Você tem explorado suas potencialidades?

Que fazeis de especial?

Luana Reis
A arte de fazer dar tempo
4 min readNov 24, 2019

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Você tem deixado fluir seus talentos? Ou… tem se focado mais em apenas uma área de sua vida?

Você tem (ou tinha) algum hobbie que deixou de lado devido ao trabalho ou aos estudos?

Bem, permita-me te contextualizar.

Atualmente, sou estudante de medicina do 6º ano e, ao longo de toda essa trajetória, já passei por diversos processos – internos e externos – os quais geraram uma série de tropeços e aprendizados (que bom haha!).

Verdade seja dita que, especialmente na primeira metade do curso, aos poucos fui me deixando levar intensamente por temas e compromissos de ordem acadêmica.

Os livros que gostava de ler… já não lia mais.

Alguns amigos que costumava ver… via menos.

Momentos com a família? Reduziram-se ao mínimo.

Filmes e séries… quase não via nenhum.

Um desses doeu… a música, o canto e o violão… foram ficando de lado… de lado.

Até que quase não tocava mais. Não lia mais. As habilidades foram se esfriando mais e mais.

Pouco a pouco, sentia deixar de ser quem sou. Minha essência se silenciava.

A despersonalização de um indivíduo complexo para ser reduzido a uma pessoa focada, acadêmica, científica.

A estudante de medicina.

E o resto? “Aah… quando eu formar” — eu dizia — “Qando tal etapa for superada…” (como na reflexão do texto “Você tem vivido como se nunca fosse morrer?” – clique para ler).

Assim o curso seguiu.

Até que, na transição entre a primeira e a segunda metade do curso, fui impelida a refletir, a reposicionar minhas perspectivas, meus valores e alguns parâmetros.

Especialmente após uma conversa preciosa com um querido professor, através da qual extrai “um conselho que fez tudo mudar” (clique para ler o texto em que conto mais detalhes dessa conversa), e então muitas das minhas escolhas começaram a mudar. Algumas delas, até mesmo drasticamente.

Assim, hoje, quase 3 anos depois dessas primeiras indagações e transformações internas… olho para trás e observo.

Tudo o que vivi a partir disso… após um momento de dor que gerou reflexões. E gerou também mudanças.

Abel Salazar, um médico português que viveu no século XIX, o qual era também professor, investigador e pintor, dizia:

“O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe.”

Hoje me encontro no auge do curso, prestes a formar. Mas algo há de ser notado.

Os livros que voltei a ler. E o tanto que pude aprender com isso.

As festas, os encontros, as viagens… vivências únicas!

Os momentos singulares com pessoas queridas e amadas.

E ah… o violão! A música! O ukulele… o carron… o teclado… o canto!

E aqui, como podem ver agora, a escrita.

Tantas paixões e potencialidades adormecidas, algumas não exploradas, as quais fui permitindo deixar fluir… expandir.

Hoje está claro para mim como esse movimento de diversificação foi extremamente significativo para que eu me tornasse quem eu sou, de uma forma mais leve, mais feliz, mais ampliada.

Arrisco-me a dizer, inclusive, que o envolvimento com a arte tem certo poder de nos tornar pessoas mais sensíveis, mais empáticas, mais atentas ao que é subjetivo.

Eu então me pergunto:

E não seria isso, afinal, uma habilidade essencial quando se trata de uma profissão em que se lida diretamente com o cuidado do outro? Em outras palavras, para a sensibilização da arte do cuidar?

Por isso, gostaria de lhe voltar a indagação principal desse texto:

Você tem permitido que suas potencialidades sejam desenvolvidas? Ou… as tem silenciado?

Para finalizar, deixo a frase abaixo como um convite à reflexão:

E você? O que achou dessas reflexões? Já se sentiu assim? Levado pela rotina, pelo trabalho, pelos estudos e grandes metas, deixando as pequenas alegrias para depois?

Deixe suas experiências nos comentários abaixo ou entre em contato!

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Luana Reis
A arte de fazer dar tempo

Releituras da vida. A arte da busca pelo equilíbrio entre o que importa e o que é necessário.