Guia de Redação UX: Parte 4

Luna Cesero
5 min readJun 30, 2022

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Conteúdo para Sites, Testes de Conteúdo

1. Introdução

O ideal é que o conteúdo de sites seja elaborado por um UX Writer ou, até mesmo, por um especialista em Copywriting (técnica persuasiva de marketing, que busca transformar o leitor em consumidor), porém, como nada nessa vida é perfeito, muitas vezes você, como Product Designer, será responsável pela criação do conteúdo de sites para clientes.

2. Estruturando o site

O que? Por quê? Como? Tente responder essas perguntas ao elaborar a estrutura de um site. A página inicial de um site tem como função apresentar o produto ou serviço que aquela empresa oferece. Dessa forma, logo no topo do site você deve trazer uma frase chamativa e apresentar o que é o produto e qual a empresa que o fornece no subtítulo (veja o exemplo abaixo, da Flix), depois, nas próximas sessões você irá responder perguntas como “por que adquirir esse produto iria me ajudar?”, “qual o diferencial deste produto em relação ao oferecido pelos concorrentes?”, “como utilizo esse produto?”, “como faço pra adquirir esse produto?”

Exemplo de topo de site

3. Chame seu usuário para a ação

Em sites, não tem limite para uso de botões (apenas o bom senso), por isso, em todas as sessões, traga botões chamando o seu usuário para ação, seja adquirir o produto (“quero comprar”, “Comprar agora”, “assinar plano”, “quero contratar”), saber informações detalhadas sobre alguma característica do produto (“quero saber mais”, “ver mais”) ou para contatar um vendedor (“fale com um de nossos consultores”)

Sessão que responde às perguntas “Por que adquirir esse produto iria me ajudar?” e “Qual o diferencial desse produto?”. Botão “Quero contratar”
Sessão que responde à pergunta “Como faço pra adquirir esse produto”. Botão “Eu quero Flix”
Recorte da sessão que responde às perguntas “Como funciona esse produto?” “Como utilizo esse produto?”. Botão “Quero seguro fácil”

4. Conclusão

O objetivo do conteúdo de um site é convencer o visitante a adquirir o produto ali oferecido. Porém, se o usuário chegou ao final do site sem estar convencido, você pode utilizar algumas chamada a fim de conseguir dados de contatodeste (ex: “não está convencido? Deixe seu email para que um dos nossos consultores entre em contato” ou “quer saber mais? deixe o seu email que enviaremos nossas novidades”). Assim, você faz com que este usuário se torne um lead (potencial cliente) e, eventualmente, a equipe de vendas poderá entrar em contato para tentar vender o produto.

Exemplo de uma última chamada à contratação
Exemplo de sessão final, convidando o usuário a acompanhar o blog e novidades (emails promocionais) da Flix

Testes em UX Writing

Eu não sei você, mas já fiquei intrigada com essa questão: considerando o princípio de testes com usuários, como é possível testar se um conteúdo ficou bem elaborado e está claro para os meus usuários? Assim, estive estudando mais sobre testes de conteúdo e trago aqui três opções para você.

1. Teste do Marca Texto

Este tipo de teste eu acredito ser o mais fácil de aplicar. Basta você apresentar o conteúdo impresso (ou no Word, em caso de um ambiente remoto) e oferecer marcadores para os usuários que irão testar seu conteúdo. Você pode oferecer duas ou mais cores e pedir para que marquem:

  • em amarelo: ideias ou palavras que não transmitiram confiança,
  • em laranja: aquelas ideias desconhecidas ou que foram de difícil compreensão,
  • em verde: palavras facilmente reconhecíveis e ideias que transmitiram confiança.

No fim do teste, pergunte o que a pessoa entende dos termos difíceis assinalados e preste atenção nos termos que ela usa para explicar e anote. Ao editar, substitua as palavras difíceis por termos mais simples ou explique o termo utilizado, a fim de tornar o texto mais claro.

2. Teste A/B

Utilizado amplamente na área de UX, o texte A/B também pode ser aplicado em UX Writing, analisando CTAs (Call To Actions), botões, títulos e descrições.

Para realizar esse teste, você e sua equipe listam palavras sobre o assunto a ser testado e escolhem as duas que fizerem mais sentido ou que já apareçam com frequência nas jornadas. Essas palavras são, então, aplicadas à interface e o teste é aplicado. Depois, é só avaliar a taxa de conversão da variável e documentar a palavra que gerou maior conversão para uso recorrente naquele produto ou em produtos de públicos similares.

3. Teste de Cloze

Esse teste busca verificar a clareza e compreensão do conteúdo. Ele se assemelha aos exercícios escolares em que se preenche uma lacuna com a palavra ideal: para realizá-lo, você deve elaborar seu texto com o assunto a ser testado, então, você suprime as palavras-chave por uma linha sublinhada ou espaço em branco. A pessoa, então, deve preencher os espaços com o termo que ela acredita se adequar mais, de acordo com a compreensão que ela teve. Se você conhece o universo semântico do seu usuário, você pode escolher 3 termos para cada lacuna e pedir para que ela escolha com qual preencher.

Para analisar a taxa de sucesso, você calcula: número de acertos/número de lacunas. Quanto mais próximo de 1 for o resultado, mais assertivo está o seu texto. Se necessário, analise os termos preenchidos incorretamente e substitua-os, considerando os termos apresentados pelos usuários.

Quais as referências utilizadas nesse guia?

DE CIA, Patricia. UX Writing — O texto como forma de melhorar a experiência do Usuário. Ebook. Descola.

NAKAHARA, Lory. 8 Maneiras de testar seus textos. Medium, Maio, 2021. Disponível em: https://brasil.uxdesign.cc/7-testes-para-textos-4e9302e76285 Acesso: 18/02/2022.

PODMAJERSKY, Torrey. Redação Estratégica para UX. Primeira Edição. Editora Novatec, São Paulo, 2019.

RODRIGUES, Bruno. Em busca de boas práticas de UX Writing. Edição do Kindle.

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Luna Cesero

Formada em Arquitetura e Urbanismo, atuo como Designer de Produto desde 2018. Criei este perfil para trocar conhecimentos e ajudar outros Designers