A Sociedade de Produção — Aulário 03
Como a rainha das redes sociais passa sua imagem para além da mídia
Como foi citado no texto anterior, Kylie Jenner possui um império: o Kylie Cosmetics. O sucesso de sua linha de cosméticos é imenso, o que é um bom exemplo para a matéria deste texto: a Sociedade de Consumo.
Primeiro, devemos entender que após a revolução industrial, tem-se a possibilidade de produzir produtos idênticos, que podem ser comprados por pessoas ao redor do mundo da mesma maneira. Pela primeira vez na história, produz-se e consome-se em série. Em uma sociedade focada na produção, damos valor a coisas diferentes às gerações anteriores.
Mas, afinal, o que é o valor? Para a empresa, é o dinheiro que é arrecadado. Para o indivíduo, o valor possui significado social, cultural, financeiro e de uso (um valor simbólico que pode ser insignificante para alguns, mas que dá status para outros, por exemplo).
Em épocas anteriores, o consumo possuía pouco valor: era utilitarista, ou seja, seu uso era apenas focado na função que o produto oferecia (um batom servia para dar cor à boca), ou dava status ao indivíduo (o extra, o supérfluo, que não é para todos). Hoje, o consumo dos produtos está relacionado não somente ao status e à sua função original; ele se dá também pela experiência que o indivíduo recebe ao adquirir tais produtos de tal marca.
No caso da linha de cosméticos da Kylie, adquirir seus produtos significa dar uma imagem de empoderamento, sensualidade e beleza ao consumidor. O produto passa a ser de funcional para simbólico.
A indústria não poupa recursos para incentivar esse simbolismo, pois a sociedade de consumo , mesmo que não percebendo tal característica, consome mais pela simbologia do que pela funcionalidade.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770–1831), foi um filósofo alemão que, ao discorrer sobre o conceito de liberdade, viu o mundo numa dinâmica de mestre e escravo. Para ele, ser livre é ser sujeito e vice-versa. O sujeito não apenas possui liberdade; ele é liberdade.
Na sociedade de prdução, o poder maior é da indústria: é ela que define o que será consumido. Há a ilusão da escolha, como escolher a cor do batom, por exemplo, sendo que, na verdade, as cores já são pré-definidas. Nessa sociedade, o que vale é o dinheiro.
Com o dinheiro sendo o valor maior, quem produzia mais e mais rápido possuía o poder. Destaca-se o Fordismo, que foi o método de produção que revolucionou a indústria.
Na contemporaneidade, o vício anda de mãos dadas com o consumo. O âmbito de consumo abrange o consumo de mídias. Não só no ato de comprar algo, mas na maneira em que se absorve os diferentes conteúdos aos quais nos expomos diariamente.
Voltando essa visão para a rainha das mídias sociais, é visível que os produtos de sua linha de cosméticos carregam consigo um fator que vai além da beleza da embalagem e da funcionalidade do produto: a imagem simbólica. Kylie é uma pessoa jovial, bonita, sensual, que não liga para o que dizem sobre ela. E é essa a imagem simbólica que sua linha de cosméticos passa ao consumidor.
"I just want to inspire my fans to be whoever they want to be, because that’s what I’ve always done."
Eu só quero inspirar meus fãs a ser quem eles quiserem ser, porque é isso que eu sempre fiz.
