Os Adversários — Vikings (Semana 11)
Olá pessoal! Estou de volta da praia para continuar essa maravilhosa série de dois textos semanais onde eu e Pedro Luís debatemos e discutimos os adversários dos Broncos em 2019. Sem mais delongas, vamos ao nosso primeiro adversário após a Bye Week: o Minnesota Vikings.
No fim deste texto colocamos links para os adversários das outras semanas, não deixe de conferir!
Como foi a temporada 2018?
Sabe o que o asfalto de Santo André (a cidade onde moro) tem a ver com os Vikings de 2018? Os dois me deixam frustrado por serem tão irregulares.
Os Vikings de 2017 tiveram sua melhor campanha desde 1998: um fabuloso 13–3 que garantiu a eles a 2ª seed da NFC com direito a uma campanha surreal comandada por Case Keenum na melhor temporada de sua carreira — tão boa que John Elway trouxe ele pros Broncos em 2018 onde, infelizmente, ele não conseguiu reproduzi-la. Os Vikings caminhavam para ser o primeiro time da história da liga a disputar o Super Bowl em sua própria casa, derrotando o New Orleans Saints no Divisional Round por 29–24 numa das jogadas mais emocionantes que eu já assisti ao vivo na NFL, a Minneapolis Miracle.
No Championship Round os Vikings vinham como os favoritos mas foram parados pelo Philadelphia Eagles numa derrota por 7–38 de partir o coração, pondo fim à sua campanha e ao sonho de disputar o Super Bowl LII em casa.
Os Vikings vinham pra 2018 pegando fogo, mas pra repetir a boa campanha era necessário um QB. Veja bem, os Vikings tinham Keenum mas sabiam que ele teve um ano fora da curva e não acharam coerente renovar com ele nem com seus reservas Sam Bradford e Teddy Bridgewater. Felizmente, aconteceu algo raríssimo naquele ano: um Franchise QB caiu na Free Agency.
Kirk Cousins saiu de Washington após anos recebendo a Franchise Tag para ganhar o “big money” na Free Agency e acredite, interesse não falta em um QB bom nessa liga. Os Vikings deram a Cousins um contrato de 84 milhões de dólares TOTALMENTE GARANTIDOS por 3 anos. Seria o suficiente pra manter a boa campanha?
Não seria. Os Vikings em 2018 foram um time extremamente irregular, variando entre jogos maravilhosos e jogos patéticos como a derrota pro limitadíssimo Buffalo Bills em casa por 7–26 na semana 3. Tudo isso resultando num recorde 8–7–1 (sim, eles empataram um jogo também).
Pra mim a maior ofensa dos Vikings 2018 foi perder em casa na semana 17 para o já classificado rival de divisão Chicago Bears. Esse jogo não valia absolutamente nada pros Bears, visto que nenhum resultado mudaria sua Seed, mas para os Vikings era um jogo de vida ou morte: a simples vitória os classificaria pros playoffs. Com a sua derrota e a vitória dos Eagles contra os Redskins, os Vikings perderam sua vaga pro time de Philadelphia e ficaram fora dos playoffs.
Quanto a Cousins? Não chegou nem perto da expectativa que foi gerada sobre ele. Ficou com fama de pipoqueiro por falhar em momentos cruciais e ter uma má performance em jogos de horário nobre. Agora vem pra 2019 com a missão de provar que não deve ser subestimado.
O que esperar de 2019?
A contratação de Kirk Cousins na Free Agency de 2018 foi um negócio pesado. Isso deixou os Vikings com pouco cap disponível para trabalhar na Free Agency desse ano. Ao invés disso, os Vikings focaram em manter as peças de qualidade que pudessem no seu time. Para isso, eles estenderam o contrato do TE Kyle Rudolph (que foi muito especulado nessa off-season escassa de TEs) e recontrataram o OLB Anthony Barr (que já tinha feito um acordo com os Jets na Free Agency mas decidiu voltar atrás e voltar pra Minnesota).
Pra não dizer que não contrataram ninguém, os Vikings trouxeram o G de Tennessee Josh Kline para reforçar a sua linha ofensiva que sofreu muito no ano passado. Na questão das perdas as principais são o SS Andrew Sendejo e o RB Latavius Murray.
Para falar do Draft (e de outras coisas mais tarde) que foi um draft bem profundo onde os Vikings fizeram 12 escolhas ao total, eu passo a palavra pro Alisson do Padrinhos FA no Twitter (@PadrinhosFA) que é torcedor dos Vikings mas faz um trabalho muito legal no Twitter cobrindo Vikings, Broncos, Seahawks e Packers.
Eu: O que você achou do Draft 2019 dos Vikings que foi o time com a maior quantidade de escolhas no ano? E sobre o rookie Irv Smith Jr, você acha que ele renderá logo no primeiro ano ou os Vikings correndo atrás de reassinar com Kyle Rudolph diz o contrário?
Padrinhos FA: Olha o Vikings fez uma coisa rara nessa franquia, deixou os CBs de lado e atacou as necessidades, como te disse o ataque que precisa de mais ajuda, principalmente na OL, e o time endereçou suas escolhas mais altas (as 4 primeiras) para isso, nessa mentalidade de arrumar a OL e o jogo corrido. Pra começar Garret Bradbury melhor escolha possível na primeira rodada ataca a principal necessidade: o miolo da linha e pega o melhor jogador disponível, bloqueia muito bem em movimento e avançando ao segundo nível pode impactar imediatamente o time, Irv Smith Jr gosto muito do jogador, não acho que o Vikings vê nele um substituto para o Rudolph os dois podem trabalhar muito bem juntos e acredito que o Vikings vai usar bastante pacotes com dois TE, acredito que ele pode ter impacto logo sim, é um bom bloqueador ainda naquela filosofia vai ajudar também no jogo corrido e também é um playmaker, muito bom em ganhar jardas depois da recepção.
Depois veio um RB para ser backup do Cook, um jogador bem interessante, Alexander Mattinson, jogador versátil corre muito bem entre os bloqueios e tackles, não conhecia até o draft mas a tape me agradou. Já na quarta rodada o time ainda consegui trazer mais um jogador de OL o G Dru Samia de Alabama, o que pra mim foi um baita steel, jogador também tem características que combinam com o Bradbury e vai brigar pela vaga com o Josh Kline, e também ajudar na rotação.
Então usaram as 4 primeiras escolhas para atacar essas deficiências que eram as mais graves do time. As demais escolhas nada de muito expressivo, talvez o WR de Oregon Dillon Mitchell, o CB Kris Boyd teve também um Tackle Armon Watts, mas essas escolhas de fim de draft são apostas maiores.
No papel, o time dos Vikings é muito bom. Conta com armas poderosas no ataque como a dupla de recebedores Adam Thielen e Stefon Diggs, o TE veterano Kyle Rudolph e o grande RB Dalvin Cook que quando saudável faz mágica na liga. Tudo isso, é claro, comandado pelo QB Kirk Cousins.
Mas é no lado defensivo da bola onde os Vikings florescem. O HC Mike Zimmer conseguiu manter a defesa dos Vikings em alto nível nos últimos anos.
Padrinhos FA: A defesa, consistente e experiente já figurando entre as melhores da liga a 3 temporadas pelo menos e com Head Coach com mentalidade defensiva que é um dos melhores no quesito, sem dúvida é o ponto mais forte do time.
No papel, as coisas são lindas. Na prática, é necessário que não se repita o que aconteceu em 2018. E isso depende muito de que Cousins teremos esse ano.
Panela de pressão: a pipoca vai estourar?
Parece que toda semana eu guardo um espaço nesse texto pra falar do quarterback adversário de propósito. Mas a verdade é que todos os times dos quais eu já escrevi anteriormente pra essa série (Bears, Jaguars, Titans, Colts) tem uma questão muito importante na posição de QB que não deve ser ignorada. Com os Vikings não é diferente.
Bem, pra ser justo, o quarterback é na minha opinião a peça mais importante de um time. É quase impossível almejar a grandeza na liga se você não tiver um bom general que possa comandar o ataque do seu time. Até os Eagles quando marcharam até a vitória no Super Bowl LII sem o seu principal QB precisaram que o reserva Nick Foles fosse decisivo como nunca, e foi isso que ele fez.
Kirk Cousins… me faz coçar a cabeça. Na minha visão ele é um quarterback bom mas tem problemas sérios de consistência, e isso não é de hoje. Nos tempos em que jogava pelo Washington Redskins ele também apresentava tais inconsistências, e ainda assim conseguia puxar bons números. Em sua última temporada em Washington, Cousins passou para pouco mais de 4000 jardas, 27 TDs e 13 INTs com uma rating média de 93,9. Até que são números bons mas mascaram a história completa.
Em outras fontes que avaliam mais de perto a performance dos quarterbacks como a PFF e a Football Outsiders, Cousins não teve um desempenho tão bom assim nesse último ano em Washington, ficando colocado em relação aos outros QBs em 20º pela PFF e em 18º pela Football Outsiders. Além disso Cousins é dono de um recorde assombroso: venceu apenas 5 de 30 jogos que jogou contra times com um recorde positivo (mais vitórias que derrotas).
Em que ponto eu quero chegar com tudo isso? Pra mim é importante que os fãs e simpatizantes do Minnesota Vikings abaixem suas expectativas com Kirk Cousins. Ele é bom o suficiente pra comandar o time, mas eu tenho muitas dúvidas e receios quanto a sua capacidade de levar os Vikings ao próximo nível. Tenho a sensação de que esse ano é uma prova de fogo pra ele.
Por fim, resolvi perguntar a opinião do Allison, que tem outro ponto de vista:
Eu: Eu já passei algum tempo pensando sobre ele e não consigo chegar numa conclusão definitiva então permita-me perguntar a você: quem é Kirk Cousins e o que podemos esperar realisticamente dele?
Padrinhos FA: Bom vamos lá, vou tentar me basear sobre o que vi nos 16 jogos dele na temporada passada, claro que algumas coisas que ele já mostrava de problema em Washington parecem ser crônicos, mas vamos lá. Quem fala que o Kirk Cousins é ruim está enganado, ele não é um QB ruim. Ele está acima da média, tem um braço muito preciso analisando friamente, teve bons jogos e bons desempenhos — não atoa fez +4000 jardas e 30 TDs são ótimos números — são diversos fatores o que a galera não vê é que ele foi extremamente queimado temporada passada, teve uma OL que não é digna de NFL, uma dupla de guarda horrorosa (a ponto de o time praticamente não ter jogo corrido), muito do mérito do pouco jogo corrido foi devido ao talento individual dos RBs Dalvin Cook e Latavius Murray, isso foi outro fator que fez Cousins ter que passar mais a bola, o playbook de 5 jogadas do John DeFilippo não ajudou em nada, ele não sabia ajustar o ataque e com isso Cousins estava sempre em jogadas claras de passe ficava muito fácil para as defesas.
Não dá pra só defender, esses pontos tem que ser considerados, o Kirk individualmente não fez o esperado, ele não consegue ser decisivo o time não pode contar com isso que o QB [não] resolva, ele apresenta também problemas de leitura as vezes até um processamento mental lento na hora de analisar a jogada o que faz ele lançar o interceptações e sofrer Sacks e até Fumbles.
Dito isso é inegável que ele tem talento sabe se portar no pocket e passa a bola bem em movimento e por incrível que pareça para muitos foi um dos melhores passando sobre pressão, mas o time não pode depender que ele seja o salvador, ele não é. Mas se um bom sistema ofensivo encaixar com um jogo corrido consistente para desafogar ele e abrir espaço para o play action, da pra ir longe sim.
Resultado Provável
Na semana 10 os Broncos terão uma pausa. A fatídica Bye Week. Nosso confronto com os Vikings é na semana seguinte. Algumas pessoas acham que os times voltam mais revigorados e melhores após a bye, mas eu particularmente acho que os times perdem um pouco o ritmo de jogo com essa pausa no meio da temporada, o que afeta o desempenho geral. Pra mim isso pode ser uma desvantagem contra os Vikings, ainda mais jogando em Minneapolis.
A cada semana que passa fica mais difícil prever os resultados dos embates porque muita coisa pode acontecer em cada semana da temporada regular. Um exemplo é a linha ofensiva dos Vikings: será que ela vai engrenar com as novas peças até lá? Porque dependendo de como ela se portar, o pass rush de Denver pode ser mais ou menos efetivo porém ainda essencial para induzir Kirk Cousins ao erro, e mesmo assim não sabemos se o pass rush estará a altura também, devido a diversos fatores sendo o principal as possível lesões.
Mas não ficarei em cima do muro: o elenco e a profundidade dos Vikings é maior que a dos Broncos e acredito que eles vão sacudir a poeira da temporada passada e ter uma boa campanha esse ano, culminando na nossa triste porém provável derrota.
Pra finalizar, perguntei ao Allison sobre sua visão dos Broncos e sobre nosso confronto:
Eu: O que você acha dos Broncos entrando em 2019 e o que você acha do nosso confronto na semana 11?
Padrinhos FA: Bom difícil prever um jogo na semana 11. Todas essas análises pre-season podem cair por terra quando começar [a temporada]. Hoje eu tenho uma boa expectativa dos Broncos, principalmente defensivamente acho que Denver vai vir com uma defesa muito forte com o comando do Vic Fangio, acho que podemos ver um Von Miller voando, eu particularmente acho que a DL e a secundária se completam, quando se tem um pass rush que incomoda muito a secundária cresce de produção também porque o QB é mais forçado ao erro, acho que é o que vai acontecer no Broncos vem aí uma defesa bem forte as peças estão lá agora também um bom coach nesse quesito. No ataque o Joe Flacco me preocupa, o Drew Lock não acho que vem pronto, então isso pode ser um problema. As últimas temporadas do Flacco foram bem ruins, e também temos Emmanuel Sanders voltando de lesão. Não sei se o broncos está tão bem de alvos, apesar de que Noah Fant deve chegar já contribuindo.
Visto isso ainda acho o elenco do Vikings um pouco superior, vai depender da evolução dos time. Aliás, o jogo é em nossa casa então eu dou vantagem para o Vikings. É um jogo que marquei no meu calendário como vitória. Minnesota precisa dessa vitória porque o calendário é cruel, mas em 10 semanas muita coisa pode acontecer. Analisando a última temporada, acho que o favoritismo é nosso.
Preview do Embate: Vikings favorito.
Gostaria de agradecer novamente ao nosso amigo Allison da Padrinhos FA (@PadrinhosFA no Twitter) pelo seu tempo e suas respostas, não deixem de dar uma olhada no seu trabalho!
Se você gostou da série, confira com a gente os textos sobre os outros adversários!
