prazo experimentada pelo mercado nos últimos dias — ao contrário, utilizei essa queda para comprar bons ativos a preços descontados.

Já com o sexo a ajuda foi ainda maior. Por estar solteiro, o comportamento imediato de “caça” se torna mais aguçado. Isso, no passado, me levaria a fazer comentários e tomar posturas idiotas e machistas em relação a mulheres — algo que não faço hoje. E isso tem tudo a ver com o último benefício da lista.

Fim da objetificação das mulheres

É fato que a vasta maioria dos filmes pornôs são feitos com o objetivo de proporcionar o prazer masculino. Em face disso, tais produções tendem a expor as mulheres como um meio para o alcance do prazer pelo homem, o que vai totalmente contra ao que o sexo realmente significa.

E confesso que, em alguns dos meus relacionamentos pré-reboot, cheguei a ter essa mesma visão das minhas ex-namoradas.

Com o fim do processo de 90 dias (identificado cientificamente como o “prazo” para o cérebro se livre dos estímulos artificiais do sexo) passei a ter um melhor tratamento com mulheres. Mesmo com algumas recaídas, o quadro geral é positivo. Me tornei uma pessoa menos inconveniente, mais focado em uma boa conversa e deixei de observar apenas o corpo quando me interessei por alguma mulher.

Ainda faltam pouco menos de 20 dias para chegar ao prazo da minha meta pessoal de ficar sem pornografia nem masturbação. Mesmo assim, os benefícios listados já começaram a surgir nas primeiras semanas do processo e hoje estão enraizados na minha forma de lidar com o mundo.

Embora se diga que um viciado jamais larga totalmente o vício, eu consigo manter um controle ao ponto de não me interessar mais em acessar sites pornográficos mesmo se estiver sozinho no quarto. Afinal, a ausência do vício me deu coisas muito melhores em que pensar e fazer.

Quer conhecer mais sobre o vício em pornografia e como ele afeta o nosso cérebro e comportamento? Além dos textos que escrevi sobre a minha experiência pessoal, recomendo também conhecer as seguintes ferramentas e sites que me serviram de guia para concluir o reboot:

Fight The New Drug

Fortify

O Futuro do Sexo

Projeto Vou Parar

Fórum Vício em Pornografia: Como Parar?

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Luciano Rocha

Escritor freelancer, escrevo aqui todas as segunda-feiras. Para ler textos antigos, clique aqui: https://walden3site.wordpress.com