NFL alia-se ao Overtime na sequência de plano para atrair criadores e Gen Z

Liga anuncia parceria com plataforma de mídia esportiva digital cujo crescimento foi impulsionado por jovens consumidores de conteúdos nas redes sociais. Base de fãs abaixo dos 35 anos superar 80% do seu público

Eduardo Mendes
3 min readNov 6, 2023

Apenas um ano após a sua criação, em 2018, o Overtime SZN atingia mais de 130 milhões de visualizações dos seus vídeos dedicados à cobertura da NFL.

Enquanto a plataforma digital de esportes voltadas para a geração Z procurava desvincular-se dos conteúdos somente de basquete, e que foram responsáveis pelo seu crescimento exponencial, a liga de futebol americano acompanhava uma queda substancial de sua audiência relativa à faixa de 18 a 34 anos: diminuição de 25% entre 2015 e 2019.

Nesta época, Marc Kohn, chefe de conteúdos, disse que a empresa “decifrou o código sobre o que os fãs de esportes da Gen Z investirão 10 minutos consumindo em seus telefones.”

Agora, parte deste segredo será compartilhado com a NFL, que tornou-se parceira da Overtime na última semana. É a primeira colaboração oficial da marca com uma das quatro maiores ligas profissionais de esportes americanos.

A Overtime criará e distribuirá vídeos curtos, além de ter direito ao uso da propriedade intelectual. Ela também acessará os bastidores para produção de conteúdos especiais, incluindo os principais eventos: Super Bowl, Pro Bowl, Combine e Draft.

O OT SZN registrou 1,4 bilhão de minutos de conteúdo consumido pelos fãs em 2022. No TikTok, é a maior conta de futebol americano dentro da mídia esportiva dos EUA, com 3,5 milhões de seguidores.

Fundada em 2016, a plataforma gaba-se de ter 83% do seu público com idade inferior a 35 anos. Presente nas principais redes sociais e com quatro canais para coberturas específicas, além do perfil da marca, a empresa de mídia replicou “o que os fãs da Geração Z gostam no TikTok e no Instagram” sob uma perspectiva genuína de seus jovens criadores.

Geralmente, segundo Kohn, eles têm entre 20 e 30 anos, e os conteúdos refletem “o que você pode ver nos comentários nas mídias sociais.”

Blake Stuchin, vice-presidente de desenvolvimento de negócios de mídia digital da NFL, reconhece que as redes oficiais da liga não são suficientes para cobrir o alcance destes creators e entregar um formato que tenha o mesmo apelo para os fãs, especialmente os mais novos.

“Por mais que fosse bom se tudo viesse apenas das contas oficiais da liga ou das equipes, sabemos que não é assim que as pessoas interagem com a mídia”, disse Stuchin ao Insider.

Para a atual temporada, a NFL liberou o uso de algumas imagens para os criadores do programa “Creator Access Pass”, e envolveu-se com creators fora do esporte, responsáveis por conteúdos semanais no YouTube dentro do seu “Creator of the Week.”

Um outro parceiro da liga é o Dude Perfect, o canal voltado para crianças e adolescentes que criou o seu próprio streaming. (leia mais nos comentários)

O apelo para a associação com criadores e a obsessão por rejuvenescimento de público não são novidades no manual de estratégias para crescimento das ligas esportivas mundiais. O diferencial, por sua vez, está na execução, e neste quesito a NFL tem se sobressaído.

Amanhã, mostrarei como a NBA Brasil montou uma ofensiva para popularização da liga no país, e qual a relevância das parcerias pontuais com os criadores do Twitter.

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Eduardo Mendes

Advisor for Culture and Innovation | Co-Founder na The Block Point | Web3 & New Technologies | Strategy, Research & Content | Sports | Entertainment | Media