Especial Dia dos Namorados: Pedido de Casamento
[NOTA: Esta viagem foi realizada antes da pandemia do novo corona vírus.]
Oi gente, tudo bem? Faz tempo que não nos falamos por aqui. Nós, Exploradores, acabamos dando um tempo nas postagens, por toda a situação que o mundo inteiro conhece muito bem: a pandemia do novo corona vírus. Nossa última postagem foi através de um convidado, Vinicius de Avila. No meu caso, já faz 1 ano que não escrevia, dando relatos das nossas viagens mundo afora. Mas, as lembranças continuam aqui, no coração e na mente e, inspirada pelo Dia dos Namorados (12 de junho, no Brasil), resolvi reviver um momento TÃO especial para mim, que foi um pedido de casamento que jamais poderia imaginar!
Na minha visita à Índia, cuja viagem já relatei aqui em dois posts (para quem quiser ler: Produções Bollywoodianas e Aula de Yoga em Jaipur), eu e Marcelo (marido) passamos por uma cidade chamada Jaisalmer, conhecida como "cidade dourada", localizada na famosa região do Rajastão.
Jaisalmer fica no deserto Indiano e sua marca registrada é o fato de ser quase inteiramente construída em arenito amarelo, um material que dá à cidade a impressão de ter sido feita de ouro. Subir no terraço de uma das casas nas ruas da cidade faz você se sentir no topo de uma montanha toda amarela ou dourada.
Pois bem, tinham se passado vários dias de viagem até chegarmos em Jaisalmer. Já tínhamos estado em Amsterdã antes de ir para Índia, onde iniciamos nossa jornada por Mumbai, seguindo para as cidades do Rajastão. Foi em Jaisalmer que ficamos no hotel mais lindo que já estive, Marcelo quem escolheu e eu não sabia muito a dimensão, estilo do hotel. Normalmente, a gente vai escolhendo e decidindo os locais que ficamos hospedados e tem um pouco de tudo, lugares simples, mas em Jaisalmer, ele ficou responsável pela escolha de tudo (seria um indício?).
Nossa, que saudade desse lugar! Era o jardim interno do hotel, onde eram servidos o café da manhã, almoço, jantar.
Em uma das noites que estivemos lá, Marcelo disse que tinha uma programação de um jantar no deserto. Já estive em um desses jantares e, confesso que fiquei um pouco com pé atrás, porque, em geral, são passeios muito turísticos, com atrações e tudo mais. Mas, de fato, seria um programa diferente, pois normalmente, jantávamos no hotel, já que o lugar não tem muitas opções mesmo, por estar no deserto. Perguntei se haveria outras pessoas (como, em geral, é) e Marcelo confirmou que sim.
No horário, um carro do hotel veio nos pegar para levar até o local. Ao chegar no meio do deserto, só a luz da lua e das estrelas (o céu do deserto é algo inexplicável), tinha um caminho de pequenas tochas espalhadas e um músico sentado, tocando flauta, uma estrutura com uma tenda, uns tapetes e uma equipe de cozinheiros e um rapaz que era o anfitrião daquele momento, chamado Mahindra que se apresentou a nós e, infelizmente, não aparece em nenhuma das fotos (vocês já saberão o porquê). Nesse momento, eu não vi outros convidados… Eu entendi que era um jantar só nosso e morri de emoção, eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo!!!
Eu fiquei completamente passada como Marcelo tinha planejado aquilo, com as pessoas ali preparando um jantar só para nós.
Depois da apresentação da "equipe", a gente comeu entradinhas maravilhosas da culinária indiana, feitas na hora, ali no deserto. Em seguida, fomos para uma tendinha, onde seria servido o prato principal.
Durante o jantar, o nosso anfitrião Mahindra vinha nos apresentar os pratos, falar do preparo, puxar um papo sobre de onde éramos, o que gostávamos, tornando a noite mais e mais agradável com sua simpatia.
Entre uma vinda e outra, Mahindra nos conta que foi picado na perna, mas estava tudo bem… Perguntamos, que tipo de picada ele tinha levado? Uma picada de escorpião! A perna estava um pouco inchada, mas nada que impedisse ele de continuar no nosso jantar. Eu e Marcelo ficamos pensando "como assim, uma picada de escorpião e tá tudo bem?", imaginando o porte do escorpião no meio do deserto, não devia ser qualquer escorpião e, a partir daí, ficamos preocupados e falando para Mahindra tentar ver com o motorista que nos trouxe se tinha como levá-lo para o hotel (os funcionários do hotel moravam lá). Ele insistiu que não tinha necessidade e logo ia ficar bem. Seguimos então com o jantar e, um pouco depois, falamos com a equipe novamente e acabou que alguém passou um rádio para o motorista vir para levá-lo a um hospital (imagina se tinha algum hospital ali perto?). Eis que o motorista veio e levou Mahindra. Ficamos lá no deserto, esperando notícias e seguindo o jantar (pausa para este momento: para mim, estávamos jantando e, quando estivesse tudo encaminhado com Mahindra, o motorista voltaria para nos pegar; para Marcelo, havia um plano em mente que talvez estivesse ameaçado).
Eis que o pessoal da janta traz uma mesa com uma torta escrito "Te amo", como assim um bolo personalizado, escrito em português! Mais uma vez, o coração a mil.
É muito engraçado ver essa foto por essa perspectiva, porque naquele momento, não estava vendo o que ia sair ali atrás (Marcelo segurando uma caixinha) e ele começa a falar, bom, nem precisa dizer muita coisa pela minha cara, né?
Fui pedida em casamento no meio do deserto, em Jaisalmer, com um jantar particular, sob o céu estrelado e nosso anfitrião Mahindra picado por um escorpião! Como ele estava? Então, depois de muitas emoções, o jantar finalizado, era hora de retornar ao hotel, masssss ficamos aguardando notícias do que estava acontecendo, já que o motorista foi levar Mahindra em algum local para ser atendido. Nisso, as tochinhas se apagando e nós esperando, quando Marcelo começa a contar o que estava se passando na cabeça dele enquanto tudo acontecia, o pensamento foi mais ou menos assim: "montei um plano desde o Brasil, quando comprei o anel, trouxe ele escondido, deixando dentro dos mais improváveis locais na mala, torcendo para Renata não sair mexendo em tudo, que é típico dela, depois de vários dias de viagem, montou todo o jantar com o hotel e Mahindra é picado por um escorpião e levado para o hospital, antes do pedido, e se der M? Se acontecer o pior? Aborto ou não a missão?". Enquanto essa novela passava na cabeça de Marcelo, para mim, estávamos tendo um jantar maravilhoso, nunca imaginado e apreensiva por notícias.
Até que tivemos notícias de que Mahindra foi levado sim ao hospital, que eu não faço a menor ideia de onde tinha um ali, tomou uma injeção de algum medicamento para deter o veneno e o motorista estava vindo nos buscar. Quando chegamos ao hotel, Mahindra já estava lá e conversamos um pouco com ele, que estava bem e ia ficar uns dias se recuperando. No final, deu tudo certo \o/////
E essa foi minha forma de homenagear o nosso Dia dos Namorados!
Feliz dia para todos os casais apaixonados ❤ ❤ ❤
