Ainda sem acordo de mídia, Serie A da Itália aposta em streaming próprio

Eduardo Mendes
3 min readSep 14, 2023

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Quando anunciou os oito modelos de licitação dos direitos do Campeonato Italiano, em maio, Luigi de Siervo avisou que caso o processo de venda não tivesse sucesso, a liga encontraria um parceiro financeiro para criar sua própria plataforma de mídia para distribuição de jogos.

Quatro meses depois, o presidente-executivo da Serie A suspendeu as negociações até 15 de outubro, confirmando que estão preparados para lançar o próprio serviço de streaming.

“Temos estrutura para oferecer (partidas) diretamente ao telespectador… estamos considerando essa opção. Não apoiaremos ofertas consideradas muito baixas”, disse Siervo ao Insider Sport.

O atual acordo de 930 milhões de euros (US$ 992 milhões) da 1ª divisão italiana com a DAZN e a Sky expira ao fim da temporada 2023–24.

O contrato de streaming com a DAZN para a maior parte dos jogos vale mais de 2,5 bilhões de euros (US$ 2,7 bilhões), enquanto o pacote da emissora de TV por assinatura Sky Italia equivale a cerca de 262,5 milhões de euros (US$ 284,4 milhões), de acordo com dados do Sports Pro Media.

A pedida da Serie A variava de acordo com a duração do vínculo:

3,6 bilhões de euros (US$ 3,9 bilhões) — três anos

5,28 bilhões de euros (US$ 5,72 bilhões) — quatro anos

7,2 bilhões de euros (US$ 7,8 bilhões) — cinco anos

Como comparação, a La Liga da Espanha assinou com a Movistar e a DAZN em dezembro de 2021 por 990 milhões de euros (US$ 1.056 bilhão) por temporada durante cinco anos.

A Premier League recebe 1,63 mil milhões de libras/ano (US$ 2,02 mil milhões). O vínculo terminará em 2025, e os ingleses planejam oferecer 60 jogos adicionais às emissoras com o objetivo de aumentar a pedida.

É de longe o acordo mais lucrativo de mídia do futebol mundial. Apenas a National Football League (NFL) e a Indian Premier League (IPL) de críquete geram mais receitas.

Para os italianos, o futebol inglês é a referência, e as propostas escalonadas dentro de um processo de oito licitações eram uma tentativa de diminuir a disparidade dos valores para a Premier League. Por ora, a estratégia não funcionou.

Caso as emissoras não cheguem a pelo menos 1 milhões de euros/ano, o streaming próprio já é considerado como solução, mesmo que de forma paliativa.

Na temporada passada, a Juventus ficou no topo da lista dos times mais assistidos da Série A, seguida pelo Milan e Inter. No total, segundo dados da DAZN, os jogos destas equipes tiveram 65.193.392 milhões de visualizações.

A investida dos italianos reforça por que o streaming deverá consolidar uma nova maneira de consumir esportes nesta década.

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Eduardo Mendes

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