A Internacionalização do Design de Interface

Felipe Melo Guimarães
Aela
Published in
6 min readMay 3, 2016
“Red double-decker buses on a bridge in London with a view on Westminster” by Aron Van de Pol on Unsplash

Antes de começar esse artigo, gostaria de te convidar para a palestra 10 principais aprendizados da UX Conference, Londres, Não perca, pois separamos os melhores tópicos para você já aplicar no seu trabalho.

A internet e a velocidade com que as novidades atravessam o oceano criam cada vez mais oportunidades incríveis para todos nós que trabalhamos com Design de Interface. Sendo assim, é recomendável que você comece a se posicionar profissionalmente de modo internacional, não importando se hoje você está morando no Brasil.

A atual crise econômica no Brasil cria mais oportunidades para designers

Muitas pessoas andam tendo problemas para conseguir emprego, outras estão perdendo seus empregos, e se colocando em posições de dúvida sobre o que fazer. A grande verdade é que esse pode ser um momento de oportunidade para você se tornar um designer ainda melhor, internacional e ganhando muito mais que em seu antigo emprego (por ganhar em dólar).

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Temos hoje diversas formas de dar esse próximo passo, podendo ser desde trabalhar por conta própria, ou freela fixo ou ainda buscando um emprego remoto. Vou listar e detalhar melhor algumas das possibilidades.

1. Trabalhando como freelancer internacional de design de interfaces

Para começar esse tipo de trabalho você não precisa de muita experiência profissional, podendo começar com um portfolio simples. Irá precisar apenas de um inglês intermediário para se comunicar por texto, um bom computador para trabalhar de qualquer lugar e os programas da Adobe.

No Brasil, já é popular alguns sites para se buscar trabalhos freelas, porém eles não são tão confiáveis e em geral os valores dos projetos são bem baixos. Por conta disso, recomendo que você crie uma conta no UPWORK e comece a buscar seus projetos internacionais. Existem algumas vantagens em se trabalhar como freelancer nesse site:

  • O site garante o seu pagamento, e o tempo que eu o utilizei há uns anos atrás, nunca tive problema com pagamento, atraso ou calote;
  • O sistema de pontuação funciona dos dois lados, então você como designer irá ter mais destaque depois de realizar bons trabalhos, e os clientes também tem níveis de pontuação, assim conforme você cresce poderá escolher trabalhar apenas para os melhores clientes (que costumam pagar mais);
  • Você recebe o pagamento em dólar direto em um cartão do Payoneer, podendo sacar em qualquer ATM (caixa 24h) em todo lugar do mundo;
  • O site tem realmente MUITOS projetos, e se você se dedicar conseguirá ter sempre trabalhos para realizar;
  • Você pode começar com uma conta gratuita, e conforme for ganhando dinheiro e precisar de uma conta premium, será fácil realizar a assinatura;
  • Você pode viajar para qualquer lugar, a qualquer momento, e continuar seu trabalho normalmente, precisando apenas de uma boa internet e do seu cartão Payoneer para sacar os pagamentos.
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2. Criando produtos próprios e vendendo online

Esse formato ainda está pouco difundido no Brasil, mas em outros países já estão bem populares entre os designers, e alguns deles estão ganhando realmente uma boa quantia trabalhando desta forma.

Hoje em dia, é possível criar ilustrações para camisetas, canecas, e outros diversos produtos para serem vendidos online, e você ganha uma participação na venda. Porém, por mais que esse formato seja viável, não é dele que estou falando.

Já faz alguns anos que vejo muitos designers no Brasil reclamando dos famosos micreiros, aqueles que pegam templates prontos e vendem sites bem baratos, por apenas utilizar o template e não o processo de criação como um todo. Mas se você é um desses designers, você já parou para se perguntar se esse tipo de cliente de fato é interessante para você? Se o cliente procurou alguém para pagar pouco, é porque ele não liga para a criação como um todo e, em geral, não tem condições financeira para pagar por processos mais completos e melhores, então ele nunca seria um bom cliente para você. Além disso, você já parou para se perguntar quanto o designer que VENDE o template está ganhando com esses micreiros (que estão por todo mundo)?

Provavelmente você já sabe que estou falando do ThemeForest, mas caso não saiba ele é um site com milhares de templates e qualquer pessoa pode cadastrar um novo template (desde que siga as regras de criação deles) para ser vendido online, ganhando um bom valor nas vendas.

Deixe me fazer uma matemática simples para você acompanhar melhor o pensamento:

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O template Rocket, foi colocado a venda no site no dia 11 de Abril de 2016, e no momento desse post (03 de Maio de 2016) já realizou 44 vendas a $59 cada, gerando um faturamento bruto de $2.596, sendo que a taxa para um autor exclusivo do site varia de 12.5%-37.5%, dependendo da quantidade de vendas que já realizou (usuários antigos com muitas vendas pagam taxas menores, ou seja, o autor desse site ganhou até agora no mínimo $1.622,50, que na conversão atual para reais daria R$5.786,08. Nada mal para um template que está a apenas 3 semanas a venda, certo?

Agora imagine um pequeno estúdio que já colocou 11 templates a venda e realizou no total 12.507 vendas no site, como é o caso do Freevision. Nada mal né?

Então, se você tem as skills necessárias para criar templates bem bacanas para Wordpress, em vez de reclamar dos micreiros que usam esses templates, tente pensar na possibilidade de criar alguns templates para vender para eles! Depois me conta seus resultados aqui nos comentários :D

3. Trabalhando como freelancer fixo com empresas

Talvez esse seja o formato menos divulgado no Brasil, mas que está muito popular nos Estados Unidos. Algumas empresas estão montando times de freelancers de alto nível, focando exclusivamente em design de interface e programação, e tem clientes de grande nome como Google, Facebook, Twitter, e etc

Para você entrar nesse grupo não é fácil, você terá que ter um portfolio muito bom, uma boa experiência anterior, para então passar por algumas entrevistas por Skype e teste online. É necessário também ter um ótimo inglês para que você consiga conversar tranquilamente online, apresentar e defender seus projetos. Mas se isso for ok para você, aqui está uma oportunidade imperdível.

Além de trabalhar para grandes empresas internacionais, que irá te ajudar a montar um portfolio muito melhor, você irá receber um salário bem alto para os padrões brasileiros.

Em algumas dessas empresas, você define seu valor por hora, em outras eles já definem o valor anual que vão te pagar, de qualquer modo em ambos é bem simples você começar ganhando algo como $40 por hora. Ou seja, estamos falando de $6.400 por mês, para 8h de trabalho diário, que na conversão atual para reais seria R$22.823,36. Realmente nada mal, certo? E você pode trabalhar de qualquer lugar do mundo, fazendo seu próprio horário, e sacando o pagamento com um cartão em qualquer ATM.

Caso você tenha interesse em tentar trabalhar nesse formato, recomendo que você primeiro de uma olhada no site da TopTal e veja como começar sua aplicação. Eles buscam designers de interface com grande apelo visual, e o grande diferencial é de fato você trabalhar com interfaces bonitas e bem chamadas (mas modernas e cleans). Além dessa empresa também existe a Crossover, que postam vagas de tempos em tempos.

Para não tornar esse artigo muito longo, resolvi separar em duas partes, e na segunda irei tratar sobre como buscar vagas em outros países e opções em diversos países para se morar e trabalhar mesmo para quem não tem cidadania europeia.

E ai, você pretende atuar em algumas dessas opções? Comente com sua opinião a respeito, será um prazer conversar ;)

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Felipe Melo Guimarães
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Design Leader, Educator & Mentor | Creative Consultant for Tech Companies | Founder Aela.io