Na luta contra o nazismo: Sophie Scholl

Mulheres que inspiram

Ada
Conceito Ada
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5 min readFeb 19, 2019

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Nossas mulheres estão de volta! Após o primeiro post e a apresentação
da Emma aqui, hoje dedicamos a nossa homenagem à Sophie Scholl!
Nessa semana completam 76 anos da sua morte precoce, aos 21 anos. Momento perfeito para homenagear, agradecer por sua luta e divulgar suas ideias, né?! Então vem conhecer essa mulher e sua vida que, apesar de breve, foi e seguirá sendo inspiração para todxs! ❤

Antes de começarmos a falar da Sophie, para quem está se perguntando o por quê de nunca ter visto uma peça da Ada com o nome dela, eu explico: ela dará nome a um dos nossos lançamentos de Março! :) Mas não poderíamos deixar passar a data da sua execução e por isso ela está aqui, pela primeira vez, sendo apresentada à vocês!

Agora sim podemos contar um pouquinho de quem foi, o que fez e por quê ela é tão importante e reconhecida, não só na Alemanha, mas em todo o mundo!

Sophie ❤

Sophie Scholl tinha apenas 21 anos quando foi presa, acusada de traição e executada, junto do seu irmão. Anos antes, os dois chegaram a participar da Juventude Hitlerista, mas foi em 1942, quando Hans foi convocado para servir, que ele pode presenciar de perto os horrores da guerra. Nesse mesmo ano, ele juntou-se à um pequeno grupo disposto à resistir e fazer oposição ao nazismo. Assim como Sophie, que foi uma das únicas mulheres à participar do movimento Rosa Branca e se opor ativamente ao regime nazista.

O grupo de resistência não violenta antifascista era composto por estudantes e um professor de filosofia, da Universidade de Munique, que se opunham às atrocidades praticadas por Hitler e seu governo. Usando somente canetas, panfletos e grafites, eles lutavam por liberdade e buscavam alertar as pessoas sobre os absurdos cometidos pelos nazistas.

Os “Panfletos da Rosa Branca” eram distribuídos pela cidade, enviados por cartas e colocados em locais de acesso público, acompanhados de grafites que expunham a realidade: “Hitler assassino em massa” foi uma das frases pichadas nas paredes da cidade de Munique. Ao total 6 edições foram criadas, produzidas e espalhadas por eles. Começaram com a intenção de falar diretamente com os intelectuais e lhes fazer agir diante do que acontecia. Acreditavam que eles sabiam o que se passava e, por terem mais conhecimento, tinham o dever de não se calar.

“Não nos calaremos, somos a sua consciência pesada; a Rosa Branca não os deixará em paz!”

Assim o fizeram! Sophie, por ser uma jovem mulher, não despertava suspeitas e se encarregava de distribuir os panfletos do grupo. Dizia que lutavam com suas palavras e sabia que o risco por fazê-lo era grande. Mas não temia: “O que importa a minha morte, se através do nosso exemplo milhares de pessoas acordarão e começarão a agir”

Hans Scholl, Sophie Scholl e Christoph Probst, 1942. | Imagem: Sophie Scholl e a Rosa Branca

No dia 18 de fevereiro de 1943, Sophie e Hans foram à universidade distribuir o seu sexto e último panfleto. Ela aproveitou a oportunidade e, do que sobrara das cópias, jogou ao vento para que voassem e se espalhassem por todo o pátio. Nesse mesmo instante foi vista pelo zelador, denunciada e presa ali sob a acusação de alta traição. Em apenas 4 dias, os irmãos Scholl foram interrogados e sentenciados à morte.

“Como podemos esperar que a justiça prevaleça, quando dificilmente alguém se dispõe a se entregar por uma causa justa?”

Em 22 de fevereiro, em seu último dia de vida, Sophie deixou claro aos pais que os seus atos eram apenas o inicio de algo muito maior. Ela estava fazendo o que outros tinham medo de fazer e acreditava que suas ações seriam como uma onda, que aos poucos chegaria e inspiraria muitos. Mal sabia ela que os mesmos panfletos, que levaram os irmãos à execução, foram multiplicados e espalhados por toda a Alemanha, em uma ação dos aviões britânicos, no outono de 1943.

Monumento em homenagem à Rosa Branca, na Universidade Ludwig Maximilian. Os panfletos encontram-se espalhados pelo chão, como Sophie havia feito. | Imagem: Mondays Monument

Além de ser um símbolo de resistência e de luta por seus ideais, Sophie Scholl nos lembra que enquanto nos mantivermos acomodadas, nada irá mudar. Coincidentemente, ou não, cada frase exposta aqui é uma recordação e um chamado para agir. Em tempos onde o preconceito está cada vez mais aparente, mulheres são assassinadas e políticos precisam se exilar por lutarem por direitos básicos, igualdade e liberdade, exemplos como o dela tornam-se essencial! Sua história deve ser lembrada, assim como a vida de cada pessoa que não se cala e se levanta pelo que acredita! *Marielle presente!*

“Levante-se pelo que você acredita, mesmo que isso signifique levantar-se sozinho.”

Dedicamos esse post à vida de uma jovem que não se calou diante do maior genocídio do século XX e à vida de cada mulher que vive, se expõe e luta pela liberdade de todos. Lembramos que cada ação importa, seja ela pequena ou grande, um ato de amor, gentileza, empatia e respeito é sempre necessário. Desejamos que esse dia sirva não só para reflexão, mas também para valorizarmos todxs que de alguma forma impactam positivamente no mundo e que a gente possa se perguntar o que está ao nosso alcance e agirmos. De gota em gota, nós formamos ondas que reverberam por aí :)

Obrigada Sophie pela vida, pela reflexão e pela lição! Quer saber mais sobre ela? Recomendamos o filme “Uma mulher contra Hitler” e o livro “A Rosa Branca” escrito por Inge Scholl, irmã de Hans e Sophie. ❤

Por hoje é isso, nos vemos no @conceitoada

Um beijo e até mais!

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