Como é que as pessoas aprendem?

Muitas pessoas já se questionaram ao longo da vida sobre como o aprendizado acontece ao longo da vida humana. Memorizamos tanta coisa no ensino tradicional e agora nos questionamos sobre onde aquele conhecimento foi parar. Lembram-se das muitas fórmulas de matemática? E as leis da física? Sem contar as grandes datas de guerras e eventos históricos? É muito questionado sobre o sumiço dessas informações todas na nossa mente através dos anos.

Há muitos estudos sobre como o ser humano aprende e se desenvolve e, graças a estes estudos, novas metodologias nasceram. As escolas adotam há séculos uma metodologia passiva e nela os professores são os protagonistas da educação, isto é, são os transmissores de um conhecimento que seus alunos supostamente não detém. É um processo de ensino, de transferência de conhecimento. Atualmente, porém, o debate vai além, focando no processo de aprendizagem, e não mais no ensino por si só.

Aprendizagem, de acordo com o dicionário Priberam, significa:

1. Ato ou efeito de aprender;
2. Tempo durante o qual se aprende e;
3. Experiência que tem quem aprendeu.

Ensino, por outro lado, significa:

1. Dar aulas ou lições;
2. Dar aulas ou lições de (ex.: ensinar a ler e a escrever; ensinar matemática);
3. Preparar para determinada tarefa, ação ou prática. = ADESTRAR, TREINAR;
4. Transmitir experiência, princípios ou normas de conduta a (ex.: os pais ensinaram ambos os filhos a serem independentes).

Fica clara a diferença existente entre as duas palavras e os sentidos que elas podem dar a todo o processo. Olhando para isso, é justamente pela aprendizagem que a Academy está focada em trabalhar e desenvolver. Não se trata mais de ensinar alguém sobre determinado assunto. Trata-se de trocas, de fomentar a aprendizagem através de práticas não tão estimuladas. E é a partir daí que as metodologias ativas passam a ganhar foco.

Mas, afinal de contas, o que é metodologia ativa?

Trata-se de um modelo no qual o estudante encontra-se no centro do processo de aprendizagem. Ele não é mais apenas um mero espectador, mas personagem principal e ativo. O professor, neste modelo, atua como um mediador de discussões e não mais como apenas o único detentor de conhecimento. Para entendermos melhor o porquê desta abordagem, vale analisarmos a pirâmide de aprendizagem de William Glasser. Ela ilustra bem quais são as maneiras mais eficazes num processo de aprendizagem.

Discutir, praticar e ensinar são os métodos mais eficazes no processo de aprendizagem e, se pensarmos nas práticas da metodologia passiva, fica mais fácil de entender por que é uma estratégia de aprendizagem alvo de debates e críticas nos dias contemporâneos.

Ler, escrever, observar, práticas comuns no ensino tradicional, apontam um baixíssimo nível de retenção do conteúdo, mas geram, por outro lado, a reflexão: se a retenção é mínima, por que a utilizamos tanto?

A partir de reflexões como essa, a Academy incentiva desde seu nascimento a utilização de metodologias que centralizam o tripulante durante todo o ciclo de aprendizagem. Claro, no início havia muito a ser feito, mas estando dentro de uma startup em crescimento exponencial, pudemos realizar testes, aprender com eles e entender quais práticas eram mais efetivas que outras.

Dentro do Starters, programa dedicado para os primeiros desafios da área que o tripulante atuará, nos aventuramos com uma grade de treinamento de um mês baseada na metodologia 70:20:10. Trata-se de uma metodologia que não exclui o aprendizado teórico, mas fomenta mais momentos de prática e aprendizado com o outro, se tratando, portanto, de uma quebra de paradigma por si só. No Starters, pensamos e realizamos uma estrutura que possibilitasse ao consultor não só aprender teoricamente sobre o produto, processo e outras técnicas, mas também na prática. Logo na segunda semana de Creditas, o consultor teria experiências reais, possibilitando colocar a mão na massa, errar e aprender com seus erros, tendo como consequência um tempo de rampagem quase três vezes mais rápido que um tripulante que não passou pelo programa.

Nosso programa de desenvolvimento contínuo, o Boost, baseou-se no Problem Based Learning (PBL) e nele encontrou um modelo que de fato fosse aderente às necessidades da tripulação. Trata-se de um modelo em que o aprendizado vem através de problemas reais que surgem no dia a dia de trabalho na Creditas.

Todos nossos programas, desde o Onboarding até os de desenvolvimento de alta gerência, são conduzidos por metodologias que colocam o tripulante no centro, como agente direto de seu próprio desenvolvimento. É um novo entender, fomentamos e precisamos ser autônomos e protagonistas de nossas carreiras e, claro, isso perpassa pelo ciclo de aprendizagem e desenvolvimento.

Após quase três anos de Academy, após muitos erros, acertos, aprendizados e estudos, construímos nossa Metodologia Creditas Academy, dando um norte para todos nossos programas de desenvolvimento. A metodologia única garante assertividade, estabelece nosso padrão de desenvolvimento e nos ajuda a sermos ágeis nas soluções propostas. Ela é fruto de estudos e testes de metodologias como a Action Learning, Agile Learning, Experience Learning, PBL, 70:20:10 e o Guia de Recursos Educacionais Abertos no Brasil (construído através de uma parceria entre Unesco e Instituto para Aplicação de Tecnologias da Informação — IITE).

Apesar da evolução como Universidade Corporativa da Creditas, ainda temos muito o que aprender — estamos sempre em desenvolvimento. Porém, os últimos três anos nos ensinaram que o aprendiz precisa ser o foco do nosso trabalho, e com ele aprendemos e evoluímos juntos. Nosso próximo passo é treinar e testar nossa metodologia criada, aprender e, se possível, continuar evoluindo. Afinal de contas, o mais gostoso sobre educação é que se trata de um ciclo sem fim. E através desta mentalidade de aprendizado contínuo e inesgotável, desejamos seguir.

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