Como e para que servem os Investimentos Seed?
Essa série de textos é voltada para aqueles empreendedores que gostariam de iniciar sua jornada de captação, mas não sabem como. No episódio de hoje: Investimento Seed.
Primeiramente, se você não sabe como abordar investidores, pare aqui e leia esse texto que fala sobre relacionamentos com VCs. Se você é um leitor assíduo deste blog (obrigado, antes de mais nada) já vai ter deparado com essa nossa insistência no relacionamento com fundos e, de uma forma bem feliz de falar, nós insistiremos que conversar com fundos vai mais do que um café, um e-mail e um aperto de mão. Leia o texto que indicamos e você vai entender.
Esse texto, sobre Investimento Seed, abordará as características desse tipo de investimento, pra que serve, como vive, do que se alimentam, entre outras coisitas mais…
Vamos lá. Pra começar, vamos a sua definição:
Por que raios esse investimento é chamado de seed?
Seed, em inglês, significa semente. Dizemos que o investimento é seed quando é considerado um pequenos volumes para o pagamento de despesas corriqueiras. O pessoal da investopedia diz o seguinte:
O investimento seed é denominado assim, pois é direcionado a startups que ainda estão engatinhando ou em estágios iniciais. Não é uma quantia enorme de fundos e muitas vezes, por vir de fontes apoiadas por pessoas, são montantes pequenos. Assim, esses fundos geralmente cobrem necessidades essenciais de uma startup, tais como a validação do plano de negócio ou de despesas operacionais (por exemplo, aluguel, equipamento, pagamento de salarios, seguros, pesquisa e/ou custos de desenvolvimento).
Por conta dessas características, muitos empreendedores acabam ficando confusos em diferenciar o Seed com anjos e outras iniciativas de venture capital. Ao falar de investidores anjo, podemos dizer que um anjo pode ser considerado seed se o seu montante for superior a um determinado montante ou a um desafio mais maduro. Um anjo, geralmente uma pessoa física ou um grupo de pessoas física, é utilizado para financiar projetos a saírem do papel, enquanto o seed é utilizado para validar hipóteses rumo ao product-market-fit (se você não sabe o que é isso, recomendo ler esse texto aqui).
Já o seed, em relação a outros tipos de fundos de risco, é mais utilizado como um validador da startup ou um “abre portas”. É comum solicitar aos investidores que já fazem parte da startup indicações para novas rodadas de captação. Como o Marc Andreessen diz em seu blog: “ser apresentado a fundos por indicação de outros investidores facilita e muito o processo de conversa para captação, mas isso não significa necessariamente um sim instantâneo ou um não absoluto.” Comentando ainda sobre o sim e não de investidores, o Marc ainda comenta mitigação de riscos e o efeito “camadas de cebola” de startups, vale a pena dar uma lida em seu post.
Vantagens e Desvantagens do Investimento Seed
De acordo com um grande levantamento feito pelo pessoal da Endeavor, há prós e contras ao se relacionar com iniciativas de Investimento Seed.
Vantagens:
Aprovação ou negação do investimento costuma ser rápida;
O investimento agrega recursos e conhecimento, visando o product market fit;
Há maximização de valor (investidores auxiliam na gestão da empresa);
Aplicação de práticas de governança corporativa;
Aumenta a credibilidade da empresa;
Abre portas para um relacionamento qualificado no mercado de atuação.
Como se trata de equity, não há pagamento de juros.
Desvantagens:
Geralmente de 15% a 20%. É importante que após a rodada seed, os fundadores mantenham mais de 70% de participação da empresa.
Há cláusulas restritivas, como:
Empreendedor não pode sair da empresa;
Sócios têm preferência de aquisição;
Investidores têm participação na tomada de decisão, incluindo poder de veto.
Fundo pode vetar questões relevantes, como endividamento;
Empreendedor não pode fundar uma empresa concorrente.
As empresas são cobradas a terem bom resultados para alcançar os milestones previstos na rodada;
Pode haver desalinhamento de expectativas em relação ao futuro da empresa.
Tamanhos de Cheque e Apetite
Uma coisa que o cenário atual apresenta de forma bem ampla é o tamanho de cheque e o foco/área de atuação. Há uma série de sites que podem auxiliar na busca por qual é o veículo mais ideal para o tamanho do seu desafio. Como sugestão, há um Mapa de Investidor da DealFlowBR para você, jovem empreendedor. Ele é feito de forma colaborativa com a participação das iniciativas investidoras (fundos, aceleradoras, anjos, etc etc) do ecossistema brasileiro.
Deixamos também uma ressalva, existe uma lição de casa que todo empreendedor precisa fazer antes de procurar investimento, se você está buscando investimento e precisa de uma ajuda, troque uma ideia com a gente! Você pode agendar um horário conosco aqui.
Termos, negociações e juridiquês
Ah…os termos….(suspirada profunda…) Bom, uma hora a gente precisaria falar deles, afinal de contas, eles são parte da negociação. Primeiro e mais importante conselho que há para você, caro empreendedor:
DEFENDA SEU CAPTABLE COM UNHAS E DENTES
Deu pra entender a gravidade e importância? Não? Vamos deixar claro: empreendedor que tem um sonho, não tem receita relevante, ainda testando seu produto, buscando mercado, vendendo almoço pra jantar, no final do dia tem o que para contrapartida em negociações com os fundos? sua participação acionária da empresa, ou seja, você e sua vida em termos de negócio.
E dada essa baita importância, estimule a competitividade durante a negociação. Não dependa apenas de decisões única de um fundo, diversifique propostas e negocie entre elas. E se caso os fundos tiverem fazendo argumentações super complexas, respire fundo, contrate uma assessoria jurídica ou aprenda o juridiquês falado e faça o melhor business. Ficou curioso/desesperado com o que os fundos podem argumentar? Dê uma olhada no blog da Post-Nine ao falar de termos em Investimentos Seed.
NUNCA SE ESQUEÇA DE ZELAR PELA SUA PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA NA EMPRESA.
Acho que fui o mais claro possível.
E então, “os finalmente”
Tenho uma notícia feliz/triste para você, caro empreendedor. O Investimento Seed é só uma das primeiras etapas de um processo relativamente longo. É um sentimento ambíguo, pois o trabalho de relacionamento com VCs é algo sempre buscando o longo prazo e com uma intensa troca de informações (veja nosso post no blog da Captable para você aprofundar melhor a importância da estruturação de operações pós captação), mas os resultados de cada etapa são sempre valiosos rumo a construção de um grande business.
E quais são as suas maiores dúvidas quanto ao processo de captação? Qual foi o maior desafio que você enfrentou? Qual foi sua maior conquista durante o processo? Compartilhe aqui com a gente, vai ser um prazer ouvir sua história!
