Malkavianos

Consolados pelo Silêncio

Rafão Araujo
Berlim — Amor e Cinzas
6 min readFeb 6, 2019

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Sempre houve uma boa quantidade de Malkavianos em Berlim, segundo em números, perdendo apenas para Ventrue. Sendo muitos deles alinhados à política da Camarilla, mas sempre ignorados pela guerra dos Príncipes. Criaram muitos redutos e domínios seguros, se tornando os mais bem informados membros de Berlim por muito tempo.

A corte os apelidou de Fledermaus (Morcegos), por várias de suas características comuns: notívagos, observadores, soturnos, etc. Mas os mais velhos dizem que ganharam esse termo pois, assim como os morcegos, caçavam e matavam pragas e predadores indesejados. Logo, se tornaram os maiores pacificadores e intermediadores entre as cortes do leste e oeste. Aos poucos se firmando em Treptow.

Conhecidos por sua quietude e contemplação, aprenderam a ser bons ouvintes, observadores e sobreviventes. Sem chamar atenção ou atravessar o caminho de outros, conseguiram bailar a dança da Jyhad.

Ambos os príncipes tinham no clã da lua seus maiores confidentes e secretários. Com isso, o clã possuía bons territórios, autorização de Abraços e qualquer um que atentasse contra os Lunáticos, sofria rápidas e pesadas represálias. Assim, teoricamente, o clã agia como assessores dos Ventrue, que por sua vez agiam como secretários de Wilhelm Waldburg e Gustav Breidenstein.

O clã um dia teve uma identidade, uma cara, talvez a mais forte dentre os clãs de Berlim, tanto que encontravam-se periodicamente no Observatório Archenhold para discutir como manter a corte. Houve poucos relatos de intriga e conspirações entre seus próprios membros. Até mesmo aqueles que não apoiavam os Príncipes ou Camarilla, encontrava no clã algum amparo.

Reich Final

Alguns muito poucos se tornaram braços direitos dos Ventrue em Berlim, abraçando a Jyhad e a guerra dos Príncipes. Consequentemente, perceberam tarde demais que estavam construindo um império para outros e criando uma ruptura na linhagem.

Entre eles está Hermann Goring, o nome que deve ser esquecido pelo clã. Além de surgir de modo misterioso em Berlim, sem linhagem ou reais indicações, em pouco tempo causou danos irreparáveis à todos.

Herman levou o clã à apoiar os planos megalomaníacos e racistas de Gustav, que por sua vez apoiava os ideais nazistas. Juntos encontraram na loucura do mundo segundo o nazismo, um vislumbre que lhes agradassem.

Quando Terceiro Reich iniciou seu maldito extermínio humano às vésperas de sua derrota, Hermann Goring deu início ao Reich Final, um grupo extremista que visava preservar as ideologias e tradições do Terceiro Reich .

Com apoio de Gustav Breidenstein, Hermann Goring atraiu muitos Malkavianos e Toreadores para sua ideologia, com intuito de purgar Corte de estrangeiros e sub-humanos. Para este fim, eles alimentaram tendências nacionalistas, espalharam racismo e atacaram estrangeiros (vampiros e mortais). A coisa fugiu do controle e até mesmo o Sabá tirou vantagem da situação, colocando bandos em Spandau.

Foi necessário que o Justicar Karl Schrekt, rival ancestral de Gustav, junto com seus arcontes, intervissem neste insano levante. Mas já era tarde. Nunca mais os Malkavianos foram vistos com os mesmo olhos pelas Cortes vizinhas.

Ultima Ação da Camarilla

Depois da loucura de Wilhelm e o Falso Caim, o agora ex-justicar Karl Schrekt, solicitou que o Círculo Interno tirasse qualquer poder de Príncipe do Ventrue e entrega-se à alguém de sua confiança.

Foi então que o ex-antitribu Malkaviano inglês chamado Abraham Wolff, fora colocado como Príncipe. Wolff foi peça fundamental na derrubada do Reich Final, traindo à Espada de Caim em troca de status na Torre de Marfim. Os vampiros locais que souberam disso tomaram como insulto, principalmente Peter Kleist, que acreditava ser seu direito suceder o Principado de seu irmão.

Seu domínio durou pouco. A Camarilla não teve forças para suportar os eventos anárquicos que se abateriam em Berlim. Hoje este Malkaviano ainda está à serviço da Camarilla, esperando que um dia, quando tudo voltar para o lugar, terá uma cadeira cativa entre os poderosos.

Membros Notáveis

Persia

Eu não me lembro do meu genitor. Não lembro da minha vida antes. Eu me tornei aquilo que sou agora. Mais nada importa. Um dia vou acordar desse pesadelo e tudo isso vai sumir. Serei feliz novamente… Nada importa.

Sem nenhum traço marcante, sem nenhuma aparição importante ou genitor influente, Persia surgiu na Corte.

Desde seu Abraço Persia vive em um mundo de devaneios e fantasia. Ela ouve vozes e manifesta o que sente e ouve de várias formas. Confundida com uma médium ou Oráculo, para muitos ela é muito mais que isso.

Há rumores entre os Malkavianos que a loucura que compartilham é o latente clamor do sangue Antidiluviano em seu corpo e por isso estariam ligados psiquicamente através de uma frequência comum, uma espécie de consciência compartilhada.

Alguns poucos que parecem crer nesse devaneio, se referem ao evento como teia ou, mais recentemente, a rede da loucura. Não bastando, acreditam que Persia seja um Nó, um ponto forte dessa Teia. Como se dela as vozes e mensagens compartilhadas fossem mais intensas e fortes.

A Lunática vaga sozinha entre os limites de Schöneberg e Prenzlaurberg ande ouve tudo que acontece na noite sobre os assuntos da Família. Como uma central de rádio ou jornal, Persia sente a vibração da cacofonia. Mas ao mesmo tempo, com a mente deformada, vive em outra frequência e tempo.

Há três rumores em torno de Persia. O primeiro é que se ela encontrar a Morte Final, toda uma região se silenciará e a Teia não será mais ouvida.

O segundo é que sua aparição à Corte ter ocorrido durante o levante do Ultimo Reich foi peça chave para não permitir que muitos Filhos de Malkav encontrassem a Morte Final.

O terceiro e mais sedutor, é que seu sangue é capaz lhe leva-lo para uma viagem hipnótica e regressiva, vivenciando eventos ofuscados pelo Torpor ou pela perda de controle para a Besta.

Abraham Wolff

Eu joguei do lado que precisei para poder ganhar. Eu vou me sentar no trono e comandá-los, mais cedo ou mais tarde. São inimigos, cobras peçonhentas, morrerão em breve.

Quando tudo foi por terra, sob aconselhamento do ex-Justicar Karl Schrekt, Abraham Wolff foi colocado como Príncipe, substituindo Wilhelm que estava tomado em loucura. Este malkaviano não possuía qualquer qualquer ligação com Berlim e obviamente não foi aceito pela Corte. Mesmo com o ex-Justicar anunciando que Wolff foi peça fundamental para frustrar ações do Sabá no passado, ninguém o segue ou obedece. Os ainda fieis à Camarilla não o aceitam, ainda mais pelo boicote autoritário fomentado por Peter Kleist.

Kleist desdenha de Wolff. O Príncipe Fantoche, como é apelidado, sabe que não tem poder algum para enfrentar a cria de Gustav, e tudo que pode fazer é esperar que a Camarilla se erga e faça valer sua autoridade.

Cercado de inimigos e cobras, sua paranoia cresce. Para se fortalecer, inutilmente voltou à flertar com o Sabá. O que piorou ainda mais seu quadro de paranoia. Vê inimigos em todos os lugares e acredita que precisa procurar meios urgentes de fortalecer novamente o alicerce da Torre de Marfim… Antes que sua mente desmorone.

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