Começando pelo básico… O que é RPG, afinal?

Porakê Munduruku
Brasil na escuridão
3 min readJul 31, 2019

Jogos de RPG surgiram como alternativas aos antigos jogos de tabuleiro e estratégia, em relação a seus antecessores mantiveram a característica de buscar reunir amigos para uma tarde de diversão em comum, mas somaram a isto o apelo humano ancestral por contar histórias e um incremento sem precedentes no caráter lúdico e interpretativo, ao convidar os participantes a não apenas assistirem o desenrolar da história contada, mas, a construírem de forma vívida, dinâmica e cooperativa conforme ela se desenrola.

O termo Role-Playing Games, ou RPG, livremente traduzido como “jogos narrativos” ou “jogo de interpretação de personagens”, designa um tipo de jogo onde os participantes são convidados a interpretar papeis e criar histórias de forma colaborativa. Na atualidade o termo é bastante usado para se referir a uma vertente popular de jogos eletrônicos ou “games”. Aqui nos ateremos à modalidade que deu origem a expressão, o chamado “RPG de mesa”.

O progresso do jogo se dá de acordo com um sistema de regras predeterminado e de um cenário proposto, dentro dos quais os jogadores podem improvisar livremente, suas escolhas e ações que determinarão a direção que o jogo irá tomar. Há uma infinidade de Sistemas e Cenários disponíveis para todos os tipos de jogadores.

Os RPGs, em geral, tendem a ser mais cooperativos do que competitivos. Um jogo típico une seus participantes em um único time que se aventura como uma equipe. Na maioria dos casos, um dos jogadores assume o papel de Narrador.

O narrador normalmente não possui um personagem próprio, mas controla todos os personagens não-jogadores da aventura, acumulando os papéis análogos ao de roteirista, diretor, cenógrafo, figurinista e tudo mais, uma vez que cabe a ele descrever os cenários e situações por onde se passa a narrativa, além de todos os personagens que não são interpretados pelos demais jogadores.

Por isso, o narrador costuma ser aquele que conhece as regras e o cenário mais profundamente, e apesar de normalmente buscar segui-las, ele pode quebrar, ignorar ou mudar as regras em prol de uma fluidez no andamento da partida, de preferência em comum acordo com os demais jogadores, que por suas vez podem ser comparados a atores que interpretam personagens normalmente criados por eles próprios e sem as amarras de qualquer roteiro, livres para improvisar suas falas e ações diante dos desafios propostos pelo narrador.

Considerado um “Hobby Nerd”, bem antes da utilização do termo para designar meramente um nicho de mercado, o RPG foi sempre um hobby alternativo com um público bem definido, mas cativo. Um público, em geral, com acesso ou interesse por literatura e outros produtos culturais, com uma imaginação ativa e anseio por mais liberdade de ação do que seria possível obter com qualquer Game Digital, mesmo na atualidade.

O RPG faz parte de uma gama de jogos “off-line” que comprovadamente auxiliam no desenvolvimento de aspectos como: socialização, criatividade, cooperação e resolução de problemas. Como você mesmo pode conferir no AQUI.

Desde sua origem, jogos de RPG mantêm uma estreita relação com a literatura e os universos ficcionais que ela alimenta. Como filmes e romances, o RPG costuma ser categorizado por estilos como: fantasia, cyberpunk, horror, etc., sem, no entanto, limitar o comportamento do jogador a um enredo específico. As regras básicas e o cenário de jogo costumam ser descritos em livros onde não são incomuns sugestões de referências literárias e cinematográficas para inspirar narradores e demais jogadores no desenvolvimento de suas próprias histórias.

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Porakê Munduruku
Brasil na escuridão

Mombeu’sara, griô amazônida e escritor. Administrador da Página Brasil in the Darkness e integrante da Kabiadip-Articulação Munduruku no Contexto Urbano.