Desafio: cultura organizacional e home office

Priscila Couto
Fantástico Mundo RP
4 min readJul 14, 2020

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11 de março de 2020 — dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou o estado da contaminação da Covid-19 à pandemia.

De lá para cá, abordamos aqui no Fantástico Mundo RP diversos impactos da crise no campo das Relações Públicas e da Comunicação. Dentre vários conteúdos, falamos sobre:

Marcas e Covid-19: reputação colocada à prova
Novo Normal | O mundo das Relações Públicas pós crise do Novo Coronavírus
E depois? Tendências do mundo pós-pandemia

Um novo aprendizado a cada dia, novos questionamentos, muitas dúvidas e bastante adaptabilidade. Os primeiros passos de mover o time para o remoto já foram vencidos, análises sobre posicionamento organizacional no digital já foram testadas e executadas, otimizações de ferramentas para manter a comunicação transparente entre o time já foram realizadas.

A reflexão desta semana é sobre a cultura organizacional. Como manter a sinergia e a conexão do objetivo e valores da empresa com times dispersos? Para modelos que eram 100% físicos, sustentar o engajamento pode ser especialmente desafiador no trabalho remoto.

No texto de hoje, compartilho os principais insights que obtive nas leituras, conversas e busca por entender melhor sobre o fortalecimento de cultura em times que estão em home office.

Dos corredores do escritório para o home office

Algumas rotinas ficaram na empresa: o caminhar com os colegas ao sair de uma sala de reunião, o bate-papo próximo à máquina de café, a conversa no bebedouro enquanto enche a sua garrafinha.

É preciso criar novos rituais e adequar os já existentes para que a informação flua como no dia a dia do escritório. Para tal é necessário alinhar expectativas e otimizar as ferramentas disponíveis. Ajustar quando o vídeo deve ser aberto, disponibilizar plataformas para que os colegas possam “puxar a cadeira e sentar do seu lado” e cuidar para que as interações tenham muita empatia e um olhar humano. A reprodução do cafezinho.

Na Cinnecta, por exemplo, nós implementamos um veículo de comunicação semanal para compartilhar dicas para melhor adaptação no home office e desenvolvemos também QGs — cada área da empresa tem sua sala no meet.google e por lá ficamos online, assim todos os colaboradores têm fácil acesso à sua “mesa de trabalho”.

Reforçar, Reforçar, Reforçar

A Comunicação Organizacional ganha um papel singular aqui. O trabalho remoto requer que a mesma mensagem seja repetida e reforçada em todas as oportunidades: interações da liderança e veículos internos. É fundamental repassar por metas e papéis.

Mesmo que sua mensagem não tenha sido alterada, é necessário repeti-la porque o mundo mudou e os colaboradores precisam saber que a direção existente ainda é válida. A reorganização do trabalho para o home office é uma excelente oportunidade para revisitar o básico, a fim de garantir que todos os objetivos individuais e coletivos sejam relembrados.

A cultura e os pilares organizacionais devem estar ainda mais presentes em todas as formas de comunicação da empresa. Seja na fala do líder, no comunicado interno ou conteúdos para as redes sociais.

Uma pesquisa da Harvard Business Review apontou que quando o colaborador não tem opção entre o trabalho no escritório e no home office a motivação fica bastante impactada. Aqui a ideia de reforçar e comunicar que o propósito e o direcionamento da empresa prevalece. As pessoas precisam entender sua contribuição para o todo e o impacto de suas entregas para o time e para os clientes.

Havard Business Review

A crença de que seu trabalho cumpre um propósito mais elevado motiva as pessoas a pensar e agir de maneira mais coletiva — a serem mais abertas à colaboração. O entendimento claro das metas de negócios ajuda as pessoas a verem como o próprio conhecimento contribui para as necessidades da organização.

Nada disso irá fluir se todos colaboradores não adotarem uma postura ainda mais proativa. Nós, profissionais da Comunicação, devemos agir como exemplo e estimular esse envolvimento entre os times. As ferramentas estão na mesa, precisamos de uma dedicação mais afiada para fazer funcionar. Comunicadores e Líderes têm papel determinante nessa nova gestão da comunicação.

Liderança

Clareza, energia e exemplo. O líder é o propósito ambulante da empresa e em todas as micro interações é importante ter consciência dessa responsabilidade. A constância do contato com o time será fundamental para que todos fiquem sincronizados e engajados com a cultura, mesmo com a distância e as mudanças diárias.

O líder é quem guia o barco e abre passagem e mesmo com tanta imprevisibilidade é preciso ter clareza (diferente de certeza) dos próximos passos e apoiar nos desafios enfrentados. Não saberemos quais serão os desafios de amanhã, apenas sabemos que haverá alguns e a cultura deve permear e traduzir as ações e definições da empresa.

Nesse momento de disruptura é importante termos o olhar sobre as oportunidades de fortalecimento de comunicação e cultura que surgem. Podemos sair ainda mais fortalecidos nesse aspecto. Use esse tempo para explorar novas maneiras de comunicar e revisar antigas formas de fazer as coisas e certamente perceberá os benefícios no longo prazo.

E vocês, como têm se adequado para manter sólida a cultura organizacional?!

E seguimos com a palavrinha de ouro do momento: adaptabilidade.

Até a próxima! ;)

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Priscila Couto
Fantástico Mundo RP

Relações Públicas, Especialista em Marketing. Atuo com Comunicação Corporativa, Marketing B2B e Agile.