Toreadores

O Preço do Ostracismo

Rafão Araujo
Berlim — Amor e Cinzas
6 min readFeb 8, 2019

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Os Toreadores de Berlin ocuparam uma posição acanhada desde que colocaram os pés aqui. Há séculos que este é um domínio dos Ventrue, tornando-se difícil lutar contra . Os Tiranos acumulam poder desde 1137 com a chegada do primeiro cainita, o Ventrue Erik Eigermann. Até Peter Kleist, o ultimo da linhagem, eles vêm apenas multiplicando e multiplicando sua influência, deixando pouco para os outros.

Divididos pela guerra dos Príncipes, tentaram seguir as ordens de ambos, morreram pelos mesmos motivos. O ancestral Príncipe Punho de Ferro, Gustav Breidenstein, desdenhava dos Toreadores, dizia nunca confiar em um e por isso nunca os colocava em lugares importantes (lugares estes prontamente ocupados pelos Lunáticos). Automaticamente isso criou uma cultura para a Corte como um todo, diminuindo e desdenhando do clã.

Às Divas restou o mundo das intrigas, fofocas, brigas por status e entretenimento da Corte. Para suportar o tédio, ambos os Príncipes tinham os Toreadores como seus bobos e bufões, coordenando peças, apresentações e todas as atividades sociais.

Alguns serviram de capacho e conseguiram conquistar migalhas do seu poder. Conquistaram boa influência na cidade, principalmente entre a burguesia durante expansão cultural germânica. Mas, quando a guerra explodiu a as artes e entretenimento ficaram em segundo plano, rapidamente tornaram-se obsoletas. Apenas os Toreadores versados na arte da guerra de intrigas foram uteis nesses tempos.

Após o fim da guerra, com números reduzidos, mais e mais os Toreadores foram se encolhendo, satisfeitos com o que recebiam e o que conquistaram. Deixavam a grande política e inimigos para os Ventrue e dedicavam suas não-vidas às coisas realmente boas da noite. Mas isso cobrou um preço. Um alto preço.

Se tradicionalmente as Divas só Abraçam os os melhores e mais talentosos, àquelas que estão em Berlim levaram isso à uma nova escala. O clã que menos Abraçou nos últimos séculos encontrou na sua reclusão a sua fraqueza: Números. Reduzidos, sem força, sem influência, não conseguiram reclamar qualquer direito quando a Camarilla começou à ruins na ultima década. Com os eventos que se abateram sob os Ventrue, nada puderam fazer para ganhar o apreço do Círculo Interno.

Em contra partida, enquanto eram excluídos da Corte, nenhum outro clã encontrou tanto tempo para se misturar entre os humanos. Não apenas para manipulá-los, mas para viver aquilo que viviam. O Clã da Rosa de Berlim conhece a cultura que dá origem à este lugar como nenhum outro.

A Salvação Vem da Rua

A salvação do clã parece ver de onde menos se espera. Um dia apelidados pejorativamente de Abstratos, os Toreadores não conectados à Camarilla compõem uma fatia grande e influente entre os Anarquistas. A maioria deles, nunca tiveram contato com a Torre de Marfim, nasceram livres, disformes e irreparáveis, e pretendem continuar assim.

Como já é natural do clã a busca pelo poder de forma não violenta, acredita-se que os Toreadores e os Abstratos irão muito em breve encontrar um denominador comum. Afinal, somente as antigas Harpias saberiam modos de conseguir expurgar a Camarilla de uma vez por todas da cidade. Sem um clã de dentro de Berlim para ajudar, os Anarquistas recém chegados sempre terão a incerteza à porta.

Um Pilar da Torre

Com os Ventrue em descrédito devido às loucuras do Falso Caim e à Praga de Sangue, talvez reste aos Toreadores os meios de reconstruir Berlim.

Gustav criou inimigos ressentidos e poderoso em vários lugares. Tornou-se inimigo dos Altos Tremeres pela sua arrogância. Com seu apoio ao nazismo entrou em guerra com a Camarilla de Paris, o maior reduto de poder dos Toreadores e possivelmente a nova cidade mais forte da Torre de Marfim de toda Europa.

Os Tremeres, especialmente Maxwell, disseram que não pretendem impor a vontade da Camarilla e muito menos se tornar Príncipe. Logo, pode cair no colo dos Toreadores agir como olhos da Camarilla em Berlim, talvez chegando a ser o clã que guiará um futuro Principado.

Membros Notáveis

Hans Vroenik

Minha maior poesia, minhas maior composição, sempre será você.

Um dos compositores e violinistas mais competentes que Berlim já teve. Hans foi peça marcante ao longo de várias décadas da Corte de Berlim, construiu arranjos e espetáculos para momentos marcantes ao longo do poder de ambos os Príncipes.

Sua qualidade era tão alta que nenhum das Cortes aceitava que ele deveria ser posse exclusiva. Então, transitava entre as duas Cortes apresentando seu talento de forma magnânima.

Completamente apaixonado por sua musa inspiradora, o mais fraco dos Toreadores encolheu-se em luto pela perda da sua genitora e amante, Anntoinette Larusch, morta pelas mãos dos Anarquista enquanto tentava defender Wilhelm. Ele toca seu violino enquanto vaga pelas ruas vazias de Schöneberg.

Katharine Schuttler

Quero que todos eles morram!

A mais influente Diva da corte de Gustav foi àquela que melhor de adaptou ao tempo.

Engoliu calada cada abuso, suportou sozinha cada fardo. Superou humilhações e sorriu nos piores momentos. Sobreviveu tempo suficiente para ver o velho Gustav Breidenstein morrer afogado em seu próprio sangue.

Katharine teve um infante que amou, mas por pura crueldade, fora tirado de seus braços à mando de Gustav sob acusação de crimes contra a Máscara. Sem julgamento, foi cruelmente morta. Boatos rondaram que sua infante também tinha uma infante, sem o seu conhecimento, e por muito tempo dedicou suas forças à encontrá-la.

Na noites recentes, com a explosão demográfica de cainitas aumentando com o rumor do Falso Caim, a vampira descobriu que sua linhagem seguiu, Abraço após Abraço seu sangue chegou à uma nascida do crepúsculo, uma Sangue Fraco. Intrigada e cega pelo amor perdido, adotou-a, somente para descobrir tarde demais que estava sendo usada. A jovem sangue fraco, com apoio de outro rebeldes, espancaram-na e tentaram lhe tomar suas posses e não-vida.

Depois disso traumatizou-se e tomou repúdio, medo e ira contra os neófitos, caitiffs, sangue fracos e quaisquer outros novos moradores de Berlim. Está reclusa e escondida, tentando passar despercebida de toda essa turbulência.

Andrés, A Rainha

Somos os donos da vida e da morte, brindemos…

A personificação do esplendor da linhagem de Arikel, Andrés é uma das pessoas mais belas que pisou em Berlim.

Suas palavras são encantadoras e seu olhar capaz de desarmar inimigos. Sagaz, inteligente e revolucionário, prega a liberdade para os novos de Berlim enquanto aproveita o melhor da noite, compartilhando seu sangue com aquele que for escolhido.

Por pregar desprendimento de amarras passadas, vivendo o vampirismo em sua plenitude, é acusado de Nodista, Sabático, Herege e Anarquista por muitos, mas Andrés pouco se importa com os títulos que lhe dão. Independente disso, forma a cada dia uma legião capaz de ouvir suas palavras e beber de seu sangue. Todos querem sentir o sabor do mesmo, o mais pecaminoso e ardente Vitae encontrado em Berlim.

Para ele, esta é uma cidade livre que será moldada pelas ações de cada um que aqui vive. Boatos dizem que ele conseguiu prever as ações recentes da Segunda Inquisição, poupando vários dos seus e direcionando ataques contra seus inimigos.

Sua cria Allitta é a mais conhecida vampira entre os novos de Berlim, apresentando aos descuidados alguns detalhes desta Corte livre que se inicia.

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