Distantes e Organizados
A coletividade torcedora é um fenômeno sociológico tão diverso quanto o futebol em si. Se, por um lado, normatiza certos aspectos do comportamento de um torcedor, como o uso de uma cor específica em roupas e adereços, é extremamente liberal quanto à questões ideológicas e tradicionalistas: na teoria, basta torcer para um time para fazer parte de sua torcida.
Dentro dessa liberdade intelectual, e, no contexto dos chamados times grandes, surgem agrupamentos internos, que unem pessoas de características similares, personalidades cultura, comportamentos, ideologias em comum, etc. São Paulo, como não poderia deixar de ser, é uma das cidades pioneiras nesse tipo de organização no País, com as primeiras torcidas uniformizadas e posteriormente com as organizadas.
Hoje, três das maiores torcidas organizadas do Brasil são de São Paulo, além de uma infinidade de torcidas menores, de diversos times,de diversos motes. Há torcidas que se unem em torno do culto ao álcool, como a Coringão Chopp, torcidas que cultuam o rock, que nem a Metal Tricolor, ou até adeptos e simpatizantes da cultura rastafari, tipo a Rasta Alviverde.
Se olharmos para os times de fora da cidade, e até do estado, essa gama de torcidas fica mais abrangente, dado ainda que um pouco menos da metade da população da região metropolitana de São Paulo é migrante. Essas torcidas, fora do alcance da competitividade dos grandes grupos torcedores de sua cidade natal, são mais liberais na questão normatizadora, até por seu mote, na maioria dos casos, generalista, de torcedores de tal time que moram na cidade. Há ainda especificidades como sub-sedes de coletividades, geralmente motivadas pela migração de um ou mais membros do grupo original.
Mas quem são esses torcedores? Como é a dinâmica de uma torcida afastada de seu time? A partir dessas questões que foi concebida a série “Distantes e Organizados”, que conta três histórias de torcedores distantes de seus times e organizados em sua função.
Descubra-os aqui:
