Como funciona a mineração de Bitcoin

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Eusouelliot
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3 min readAug 15, 2018

A mineração de criptomoedas é o processo que garante a confiabilidade da blockchain e das transações de bitcoin em toda a rede. É a mineração que irá garantir que um bitcoin não será gasto duas vezes (gasto duplo), já que é a partir dela que os registros são gravados no livro-razão (ledger).

Mas minerar uma criptomoeda não é um processo simples. Muito pelo contrário. Atualmente exige uma grande capacidade computacional e um gasto de energia enorme. Ainda assim, é o que mantém toda a rede bitcoin funcionando. Como recompensa os mineradores recebem 12,5 bitcoins para cada bloco minerado. Mais as taxas envolvidas em cada transação, que irão variar de acordo com a ocupação da rede e o tamanho das transações.

Como funciona a mineração de bitcoin

São cinco as tarefas envolvidas no processo de mineração de bitcoin: primeiro os mineradores precisam “ouvir” as transações que estão sendo feitas na rede e validá-las para evitar o gasto duplo; em seguida o minerador deve manter uma cópia da blockchain atualizada com a entrada de novos blocos e confirmar que os nounces desses blocos são válidos; o próximo passo envolve a criação de um novo bloco e a inclusão das transações do primeiro passo; em seguida o minerador precisa encontrar o nounce do seu bloco através de milhares de complexos cálculos matemáticos para “quebrar” a chave criptográfica; por fim, deve torcer para que seu bloco seja aceito por outros mineradores e que novos blocos sejam criados a partir dele, fazendo parte de toda uma rede de consenso e recebendo seus 12,5 bitcoins pelo esforço.

A dificuldade de mineração aumenta a cada 2016 blocos minerados, fazendo com que seja preciso cada vez mais recursos computacionais para fazer parte da “briga” entre mineradores. Isso também faz com que, mesmo com novos mineradores entrando, o tempo de criação dos blocos permaneça em dez minutos. Blocos maliciosos são descartados pela rede e o esforço acaba sendo em vão.

Consumo de recursos e energia

Com a valorização da bitcoin nos últimos anos grandes datacenters entraram na disputa por novos blocos, tornando a atividade um negócio extremamente profissional e em escala industrial. Atualmente a mineração é um processo caro que requer um grande investimento em estrutura e equipamentos (máquinas mineradoras) e já não pode mais ser feita em casa como nos primeiros anos da bitcoin.

A mineração de criptomoedas tem alertado os ambientalistas ao redor do mundo. Além da energia gasta para construir e manter funcionando as mineradores, há um grande custo para o resfriamento desses equipamentos, já que ao mantê-lo numa boa temperatura o rendimento é maximizado. Ou seja, gasta-se energia de ponto-a-ponta no processo de mineração, fazendo com que, ao longo do anos, isso possa se tornar um problema ecológico global.

Por outro lado, os defensores da mineração argumentam que ano após ano as mineradoras se tornam mais eficientes e que a concentração permite um maior controle do gasto de energia. A verdade é que, com a popularização da bitcoin e de outras criptomoedas, teremos que olhar com atenção para os problemas que a mineração pode trazer.

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