Guia para “Linguagem Neutra” (PT-BR)

Ophelia Cassiano
“Linguagem Neutra” (PT-BR)
83 min readSep 30, 2019

“Porque elus existem e você precisa saber!”

(Última Atualização: 10 de Junho de 2023).

Guia para “Linguagem Neutra” (PT-BR). ELU. “Porque elus existem e você precisa saber!”. Por Ophelia Cassiano. @EluMesme.
Guia para “Linguagem Neutra” (PT-BR).

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Autoria: Ophelia Cassiano (Ela/Elu).

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Referências usadas para construção deste material:

“Deixando o X para Trás na Linguagem Neutra de Gênero”:

Contribuição com Redação de “Juno” em 2013/2014.

http://naobinario.wordpress.com/2013/08/01/deixando-o-x-para-tras-na-linguagem-neutra-de-genero/

https://web.archive.org/web/20160117042154/https://naobinario.wordpress.com/2014/11/01/deixando-o-x-para-tras-na-linguagem-neutra-de-genero/

“Guia para a Linguagem Oral Não-binária ou Neutra (PT-BR)”:

Contribuição de “Espectrometria Não-Binária”: Redação de “Cari Rez Lobo”, “V. Gaigaia”. Revisão de “Kumiho Lim” em Novembro de 2014.

http://espectrometria-nao-binaria.tumblr.com/post/95838656403/guia-para-a-linguagem-oral-nao-binaria-ou-neutra

http://pt-br.identidades.wikia.com/wiki/Linguagem_n%C3%A3o-bin%C3%A1ria_ou_neutra

“Linguagem Neutra ou Não-Binária”:

Contribuição em vídeo de “Cup” em 2016/2017.

https://youtu.be/Szi5B18muAU

https://www.youtube.com/apenascup

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⚠️ Atenção: esse material possui o maior conteúdo de Linguagem Neutra em português da América Latina e países lusófonos desde sua data de publicação em 2019. Se tornou o mais completo e acessado sobre o assunto, ultrapassando mais de 110 mil acessos. É referência nacional e internacional para comunidade não-binária e intersexo brasileira, além de ser indicado por profissionais de diversas áreas.

| — — | Índice| — — |

O guia está organizado entre “Introdução”, “Regras Gramaticais”, “Gênero Universal”, “Objetos, Animais e Afins”, “Reformulação de Frases (Sintaxe Neutra)” e “Informações Extras”.

Cada parte apresenta vários tópicos com riqueza de detalhes e explicações.

- Introdução;

- Glossário Básico para Iniciantes;

- Regras Gramaticais;

— Pronome “Elu”;

— Pronomes (Possessivos, Oblíquos, Demonstrativos e Indefinidos);

— Artigo;

— Preposições e Contrações;

— Numerais;

— Desinências;

- Outras Regras e Atenções;

— Termos “Biformes” (fora do padrão);

— Substantivos “Heterônimos”;

— Gênero em Adjetivos e Complementos;

— Substantivos Uniformes “Sobrecomuns”;

— “Dupla Pronúncia Neutra”;

- Gênero Universal: “Neutro Universal”, “Falso Neutro”, “Masculino Genérico” ou “Gênero Dominante”;

— Novas Regras para “Sujeito Composto”;

— Novas Regras para “Pronomes em 1ª e 2ª Pessoa no Plural” (Nós e Vocês);

— Novas Regras para a palavra “Avós”.

— Observação sobre os Pronomes “Isto”, “Isso” e “Aquilo”.

- Objetos, Animais e Afins;

- Reformulação de Frases (Sintaxe Neutra);

— Alteração de Frases;

— Coletivos Neutros;

— Substantivos Uniformes “Sobrecomuns”;

— Substantivos Uniformes “Comuns de Dois Gêneros” (sem o uso de artigos);

— Pronomes Indefinidos (sem o uso de adjetivos);

— Adjetivos Sem Gênero;

— Eliminação de Artigos e Pronomes;

— Voz Passiva, Gerúndio e Outras Mudanças;

— Exclusão de Definições Sexistas;

- Inglês (e Traduções para o Português);

— Pronome Neutro e Singular “They/Them”;

— Pronome Neutro “Ne/Nem”;

— Tratamento para Nome e Substantivo;

— Pronome singular → Pronome plural;

— Uma problemática impopular;

- Não use “ela/dela”, “ele/dele” ou “elu/delu” para sinalizar seu pronome;

- Uso em Ambiente de Trabalho, Escolas e Vestibulares;

- Todo cuidado é pouco na escrita;

- Nosso posicionamento dentro da “Linguagem Neutra”, e o porquê trabalhamos somente com o pronome “elu”;

- Links Encurtados para Compartilhamento, Redes Sociais, Etc.;

- Recado + Indicações Especiais (Vídeos, Podcasts, Leituras, Perfis e Séries);

- Nota de Ponderamento (sobre ê escritore “Ophelia Cassiano”).

Atenção: este material sobre “Linguagem Neutra” faz parte de uma “reestruturação”, com o objetivo de dar continuidade ao tema e agregar melhorias, visando atender todas as questões em aberto para se tornar oficializada pelo idioma. Significa que este conteúdo pode divergir com o material de outras pessoas. Esta é a “Linguagem Neutra” com estrutura de Ophelia Cassiano.

| — — | Introdução| — — |

Por muito tempo nosso idioma oprimiu mulheres e pessoas trans não-binárias, intersexo e gênero não-conformantes, usando do binarismo e do cissexismo constantemente para favorecer “o masculino dominante”. Era essencial para a sociedade a existência de um sistema de “LINGUAGEM NEUTRA” para trazer soluções que antes não existiam.

(Obs.: Bom, isso não é totalmente verdade. Elas existiam sim antes, mas foram apagadas da história. Povos antigos, originários, indígenas, e até pré-históricos, registravam em sua cultura a presença de pessoas para muito além de apenas “homens” e “mulheres”. Até que colonizadores roubaram suas terras, destruindo esses registros. Contando para as novas pessoas que ali nasciam, a maior mentira que se perpetua: “só existe homem e mulher”. Uma mentira necessária para a manutenção do patriarcado, do racismo, da lgbtfobia e outras opressões. Uma verdade escondida da população. Um segredo que poderia destruir os tiranos).

Ao longo dos anos, ativistas dentro do movimento feminista e LGBTQIAPN+, se reuniam questionando o “masculino genérico” presente na língua portuguesa, e a ausência de um verdadeiro “gênero neutro” para as pessoas fora do binário (feminino e masculino). Então, começou a se construir através dessas pessoas, o que hoje chamamos de “Linguagem Neutra”, “Linguagem de Gênero Neutro”, “Linguagem Não-Binária” ou “Neolinguagem”.

Desde que somos crianças, fomos treinades a escrever, ler, falar e ouvir tudo no feminino ou no masculino. Então, no início é natural que seja difícil para você se adaptar com as palavras neutras.

Você vai errar, acertar, errar de novo, e ir acertando um pouco de cada vez. (É de “cada vez” e não de “uma vez só”). É um treino absolutamente necessário. Por “treino” significa que você vai repetir as tentativas. Com o tempo, fica fácil. É prática.

Então, não saia fazendo piada de que você não consegue aprender. Isso insulta diverses profissionais que se dedicaram tanto para criar um manual didático bonitinho para você ler.

Se você usa “X” ou “@” no final das palavras como “todx” ou “meninxs”, PODE PARAR AGORA! Isso não é “Linguagem Neutra”. Mais atrapalha do que ajuda. Além de deixar um monte de pessoas da diversidade completamente irritadas com você. A substituição por “X” ou “@” (no lugar de “a” ou “o”) é impronunciável. Não funciona na linguagem oral. Serve somente para escrever, mas não para ler, falar ou ouvir. Este ato também é capacitista. Porque prejudica as PCDs visuais (pessoas com deficiências visuais) que utilizam programas de leitura através de som, e atrapalha os indivíduos com dislexia. Ou seja, é um desserviço.

Por mais estas e outras razões, que as regras da “Linguagem Neutra” são necessárias. E você vai aprendê-las, não é mesmo?

ALinguagem Neutra” pode ser usada por e para qualquer pessoa, independentemente do seu gênero.

Se “discriminar” significa “separar e não misturar”. A “Linguagem Neutra” não discrimina as pessoas. Na verdade, ela para de discriminar as pessoas em dois grupos sexistas. Grupos estes, que recebem tratamento e respeito de formas bem diferentes. Por isso, a origem do machismo é o binarismo.

O problema gramatical de não ter um “gênero neutro” se estende para bebês intersexo. Elus crescem mutilades numa sociedade despreparada e sem pronome neutro. Ao registrá-les desde cedo, são obrigades e educades a se encaixar no “feminino” ou “masculino”. Um “padrão binário” que NÃO EXISTE NA NATUREZA. Na biologia, seus corpos não são “macho”, nem “fêmea”, são um entre os mais de 40 tipos de intersexos.

No planeta existem quase 8 bilhões de pessoas. Com uma margem de erro para mais, EXISTEM REGISTRADAS MAIS DE 47 MILHÕES DE PESSOAS INTERSEXO, no mínimo. Você acha pouco ainda? Acha que são tratadas com respeito? Que estão seguras? A resposta é ainda não.

O que é alarmante, é que nem a faculdade de medicina está preparada para elas. A maioria das médicas e médicos se formam sem saber o mínimo sobre. Acham que o tema “intersexo” é desnecessário, que é ficção. E que essas pessoas só existem nos seus livros, e não na realidade. Quando chega a hora do parto, informam a família que há “problemas para corrigir”, e violentam os corpos de bebês intersexo com mutilações genitais. Na infância, as crianças intersexo são forçadas e submetidas a fazer terapias hormonais. Quando adultas, se por acaso engravidam, a equipe médica se desespera diante da situação.

Existem milhões de pessoas intersexo andando entre ti e você provavelmente nem sabia! E será que você… não é uma delas? Tem certeza de que sua genitália sempre foi assim e que não redesenharam ela quando você nasceu, sem a sua permissão? E será que sua família, naquela época, ao menos entenderia isso? Será que não seria um tabu e manteriam segredo de você? Será mesmo que você não tem útero? Será mesmo que você tem um? Será que você tem um e nem sabia? Tem certeza de que você é XX ou XY, e não XXY, XYY, XXXY ou X0? Será que seus níveis hormonais e órgãos reprodutores estão dentro de um padrão binário? Ou será que você só aceitou o que “te disseram” ao nascer sem questionar até hoje?

Em breve, o “gênero neutro” será incluído nos documentos de identidade — aqui, como em outros países. Então, precisamos que todes aprendam a usar pronomes neutros, desde já. Para que mais nenhuma criança, seja ela intersexo, trans ou livre, cresça numa caixa, e seja mais uma vítima da “binariedade compulsória”.

Aprenda para um futuro melhor e não-excludente. Se o respeito por adultes não te dá motivação, faça peles bebês que nasceram hoje, e que já tiveram uma etiqueta sexista colada nelus com H ou M, ao invés de N. Nem eles, nem elas. Elus mesmes.

A representatividade de não-bináries e pessoas intersexo é necessária em todos espaços. É um direito delus. Portanto, este guia será seu material de aprendizado e auxílio.

E se você ainda não sabe o gênero de uma pessoa (ou de um grupo de pessoas variadas), aproveite para utilizar a “Linguagem Neutra”. Ela inclui todo mundo e não discrimina ninguém.

Se você é ouvinte, é importante treinar sua escuta. Pratique se possível: escrita, leitura, fala e escuta. Para se habituar, crie diálogos com alguém e peça para que faça o mesmo com você. Não desista.

| — — | Glossário Básico para Iniciantes| — — |

O que é uma pessoa trans (transgênero)? O que é uma pessoa cis (cisgênero)?

A sociedade criou um sistema de controle de corpos, dividindo-os em gêneros binários (feminino e masculino). Aplicando em cada bebê assim que nasce — ou antes que nasça, pelo ultrassom — uma marcação, uma identidade, um papel, uma etiqueta, um rótulo obrigatório de ser: homem ou mulher. Recebendo regras, as tais “normas de gênero”.

A partir deste momento, a vida daquela pessoa é destinada e ganha papéis sociais, que podem ou não condizer com quem ela é. Essa “etiqueta” opressora é lhe dada de forma automatizada, sem consultá-la, sem conhecê-la, e sem sua permissão. Ou seja, essa “etiqueta” pode estar completamente errada.

(No caso de pessoas intersexo, o caso piora, pois a “etiqueta” esconde do mundo a verdade sobre elas).

As pessoas assinaladas com um gênero ao nascer crescem. Vão desenvolvendo consciência e acabam questionando quem são. Descobrem que são. Questionam se a identidade de gênero que receberam ao nascer são verdadeiras ou não. Se condizem ou não. E essa resposta, só cabe a elas descobrir em uma jornada de autoconhecimento.

Quando a identidade e as normas de gênero que receberam ao nascer condizem com elas, elas são cisgênero. (Ficam do mesmo lado da identidade imposta).

Quando a identidade e as normas de gênero que receberam ao nascer não condizem com elas, elas são transgênero. (Transgridem a identidade imposta).

As pessoas cis (no momento) são binárias. As pessoas trans podem ser binárias ou não-binárias.

O que é uma pessoa não-binária? O que é uma pessoa binária?

Não-binária é uma pessoa que além de transgredir e não condizer com as normas de gênero impostas, está fora do “binário” (homem e mulher). Daí, vem o termo “não-binário”, o que não é binário.

A definição de uma pessoa não-binária é aquela que não é homem ou mulher, ou, que não se identifica totalmente como homem ou mulher.

Uma pessoa binária é aquela que se identifica totalmente e exclusivamente como homem ou mulher.

O que é uma pessoa intersexo? O que é uma pessoa perissexo?

É muito provável que você conheça a palavra “hermafrodita” para as pessoas intersexo. Essa palavra é ofensiva, problemática e não as representa mais. O termo correto é “intersexo”. Uma “pessoa intersexo”.

Ao contrário do que se acredita, pessoas intersexo não são apenas aquelas com uma genitália “ambígua”. Na natureza do ser humano, existem inúmeras possibilidades de variações de sexo biológico, além de “macho” e “fêmea”.

(Se você acreditava que só existiam apenas estas duas opções, saiba que te enganaram a vida toda, e a culpa é do sistema de educação. Saiba que existem muito mais sexos além de apenas dois. Lide com a informação).

Essas variações de sexo biológico podem incluir genitálias, sistemas reprodutores, hormônios, cromossomos, e outras características fenotípicas bem diferentes do “padrão” que a sociedade prega ser o único.

As pessoas fora desse “padrão de sexo”, com variações em suas características biológicas, são as pessoas intersexo.

As pessoas perissexo são aquelas que não são intersexo (até onde sabem), e estão dentro desse “padrão”.

O que é uma pessoa gênero não-conformante?

É uma pessoa que em sua experiência de vida, pode se expressar e agir de forma diferente do que é esperado sobre ela, em relação ao seu gênero.

A sociedade prega e espera das pessoas uma série de comportamentos em relação ao gênero, principalmente na questão da aparência. A pessoa que não corresponde com essas expectativas sociais ou com os estereótipos esperados, vive a “não-conformidade de gênero”.

Quem se reconhece como “gênero não-conformante”, tem ciência desses papéis e expectativas sociais, mas, não deixa eles definirem sua vida, sua identidade, sua aparência, seu pronome e atitudes.

Essas pessoas pautam suas escolhas e estilos de vida para além de gênero, para além do que a sociedade escolheu para elas. Não ligam e não agem em função das expectativas das outras pessoas. São livres de estereótipos, vivem como querem e aparentam como querem.

O que é uma pessoa de gênero indeterminado?

É a pessoa de quem não se sabe o gênero, até se ter a informação.

Quando não se tem essa informação, é errado julgar o gênero de uma pessoa só por estereótipos ou achismos sexistas. Quando não sabemos, podemos ter um julgamento errado e agir com preconceitos.

Para saber o gênero de uma pessoa, de preferência confirme e pergunte para ela: “Qual seu pronome?”, “Como te trato?”, “Qual seu gênero?”, etc.

O que é uma pessoa de gênero neutro?

É aquela pessoa que não é do gênero feminino ou masculino. “Gênero Neutro” é um termo “guarda-chuva” político para acoplar as pessoas não-binárias, intersexo e não-conformantes.

Em questão política e social, estamos lutando para que pelo menos um “terceiro gênero” — o “gênero neutro” — seja incluído na legislação com caráter emergencial. Pois, impacta diretamente na vida e saúde de bebês e crianças intersexo, além da preparação de toda população.

A partir da inclusão do “gênero neutro” conseguiremos avançar com direitos básicos de saúde, educação, etc.

Adendo:

A não-binariedade é mais antiga que a binariedade. Existem mais de dois gêneros na cultura de diversos povos indígenas e originários. Mas, o colonialismo infelizmente reprimiu esse conhecimento da educação popular.

Para reconhecer, representar, respeitar, reivindicar e VALIDAR a existência de pessoas não-binárias, intersexo e gênero não-conformantes, é necessária a criação de novas regras gramaticais para “quebrar” a binariedade imposta no idioma, porque sim.

Ativistas e educadories em vários países já estão fazendo isso.

Não se trata somente de mudanças na gramática. Se trata de ADIÇÕES a ela.

Adicionando adaptações e melhorias, para INSERIR essas pessoas, e não mais EXCLUI-LAS. Pois, até hoje, o idioma tem culpa e uma dívida pré-histórica pelo apagamento da existência delas na nossa educação.

Devemos aprender, seja por dever ou dívida. Elas merecem viver e estarem presentes no mundo.

Atenção:

Se você soube da famosa “Regra do E” (sobre pôr a letra “E” no final das palavras), entenda que isso NÃO É O BASTANTE.

Contabilizamos aqui mais de 80 regras gramaticais sobre a “Linguagem Neutra” (todas com exemplos).

(Você não encontrará apenas gramática aqui. Há espalhadas pelo guia reflexões importantes, conselhos e informações úteis).

Como não é matemática, e sim português. O resultado não será imediato. NÃO SE DESESPERE!

O aprendizado depende da sua leitura, atenção, concentração e prática.

Gramática e linguagem são temas complexos, e aqui você terá uma aula de português complexa. Pretendendo solucionar o máximo de questões, tirando todas as dúvidas.

Prestou atenção? Lê de novo: todas as suas dúvidas!

Você precisará continuar lendo, escrevendo, ouvindo e falando, se possível.

Vale mencionar, que uma leitura talvez não baste.

É um aprendizado gradual. É um treino contínuo. É uma questão de hábito. Você precisa ter contato mais de uma vez com esse novo mundo repleto de palavras neutras.

Se puder, releia este material para aumentar sua memorização e ganhar prática.

É comum lermos várias vezes, esquecermos, lembrarmos, errarmos, acertamos, termos dúvidas, tirarmos as dúvidas, e esquecermos tudo o que tínhamos aprendido.

Se você precisar recorrer mais vezes a este guia. Tudo bem. Seja bem-vinde de volta! Porque está tudo bem não aprender tudo numa única vez. Principalmente, se tratando de uma língua. (Não é à toa que se vendem livros de gramática para se consultar).

Se você voltar aqui, sinta-se confortável. Estávamos esperando mesmo que voltasse.

“Já li antes, Preciso ler de novo?”

Sim. Talvez. Por que não? Vai ser benéfico para você.

E estamos sempre abertes a agregar melhorias de tempos em tempos. Pode surgir uma regra ou uma nova observação que não estava presente na sua última leitura. Ou, que estava, mas passou despercebida e agora você irá perceber. Ou ainda, podemos ter reescrito de um jeito diferente algo que você já tinha lido, e agora se você reler, poderá ficar mais fácil de entender.

Reforçamos que, se você é falante, use sua voz na leitura. Treine sua dicção. Treine sua memória corporal ao pronunciar as palavras. Experimente colocar emoções e sentimentos nas leituras dos exemplos dados. Como se estivesse gritando ou sussurrando. Como se tivesse raiva ou carinho. Como se estivesse dizendo rápido ou devagar. Como se estivesse discutindo ou dialogando com a pessoa amada (ou até odiada). São exercícios que ajudam a fixar seu aprendizado.

E lembre-se que pessoas não-binárias, intersexo e não-conformantes não são obrigadas a usar o “pronome elu” e “Linguagem Neutra” com elas mesmas. Todavia, é obrigatório que seja um direito de todas.

Boa leitura!

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|——| Regras Gramaticais|——|

PRONOME ELU.

(Elu, delu, nelu, aquelu, elu mesme).

O pronome neutro “Elu” representa e inclui as pessoas não-binárias, intersexo, de gênero neutro, de gênero indeterminado e não-conformantes na língua portuguesa. Equivale aos pronomes “ela” (“padrão feminino”) e “ele” (“padrão masculino”) existentes no idioma, mas de forma neutra.

O plural “Elus” também pode ser aplicado para coletivos e grupos, quando sujeitos de gêneros diferentes e/ou indeterminados estiverem juntos, a fim de substituir o “Masculino Genérico” e tornar a linguagem mais inclusiva.

(Obs.:

O “Sistema Elu” é a melhor adaptação neutra desenvolvida para pronomes neutros.

Junto a criação dele, por volta de 2010, houve outras tentativas de pronomes neutros, como o “El” e “Ilu” (que surgiu a partir do pronome neutro do latim “illud”, e que deu base para o “Elu”) porém, são “falhos” quando colocamos em prática.

Não basta funcionar para um indivíduo, se não funciona em sociedade. O pronome “Elu”, é o único que apresenta menos problemas na sua adaptação. Funciona perfeitamente na fala oral, na escuta auditiva, na escrita, e na identificação visual (cria semelhança entre “ela, ele, elu”). Além de gerar menos estranhamento, já que o foco de sua criação é a inclusão, e não de criar um distanciamento e desmotivação na hora de todas pessoas aprenderem. Sejam elas comunicadoras, escritoras, leitoras, videntes, cegas, falantes, mudas, ouvintes, surdas, sinalizadoras, intérpretes ou tradutoras.

Estamos lidando com um grande avanço no idioma, e um pronome precisa funcionar em todas situações. É uma questão delicada que não deve ser analisada de um ponto de vista individual, e sim social. Portanto, o pronome “elu” deve ser aprendido e posto em prática no dia-a-dia.)

Adendo:

Como é sua primeira vez tendo contato de forma ampla com a “Linguagem Neutra”, é de extrema importância que leia não apenas as regras gramaticais. Leia também toda a lista de exemplos.

Sua mente precisa se acostumar, se habituar e se familiarizar com essas palavras novas. Até que elas deixem de ser estranhas ao serem ditas.

Leia todos os exemplos, por mais bobo que seja. Faça esse exercício.

Dica:

A maioria das palavras de gênero neutro terminam com a letra “e”.

Nota-se que em alguns sotaques regionais, as sílabas das palavras que terminam em “e” são pronunciadas com som de “i”.

Experimente evitar esse costume nas palavras de gênero neutro. Em algumas dessas palavras, a pronúncia se tornará menos desconfortável e mais fácil, se você pronunciar a última sílaba com o som de “ê”, ao invés de “i”. O som ficará mais encaixado, fechado e neutro. Tornará sua adaptação melhor e diminuirá seu estranhamento.

Substituição dos pronomes pessoais “ela(s)” ou “ele(s)” pelo pronome neutro “elu(s)”.

Pronuncia-se como “êlu” ou “élu”.

Obs.: Com a adição dessas palavras de gênero neutro no idioma, a regra gramatical que impunha que palavras que terminem com a letra “u” sejam oxítonas, deixa de existir. Assim, como outras regras oficiais irão naturalmente ser alteradas para se adaptarem.

A proposta de quebrar o binarismo, critica justamente o fato de existir apenas opções limitadas, e de “ter que ser apenas de um jeito”.

Então, a palavra “elu” terá sim duas pronúncias válidas na gramática ao mesmo tempo, e não apenas uma.

Isso facilitará a transição das pessoas ao falarem, já acostumadas com “êle” e “éla”.

As duas maneiras, “êlu” e “élu”, estão certas, representando o mesmo pronome. Porém, a palavra deve ser gravada sem acento.

Exemplos:

  • Ela bebeu muita água. → Elu bebeu muita água.
  • Eles são amigos. → Elus são amigues.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “dela(s)” ou “dele(s)” por “delu(s)”.

Pronuncia-se como “dêlu” ou “délu”, semelhantemente ao pronome “elu”.

Exemplos:

  • O gato arranhou o braço dela. → O gato arranhou o braço delu.
  • Os olhos dele são castanhos. → Os olhos delu são castanhos.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “nela(s)” ou “nele(s)” por “nelu(s)”.

Pronuncia-se como “nêlu” ou “nélu”, semelhantemente ao pronome “elu”.

Exemplos:

  • Eu estava pensando nele de manhã. → Eu estava pensando nelu de manhã.
  • Sam deu um beijo nela. → Sam deu um beijo nelu.

Substituição dos pronomes demonstrativos “aquela(s)” ou “aquele(s)” por “aquelu(s)”.

Pronuncia-se como “aquêlu” ou “aquélu”, semelhantemente ao pronome “elu”.

Exemplos:

  • Aquela menina é minha filha. → Aquelu menine é minhe filhe.
  • Aquela moça trans não-binária me ensinou. → Aquelu moce trans não-binárie me ensinou.

Pronomes (Possessivos, Oblíquos, Demonstrativos e Indefinidos).

Substituição dos pronomes possessivos “meu(s)” ou “minha(s)” por “minhe(s)”.

(Obs.: Algumas pessoas utilizam de maneira informal a abreviação “mi(s)”. A maneira formal é “minhe(s)”).

Exemplos:

  • Minha irmã mais nova é trans. → Minhe irmãe mais nove é trans.
  • Meu filho me ligou hoje cedo. → Minhe filhe me ligou hoje cedo.
  • Minha prima Jazmin é cantora. → Minhe prime Jazmin é cantore.
  • Meus namorados já estão aqui. → Minhes namorades já estão aqui.

Substituição dos pronomes possessivos “seu(s)” ou “sua(s)” por “sue(s)”.

Exemplos:

  • O nome do seu namorado é Ariel? → O nome de sue namorade é Ariel?
  • Sua mãe é inteligente. → Sue nãe é inteligente.
  • Compartilhe com suas amigas! → Compartilhe com sues amigues!

Substituição dos pronomes possessivos “teu(s)” ou “tua(s)” por “tue(s)”.

Exemplos:

  • Teu professor me deu aula. → Tue professore me deu aula.
  • Elas são tuas irmãs? → Elus são tues irmães?

Substituição dos pronomes possessivos “nossa(s)” ou “nosso(s)” por “nosse(s)”.

Exemplos:

  • Nosso vizinho fez churrasco vegano. → Nosse vizinhe fez churrasco vegano.
  • Nossa tia é muito criativa. → Nosse tie é muito criative.
  • Contei para todos nossos amigos. → Contei para todes nosses amigues.

Substituição dos pronomes possessivos “vossa(s)”ou “vosso(s)” por “vosse(s)”.

Exemplos:

  • Ele se tornaria vosso sincero amigo. → Elu se tornaria vosse sincere amigue.
  • Quem são vossos representantes? → Quem são vosses representantes?

Substituição dos pronomes pessoais oblíquos “-a(s)” ou “-o(s)” por “-e(s)”.

Exemplos:

  • Karina odiava-o com tanta força que foi embora. → Karina odiava-e com tanta força que foi embora.
  • Ryn, suavemente beijou-a na boca. → Ryn, suavemente beijou-e na boca.
  • Ele chamou-as de princesas guerreiras. → Elu chamou-es de príncises guerreires.

Substituição dos pronomes pessoais oblíquos “a(as)” ou “o(os)” por “ê(es)”.

O pronome pessoal oblíquo no singular recebe acento circunflexo (^) e no plural não.

Singular: “ê”.

Plural: “es”.

Exemplos:

  • Eu o amava. → Eu ê amava.
  • Eu as vi rapidamente. → Eu es vi rapidamente.
  • Morcega não os escolheu por acaso. → Morcega não es escolheu por acaso.

Substituição dos pronomes pessoais oblíquos “-la(s)” ou “-lo(s)” por “-le(s)”.

Exemplos:

  • Quando nos revermos, vou abraçá-lo tanto. → Quando nos revermos, vou abraçá-le tanto.
  • Nós vamos amá-la com qualquer corpo. → Nós vamos amá-le com qualquer corpo.
  • Vou avisá-los sobre o aquecimento global. → Vou avisá-les sobre o aquecimento global.

Substituição dos pronomes pessoais oblíquos “-na(s)” ou “-no(s)” por “-ne(s)”.

Os pronomes “-no(s)”, “-na(s)” e “-ne(s)” aparecerem após verbos terminados com a letra “m”.

Exemplos:

  • Chamaram-no, com razão, de fascista. → Chamaram-ne, com razão, de fascista.
  • Encontraram-nas plantando árvores. → Encontraram-nes plantando árvores.

Substituição dos pronomes demonstrativos “essa(s)” ou “esse(s)” por “essu(s)”.

Pronuncia-se como “éssu” ou “êssu”.

Exemplos:

  • Essa menina linda é minha neta. → Essu menine linde é minhe nete.
  • Esse meu amigo é professor, sabia? → Essu minhe amigue é professore, sabia?
  • Deram folga para essas funcionárias. → Deram folga para essus funcionáries.

Substituição dos pronomes demonstrativos “esta(s)” ou “este(s)” por “estu(s)”.

Pronuncia-se como “éstu” ou “êstu”.

Exemplos:

  • Este moço vai te acompanhar até ali. → Estu moce vai te acompanhar até ali.
  • Esta é a minha sobrinha. → Estu é ê minhe sobrinhe.
  • Vou compartilhar o guia com estes colegas. → Vou compartilhar o guia com estus colegas.

Substituição dos pronomes demonstrativos “mesma(s)” ou “mesmo(s)” por “mesme(s)”.

Exemplos:

  • Eu mesmo te contei aquilo. → Eu mesme te contei aquilo.
  • Sou a mesma garota que estava com você ontem à noite. → Sou ê mesme garote que estava com você ontem à noite.
  • Elas mesmas que fizeram a festa. → Elus mesmes que fizeram a festa.

Substituição dos pronomes demonstrativos “própria(s)” ou “próprio(s)” por “próprie(s)”.

Exemplos:

  • A própria advogada que me indicou. → Ê próprie advogade que me indicou.
  • Fui convidada pelo próprio baterista. → Fui convidade pele próprie baterista.
  • As próprias responsáveis não sabem o código. → Es própries responsáveis não sabem o código.

Substituição dos pronomes indefinidos “outra(s)” ou “outro(s)” por “outre(s)”.

Exemplos:

  • Outro motorista bateu o carro. → Outre motorista bateu o carro.
  • Nenhuma nem outra se machucaram. → Nenhume nem outre se machucaram.
  • Comecei a desseguir outras blogueiras. → Comecei a desseguir outres blogueires.

Substituição dos pronomes indefinidos “quanta(s)” ou “quanto(s)” por “quante(s)”.

Exemplos:

  • Quanto ignorante naquele lugar. → Quante ignorante naquele lugar.
  • Quanta moça bonita aqui! → Quante moce bonite aqui!
  • Quantos apresentadores negros tem naquele programa de tv? → Quantes apresentadories negres tem naquele programa de tv?

Substituição dos pronomes indefinidos “tanta(s)” ou “tanto(s)” por “tante(s)”.

Exemplos:

  • Recebi mensagens de tanto desconhecido. → Recebi mensagens de tante desconhecide.
  • Tanta preta retinta, mas só colocam brancas como modelo de tintura de cabelo. → Tante prete retinte, mas só colocam branques como modelo de tintura de cabelo.
  • Cumprimentei tantos convidados que cansei. → Cumprimentei tantes convidades que cansei.

Substituição dos pronomes indefinidos “toda(s)” ou “todo(s)” por “tode(s)”.

Exemplos:

  • É um absurdo todo protagonista ser branco. → É um absurdo tode protagonista ser branque.
  • Eu sou toda grandona. → Eu sou tode grandone.
  • Todas surdas merecem acessibilidade. → Todes surdes merecem acessibilidade.

Substituição dos pronomes indefinidos “várias” ou “vários” por “váries”.

Exemplos:

  • Várias cientistas alertaram sobre o planeta. → Váries cientistas alertaram sobre o planeta.
  • Mataram vários corruptos nessa manhã. → Mataram váries corruptes nessa manhã.
  • Tem várias Anas. Mas, só uma usa roxo. → Tem váries Anas. Mas, só ume usa roxo.

Substituição dos pronomes indefinidos “muita(s)” ou “muito(s)” por “muite(s)”.

Exemplos:

  • A desinformação preconceituosa foi repetida por muita burguesa safada. → A desinformação preconceituosa foi repetida por muite burguese safade.
  • Tem muito educador atrasado no assunto. → Tem muite educadore atrasade no assunto.
  • A receita da Tati foi elogiada por muitos. → A receita de Tati foi elogiada por muites.

Substituição dos pronomes indefinidos “pouca(s)” ou “pouco(s)” por “pouque(s)”.

Exemplos:

  • Conheço poucos guitarristas que tocam piano. → Conheço pouques guitarristas que tocam piano.
  • Convidaram poucas artistas trans para o evento. → Convidaram pouques artistas trans para o evento.
  • Poucos alunos tiveram dificuldade com o guia. → Pouques alunes tiveram dificuldade com o guia.

Substituição dos pronomes indefinidos “algum(ns)” ou “alguma(s)” por “algume(s)”.

Exemplos:

  • Tem algum pai presente? → Tem algume nãe presente?
  • Alguma das suas netas gosta de pizza? → Algume des sues netes gosta de pizza?
  • Algumas escritoras são invisibilizadas pelo seu gênero. → Algumes escritories são invisibilizades pelo seu gênero.

Substituição dos pronomes indefinidos “nenhum(ns)” ou “nenhuma(s)” por “nenhume(s)”.

Exemplos:

  • Não gostei de nenhum deles. → Não gostei de nenhume delus.
  • Nenhuma das suas tias vai? → Nenhume des sues ties vai?

Artigo.

Substituição dos artigos definidos “a(as)” e “o(os)” pelo artigo “ê(es)”.

Pronuncia-se a forma singular do artigo como “ê”. O som se assemelha com o da letra do alfabeto guarani “ẽ” (letra “e” com um til), indicando a nasalização da vogal.

O artigo no singular recebe acento circunflexo (^) e no plural não.

Singular: “ê”.

Plural: “es”.

Singular. → Plural.

Exemplos:

  • Lu, ê tie já chegou aí? → Lu, es ties já chegaram aí?
  • Ê alune está perguntando. → Es alunes estão perguntando.
  • Isso é para tode ê convidade. → Isso é para todes es convidades.
  • Reserve para mim e ê moce que chegou. → Reserve para mim e es moces que chegaram.

Obs.:

A forma pura do artigo seria “e” (sem ^). Seria, mas o acento circunflexo (^) na grafia é essencial para diferenciá-lo, e para não confundirmos com a conjunção “e”, seja na forma visual ou sonora.

(Conjunções são palavras que usamos para juntar frases, elementos ou termos. Por exemplo: e, ou, como, mas, porque, porém, nem, todavia, entretanto, etc).

Perceba que conjunção “e” é pronunciada como “í” em alguns sotaques regionais. O artigo definido “ê” não pode ter som de “í” em hipótese alguma, e sim o som de “Ẽ”.

Se o artigo definido “ê” e a conjunção “e” tivessem a mesma pronúncia, poderia ser um problema. Por isso, a necessidade de um acento (^).

Visto que, a forma plural do artigo “ê” (“es”) não se assemelha à conjunção “e”, não havendo a necessidade do acento circunflexo (^).

No exemplo abaixo, a conjunção “e” está destacada em negrito:

- Chame a vovó e ê tie para festa. Comi banana e morango. Hel perguntou e ê convidade respondeu. Corri e tropecei.

Note esta pronúncia regional:

- Xãmi a vovó í ê tie para festa. Comí banãna í morãngu. Rél perguntou í ê convidade respondeu. Corri í tropecei

O acento também diferencia visualmente o artigo “ê” da conjunção “e”.

Nos exemplos abaixo, o artigo “ê” está destacado em negrito:

- Vi o Carlos e a Ana discutindo. → Vi ê Carlos e ê Ana discutindo.

- Ela é a dona daqui, e é a minha tia também. → Elu é ê done daqui, e é ê minhe tie também.

Algumas pessoas não-binárias optam por não usar o artigo por ainda estranhar. Mas, precisam lembrar que é um direito delas, e não é algo para se envergonhar ou esconder.

O artigo definido “a” e o artigo “o” nunca são silenciados e estão sempre presentes em todas as palavras. Então, por que temer em usar um artigo neutro como o “ê”? Apenas os artigos femininos e masculinos devem ser usados? Para se acostumarmos com o artigo “ê” até ele se tornar natural, precisamos começar a usá-lo sem medo.

O artigo definido “ê” é uma necessidade na nossa gramática, já que temos um feminino e um masculino. E de uma forma ou de outra, ele já existe quando formamos as contrações.

(Contração na gramática é quando juntamos uma palavra na outra, como por exemplo, uma preposição + um artigo, ou uma preposição + um pronome, etc).

Os artigos definidos são importantes para diferenciá-los dos artigos indefinidos. O “artigo definido” determina precisão e especificação em algo.

Note a diferença nos exemplos abaixo:

- Jordan conheceu a professora. (Artigo definido). → Jordan conheceu ê professore.

- Jordan conheceu uma professora. (Artigo indefinido). → Jordan conheceu ume professore.

No primeiro exemplo, faz menção a uma específica professora. No segundo exemplo, a pessoa conheceu qualquer professora. Muda completamente o sentido quando usamos artigos definidos.

Outros exemplos:

- Julia levou a amiga ao teatro. (Artigo definido). → Julia levou ê amigue ao teatro.

- Julia levou uma amiga ao teatro. (Artigo indefinido). → Julia levou ume amigue ao teatro.

No primeiro exemplo, sabemos que Julia levou uma amiga específica ao teatro. Mas, no segundo exemplo, supomos que Julia não tem só uma amiga e pode ter mais. Não sabemos qual amiga Julia levou ao teatro. Pode ser qualquer uma, pois não especifica.

Exemplos:

  • Eu vi a menina pulando corda. → Eu vi ê menine pulando corda.
  • Comprei para o meu filho. → Comprei para ê minhe filhe.
  • Pergunta para a recepcionista onde fica. → Pergunta para ê recepcionista onde fica.
  • Então, eu sou a dona daqui e ele é o gerente. → Então, eu sou ê done daqui e elu é ê gerente.
  • O garçom anotou seu pedido? → Ê garçone anotou seu pedido?
  • As meninas estão atrasadas. → Es menines estão atrasades.
  • Olha a moça que te paquerou aquele dia ali. → Olha ê moce que te paquerou aquele dia ali.
  • Você sabe se a Bryanna e o Cup vão para festa? → Você sabe se ê Bryanna e ê Cup vão para festa?
  • Eu sabia que a vovó tinha esquecido a bolsa dela. → Eu sabia que ê vovôe tinha esquecido a bolsa delu.
  • Fiquei chateado com ela e com a Manfrin. → Fiquei chateade com elu e com ê Manfrin.
  • Todas as gordas são lindas. → Todes es gordes são lindes.
  • O Nico está empenhado na luta. → Ê Nico está empenhade na luta.
  • As mães da Alex foram gentis comigo. → Es nães de Alex foram gentis comigo.
  • Ele e a moça de azul são namorados. → Elu e ê moce de azul são namorades.
  • Você conversou com a Parma? → Você conversou com ê Parma?
  • O Manoel tem um rosto lindo, pois tem acnes. → Ê Manoel tem um rosto lindo, pois tem acnes.
  • Os meus pais que compraram isso pra mim. → Es minhes nães que compraram isso pra mim.
  • Conversei bastante com a professora hoje. → Conversei bastante com ê professore hoje.
  • Eu amo como a Bethany explica as coisas. → Eu amo como ê Bethany explica as coisas.
  • Acho que a sereia hipnotizou o Alok. → Acho que ê sereie hipnotizou ê Alok.
  • Diga quem é a louca agora! → Diga quem é ê louque agora!
  • Eu sou o garoto que foi assassinado. → Eu sou ê garote que foi assassinade.
  • A Marie-Francine abriu uma loja de bolos veganos. → Ê Marie-Francine abriu uma loja de bolos veganos.

Preposições e Contrações.

Substituição das contrações (preposição + artigo) “da(s)” ou “do(s)” por “de(s)”.

Obs.: Neste caso, temos a contração da preposição “de” + o artigo “ê”. A grafia da palavra permanece sem acento, mas tente pronunciar como “dê” e não como “di”.

Exemplos:

  • Essa carteira é da Cameron. → Essa carteira é de Cameron.
  • Vou dormir na casa da Aura. → Vou dormir na casa de Aura.
  • A vaga é dos meninos. → A vaga é des menines.

Substituição das contrações (preposição + artigo indefinido) “dum(ns)” ou “duma(s)” por “dume(s)”.

Exemplos:

  • Peguei o telefone duma gatinha. → Peguei o telefone dume gatinhe.
  • Essa blusa é dum tal de Alex aí. → Essa blusa é dume tal de Alex aí.
  • A peça é duns alunos do 2º ano. → A peça é dumes alunes do 2º ano.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “dessa(s)” ou “desse(s)” por “dessu(s)”.

Pronuncia-se como “déssu” ou “dêssu”, semelhantemente ao pronome “essu”.

Exemplos:

  • É desse garoto que eu gostava na escola. → É dessu garote que eu gostava na escola.
  • Vou seguir o conselho dessa ativista. → Vou seguir o conselho dessu ativista.
  • As fotos dessas gordas são inspiradoras. → As fotos dessus gordes são inspiradoras.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “desta(s)” ou “deste(s)” por “destu(s)”.

Pronuncia-se como “déstu” ou “dêstu”, semelhantemente ao pronome “estu”.

Exemplos:

  • Mel não concorda com os atos deste ministro. → Mel não concorda com os atos destu ministre.
  • O discurso desta vegana abriu minha mente. → O discurso destu vegane abriu minha mente.
  • O segredo do “pão de queijo” destas veganas está no polvilho azedo. → O segredo do “pão de queijo” destus veganes está no polvilho azedo.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “daquela(s)” ou “daquele(s)” por “daquelu(s)”.

Pronuncia-se como “daquélu” ou “daquêlu”, semelhantemente ao pronome “aquelu”.

Exemplos:

  • A caneta é daquela moça. → A caneta é daquelu moce.
  • O celular daquele senhor quebrou. → O celular daquelu senhore quebrou.
  • Lembrei daquelas colegas de sala. → Lembrei daquelus colegas de sala.

Substituição das contrações (preposição + artigo) “na(s)” ou “no(s)” por “ne(s)”.

Exemplos:

  • A borboleta posou no jardineiro. → A borboleta posou ne jardineire.
  • Dei um abraço na Izumi. → Dei um abraço ne Izumi.
  • Jogaram água nos modelos. → Jogaram água nes modelos.

Substituição das contrações (preposição + artigo indefinido) “num(ns)” ou “numa(s)” por “nume(s)”.

Exemplos:

  • A tinta respingou num cliente. → A tinta respingou nume cliente.
  • Minha cachorra mijou numa senhora. → Minha cachorra mijou nume senhore.
  • Colaram o adesivo só numas concorrentes. → Colaram o adesivo só numes concorrentes.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “nessa(s)” ou “nesse(s)” por “nessu(s)”.

Pronuncia-se como “néssu” ou “nêssu”, semelhantemente ao pronome “essu”.

Exemplos:

  • Eu derrubei café nesse moço ontem. → Eu derrubei café nessu moce ontem.
  • Confio muito nessa delegada. → Confio muito nessu delegade.
  • Dei uma bronca nesses meninos. → Dei uma bronca nessus menines.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “nesta(s)” ou “neste(s)” por “nestu(s)”.

Pronuncia-se como “néstu” ou “nêstu”, semelhantemente ao pronome “estu”.

Exemplos:

  • Tem muito potencial nesta garota. → Tem muito potencial nestu garote.
  • Jogaram confete neste aluno. → Jogaram confete nestu alune.
  • É um absurdo colocar a culpa nestas moças. → É um absurdo colocar a culpa nestus moces.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “naquela(s)” ou “naquele(s)” por “naquelu(s)”.

Pronuncia-se como “naquélu” ou “naquêlu”, semelhantemente ao pronome “aquelu”.

Exemplos:

  • Tatuei um coração naquela guria. → Tatuei um coração naquelu gurie.
  • O meteoro caiu naquele presidente. → O meteoro caiu naquelu presidente.
  • Tacaram fogo naqueles racistas. → Tacaram fogo naquelus racistas.

Substituição das contrações (preposição + artigo) “pra(s)” ou “pro(s)” por “pre(s)”.

Obs.: Neste caso, “pra” não é a abreviação de “para” (exemplo: pra mim). É a contração da preposição “para” + o artigo “a”.

Exemplos:

  • Ele olhou pra Malu com aquela cara de birra. → Elu olhou pre Malu com aquela cara de birra.
  • Escrevi uma carta de amor pro Luca. → Escrevi uma carta de amor pre Luca.
  • Davide reclamou pros vizinhos do barulho. → Davide reclamou pres vizinhes do barulho.

Substituição das contrações (preposição + artigo indefinido) “prum(ns)” ou “pruma(s)” por “prume(s)”.

Exemplos:

  • Prum bom entendedor, meia palavra basta. → Prume boe entendedore, meia palavra basta.
  • Disse “oi” pruma desconhecida sem querer. → Disse “oi” prume desconhecide sem querer.
  • Jonas passou seu contato prumas colegas. → Jonas passou seu contato prumes colegas.

Substituição das contrações (preposição + pronome) “praquela(s)” ou “praquele(s)” por “praquelu(s)”.

Exemplos:

  • Pergunte praquela sua amiga se ela sabe. → Pergunte praquelu sue amigue se elu sabe.
  • Diga praquele colega ler minha mensagem. → Diga praquelu colega ler minha mensagem.
  • Não ligue praquelas chatas, você está incrível! → Não ligue praquelus chates, você está incrível!

Substituição das contrações (preposição + artigo) “pela(s)” ou “pelo(s)” por “pele(s)”.

A palavra “pele” (preposição) se pronuncia como “pê-le”, diferente da palavra “pele” (tecido corporal) que se pronuncia como “pé-li”.

Obs.:

Pode ser substituída por “por” ou “através de(s)”.

Exemplos:

  • Descobri isso pelo meu amigo. → Descobri isso pele minhe amigue.
  • Eu recebi a notícia pela Salvia. → Eu recebi a notícia pele Salvia.
  • Pelos meus irmãos eu faço de tudo. →Peles minhes irmães eu faço de tudo.

Substituição das contrações (preposição + artigo) “à(s)” ou “ao(s)” por “ae(s)”.

Exemplos:

  • O pedido foi endereçado à Carla. → O pedido foi endereçado ae Carla.
  • Entregue ao porteiro esses papéis. → Entregue ae porteire esses papéis.
  • Realizaram uma homenagem aos professores. → Realizaram uma homenagem aes professories.

Numerais.

Substituição dos numerais “ambas” ou “ambos” por “ambes”.

Exemplos:

  • Ambas, Carol e Nazaré, se sujaram de lama. → Ambes, Carol e Nazaré, se sujaram de lama.
  • Eva as estranhou e latiu para ambas. → Eva es estranhou e latiu para ambes.
  • Alexandra escolheu ambos candidatos para o cargo. → Alexandra escolheu ambes candidates para o cargo.

Substituição dos numerais “meia(s)” ou “meio(s)” por “meie(s)”.

Obs.: Atenção para não confundir com o advérbio de intensidade “meio”. O numeral trata da quantidade. Pode ser associado com “metade da/de/do”.

Exemplos:

  • Vitor desenhando, deixou meio elfo sem pintar. → Vitor desenhando, deixou meie elfe sem pintar.
  • A câmera só fotografou meia modelo. → A câmera só fotografou meie modelo.

Substituição dos numerais (ou artigos indefinidos) “um(ns)” ou “uma(s)” por “ume(s)”.

Exemplos:

  • Isso depende de cada um de nós. → Isso depende de cada ume de nós.
  • Conheço umas garotas excelentes. → Conheço umes garotes excelentes.
  • Sonhei com uns meninos bonitões hoje. → Sonhei com umes menines bonitones hoje.
  • Bielo é uma das aliadas do projeto. → Bielo é ume des aliades do projeto.
  • Um vampiro mordeu meu pescoço. → Ume vampire mordeu meu pescoço.
  • Uma advogada me avisou sobre isso. → Ume advogade me avisou sobre isso.
  • Estou apaixonada por um homem. → Estou apaixonade por ume enebê.
  • Então, uma fada ordenou: Alba, desce! → Então, ume fada ordenou: Alba, desce!
  • Dê esse chocolate para uma de suas filhas. → Dê esse chocolate para ume de sues filhes.
  • Uma das minhas irmãs deve saber. → Ume des minhes irmães deve saber.
  • Nataly será uma zumbi faminta em breve. → Nataly será ume zumbi faminte em breve.
  • Dentre todos, apenas um acertou. → Dentre todes, apenas ume acertou.
  • Você viu uma moça louca tentando pular. → Você viu ume moce louque tentando pular.
  • A atriz vai dar vida a uma bruxa. → Ê atore vai dar vida a ume bruxe.
  • Conheço uma magra que não tem noção do que diz. → Conheço ume magre que não tem noção do que diz.
  • O Amiel precisava de um amigo. → Ê Amiel precisava de ume amigue.
  • Foi uma vendedora que me deu o brinde. → Foi ume vendedore que me deu o brinde.
  • Um deles é um pintor muito criativo. → Ume delus é ume pintore muito criative.
  • Me tornei uma ativista. → Me tornei ume ativista.
  • Eu sou um curioso de plantão. → Eu sou ume curiose de plantão.

Adendo:

Cuidado ao utilizar termos como “louca” e “loucura”, se não tiverem um ressignificado político ou positivo. Quando usar — principalmente em expressões — use de forma consciente. Não use de forma ofensiva, negativa, pejorativa, misógina, ou ainda associando diretamente a transtornos e biotipos mentais. Pois, se trata de uma discriminação capacitista com pessoas neuroatípicas.

Substituição dos numerais “dois” ou “duas” por “dues”.

Exemplos:

  • Minhas duas tias chegaram. → Minhes dues ties chegaram.
  • Tem dois moços me encarando. → Tem dues moces me encarando.
  • Respeite aquelas duas moças. → Respeite aquelus dues moces.
  • Apenas dois cantores vencerão a disputa. → Apenas dues cantories vencerão a disputa.
  • As duas vizinhas do Caluã estão vindo pra cá. → Es dues vizinhes de Caluã estão vindo pra cá.
  • Dionne avistou dois médicos no corredor. → Dionne avistou dues médiques no corredor.
  • As duas loiras eram impostoras. → Es dues loires eram impostories.
  • Gabi está dando alho para seus dois filhos. → Gabi está dando alho para sues dues filhes.

Desinências.

Quando a palavra termina em “-a” ou “-o”, substitui a desinência por “-e”.

Exemplos:

  • Menino(a). → Menine.
  • Garota(o). → Garote.
  • Moço(a). → Moce (sem “ç”).
  • Adulta(o). → Adulte.
  • Velho(a). → Velhe.
  • Filho(a). → Filhe.
  • Tia(o). → Tie.
  • Aluno(a). → Alune.
  • Todos(as). → Todes.
  • Querido(a). → Queride.
  • Namorado(a). → Namorade.
  • Marido(a) / Esposo(a). → Maride / Espose.
  • Apaixonada(o). → Apaixonade.
  • Talentoso(a). → Talentose.
  • Lindo(a). → Linde.
  • Gostoso(a). → Gostose.
  • Criativa(o). → Criative.
  • Maravilhosa(o). → Maravilhose.
  • Ansiosa(o). → Ansiose.
  • Estressada(o). → Estressade.
  • Cansado(a). → Cansade.
  • Atrasada(o). → Atrasade.
  • Dona(o). → Done.
  • Funcionário(a). → Funcionárie.
  • Bem-vindo(a). → Bem-vinde.
  • Obrigada(o). → Obrigade.

Obs.:

O que é “Flexão”? O que é “Desinência”?

A maioria das palavras (substantivos, adjetivos, numerais, etc.) sofrem “flexão de gênero”.

“Flexão” é o nome do movimento que altera o estado das palavras.

Flexões podem alterar o gênero (feminino, masculino ou neutro), o número (singular ou plural), ou o grau (aumentativo ou diminutivo) delas.

“Flexão de gênero” é o movimento que altera a palavra de um gênero para outro.

Esta alteração de gênero ocorre quando se troca a “desinência nominal” das palavras.

“Desinência” é o nome das letras que ficam na parte final dessas palavras.

É a terminação delas (a forma em que elas terminam), o “finalzinho”.

“Desinência nominal” é a parte final da palavra, que trata e indica especialmente o gênero.

Por exemplo, são aquelas vogais “-a” ou “-o”, que estão no final (menin-A, menin-O).

Além dessas vogais, existem também outros tipos mais elaborados de “desinências nominais”, e que variam quando as palavras estão no singular e plural.

Quando a palavra termina em “-co” no masculino e “-ca” no feminino, substitui a desinência por “-que”.

Exemplos:

  • Médica(o). → Médique.
  • Técnico(a). → Técnique.
  • Autêntica(o). → Autêntique.
  • Transfóbico(a). → Transfóbique.

Quando a palavra termina em “-go” no masculino e “-ga” no feminino, substitui a desinência por “-gue”.

Exemplos:

  • Amigo(a). → Amigue.
  • Psicóloga(o). → Psicólogue.
  • Biólogo(a). → Biólogue.
  • Cega(o). → Cegue.
  • Leigo(a). → Leigue.

Quando a palavra termina em “-r” no masculino e “-ra” no feminino, substitui a desinência por “-re”.

No plural, quando termina em “-res” no masculino e “-ras” no feminino, substitui a desinência por “-ries”.

Exemplos:

  • Professor(a). → Professore.
  • Professores(as). → Professories.
  • Pintor(a). → Pintore.
  • Pintores(as). → Pintories.
  • Trabalhador(a). → Trabalhadore.
  • Trabalhadores(as). → Trabalhadories.
  • Administrador(a). → Administradore.
  • Administradores(as). → Administradories.
  • Ator / Atriz. → Atore.
  • Atores / Atrizes. → Atories.

Obs.: O sufixo “triz” é problemático na etimologia. Ele costuma estar relacionado a objetificação da mulher, seja em posse, ou de forma sexual.

Temos as palavras “atriz”, “embaixatriz”, “imperatriz” e “meretriz”. E não há uma resposta ao certo por qual motivo existe essa terminação “triz”, invés da vogal “a”.

O feminino de “embaixador” é “embaixadora”. Observe que “embaixatriz” é a “mulher do embaixador”. Assim como, “imperadora” é diferente de “imperatriz”.

E não há um relativo masculino para a palavra “meretriz”. “Meretriz” significa “prostituta”, ou, “mulher vulgar por ter relação sexual sem estar casada (com um homem). Mulher que é dona do seu corpo e desejos. Que transa com quem quiser e, quando quiser”.

“Meretriz”. Por quê? Por que os homens também não eram julgados dessa forma, ué? Cadê os “meretrizos”? Nem existe a palavra!

A terminação “triz” nas palavras, é uma forma de diminuir o poder das mulheres em relação aos homens, rebaixá-las.

Precisamos lembrar que, antigamente, quem atuava era sempre os homens, os atores. As mulheres eram proibidas de atuar. Para papéis femininos, os homens se vestiam “de mulher” (D.R.A.G. — “Dressed Resembling A Girl”).

Por qual motivo uma mulher é “atriz” e não “atora”? A palavra “atriz” é mais uma forma de diminuir a posição delas? Deveriam adotar a palavra “atora”? Fica a reflexão.

Sendo assim, o neutro de “atriz” e “ator” é “atore”.

Atenção para não confundir o plural das palavras terminadas em “-r” com o das terminadas em “-o” antecedidas de “r-”.

Note:

  • Criado-r brasilei-ro. → Criado-re brasilei-re.
  • Criado-res brasilei-ros. → Criado-ries brasilei-res.

Neste último caso, o plural é terminado em “-os” no masculino, “-as” no feminino e “-es” no neutro. É apenas uma substituição das desinências “-a” e “-o” por “-e”, com acréscimo de “-s”.

Exemplos:

  • Estrangeiro(a). → Estrangeire.
  • Estrangeiros(as). → Estrangeires.
  • Pedreiro(a). → Pedreire.
  • Pedreiros(as). → Pedreires.
  • Enfermeiro(a). → Enfermeire.
  • Enfermeiros(as). → Enfermeires.

Quando a palavra termina em “-ço” no masculino e “-ça” no feminino, substitui a desinência por “-ce”. Gravada sem a cedilha. Se atente para não confundir. O correto é “-ce” e não “-çe”.

Obs.: “Cedilha” é o nome da “perninha” ou do “risquinho”, que colocamos na letra “C”, virando o “Ç” (“cê-cedilha”).

E assim consequentemente, as sílabas que possuem a letra “C” + a cedilha, passam a ter som de “SS”.

Na língua portuguesa, nunca é usado o cê-cedilha antes das vogais “e” e “i”. Se usa o cê-cedilha apenas antes das vogais “a”, “o” e “u”.

Nem todes sabem disso, então, é bom reforçar o aprendizado.

Exemplos:

  • Moço(a). → Moce.
  • Suíço(a). → Suíce.
  • Noviço(a). → Novice.
  • Postiço(a). → Postice.
  • Pinguço(a). → Pinguce.

Quando a palavra termina em “-ão” no masculino e “-ã” no feminino, substitui a desinência por “-ãe”.

No plural, quando termina em “-ãos” no masculino e “-ãs” no feminino, substitui a desinência por “-ães”.

Exemplos:

  • Órfão / Órfã. → Órfãe.
  • Órfãos / Órfãs. → Órfães.

Obs.: Toda “sílaba tônica” da palavra que contém til (~), mas que não é a sílaba que tem o til (~), ganha acento gráfico. Como por exemplo, a palavra “órfã” que tem til (~) e acento (´). Caso ao adaptar novas palavras para o neutro, se a sílaba que tiver o til (~) se tornar a “sílaba tônica” da palavra, a acentuação gráfica anterior deixará de existir.

  • Cidadão / Cidadã. → Cidadãe.
  • Cidadãos / Cidadãs. → Cidadães.
  • Irmão / Irmã. → Irmãe (Formal).
  • Irmãos / Irmãs. → Irmães (Formal).

(Obs.: Pode-se utilizar de maneira informal a palavra “irmane(s)” ou a abreviação “mane(s)”, seguindo a estrutura de “irmano/mano” e “irmana/mana”).

No plural, quando termina em “-ões” no masculino e “-ãs” no feminino, substitui a desinência por “-ães”.

Exemplos:

  • Vilão / Vilã. → Vilãe.
  • Vilões / Vilãs. → Vilães.
  • Campeão / Campeã. → Campeãe.
  • Campeões / Campeãs. → Campeães.
  • Espião / Espiã. → Espiãe.
  • Espiões / Espiãs. → Espiães.

No plural, quando termina em “-ães” no masculino e “-ãs” no feminino, substitui a desinência por “-ães”.

Obs.: As palavras de gênero masculino e neutro no plural serão distinguidas através de artigos e complementos. Por exemplo: “os capitães”, “es capitães”, “capitães corajosos”, “capitães corajoses”.

Exemplos:

  • Capitão / Capitã. → Capitãe.
  • Capitães / Capitãs. → Capitães.
  • Alemão / Alemã. → Alemãe.
  • Alemães / Alemãs. → Alemães.

No português, há ainda palavras em que o plural possui diversas formas válidas. Aquelas que terminam em “-ãos”, “-ães” ou “-ões” no masculino e “-ãs” no feminino, substitui a desinência por “-ães”.

Obs.: As palavras de gênero masculino e neutro no plural que são semelhantes, serão distinguidas através de artigos e complementos. Por exemplo: “os aldeães”, “es aldeães”, “aldeães criativos”, “aldeães criatives”.

Exemplos:

  • Aldeão / Aldeã. → Aldeãe.
  • Aldeãos, Aldeães e Aldeões / Aldeãs. → Aldeães.
  • Ancião / Anciã. → Anciãe.
  • Anciãos, Anciães e Anciões / Anciãs. → Anciães.
  • Guardião / Guardiã. → Guardiãe.
  • Guardiães e Guardiões / Guardiãs. → Guardiães.

Quando a palavra termina em “-ão(-ões)” no masculino e “-a(s)” no feminino, substitui a desinência por “-ãe(s)”.

Exemplos:

  • Ladrão / Ladra. → Ladrãe.
  • Ladrões / Ladras. → Ladrães.

Quando a palavra termina em “-ão(-ões)” no masculino e “-oa(s)” no feminino, substitui a desinência por “-oe(s)”.

Exemplos:

  • Patrão / Patroa. → Patroe.
  • Patrões / Patroas. → Patroes.

Quando a palavra termina em “-ão” no masculino e “-ona” no feminino, substitui a desinência por “-one”.

Exemplos:

  • Que chora muito: Chorão / Chorona. → Chorone.
  • Que é muito linde: Lindão / Lindona. → Lindone.
  • Que é muito grande: Grandão / Grandona. → Grandone.

Quando a palavra termina em “-ão” no masculino e “-esa” no feminino, substitui a desinência por “-ese”.

Exemplos:

  • Barão / Baronesa. → Baronese.

Quando a palavra termina em “-e” no masculino e “-esa” no feminino, substitui a desinência por “-ese”.

Exemplos:

  • Duque / Duquesa. → Duquese.

Quando a palavra termina em “-ês(-eses)” no masculino e “-esa(s)” no feminino, substitui a desinência por “-ese(ies)”.

Exemplos:

  • Francês / Francesa. → Francese.
  • Franceses / Francesas. → Francesies.
  • Freguês / Freguesa. → Freguese.
  • Fregueses / Freguesas. → Freguesies.
  • Camponês / Camponesa. → Camponese.
  • Camponeses / Camponesas. → Camponesies.

Quando a palavra termina em “-e” no masculino e “-essa” no feminino, substitui a desinência por “-esse”.

Exemplos:

  • Conde / Condessa. → Condesse.

Quando a palavra termina em “-e” no masculino e “-a” no feminino, substitui a desinência por “-ie”.

Obs.: Algumas palavras terminadas em “-e” já são neutras, e servem para todos os gêneros, mesmo que exista uma variação opcional para o feminino. Por exemplo: a chefe, a chefa. A presidente, a presidenta. As duas formas estão corretas. Sendo assim, para essas palavras, a terminação neutra “-ie” também é uma variação opcional.

Exemplos:

  • Chefe / Chefa. → Chefie.
  • Presidente / Presidenta. → Presidentie.
  • Mestre / Mestra. → Mestrie.
  • Patife / Patifa. → Patifie.

Quando a palavra termina em “-eo” no masculino e “-ea” no feminino, substitui a desinência por “-ie”.

Exemplos:

  • Conterrâneo / Conterrânea. → Conterrânie.
  • Terráqueo / Terráquea. → Terráquie.
  • Gêmeo / Gêmea. → Gêmie.

Quando a palavra termina em “-a” no masculino e “-isa” no feminino, substitui a desinência por “-ise”.

Exemplos:

  • Profeta / Profetisa. → Profetise.
  • Poeta / Poeta (“Poetisa”). → Poeta (Poetise).

(Obs.: Hoje, raramente uma poeta se declara como “poetisa”. As duas formas no feminino existem. Porém, a palavra “poetisa” carrega um significado histórico pejorativo para as mulheres poetas. A palavra “poeta” pode ser usada para todos os gêneros. A palavra “poetise” é uma variação neutra opcional.)

Quando a palavra termina em “-e” no masculino e “-isa” no feminino, substitui a desinência por “-ise”.

Exemplos:

  • Sacerdote / Sacerdotisa. → Sacerdotise.

Quando a palavra termina em “-iz(-ízes)” no masculino e “-íza(s)” no feminino, substitui a desinência por “-íze(ies)”.

Exemplos:

  • Juiz / Juíza. → Juíze.
  • Juízes / Juízas. → Juízies.

Quando a palavra termina em “-om” no masculino e “-onete” no feminino, substitui a desinência por “-one”.

Exemplos:

  • Garçom / Garçonete. → Garçone.

Quando a palavra termina em “-eu” no masculino e “-eia” no feminino, substitui a desinência por “-eie”.

Exemplos:

  • Plebeu / Plebeia. → Plebeie.
  • Europeu / Europeia. → Europeie.
  • Ateu / Ateia. → Ateie.

Quando a palavra termina em “-us” no masculino e “-usa” no feminino, substitui a desinência por “-use”.

No plural, quando termina em “-uses” no masculino e “-usas” no feminino, substitui a desinência por “-usies”.

Exemplos:

  • Deus / Deusa. → Deuse.
  • Deuses / Deusas. → Deusies.
  • Semideus / Semideusa. → Semideuse.
  • Semideuses / Semideusas. → Semideusies.

Quando a palavra termina em “-i” no masculino e “-ína” no feminino, substitui a desinência por “-íne”.

Exemplos:

  • Herói / Heroína. → Heroíne.

Quando a palavra termina em “-u” no masculino e “-ua” no feminino, substitui a desinência por “-ue”.

Exemplos:

  • Nu / Nua. → Nue.
  • Cru / Crua. → Crue.

| — — | Outras Regras e Atenções | — — |

Substituições neutras para termos “biformes” fora do padrão:

Termos “biformes” são aqueles termos (substantivos, adjetivos, etc.) que apresentam duas formas diferentes em relação ao gênero (atualmente, podendo ser feminino ou masculino). Possuem o mesmo “radical”, porém se diferenciam quando se troca a “desinência”.

“Radical” é a parte principal da palavra, aquela que carrega o significado. Muitas vezes, se encontra no início, antes da “desinência” (“menin-”, “amig-”, “cidad-”, “trabalhad-”, etc.).

Obs.: Para alguns termos, a nomenclatura “biforme” na gramática, pode no futuro ser atualizada para “triforme” (três formas de gênero: feminino, masculino e neutro).

Exemplos:

  • Bom / Boa. → Boe.
  • Bonzinho / Boazinha. → Boezinhe.
  • Bonzão / Boazona. → Boezone.
  • Mau / Má. → Male.
  • Mauzinho / Mazinha. → Malezinhe.
  • Mauzão / Mazona. → Malezone.
  • Avó / Avô. → Avôe.
  • Avózinha / Avôzinho. → Avoezinhe.
  • Vovó / Vovô. → Vovôe.
  • Vó / Vô. → Vôe.
  • Réu / Ré. → Réie.
  • Príncipe / Princesa. → Príncise.
  • Cafetão / Cafetina. → Cafetine.
  • Gigolô / Gigolôa. → Gigolôe.
  • Brucutu / Brucutia. → Brucutie.
  • Monge / Monja. → Mongie.
  • Cônsul / Consulesa. → Consulese.
  • Rapaz / Rapariga. → Raparigue.

Substituições neutras para substantivos “heterônimos”:

Substantivos “heterônimos” são aqueles termos que apresentam formas diferentes em relação ao gênero, porém não possuem o mesmo “radical”.

Exemplos:

  • Homem / Mulher. → Pessoa / Enebê.

Obs.: Enebê é uma pessoa “Não-Binária”. A expressão “enebê(s)” foi criada a partir da pronúncia da sigla “N.B.”.

Em inglês a expressão para “Non-Binary” é “Enby” (no singular) e “Enbies” (no plural).

  • Mãe / Pai. → Nãe.
  • Mamãe / Papai. → Nanãe.
  • Madrinha / Padrinho. → Nadrinhe.
  • Madrasta / Padrasto. → Nadraste.
  • Maternidade / Paternidade. → Naternidade.
  • Maternal / Paternal. → Naternal.
  • Materna(e/o) / Paterna(e/o). → Naterna(e/o)

Obs.:

Por parte de mãe: “tie materne”, “avôe materne”, etc.

Por parte de pai: “tie paterne”, “avôe paterne”, etc.

Por parte de nãe: “tia naterna”, “avó naterna”, “tie naterne”, “avôe naterne”, “tio naterno”, “avô naterno”, etc.

  • Matriarcal / Patriarcal. → Natriarcal.
  • Genro / Nora. → Nore.
  • Rei / Rainha. → Reinhe.

Adendo:

Obviamente, ainda existem palavras em que adaptações neutras funcionais (escrita, oral e visual) não foram encontradas. Porém, não é impossível. É uma questão de tempo e reflexão extensa. E isso será uma resolução entre ativistas intersexo e não-bináries, linguistas, professories de português e acadêmiques em letras.

Adjetivos e complementos permanecem no mesmo gênero “do sujeito”.

Se o sujeito tem gênero feminino, seus complementos serão femininos.

Se o sujeito tem gênero masculino, seus complementos serão masculinos.

Se o sujeito tem gênero neutro, seus complementos serão neutros.

Se o sujeito tem gênero indeterminado (quando não se sabe qual), você pode questioná-lo de preferência, ou usar complementos de gênero neutro ou sem gênero.

Exemplos:

  • “Todas prontas”.
  • “Todes prontes”.
  • “Todos prontos”.

Exemplo de erros: “todos prontes”, “todas prontes”, “todes prontas”, etc.

  • A menina. → A menina linda.
  • Ê menine. → Ê menine linde.
  • O menino. → O menino lindo.

Exemplo de erros: “a menina linde”, “ê menine lindo”, “o menino linde”, etc.

  • Ela. → Ela é não-binária.
  • Ele. → Ele é não-binário.
  • Elu. → Elu é não-binárie.

Exemplo de erros: “ela é não-binárie”, “ele é não-binárie”, “elu é não-binário”, etc.

  • Você (sujeito de gênero feminino). → Você está linda.
  • Você (sujeito de gênero masculino). → Você está lindo.
  • Você (sujeito de gênero neutro). → Você está linde.
  • Você (sujeito de gênero indeterminado). → Você está linde. / Você está uma belezura.

Substantivos uniformes “sobrecomuns” (de apenas um gênero) recebem complementos no mesmo gênero.

Substantivos “uniformes” são aqueles termos que apresentam uma única forma para sujeitos de todos os gêneros.

“Sobrecomuns” são aqueles termos “uniformes” que possuem um único gênero e apresentam a mesma forma para todos sujeitos. Não sofre distinção por artigos ou complementos. Por exemplo: “a pessoa”, “o indivíduo”, etc.

Exemplos:

  • Pessoa (substantivo feminino). → Pessoa não-binária.
  • Indivíduo (substantivo masculino). → Indivíduo não-binário.
  • Comunidade (substantivo feminino). → Comunidade não-binária
  • Coletivo (substantivo masculino). → Coletivo não-binário.

Exemplo de erros: “pessoa não-binárie”, “indivíduo não-binárie”, “comunidade não-binárie”, etc.

Substantivos uniformes “sobrecomuns” (de apenas um gênero) não são neutralizáveis.

Exemplos:

  • Galera. → Galera.
  • Indivíduo. → Indivíduo.
  • Criança. → Criança.

Exemplo de erros: “galere”, “indivídue”, “criançe”, etc.

Obs.: Essa escrita informal banaliza uma enorme estrutura de regras gramaticais que ativistas trabalharam tanto tempo para desenvolver. Induz pessoas leigas ao erro, e desenvolve um preconceito nelas com a “Linguagem Neutra”.

“Dupla Pronúncia Neutra”: Situações Válidas

Há de ocorrer em algumas situações (como mostradas abaixo), onde duas pronúncias serão válidas (corretas) para palavras no gênero neutro. Semelhante como foi explicado nos tópicos anteriores como o das palavras “elu”, “essu”, etc. (Vale lembrar que, a grafia das palavras permanece a mesma).

Quando a “sílaba tônica” que contém a letra “O”, no gênero masculino é pronunciada como “-ô-”, e no gênero feminino é pronunciada como “-ó-”, no gênero neutro pode ser pronunciada tanto como “-ô-” ou “-ó-”.

Obs.:

E poderá ainda haver raros casos, onde a estrutura da palavra é simétrica/similar nos gêneros masculino e feminino, porém a pronúncia da sílaba que contém a letra “E”, se encontra fora de um padrão. Por exemplo, no gênero masculino é pronunciada como “-ê-” e no gênero feminino é pronunciada como “-é-”. Então, no gênero neutro poderá ser pronunciada tanto como “-ê-” ou “-é-”.

Ex.: Quando a palavra termina em “-oso” no masculino e “-osa” no feminino, substitui a desinência por “-ose”.

Pronuncia-se a desinência como “-ôse” ou “-óse”.

Exemplos:

  • Atencioso / Atenciosa. → Atenciose.

Obs.: Pronuncia-se como “atenci-ô-se” ou “atenci-ó-se”.

  • Nervoso / Nervosa. → Nervose.

Obs.: Pronuncia-se como “ner--se” ou “ner--se”.

  • Poderoso / Poderosa. → Poderose.

Obs.: Pronuncia-se como “pode--se” ou “pode--se”.

  • Maravilhoso / Maravilhosa. → Maravilhose.

Obs.: Pronuncia-se como “maravi-lhô-se” ou “maravi-lhó-se”.

Outros exemplos de casos possíveis:

Exemplos:

  • Novo / Nova. → Nove.

Obs.: Pronuncia-se como “-ve” ou “-ve”.

  • Morto / Morta. → Morte.

Obs.: Pronuncia-se como “môr-te” ou “mór-te”.

| — — | Gênero Universal | — — |

“Neutro Universal”, “Falso Neutro”, “Masculino Genérico” ou “Gênero Dominante”.

Note que no português, o “gênero universal” não é neutro, é sempre masculino.

Muitos chamam essa regra gramatical sexista de “Neutro Universal”, “Falso Neutro”, “Masculino Genérico” ou “Gênero Dominante”. (Note a palavra “muitos” em negrito).

Supõem que a forma de tratamento masculina seja neutra e “inofensiva”, englobando todos. (Note a palavra “todos” em negrito).

São hábitos enraizados, tóxicos e automáticos, que são difíceis de perceber.

É quando nos referimos a um grupo, dizendo “eles”, e não “elas”. Mesmo se há 18 mulheres e 2 homens, o “gênero dominante” é o masculino, e não o feminino.

É quando direcionamos o diálogo para todas pessoas, dizendo “todos”, e não “todas”.

É quando citamos todas as pessoas que trabalham numa empresa, dizendo “os trabalhadores”, e não “as trabalhadoras”. “Aqueles que trabalharam até tarde”, e não “aquelas que trabalharam”.

É quando citamos as pessoas de uma região, dizendo “os sudestinos”, ao invés de “as sudestinas”.

É quando usamos sujeitos compostos por gêneros diferentes na mesma frase, dizendo “as maças e os morangos estão frescos”, “meu amigo e minha tia estão atrasados”, ou “os pronomes e as preposições serão traduzidos”. E não “frescas”, “atrasadas” ou “traduzidas”. O gênero que domina é o masculino.

É quando para “pais e mães” dizemos “os pais”, ao invés de “as mães”. “Os filhos”, em vez de “as filhas”.

É quando dizemos “nós estamos atentos” ou “nós todos devemos aprender”.

É quando questionamos “quem” ou “alguém”, usando complementos masculinos.

É quando até mesmo julgamos automaticamente responsáveis por crimes “o bandido” ou “o assaltante”, como só pudessem ser homens. Mais uma vez, julgando mulheres como incapazes de fazerem algo.

Exemplos:

  • Todos merecem respeito.
  • Os melhores ganham o prêmio.
  • Será que eles estão com fome?
  • Dispensamos os trabalhadores mais cedo. / Aqueles que foram dispensados do trabalho.
  • Alguém está machucado?
  • Quem está pronto?
  • Meu amigo e minha tia estão atrasados.
  • As preposições e artigos serão traduzidos. / Traduza eles para o português.
  • Nós fomos afetados pelo sistema.

E por que as palavras masculinas costumam vir antes?

Costumamos dizer “meninOs e meninAs”, “leitorEs e leitorAs”, “Masculino e Feminino”.

  • “A” vem antes de “O”.
  • “A” vem antes de “E”.
  • “F” vem antes de “M”.

Se não é ordem alfabética, então é ordem do quê?

A “ordem dos homens”? Eles são os principais e os mais importantes?

Por que o “gênero dominante” é masculino, e nunca feminino?

Por que tratamos um grupo de pessoas (de gêneros diferentes) pelo masculino e não pelo feminino?

Em nossa cultura, o comportamento é tão comum que podemos até notar mulheres dizendo “obrigado”, ao invés de “obrigada”.

Se tornou inconsciente e automático. Passamos anos das nossas vidas sendo educadas para que o gênero masculino fosse o dominante, o genérico, o neutro e o universal.

Poderíamos até estender o assunto refletindo sobre qual sobrenome é escolhido para se destacar — ser o dominante — nos nossos documentos e registros cadastrais. O materno ou o paterno?

Tudo isso contribui para a “masculinidade tóxica”. Os homens se sentem “ofendidos” quando em grupo, são tratados no feminino. Por exemplo, chamar todo mundo de “trabalhadoras”, de “elas”. Experimente convocá-los para uma reunião de mães, e não “de pais”.

Enquanto isso, mulheres são incluídas em grupo, e tratadas no masculino o tempo todo. E não existe nem a opção de reclamar. Elas são parte “dos trabalhadores”, “deles” e a reunião é sempre “dos pais”.

Uma mulher jamais vai se sentir ofendida com cartaz escrito “Bem-Vindo”. Mas, um homem vai se sentir ofendido com um cartaz escrito “Bem-Vinda”.

Faça um anúncio e escreva “quem está pronta?” ou “você está preparada?”, e mandem eles lerem. Vão dizer que estão se sentindo “excluídos”, ou pior, que é “preconceito” com eles.

Podemos até reformular as frases que usamos, porém chegamos num ponto em que as regras gramaticais e nossos velhos hábitos precisam mudar. Chega de “masculino genérico”. Chega de “masculino dominante”.

Gênero Neutro: o novo “neutro universal” no português?

Quando a “Linguagem Neutra” incluir o gênero neutro oficialmente no idioma pode ser que sim. O gênero neutro poderá se transformar no novo “gênero universal” na gramática.

Não é um sim, mas um talvez. É uma possibilidade de acabar com o “masculino genérico” que nunca foi neutro. Até antigamente, não tínhamos um sistema gramatical de gênero neutro para substituir, agora temos.

Antes disso ocorrer, precisamos que TODES aprendam primeiro a usar a “Linguagem Neutra”.

Para que em seguida, desconstruamos outros hábitos. São etapas.

No momento, o “gênero universal” pode continuar ser masculino. Mas, não é obrigatório ser.

Será um período de transição nos hábitos linguísticos.

E de maneira opcional, você pode investir na mudança utilizando o gênero neutro, porque é mais inclusivo e não é sexista.

Não se culpe e não se cobre, se você ainda utiliza ou pensa no “gênero universal” como masculino, principalmente no dia-a-dia, fora da escrita. Foque em aprender a “Linguagem Neutra” primeiro, para treinar sua mente e ir se acostumando. Pois, tem pessoas não-binárias e intersexo que precisam dela para serem respeitadas, e elas são a prioridade.

Quanto à mudança do “gênero universal” é uma desconstrução paralela. Ela existe, mas é posterior.

Antes, foque no seu aprendizado da “Linguagem Neutra”. É um passo de cada vez.

Fim do “Genérico”.

A melhor solução para quebrarmos o sexismo é mudarmos algumas regras gramaticais e não termos mais um único “gênero dominante”. Todos os gêneros serão válidos para tratamento, quando sujeitos de gêneros diferentes estiverem juntos (ex.: sujeito composto, pronomes em 1ª e 2ª pessoa no plural, indeterminados, ocultos, pronomes indefinidos, etc.). O gênero neutro não será dominante, e poderá ser aplicado como uma opção válida e não como uma obrigação gramatical.

Mulheres feministas já criticam o “masculino genérico” há muito tempo. E algumas já usam tratamentos femininos de forma política para se direcionar a todas pessoas em geral.

A frase “minha prima e meu tio estão atrasadas estaria correta? Por que não?

Foi imposto na gramática de que “não se pode usar o feminino na concordância”. Quem concordou com essa regra, obviamente foram homens, e não mulheres.

Se em toda história, o gênero masculino assumiu esse papel de ser o “universal”, o feminino também pode. E não vai ser a “Linguagem Neutra” que vai proibir ou impedir.

De fato, o gênero neutro é mais inclusivo, mas impor que ele seja “dominante” por este motivo em um discurso, é uma ideia misógina. É repetir a opressão gramatical com o gênero feminino.

Novas Regras para “Sujeito Composto”:

Quando sujeitos de gêneros diferentes estiverem juntos, as 3 formas de tratamento serão válidas: feminino, masculino e neutro.

Tratamento Feminino:

Exemplos:

  • O Tássio, a Rita e ê Rafa, são amigas.
  • A vovó, minha mãe e meu pai são carinhosas.
  • Meu amigo e sua namorada estão furiosas.
  • A Sabrina e o Thiago jantaram cedo. Elas estavam com fome.

-

  • Minha prima e meu tio estão atrasadas.
  • Minha prima e minhe tie estão atrasadas.
  • Minhe prime e minha tia estão atrasadas.
  • Minhe prime e meu tio estão atrasadas.
  • Meu primo e minha tia estão atrasadas.
  • Meu primo e minhe tie estão atrasadas.

Tratamento Masculino:

Exemplos:

  • O Tássio, a Rita e ê Rafa, são amigos.
  • A vovó, minha mãe e meu pai são carinhosos.
  • Meu amigo e sua namorada estão furiosos.
  • A Sabrina e o Thiago jantaram cedo. Eles estavam com fome.

-

  • Minha prima e meu tio estão atrasados.
  • Minha prima e minhe tie estão atrasados.
  • Minhe prime e minha tia estão atrasados.
  • Minhe prime e meu tio estão atrasados.
  • Meu primo e minha tia estão atrasados.
  • Meu primo e minhe tie estão atrasados.

Tratamento Neutro:

Exemplos:

  • O Tássio, a Rita e ê Rafa, são amigues.
  • A vovó, minha mãe e meu pai são carinhoses.
  • Meu amigo e sua namorada estão furioses.
  • A Sabrina e o Thiago jantaram cedo. Elus estavam com fome.

-

  • Minha prima e meu tio estão atrasades.
  • Minha prima e minhe tie estão atrasades.
  • Minhe prime e minha tia estão atrasades.
  • Minhe prime e meu tio estão atrasades.
  • Meu primo e minha tia estão atrasades.
  • Meu primo e minhe tie estão atrasades.

Obs.: Quando sujeitos de gênero feminino e neutro estiverem incluídos, evite usar o tratamento masculino. Opte em variar.

Tratamento Feminino:

Exemplos:

  • Minha prima e minhe tie estão atrasadas.
  • Minhe prime e minha tia estão atrasadas.

Tratamento Neutro:

Exemplos:

  • Minha prima e minhe tie estão atrasades.
  • Minhe prime e minha tia estão atrasades.

Quando sujeitos do mesmo gênero estiverem juntos, a forma de tratamento permanecerá no mesmo gênero.

(Da mesma maneira que funciona quando é apenas um sujeito).

Tratamento Feminino:

Exemplos:

  • A vovó, minha mãe e minha tia são carinhosas.
  • A Natália e a Maristela jantaram cedo. Elas estavam com fome.
  • Minha prima e minha tia estão atrasadas.

Tratamento Masculino:

Exemplos:

  • O Tássio e o Klébio são amigos.
  • Meu primo e meu tio estão atrasados.

Tratamento Neutro:

Exemplos:

  • Minhe amigue e sue namorade estão furioses.
  • Minhe prime e minhe tie estão atrasades.

Novas Regras para “Pronomes em 1ª e 2ª Pessoa no Plural” (Nós e Vocês):

Quando sujeitos de gêneros diferentes estiverem juntos, as 3 formas de tratamento serão válidas: feminino, masculino e neutro.

Tratamento Feminino:

Contexto de “Nós”: eu, minha mãe (gênero feminino), meu tio (gênero masculino) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Nós somos espertas.
  • Estamos salvas. (Sujeito oculto).

Contexto de “Vocês”: minha mãe (gênero feminino), meu tio (gênero masculino) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Vocês estão protegidas?
  • Estejam atentas! (Sujeito oculto).

Tratamento Masculino:

Contexto de “Nós”: eu, minha mãe (gênero feminino), meu tio (gênero masculino) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Nós somos espertos.
  • Estamos salvos. (Sujeito oculto).

Contexto de “Vocês”: minha mãe (gênero feminino), meu tio (gênero masculino) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Vocês estão protegidos?
  • Estejam atentos! (Sujeito oculto).

Tratamento Neutro:

Contexto de “Nós”: eu, minha mãe (gênero feminino), meu tio (gênero masculino) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Nós somos espertes.
  • Estamos salves. (Sujeito oculto).

Contexto de “Vocês”: minha mãe (gênero feminino), meu tio (gênero masculino) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Vocês estão protegides?
  • Estejam atentes! (Sujeito oculto).

Quando sujeitos do mesmo gênero estiverem juntos, a forma de tratamento permanecerá no mesmo gênero.

Tratamento Feminino:

Contexto de “Nós”: eu (gênero feminino), minha mãe (gênero feminino), minha tia (gênero feminino) e minha prima (gênero feminino).

Exemplos:

  • Nós somos espertas.
  • Estamos salvas. (Sujeito oculto).

Contexto de “Vocês”: minha mãe (gênero feminino), minha tia (gênero feminino) e minha prima (gênero feminino).

Exemplos:

  • Vocês estão protegidas?
  • Estejam atentas! (Sujeito oculto).

Tratamento Masculino:

Contexto de “Nós”: eu (gênero masculino), meu pai (gênero masculino), meu tio (gênero masculino) e meu primo (gênero masculino).

Exemplos:

  • Nós somos espertos.
  • Estamos salvos. (Sujeito oculto).

Contexto de “Vocês”: meu pai (gênero masculino), meu tio (gênero masculino) e meu primo (gênero masculino).

Exemplos:

  • Vocês estão protegidos?
  • Estejam atentos! (Sujeito oculto).

Tratamento Neutro:

Contexto de “Nós”: eu (gênero neutro), minhe nãe (gênero neutro), minhe tie (gênero neutro) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Nós somos espertes.
  • Estamos salves. (Sujeito oculto).

Contexto de “Vocês”: minhe nãe (gênero neutro), minhe tie (gênero neutro) e minhe prime (gênero neutro).

Exemplos:

  • Vocês estão protegides?
  • Estejam atentes! (Sujeito oculto).

Novas Regras para a palavra “Avós”.

A peculiaridade de “avós”.

O plural de “avô” é “avôs”. Ex.: os meus avôs.

O plural de “avó” é “avós”. Ex.: as minhas avós.

(O plural de “avôe” é “avôes”. Ex.: es minhes avôes).

Preste atenção!

Diferente da maioria dos casos de “Masculino Genérico”, as regras (antigas) do idioma dizem que quando mencionamos um avô (gênero masculino) mais uma avó (gênero feminino), utiliza-se a palavra “avós”, ao invés de “avôs”. Porém, mesmo que “avós” seja idêntica à do plural feminino, neste caso, a palavra recebe artigo, contrações e complementos no masculino. Ex.: os meus avós.

Note que “os meus avôs” e “os meus avós” não são a mesma coisa!

Meus avôs” indica avôs somente de gêneros masculinos.

Meus avós” indica avós de gêneros diferentes.

Conforme surgiram novas regras para o “Fim do Genérico”, se propõe novas regras para a palavra “avós”.

Quando avós de gêneros diferentes estiverem juntos, se utilizará a palavra “avós” (com acento agudo) e as 3 formas de tratamento serão válidas: feminino, masculino e neutro.

Exemplos:

  • As minhas avós são lindas.
  • Os meus avós são lindos.
  • Es minhes avós são lindes.

Quando avós do mesmo gênero estiverem juntos, a forma de tratamento permanecerá no mesmo gênero.

Exemplos:

  • As minhas avós são lindas.
  • Os meus avôs são lindos.
  • Es minhes avôes são lindes.

Observação sobre os pronomes “Isto”, “Isso” e “Aquilo”.

Note que os pronomes “isto”, “isso” e “aquilo” — que supostamente eram para serem neutros — também recebem tratamento no gênero masculino por falta de um gênero neutro.

Exemplos:

  • Isso está lindo!
  • Eu deixei isto pronto para você.
  • Aquilo era tão complicado.

No momento, não haverá mudanças nos tratamentos dos pronomes “isto”, “isso” e “aquilo”.

Os tratamentos continuam masculinos.

| — — | Objetos, Animais e Afins | — — |

Objetos.

O sistema de “Linguagem Neutra”, no momento e na maioria das vezes, trata do gênero de seres (em especial, pessoas).

O tratamento de gênero já definido para “objetos” existentes e “não-seres” permanece o mesmo.

Por exemplo:

  • Substantivo feminino “cadeira”, continua sendo tratado no feminino: a minha cadeira é essa. Ela é roxa.
  • Substantivo masculino “cheiro”, continua sendo tratado no masculino: o seu cheiro é gostoso. Ele é inesquecível.

Mas, esse tratamento pode mudar, quando se utiliza de alternativas não genéricas para o “sujeito composto”, quando sujeitos de gêneros diferentes estiverem juntos (como ensinado no tópico “Fim do Genérico”).

Por exemplo:

  • A maçã (sujeito feminino) está deliciosa. O morango (sujeito masculino) está delicioso. → A maçã e o morango estão delicioses.

Invenções.

Para além disso, nada impede que pessoas inventoras, ao criar um novo “objeto”, escolha o nome e o tratamento de gênero que ele irá receber (pode ser neutro, se quiserem).

Ou seja, objetos/termos/invenções/etc. que não existiam antes podem ter gênero neutro. Afinal, na língua portuguesa é escolhido gênero para quase todas palavras de qualquer maneira.

Animais e Outros Seres.

Animais, geralmente, costumam receber tratamentos masculinos e femininos. Mas, pensando em criação de personagens fictícies, como animais ou outros seres, nada impede que se escolha e adote o tratamento de gênero neutro.

Mesmo fora da ficção, na natureza existem outros sexos além de macho e fêmea. Sendo assim, não é errado empregar gênero neutro em animais. Principalmente ao cunhar nome e gênero na descoberta de novas espécies.

E se você não sabe o gênero/sexo de um animal, ou seja, “gênero indeterminado”, pode-se utilizar o “gênero neutro”. Não é errado isso.

Por exemplo, você acabou de avistar uma gata, ou um gato, e não tem certeza disso. Você pode tratar por “gate”.

Obviamente, ainda precisamos discutir mais sobre, e como ficaria algumas palavras neutras para outras espécies. A discussão continua sendo válida.

Novamente, lembrando que para desconstruir o “Masculino Genérico”, no caso do “sujeito composto”, quando animais de gêneros diferentes estiverem juntos, pode-se utilizar o tratamento neutro sem problemas.

Por exemplo:

  • Minha gata Sophie e meu cachorro Caramelo são super ciumentes.

Precisamos desacostumar a pensar tudo no binário (feminino e masculino) e naturalizar o gênero neutro não apenas para pessoas.

|——| Reformulação de Frases (Sintaxe Neutra) |——|

Alteração de frases.

Um método de não incluir gênero feminino ou masculino, é reformular as frases, usando de outras palavras. Reorganizando-as ou reescrevendo-as de outro jeito. Porém, esse método funciona melhor na linguagem escrita formal (elaborada), do que na linguagem oral do dia-a-dia, porque nos comunicamos de modo informal. Na elaboração de textos — ou discursos higienizados — é válido pensar sobre isso.

Adendo:

Todavia, continue usando a “Linguagem Neutra”. Pois, ela já engloba todas as pessoas, independentemente do gênero delas. Não é vergonha alguma usar. Precisamos de mais gente usando a “Linguagem Neutra” do que mais gente evitando usar ela. Até porque, não incluir gênero neutro no seu diálogo, é silenciar e apagar novamente a existência das pessoas não-binárias e intersexo. Inclua-as já! Precisamos que todes as representem em suas narrativas! Não esqueça!

Atenção:

Cuidado para não reformular as frases em relação as pessoas e acabar citando o corpo de outre. Devemos evitar ao máximo, para não fazer “Body-Shaming” (pratica que critica ou julga o corpo das pessoas de forma envergonhosa) ou acabar criando frases soadas como racistas, gordofóbicas, acnefóbicas, capacitistas ou etaristas. Não comente do corpo de alguém, se não foi solicitada sua opinião.

Por exemplo, não transforme a frase “Você é lindo(a)” em:

“Seu corpo é lindo”. (Você está citando o corpo do outro em que contexto/situação? Todos os corpos são lindos.)

“Seu rosto é lindo”. (E o corpo não? Você ainda acredita em padrão de beleza?)

“Que pele linda”. (Por qual motivo não seria? Por que você está julgando a pele de alguém? Acnes, pelos, linhas, rugas, cicatrizes, grandes poros, manchas, relevos, sardas, despigmentação e heterocromia (tons diferentes) fazem parte de uma pele linda.)

Use coletivos neutros como: “pessoal”, “grupo”, “massa”, “bando”, “corpo”, “público”, “galera”, “turma”, “equipe”, “time”, “família”, “criançada”, “meninada”, “gente”, “comunidade”, “humanidade”, “sociedade”, “povo”, “todo mundo”, “multidão”, etc.

Exemplos:

  • Os moradores se uniram. → A comunidade se uniu.
  • Boa tarde a todos. → Boa tarde, galera.
  • Conte para todos eles. → Conte para todo mundo.
  • Os professores estão na reunião. → O corpo docente está em reunião.
  • Senhoras e senhores! → Respeitável público!
  • Meninos e meninas! → Criançada! / Meninada!
  • Que caras são esses? → Que povo é esse?
  • Os humanos fazem isso. → A humanidade faz isso.
  • Reunião de pais. → Reunião de família.

Use substantivos uniformes “sobrecomuns” (de apenas um gênero) como: “pessoa”, “indivíduo”, “ser”, “criatura”, “criança”, “contato”, “sujeito”, “celebridade”, “vítima”, “estrela”, “membro”, etc.

Exemplos:

  • Ela partiu. → A pessoa partiu.
  • Que menino mais lindo. → Que criança mais linda.
  • Sua namorada. → A pessoa que você namora. / O indivíduo que namora com você.
  • Aqueles que terminaram podem sair. → As pessoas que terminaram podem sair.
  • Aquela minha amiga me chamou. → Aquele meu contato me chamou.

Use substantivos uniformes “comuns de dois gêneros” (sem o uso de artigos e complementos) como: “jovem”, “colega”, “estudante”, “artista”, “cliente”, “líder”, “acompanhante”, “gestante”, “residente”, “amante”, “farsante”, “visitante”, “integrante”, “habitante”, etc.

“Comuns de dois gêneros” são aqueles termos “uniformes” que apresentam a mesma forma para o gênero masculino e feminino, porém a distinção de gênero é feita através de artigos e complementos. Por exemplo: “a jovem”, “o jovem”, “jovem linda”, “jovem lindo”.

Obs.: Para alguns termos, a nomenclatura “dois gêneros” na gramática, pode no futuro ser atualizada para “três gêneros” (feminino, masculino, neutro). Com exceção de alguns termos “heterossêmicos” (palavras que possuem um significado no gênero feminino e outro diferente no masculino), como: “a grama”, “o grama”, “a rádio”, “o rádio”, etc.

Exemplos:

  • Nós somos alunos de teatro. → Nós somos estudantes de teatro.
  • As cantoras denunciaram os assédios. → Os assédios foram denunciados por artistas.
  • Meninas, se lembrem disso: autocuidado, amor-próprio e saúde mental são essenciais! → Jovens, se lembrem disso: autocuidado, amor-próprio e saúde mental são essenciais!
  • Venha sozinho. → Não traga acompanhantes!
  • A polícia agrediu os moradores da região. → Residentes sofreram agressão policial.
  • Para ganhar desconto no livro, as leitoras precisarão chegar cedo. → Amantes da literatura ganharão desconto no livro se chegarem cedo.

Use pronomes indefinidos (sem o uso de adjetivos) como: “alguém”, “ninguém”, “outrem”, “quem”, etc.

Exemplos:

  • Ele partiu. → Alguém partiu.
  • Seu namorado. → Quem você namora. / Alguém que namora com você.
  • Aquelas que terminaram podem sair. → Quem terminou pode sair.
  • Não encontrei elas. → Encontrei ninguém.

Use adjetivos que não tem gênero, como: “abundante”, “acessível”, “aderente”, “alegre”, “amável”, “amigável”, “apaixonante”, “atraente”, “bacana”, “benevolente”, “brilhante”, “camarada”, “coerente”, “compatível”, “comum”, “confiante”, “confiável”, “consciente”, “considerável”, “constante”, “contagiante”, “contente”, “diferente”, “disponível”, “eficaz”, “elegante”, “eminente”, “empolgante”, “envolvente”, “espetacular”, “estimulante”, “excelente”, “exigente”, “feliz”, “fluente”, “forte”, “frágil”, “gentil”, “igual”, “ilustre”, “impactante”, “impecável”, “incomparável”, “incontestável”, “incrível”, “inesquecível”, “influente”, “inocente”, “inseparável”, “intrigante”, “invencível”, “irresistível”, “memorável”, “natural”, “notável”, “persistente”, “pontual”, “potente”, “predominante”, “preponderante”, “presente”, “provocante”, “radiante”, “rebelde”, “reluzente”, “responsável”, “sagaz”, “semelhante”, “sublime”, “surpreendente”, “valente”, “veloz”, “viciante”, “vivente”, “ausente”, “canalha”, “carente”, “crápula”, “desagradável”, “desprezível”, “distante”, “egoísta”, “hipócrita”, “ignorante”, “impaciente”, “impotente”, “indesejável”, “indisponível”, “insolente”, “insuportável”, “intolerante”, “irrelevante”, “irritante”, “medíocre”, “pobre”, “podre”, “repugnante”, “ruim”, “temível”, “terrível”, “triste”, “trouxa”, etc.

Exemplos:

  • Eu não sou fraca. → Eu sou forte.
  • Nós estamos animados com a notícia. → Ficamos bem alegres com a notícia.
  • Sejam cuidadosos. → Sejam responsáveis.
  • Você é mentiroso. → Você não é muito confiável.

Elimine artigos e pronomes.

Exemplos:

  • A Ariel saiu de casa com a Cameron. → Ariel saiu de casa com Cameron.
  • Logo, ela explicará seus motivos. → Logo, explicará seus motivos.

Use voz passiva, gerúndio e faça outras mudanças na estrutura das frases.

Exemplos:

  • Você está toda molhada. → Você se molhou totalmente.
  • Você é biólogo? → Você se formou em biologia? / Você trabalha com biologia?
  • Você está registrada. → Registraram você. / Seu registro foi feito.
  • Eu estou cansada disso. → Já me cansei disso. / Com cansaço estou.
  • Estou preocupado com isso. → Isso está me preocupando.
  • Obrigada pelo aviso. → Agradeço o aviso.
  • Sejam bem-vindos! → Boas-vindas!
  • Você é linda. → Uma lindeza você é. / Sua aparência é maravilhosa. / Seu visual é incrível.
  • Tragam suas esposas e seus maridos. → Tragam companhia. / Tragam acompanhantes.
  • Não fiquem nervosos, seus feios! → Calma, gente horrível!
  • Nós estávamos quietos. → Estávamos em silêncio.
  • Quem são nossos representantes? → Quem nos representa? / Quais as pessoas que nos representam?

Exclua definições sexistas como: feminino/masculino, de homem/mulher, para homem/mulher, de menino/menina, de garota/garoto, tradicional, unissex, etc.

Adendo:

Vale dizer que, se você estiver fazendo um recorte ou uma crítica social, você pode e deve usar algumas das definições sexistas — para ESPECÍFICAS SITUAÇÕES, NÃO TODAS — para apontar as diferenças entre os tratamentos entre homens e mulheres. Precisamos de mais questionamentos do porquê o “feminino” tem que ser assim e o “masculino” tem que ser assim.

Toda via, para alcançarmos um mundo com mais equidade e sem discriminações por gênero, precisamos abandonar esses estereótipos do que é ser “feminino” ou “masculino”.

Exemplos:

  • Nome feminino / masculino. → Nome.

(Nomes não tem gênero. Quem decide o tratamento de gênero que o nome vai receber é pessoa que é a dona dele. Por exemplo, se a pessoa que é dona do nome definir que será “a Igor”, ou “o Jacqueline”, ou “ê Mave”, assim será. Lide com essa informação).

  • Roupas femininas / masculinas. → Roupas.
  • Corte feminino / masculino. → Corte.
  • Shampoo (tradicional) / masculino. → Shampoo.
  • Perfume feminino / masculino. → Perfume.
  • Revista feminina / masculina. → Revista.
  • Público feminino / masculino. → Público.
  • Esporte (tradicional) / feminino. → Esporte.
  • Bolsa (tradicional) / masculina. → Bolsa.
  • Banheiro feminino / masculino. → Banheiro.
  • Hormônio feminino / masculino. → Hormônio “específico”.

(Não existe hormônio “feminino” ou “masculino”. Existe uma gama de hormônios no corpo de todas as pessoas (cis, trans, perissexo e intersexo) em diferentes proporções. Bloquear, neutralizar e/ou repor algum hormônio, ou já produzi-lo de forma natural não o torna “feminino” ou “masculino”).

  • Genitália feminina / masculina. → Genitália.

(Existem mais de 7 tipos de genitálias, ou seja, não existe um padrão binário. Mesmo as genitálias mais conhecidas como “pênis” ou “vagina/vulva” não podem ser catalogadas como “feminina” ou “masculina”. Isso é um tabu que precisa ser quebrado. Alimentar preconceitos como a transfobia e interfobia contribui para perpetuar a opressão médica com todos os corpos. Existem pessoas com “vagina” que não são mulheres. Existem pessoas com “pênis” que não são homens. E existem pessoas que não nascem com um “pênis” ou uma “vagina”. Genitália não tem e não define gênero).

  • Cromossomos femininos / masculinos. → Cromossomos “específicos”.

(Existem mais de 2 tipos combinações de cromossomos, como XX, XY, XXY, XYY, XXXY ou X0. Não diga que cromossomos “XX” são “femininos”, pois existem homens e pessoas não-binárias que são “XX”. Não diga que cromossomos “XY” são “masculinos”, pois existem mulheres e pessoas não-binárias que são “XY”. Pessoas podem ter, mas cromossomos não têm gênero).

  • Traços femininos / masculinos. → Traços.
  • Profissões femininas / masculinas. → Profissões.
  • Produto para mulheres / homens. → Produto.
  • Vaga de emprego apenas para mulheres / homens. → Vaga de emprego.
  • Contrata-se mulheres / homens. → Contrata-se.
  • Trabalho de mulher / de homem. → Trabalho.
  • Coisas de mulher / de homem. → Coisas.
  • Assunto de mulher / de homem. → Assunto.
  • Corpo de mulher / de homem. → Corpo.
  • Rosto de mulher / de homem. → Rosto.
  • Cabelo de mulher / de homem. → Cabelo.
  • Cheiro de mulher / de homem. → Cheiro.
  • Saúde da mulher / do homem. → Saúde.
  • Ciclo menstrual da mulher (cis) / do homem (trans). → Ciclo menstrual.

(Não diga que apenas mulheres (cis) menstruam, pois, homens (trans) e pessoas não-binárias menstruam, ou seja, “pessoas menstruam”. Menstruação não é “coisa de mulher”, é de várias pessoas. Assim, como gravidez, amamentação, etc. A “generalização” ao alegar que “só mulheres menstruam” é transfóbica.

Note que, se seu debate está fazendo um recorte específico sobre “mulheres cis”, é de sua obrigação sinalizar que são mulheres “cisgêneras”. E jamais diga que “homens não menstruam”, e sim que “homens cis não menstruam”.

Não utilize o termo “mulher biológica” ou outra variação transfóbica, e sim o termo “mulher cis” — mulheres que foram assinaladas ao nascimento como mulheres e que não transgrediram seu gênero.

Mas, lembre-se também que nem toda mulher cis menstrua. E que algumas mulheres cis são “perissexo” e algumas são “intersexo”).

  • Carro (tradicional) / de mulher. → Carro.
  • Maquiagem (tradicional) / de homem. → Maquiagem.
  • Esmalte (tradicional) / de homem. → Esmalte.
  • Unhas (tradicional) / de garota. → Unhas.
  • Brinquedos de menino / de menina. → Brinquedos.
  • Mochila (tradicional) / de menina. → Mochila.
  • Cores neutras. → Cores.

(Cores não tem gênero).

  • Unissex. → Não use essa palavra.

(Ela define algo que já é de todo mundo, e reforça que outras coisas que não são “unissex” devem ser divididas por gênero).

|——| Informações Extras |——|

O PRONOME NEUTRO E SINGULAR “THEY/THEM”.

Para seu conhecimento:

Em inglês, o pronome “They” (they, them, their-theirs, themself) está sendo usado como pronome neutro, de forma singular por pessoas não-binárias, intersexo e gênero não-conformantes.

Exemplos:

  • I like Sam. He sings pop music. → I like Sam. They sing pop music.
  • His pronoun is “they”. → Their pronoun is “they”.

As traduções do pronome “They/Them” em inglês, usado de forma singular (uma pessoa), deveram ser traduzidas para o pronome neutro “elu” no português. Assim como, as preposições e complementos para o gênero neutro.

Exemplos:

  • They have decided to start using gender neutral pronouns. → Elu decidiu começar a usar pronomes neutros.
  • Sam’s new album is amazing! → O novo álbum de Sam está incrível!

O PRONOME NEUTRO “NE/NEM”.

“Ne” (ne, nem, nir-nirs, nemself).

“Ne/Nem” é um pronome pessoal neutro singular para pessoas não-binárias, intersexo e gênero não-conformantes.

O pronome neutro “Ne” foi criado e inspirado nas terminações dos pronomes pessoais “He”, “She” e “They”. E também pela letra “N”, de Neutral”, “Neither”, “Non-binary, etc.

He / She / They. → Ne.

Him / Her / Them. → Nem.

His / Her / Their. → Nir.

His / Hers / Theirs. → Nirs.

Himself / Herself / Themself. → Nemself.

Exemplos:

  • She is beautiful. → Ne is beautiful.
  • I kissed him. → I kissed nem.
  • You forgot his gift. → You forgot nir gift.
  • That’s hers. → That’s nirs.
  • She saw herself in the mirror. → Ne saw nemself in the mirror.
  • They (singular) love us. → Ne loves us.

Em relação aos verbos, as regras gramaticais do “Ne” são idênticas à dos pronomes singulares “He”, “She” e “It” — diferente à do pronome “They”.

Usando “He”, “She” ou “Ne”:

(He/She/Ne) is vegan.

(He/She/Ne) doesn’t eat animals.

(He/She/Ne) isn’t a chef.

But (he/she/ne) makes (his/her/nir) own vegan burgers.

In addition, (he/she/ne) has a beautiful kitchen.

Last night, (he/she/ne) was watching tutorials.

(He/She/Ne) loves to learn new recipes.

Usando “They”:

(They) are vegan.

(They) don’t eat animals.

(They) aren’t a chef.

But (they) make (their) own vegan burgers.

In addition, (they) have a beautiful kitchen.

Last night, (they) were watching tutorials.

(They) love to learn new recipes.

As traduções do pronome “Ne/Nem” em inglês, deveram ser traduzidas para o pronome neutro “elu” no português. Assim como, as preposições e complementos para o gênero neutro.

Ne, nem → elu.

Nir, nirs → delu.

Nemself → elu mesme.

Exemplos:

  • Ne is vegan. → Elu é vegane.
  • I love nem. → Eu amo elu.
  • Nir vegan burgers are delicious. → Os hambúrgueres veganos delu são deliciosos.
  • In addition, this beautiful kitchen is nirs. → Além disso, esta bela cozinha é delu.
  • Who makes all the recipes is nemself. → Quem faz todas as receitas é elu mesme.

Dúvidas para pessoas leigas.

Para quem está lidando com a “novidade” do “They” ser singular, pode surgir algumas dúvidas e confusões gramaticais.

Observe que ao usar o “They”, algumas regras verbais mudam por causa do pronome, mesmo sendo singular.

Como usar “are” ao invés de “is”, “don’t” ao invés de “doesn’t”, “have” ao invés de “has”, “love” ao invés de “loves”, etc.

Tratamento para Nome e Substantivo.

Por exemplo, temos uma pessoa (chamada “Mika”) que utiliza o pronome neutro “They”.

Exemplo:

“They have a job. They work in a hospital. They are a doctor.”.

Se chamarmos elu pelo nome, aplicamos quais regras gramaticais?

Mantemos as do seu pronome (“are, don’t, have, etc.”) ou usamos as do sujeito simples (“is, doesn’t, has, etc.”)?

A resposta certa é aplicar as regras do sujeito simples, quando se trata de nome e substantivo.

Exemplo:

“Mika has a job. Mika works in a hospital. Mika is a doctor.”.

Sendo assim, perceba que elu (“Mika”) tem 2 tratamentos verbais singulares diferentes.

Para quem está de fora da bolha, não fala o idioma, ainda está aprendendo, ou utiliza de traduções, tome cuidado pra não se confundir nos verbos.

Note que o sujeito simples e o pronome “They” têm algumas diferenças no tratamento verbal.

Exemplos:

Mika has a job. They have a job.

Mika works in a hospital. They work in a hospital.

Mika is a doctor. They are a doctor.

The doctor is Mika. They are Mika.

Observe também, que se “Mika” utilizasse o pronome “Ne”, o tratamento verbal não mudaria.

Exemplos:

Mika has a job. = Ne has a job.

Mika works in a hospital. = Ne works in a hospital.

Mika is a doctor. = Ne is a doctor.

The doctor is Mika. = Ne is Mika.

Pronome singular → Pronome plural

Outra questão para ficar atente, é que não vai haver outro pronome no plural para as pessoas que usam o “They” de forma singular.

Exemplos:

  • He loves pizza. → They love pizza.

(Ele ama pizza. → Eles amam pizza.)

  • She loves pizza. → They love pizza.

(Ela ama pizza. → Elas amam pizza.)

  • Ne loves pizza. → They love pizza.

(Elu ama pizza. → Elus amam pizza.)

  • They love pizza. → They love pizza.

(Elu ama pizza. → Elus amam pizza.)

Para descobrir se o “They” é singular ou plural, será necessário investigar o contexto por trás da narrativa/história.

Perceba que a frase “they love pizza” pode ser traduzida de 4 maneiras diferentes:

  • Eles amam pizza.
  • Elas amam pizza.
  • Elu ama pizza.
  • Elus amam pizza.

Uma problemática impopular.

Existe uma crítica em cima do pronome “They”. “They” é majoritariamente usado por pessoas não-binárias norte-americanas e inglesas. E, como são privilegiadas, despercebem que seu idioma nativo também é uma língua global (de todo mundo). O que prejudica parcialmente a visibilidade das próprias, pois “They” continua sendo traduzido para todos idiomas como o plural “eles/elas”. Independente do contexto da frase, isso impacta nas traduções mundiais (textos, legendas, etc.), e afeta a maneira que é ensinada nas escolas públicas ou cursos de inglês em outros países. Ou seja, só estado-unidenses e inglesies (dentro de um nicho queer) saberiam reconhecer “they” como um pronome neutro e singular. Enquanto estrangeires não-privilegiades não saberiam de primeira.

Outra reflexão é que o pronome “They” já é usado de forma singular para aquelas pessoas que não se sabe determinar o gênero — gênero este feminino ou masculino. Mas, se você sabe sim determinar o gênero da pessoa e ele é não-binário? Sendo assim, não é mais “gênero indeterminado”. Não deveria ter um pronome específico para estas pessoas, já que homens e mulheres têm seu próprio pronome pessoal? Enquanto isso, as pessoas não-binárias e intersexo são jogadas com todas e todos no mesmo “pronome plural”. Elas têm que se contentar com essa decisão?

A sociedade em massa perde um enorme tempo na comunicação descobrindo o contexto do “They” — se é mais de uma pessoa ou não — e para por aí. Enquanto poderia ir além e aproveitar este mesmo tempo fazendo questionamentos diferentes, se estivesse utilizando de outra alternativa, por exemplo, o “Ne”. Aprenderia mais sobre as pessoas não-binárias, além de ajudar a espalhar a informação, gerando curiosidade para quem desconhece o pronome.

Juntar pessoas binárias normativas com não-binárias dentro do pronome “They” não dá visibilidade e sim invisibilidade. Afinal, não dá para expor — ou melhor, escancarar — ao mundo a existência dessas pessoas gênero não-conformantes, quando a representatividade em relação a elas é novamente silenciada, apagada ou ofuscada dentro de um pronome já existente e compartilhado.

Não seria uma vergonha adotar um novo pronome neutro oficialmente no inglês, já que os outros idiomas também devem — e irão— fazer isso.

A solução de outro pronome neutro.

Algumes ativistas estão lutando para divulgar o uso do pronome neutro “Ne” (ne, nem, nir-nirs, nemself) como a melhor opção neutra para “He/She”.

O pronome “Ne” funciona bem na “Linguagem Neutra” dentro e fora do país (traduções), tanto na identificação visual ou sonora. “Ne” também não se mistura com o pronome “They” — que continua sendo plural de “he/she/ne/it”.

Para a causa, é mais eficaz e funcional ensinar um novo pronome e o porquê dele ao redor do planeta. Ao contrário de re-ensinar que o pronome que aprenderam como plural (“they”), está sendo usado de forma singular e para pessoas de gênero neutro — sem ao menos antes professories de cursos e escolas locais saberem explicar o que é “gênero neutro” para sues alunes. Um novo pronome carrega com si questionamentos e discussões benéficas que a população desconhece. Obrigaria os países a atualizarem sues própries educadories, movimentando assim as informações em torno da diversidade.

Todavia, deve-se educar a população como usar ambos pronomes neutros e o porquê deles sempre.

Lembre-se que o pronome neutro “They/Them” é válido!

O pronome neutro singular “They/Them” continua sendo válido para pessoas não-binárias! É uma escolha própria e deve ser respeitada.

Mas, lembre-se que há outra solução favorável e que gera mais engajamento. O seu pronome é individual, mas a linguagem é social. O impacto é social. É fato que o uso de pronome neutro gerará discussão muitas vezes, e isso demanda tempo, cansa. Então, poupando tempo, o que gostaria de debater com desconhecides constantemente: discutir sobre o pronome ser singular ou contar sobre a existência de sua identidade? Reflita qual pronome neutro gera mais visibilidade, conforto e benefício para você. Se você é um indivíduo não-binário, a escolha é sua!

Não use “ela/dela”, “ele/dele” ou “elu/delu” para sinalizar seu pronome.

Dica técnica:

Se você já prestou atenção em alguns perfis de pessoas trans ou queers, deve ter notado que em algumas biografias (em inglês) o pronome delas é sinalizado como, por exemplo “She/Her”, “Him/Him”, “They/Them” ou “Ne/Nem”.

Se você fala português, talvez também deve ter visto alguns perfis mencionando Ela/Dela” ou “Ele/Dele”, numa variação do que é feito no inglês. Porém é um erro comum de tradução.

Se você está tentando usar a mesma lógica de “she/her”, note que a palavra “her” neste caso não é o pronome possessivo, e sim objetivo. Este “her” significa “ela” e não “dela”. Então, não tem sentido em português usarmos “ela/dela”.

Assim, como “he/him” que significa “ele/ele”, e “they/them” que significa “elu/elu”, “she/her” significa “ela/ela”.

Perceba que se fosse “ela/dela”, “ele/dele” ou “elu/delu”, a lógica seria que os pronomes em inglês estivessem sinalizados como “she/her, “he/his, “they/their ou “ne/nir.

Se você quer sinalizar seu pronome em português corretamente, por exemplo, só escreva “(Ela)” — sem o “dela” — ou o conjunto de linguagem “(a/ela/-a)”.

Obs.: A fórmula do “Conjunto de Linguagem” é “ARTIGO/PRONOME/DESINÊNCIA”.

Outros exemplos:

  • (Ele)” ou (o/ele/-o)”;
  • (Elu)” ou (ê/elu/-e)”;
  • (Ela/Ele)” ou (a/ela/-a), (o/ele/-o)”;
  • (Ela/Elu)” ou (a/ela/-a), (ê/elu/-e)”;
  • (Elu/Ele)” ou (ê/elu/-e), (o/ele/-o)”;
  • (Ela/Ele/Elu)” ou (a/ela/-a), (o/ele/-o), (ê/elu/-e)”.

Visto que, existem no nosso idioma muito mais pronomes do que um simples “dela” para sinalizar. Note que só nos gêneros “feminino” e “masculino”, temos mais de dez tipos pronomes, contrações e outras regras que os acompanham no português. Os pronomes na nossa gramática não são tão simples como no inglês.

Se seu pronome é o “elu”, você também pode compartilhar um link para alguma página da “Linguagem Neutra”. E lembre-se que, da mesma maneira que informamos sobre o pronome neutro, precisamos levar sempre o conteúdo dele junto. Nenhuma entidade vai adivinhar as regras gramaticais do pronome “elu”. Você (como todes) precisa compartilhar da informação. Não desencoraje as pessoas a aprender sobre o pronome “elu”. As guie, as ensine e mostre que conseguem agregá-lo no seu diálogo.

Uso em Ambiente de Trabalho, Escolas e Vestibulares.

Existe essa questão popular: PODE OU NÃO PODE?

A “Linguagem Neutra” pode ser usada em escolas, instituições, documentos formais, vestibulares ou no ambiente de trabalho?

A resposta ideal é “SIM”.

Pode e deve.

Você é livre para isso.

É um direito de muitas pessoas.

A língua é viva e mutável.

Ela passa por transformações ao longo dos anos para acompanhar a sociedade.

Nenhuma mudança social ou revolução é confortável.

É necessário se manifestar ou se posicionar politicamente. Criar uma resistência. E é óbvio que isso gera consequências. Mas, elas não são necessariamente negativas.

Como “Miriam” disse em 2019, na série “Ninguém Tá Olhando”:

“Tem gente que segue regra e tem gente que muda o mundo”.

(Aliás, recado para a “Netflix” — ou outras empresas — se estiver lendo isso:

Aprenda sobre “Linguagem Neutra”. Eduque sua equipe de dublagem e de legendistas. Remunere e patrocine ativistas).

Perceba que a “Língua Portuguesa” foi construída há muito tempo atrás.

Ela é antiga.

Tem regras gramaticais que perdem o sentido quando os hábitos linguísticos e culturais mudam. E tem outras regras oficiais que mesmo elas existindo, possuem contradições. Há exceções para toda regra! O idioma tem diversas peculiaridades, e até “pegadinhas”.

Exemplo:

Determina-se que a sílaba começada com “S” só terá som de “Z” quando a letra “S” se encontrar entre duas vogais (MENTIRA). E que essas sílabas antecedidas da letra “N” terão som de “S” (MENTIRA). Note: insistir (som de “S”), transacionar (som de “Z”), inseminação (som de “S”), trânsito (som de “Z”), etc.

Vale lembrar que as letras “K”, “W” e “Y” não eram presentes no alfabeto. Sendo que estão presentes na língua nativa do Brasil e nas palavras dos povos indígenas.

Lembre-se que no passado, não existia a palavra “você”.

Lembre-se que nós não escrevíamos palavras com “K” ou “T” no final delas.

Ou, lembre-se que tínhamos medo de adotar palavras de outros idiomas, como em inglês. E hoje em dia, diversas palavras e nomes de origem estrangeira se tornaram parte do nosso dia-a-dia. Seja na forma escrita, ou, até mesmo na oratória. Aliás, até pessoas de gerações mais velhas facilmente entendem quando alguém diz: “big”, “chip”, “feici”, “uatis”, “ápi”, “romiófice”, “rér-uí póter”, “maicom”, “bitols”, “leidi”, “cuiir”, “bróder”, “uaifai”, “pendráivi”, “linqui”, “prínti”, etc.

Se tornou comum adotar palavras novas de outras linguagens.

Além da “Linguagem Neutra”, precisaremos de outras atualizações no idioma. Como a necessidade de incluir no nosso alfabeto outros tipos de acento — inclusive no teclado — e, outras letras estrangeiras em que o som é único.

A língua está em constante movimento.

Tem muitas lacunas para se preencher.

Não devemos esperar mais décadas e décadas se passarem sem nada ser feito.

O mundo mudou. Conseguimos absorver conhecimento de muitos lugares rapidamente.

Não precisamos enviar cartas. Não precisamos viajar de barco ou avião para comprar livros, para poder se informar de algo. Não precisamos acreditar em tudo no que a televisão diz, e podemos questionar. Não precisamos mais nos iludir com mentiras e mitos históricos.

Hoje, tem tecnologia. Tem telefones sem fio — SEM FIO! Tem computadores. Tem câmeras. Tem internet. Antigamente, era difícil conseguir um simples caderno para poder escrever. Era difícil ler um simples texto escrito por alguém.

E cada vez mais, ativistas estão conseguindo espalhar suas vozes pelo planeta! Não é nem pelo bairro de suas casas, é pelo planeta.

A velocidade em que a nossa população se comunica mudou. Estamos velozes comparando com poucos anos atrás. E precisamos cobrar do nosso governo e de entidades que as coisas se tornem velozes. Precisamos não tolerar mais esses atrasos. Ou as coisas mudam logo, ou a gente muda elas por nossa conta.

Sobre os vestibulares, etc…

Há consequências individuais para quem usar a “Linguagem Neutra” em ambientes formais ou documentos oficiais.

Mas, indivíduos unidos em uma causa têm poder.

Haverá consequências também para os ambientes formais ou documentos oficiais, ATRAVÉS DOS ATOS SOCIAIS.

É assim que se acende uma faísca para mudanças. Através de desobediência a costumes antigos, provocando e invocando melhorias. Não só teorizando estratégias, mas as praticando em nossas vidas.

E reflita que a “Linguagem Neutra” não é feita somente para os nichos queer. Ela é feita para todos os nichos. Não mudará apenas a vida de pessoas LGBTQIAPN+. Ela fura as bolhas sociais. Ela mudará as corporações e instituições. O impacto afeta as empresas!

Como queremos que as empresas tratem da maneira correta e contratem pessoas não-binárias e travestis, se não as incentivamos? Como queremos que tratem elas com respeito em hospitais, se elas se sentem mal e são humilhadas por profissionais quando vão?

Usar “Linguagem Neutra” dentro de ambientes formais estimula que as empresas se forcem a aprender.

Principalmente quem trabalha em “RH” (Recursos Humanos). Precisamos usar mais e mais, até impactarmos todos os locais de trabalho.

Mesmo que tenha uma única pessoa a usando dentro do ambiente de trabalho, já é uma oportunidade de a empresa poder se acostumar, aprender e aderir. Uma empresa ganhando conhecimento sobre, é mais uma empresa abrindo a mente. Podendo gerar mais empregos para as pessoas da diversidade que necessitam. Principalmente se tratando da população trans. Que facilmente são excluídas e maltratadas em processos seletivos, pois não sabem nem como tratá-las. Quantas pessoas trans e travestis você conhece em ambientes formais? Quantas você conhece e que são tratadas com respeito quando já estão dentro deles? Reflita.

Tenha coragem e/ou a ousadia de usar a “Linguagem Neutra” nestes espaços.

Assuma os riscos e se orgulhe da atitude!

Ajude a transformar o mundo com seus atos. Eles valem muito!

Todo cuidado é pouco na escrita.

Qual é a qualidade da representação das pessoas não-binárias? Não deveríamos ser excelentes ao citar elas? Não podemos deixar de tomar cuidado em nossa comunicação, para que de forma realística provoquemos avanços. Não estamos em posição de brincar com um assunto tão delicado e que precisa de estratégias precisas. A ingratidão ao sistema tirano nos movimenta. Somos milhões e precisamos fundir nossos propósitos para além de campanhas pessoais e eventuais.

Capriche ao utilizar a “Linguagem Neutra”. Atenção para não a banalizar. Ela não é uma gíria ou uma comunicação informal isolada de uma comunidade queer. Ela deve-se fazer presente em todo lugar. Será parte da estrutura formal de nosso idioma. Estará presente em cadastros, documentos, arquivos, comandos, leis, educação escolar, vestibulares, programações tecnológicas, produções cinematográficas, treinamentos em empresas, e tudo o que puder imaginar. Então, tenha cautela e dispense desmazelos.

Aprenda. Treine. Aprenda de novo. Desaprenda. Altere. Corrija. Não se envergonhe. Retifique. Melhore. Ratifique. Lembre-se mais uma vez. Ajude. Atente-se. Cuide bem dos seus conteúdos já elaborados, ou que ainda irá elaborar. Estimule acertos gentilmente.

Falhas bobas podem impactar em larga escala. Não estimule a falta de cuidados. Principalmente na internet, onde qualquer informação viaja pelo mundo, seja de maneira formal ou informal. Se quisermos afetar toda sociedade, não será de qualquer jeito. Iremos fazer isso de um jeito minucioso, organizado e didático.

Milhares de pessoas podem ler o que escreveu. Independentemente da data de registro, a leitura pode ser atemporal. Sua escrita pode ser aquela que uma pessoa de outra cidade, estado, país ou continente sonhou em encontrar. Ela estará contando com você, e vai tirar suas conclusões com o que irá mostrar. Seja em uma legenda, em um livro ou em uma mensagem, podemos ensinar com cada leitura. Cada pessoa pode aprender com você. Você importa, impacta e influencia. Seja responsável.

Nosso posicionamento dentro da “Linguagem Neutra”, e o porquê trabalhamos somente com o pronome “elu”.

A criação de vários pronomes neutros pensando no individual, e não no coletivo, é uma prática comum em outros idiomas, além do português. Esse tipo de comportamento nem sempre é uma boa ideia para se adotar, e traz resultados negativos na socialização. Para algumes, pode ser considerada uma proposta capacitista e etarista, pois discrimina pessoas com “Déficit de Atenção”, “Deficiência Intelectual”, ou que apresentam problemas de memória, em especial a população idosa.

Existem outros “conjuntos de linguagem” adotados por outras pessoas, que não fazem parte da estrutura de “Ophelia Cassiano”. Como os pronomes “el, éli, elo, elx, ély, elz, ila, ile, ilo, ilu, ula, ule, uly, yla, yle, ylo, …”, os artigos “e, le, oa, u, y, … ”, as desinências “-i, -u, -y, …”, assim como outras regras que não iremos abordar aqui. Esses conteúdos não fazem parte da nossa proposta de “Linguagem Neutra”. São metodologias diferentes.

Para o próximo acordo ortográfico, também propomos a alteração da regra das “oxítonas” em relação as palavras terminadas com a letra “u”. Por esta razão, as pronúncias como “aque-LÚ”, “es-TÚ”, “e-LÚ”, etc. não se encontram no nosso material.

Não assumimos a responsabilidade por quem escolhe fazer uso ou adotar outro tipo de “Neolinguagem”.

A estrutura proposta por “Ophelia Cassiano” tem prioridades diferentes, a fim de acelerar a oficialização do pronome “elu”, agilizar na educação a nível nacional, facilitar a aceitação popular, e impactar diretamente nos direitos das crianças intersexo.

Dentro da comunidade LGBTQIAPN+, principalmente na “Não-Binária”, existem movimentos que trabalham com perspectivas diferentes. Existem movimentos que lutam para as pessoas se desencaixarem para se sentirem libertas (desconstrução do sistema de caixas), e existem outros que lutam para as pessoas se encaixarem onde se sintam confortáveis (invenção de caixas infinitas). Sendo perspectivas distintas ou cruzadas, continuam a ter milhares de objetivos e desafios sociais em comum.

Conteúdos que visam por “termos infinitos” são impossíveis de serem digeridos por toda população, e ultrapassam os limites da memorização humana (pois eles não têm limite). “Termos infinitos” podem ser válidos para definirem experiências individuais, mas inválidos para serem aplicados na organização material da sociedade. Quem utiliza de algum “termo infinito” (seja em ordem o quarto ou o milésimo seiscentésimo inventado), não poderá cobrar ou obrigar o conhecimento de outra pessoa. Visto que esse conhecimento pode não ter chegado, ou nunca chegará nela em tempo real/hábil. Mesmo que chegue, não garantirá aprendizado, digestão e memorização.

Nossa equipe, foca na urgência de nosso idioma e documentos formais, necessitarem de pelo menos 1 terceiro “conjunto de linguagem” (como pronome “elu”, artigo “ê”, desinências terminadas em “-e”, etc.), dentro da gravidade da situação. Na nossa perspectiva “ophelista”, é errado culpar, frustrar ou discriminar quem não conseguir memorizar/decorar/usar sejam 4 ou 1600 outros “conjuntos de linguagem” e pronomes.

Nossas propostas, quanto a ensinamento e visão de futuro, não têm relação com as propostas de outros grupos LGBTQIAPN+, que defendem a criação de “termos infinitos”.

Nosso posicionamento, além disso, leva em consideração questões como capacitismo, classicismo e etarismo.

Consideramos inclusive, a insatisfação de algumes professories de português, quando questionades se gostariam de ensinar em sala de aula para sues alunes, para além do “elu”, os outros infinitos “conjuntos de linguagem”. Nos importamos em facilitar a vida des professories e alunes. Assim como, em facilitar as editoras na atualização de apostilas, dicionários e livros.

Lembramos que existem algumas pessoas que apresentam facilidade de atenção, hiperfoco, alta memorização, etc. Mas, isso não acontece com a maioria da população, e nem com toda pessoa com neuroatipicidade. Cada ume de nós, podemos ter uma neurologia diferente, que afeta diretamente no aprendizado das coisas.

Não queremos atender apenas o público jovem. Nos preocupamos com as gerações e pessoas mais velhas, que podem apresentar sintomas como desmotivação, sobrecarga mental, dificuldade de memorização, perda de memória recente, repetição dos mesmos questionamentos, dificuldade de concentração, dificuldade de acompanhar pensamentos complexos, fadiga, estresse, irritabilidade, agressividade e resistência a mudanças. E além disso, aquelas que possuem traumas escolares, criando mais uma barreira na hora de ensinar, estudar ou aprender.

Várias vezes apontamos que nem todo mundo tem acesso a recursos para aprender ou atualizar o que aprendeu. E que tem pessoas que não sabem/podem ler. Que as informações se atrasam e viajam em tempos diferentes. Que o que pode ser desatualizado para nós, pode ser a novidade que acabou de chegar em algum lugar, ou vice-versa.

Ter tempo disponível é um privilégio. Mães, nães e pais (ou outra configuração de família), que estiverem sobrecarregadas e ocupadas demais para aprender, não devem ser culpabilizadas ou ridicularizadas por algum atraso. Igualmente, se tratando de ativistas que não têm tempo livre. Elus costumam ter uma carga mental gigante e uma saúde mental prejudicada pelo trabalho e estilo de vida que levam. Ainda existe a questão das pessoas que estavam/estão presas. Elas nunca deixaram de fazer parte da sociedade e merecem o mesmo respeito.

Nós não apoiamos quem gera frustração ou faz bullying/zombaria com quem não pôde aprender algo antes, ou que ainda não pode. (Por exemplo, tem gente que só vai conseguir ler isto, daqui uns 5 anos, e tudo bem).

O que pode ser óbvio, fácil, acessível, rápido ou imediato para você, pode não ser para outra pessoa.

Para algumes, soa contraditório de nossa parte, querer libertar as pessoas de dois pronomes binários, e só incentivar um pronome neutro. Outros pronomes funcionam em alguns ambientes sociais, mas não em todos. A escolha por outro pronome neutro que esteja longe de ser oficializado, pode acarretar em traumas, depressão e uma experiência social negativa. Fazendo muitas vezes com que essa pessoa se isole do mundo em vivia antes, e apenas se sinta confortável em espaços virtuais e/ou nichados (bolhas). Nós não queremos proporcionar essas experiências negativas para a comunidade não-binária/intersexo. Não queremos prometer que a escolha por outro pronome neutro trará conforto social ou uma qualidade de vida melhor, pois não vai. Então, ao lidar com esses contextos, não estimulamos e não incentivamos outros pronomes neutros além do “elu”.

Trabalhamos para inserir o pronome “elu” em toda sociedade. Quando mencionamos “em toda sociedade”, significa especialmente na vida das pessoas binárias. É isso que vai impactar na qualidade de vida das pessoas não-binárias. É transformar e educar as pessoas com quem elas convivem. É a mãe dessa pessoa, o padeiro da esquina, o amigo, a professora, a colega, a chefe, o moço da entrevista de emprego, a enfermeira, o recepcionista de um local, a pessoa que vai programar os cadastros, a tia, a avó, o irmão… Não queremos que não-bináries precisem se isolar dessas pessoas por não saberem usar vários pronomes. Queremos evitar esses problemas.

Levar este tipo de conhecimento para as pessoas que cercam não-bináries também é uma urgência. É essencial para diminuir os sentimentos de solidão e rejeição, disforia social, e pensamentos suicidas. Permanecer rodeade de pessoas que não conhecem ou não usam uma forma de tratamento neutra, pode motivar a elus uma vontade de não querer viver em sociedade.

A popularização do pronome neutro “elu”, dentro e fora da comunidade não-binária, indica grande aprovação para ser o escolhido oficialmente. Trará qualidade de vida e experiências positivas para quem ainda era chamade de “ela” ou “ele”. Por tanto, não recomendaremos outras opções de pronomes no nosso guia, sabendo que elas podem influenciar sim negativamente nas socializações e experiências pessoais.

Se você já faz uso de outro pronome neutro, reflita sobre adaptar-se ao pronome “elu”, e o quanto isso amenizaria os problemas sociais que enfrenta no futuro. Não queremos atacar quem faz uso de outra linguagem, e sim indicar para essas pessoas um caminho melhor.

Tudo o que propomos aqui foi com carinho. Foi pensando em dinâmicas atemporais e em detalhes que caberiam de forma confortável para toda população. Seja hoje, amanhã ou depois.

Se nossos métodos não contemplarem ou ofenderem alguém, nos perdoe. Esse é o nosso posicionamento atual. Você é livre para se “encaixar” em outro método de linguagem.

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Links encurtados para compartilhamento:

is.gd/linguagemneutra

is.gd/pronomeelu

is.gd/souelu

Dica para memorizar as letras de “is.gd”:

Imaginei Seu Gato Dormindo”.

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E-mail para contato:

ContateElu@gmail.com

Dica de compartilhamento orgânico:

Se você for falante, e tiver a possibilidade de fazer ligações (de áudio), você pode ligar para as pessoas e ler parte do material — mesmo que só os exemplos. Por que não? As vezes temos saudade de conversar e nos conectar com alguém, mas não sabemos o que dizer. É uma ótima oportunidade para treinar sua fala. E a pessoa do outro lado irá aprender e treinar a escuta dela. Sabe aquela pessoa idosa que se sente sozinha e abandonada, e adoraria receber uma ligação e ouvir sua voz? Ligue para ela. Converse sobre. Converse sobre outros assuntos também.

Ou se você tiver o privilégio de imprimir, imprima o conteúdo. Leve até pessoas que não têm acesso à internet, ou que nem tenham aparelhos eletrônicos para isso (celulares, computadores, etc.). Existem muitas famílias em condições precárias, sem privilégios, sem lar ou em situação de rua — principalmente no caso de pessoas trans e travestis marginalizadas — que continuam sem acesso à educação. Sem ninguém para ensiná-las sobre os conteúdos sociais. Elas precisam de amor, de conexões humanas, de empatia, de gente que se preocupa com elas, que lembra delas. Além de ajudar em sustentos básicos, ajude a nutrir suas mentes com informações valiosas, que infelizmente não puderam acessar por falta de privilégios. Então, se você tem privilégios, use-os! Distribua o conteúdo de maneira offline. Leia para elas (algumas nem sabem ler). As informe. Dê uma oportunidade para as pessoas em situações precárias de também poder aprender. Todas merecem ter acesso a essas informações. O mundo não é só digital, lembre-se disso!

|——| Recado + Indicações Especiais |——|

Comunicado:

Devido ao cenário atual do planeta Terra, estamos abrindo este espaço dentro da postagem por tempo indeterminado. Caso, ê autore deste projeto (Ophelia Cassiano) se “ausente” e não cumpra as metas que desenvolveu.

Criamos uma lista de maneira emergencial (INCOMPLETA) contendo indicações de pessoas que abordam diversos assuntos importantes.

As indicações que separamos levam até discussões necessárias, feitas por ativistas e aliades. Acreditamos que elus têm competência, didática e altas peculiaridades, são receptíveis a críticas e melhorias, e/ou podem prosseguir adiante em outros assuntos. Além de poder recomendar a você outras pessoas.

(Lembrando que, estas indicações não têm ligação com a criação deste guia.

E podem conter algumas divergências com nosso conteúdo!

Não nos responsabilizamos pelas atitudes destas pessoas.

E não apoiamos a “Cultura do Cancelamento”).

Compartilhe com alguém.

Se você gostar de algum conteúdo, por favor, os compartilhe manualmente e organicamente. Não espere que eles sejam acessados e descobertos de forma automática e aleatória, pois não vão. Diversas plataformas operam de um jeito opressor com ativistas. Os conteúdos postados por elus são impedidos de serem divulgados e recomendados virtualmente. São programados de propósito pelas empresas, para que eles sejam escondidos e não circulem. A maioria dos materiais são didáticos, e acabam sofrendo com bloqueios de recomendação, e de monetização (lucro nenhum para quem os cria). Por isso, é importante clicar em compartilhar e enviar para alguém. Além de pedir, com generosidade, que os acesse e os CONSUMA.

Crie sua própria biblioteca de links.

Outra dica é que salve todos os links úteis. Faça pastas por temas nos favoritos do seu navegador, salve-os em listas por temas nas plataformas sociais, ou os anote. Organize os materiais que te levaram ao aprendizado. Eles podem ser úteis para outra pessoa também, então crie maneiras de os reencontrá-los com facilidade.

Precisamos conversar sobre isso…

Como prevenção, “copie” de forma consciente (para uso pessoal e emergencial), salve, ou printe alguns materiais. Ou, se puder também, imprima ou copie em um caderno.

Nunca se sabe por quanto tempo os conteúdos estarão disponíveis na internet (não conte com isso). Por quanto tempo teremos acesso à internet, ou se ainda, teremos eletricidade. Ou pior, por quanto tempo nossos aparelhos eletrônicos irão funcionar para acessá-los (pesquise sobre “obsolescência programada”). Lembrando, que na nossa sociedade, nem todo mundo tem esse privilégio de ter eletrônicos e muito menos ter acesso à internet.

Toda via, comece a guardar os aprendizados que para você foram valiosos e essenciais, em diversos lugares (digital, virtual e físico).

Proteja esses conteúdos para que cheguem no futuro em outras pessoas. Isso é saber se organizar numa revolução, numa luta, numa causa. E por favor, anote os créditos, as fontes, as referências e as informações das pessoas que os criou (ou geriu), junto com o local e a data em que os encontrou.

Independentemente do que estamos passando, os problemas sociais continuam e já existiam antes para muita gente, e foram eles os causadores de tudo. Não podemos de forma alguma esquecer ou perder as soluções já criadas, durante (ou após) o caos. Elas não podem ficar para trás e precisam ser resgatadas no futuro. Facilmente elas se perdem. Não confie totalmente na “era tecnológica”. Se quisermos melhorar e mudar o resultado, precisamos já nos preparar para isso. E antes! O “depois” pode ser tarde!

Ceda e comece a pensar a longo prazo, mesmo que infelizmente seja desconfortável. Estude mais desconstruções, diálogos, estratégias e abra a mente. Não é um pensamento pessimista, mas otimista. Visando que teremos como sim transformar este mundo, porque alguéns se prepararam para.

Indicações Especiais.

Assista:

“Coloque seus PRONOMES na BIO”

https://www.youtube.com/watch?v=BKgeuEqypLk

“LINGUAGEM NEUTRA É FRESCURA?!”

https://www.youtube.com/watch?v=dL6nujq6XuY

“Linguagem Neutra NÃO É VÁLIDA? 8 MENTIRAS que te contaram”

https://www.youtube.com/watch?v=vwPXEfS_63Y

“8 POLÊMICAS SOBRE GÊNERO NEUTRO NA LÍNGUA”

https://www.youtube.com/watch?v=TMNBbsV8LKc

“EU NÃO AGUENTO MAIS OUVIR FALAR DE GÊNERO NEUTRO”

https://www.youtube.com/watch?v=iyiNJDSBW30

“Pronome Neutro”

https://www.youtube.com/watch?v=o6zRCQtj4rc

“LINGUAGEM NEUTRA: principais críticas”

https://www.youtube.com/watch?v=UcQvzqqMdq4

“3 PERGUNTAS SOBRE GÊNERO EM PORTUGUÊS”

https://www.youtube.com/watch?v=bJWaU3dL9GU

“DISCUSSÕES SOBRE MASCULINO GENÉRICO”

https://www.youtube.com/watch?v=VdZSXSWY_qc

“O “X” DA QUESTÃO: GÊNERO NA ESCRITA”

https://www.youtube.com/watch?v=kVnGVyBny-s

“AINDA SOBRE GÊNERO, MUDANÇA LINGUÍSTICA E NOSSA REAÇÃO”

https://www.youtube.com/watch?v=tVng50hMl_o

“A IMPORTÂNCIA DE DISCUTIR O TERCEIRO SEXO: INTERSEXUAIS”

https://www.youtube.com/watch?v=fNt4lqGcbsg

(Se inscreva e suporte o canal de “Dionne Freitas” (Ela)).

“Trans Não Binários Não São Fadas”

https://www.youtube.com/watch?v=-qmnvKcpb4w

(Se inscreva e suporte o canal “Cadê o Amor?” de “Caluã Eloi” (Ele/Elu/Ela)).

“Cis, trans e passabilidade”

https://www.youtube.com/watch?v=-I2deYcrsJA

(Se inscreva e suporte o canal “Cadê o Amor?” de “Caluã Eloi” (Ele/Elu/Ela)).

“Trans não é doença!”

https://www.youtube.com/watch?v=v9ydfjiFDJU

(Se inscreva e suporte o canal “Cadê o Amor?” de “Caluã Eloi” (Ele/Elu/Ela)).

“”U” de Utopia | Glossário 002”

https://www.youtube.com/watch?v=75MFF0odip0

“5 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE SE EMPODERAR”

https://www.youtube.com/watch?v=V95wfyO8rD8

“COMO PARAR DE SE IMPORTAR COM O QUE OS OUTROS PENSAM DE VOCÊ”

https://www.youtube.com/watch?v=5R3g-_yrud0

(“O que as pessoas falam, diz muito mais respeito ao que elas pensam sobre elas mesmas do que você.” — Alexandra Gurgel (Ela).

Adendo:

Já parou para pensar que quando alguém diz que “pronome neutro” ou “Linguagem Neutra” é algo difícil e desnecessário, isso diz respeito só ao que elas estão sentindo? A dificuldade delas em aprender. A frustração que elas sentem com algo desconhecido. Que elas é que não necessitam de “pronome neutro”. Não quer dizer que elas acreditam que é desnecessário para você. Não quer dizer que a “Linguagem Neutra” em si é difícil. Não diz respeito a você. Não diz respeito a própria linguagem ou pronome. É só sobre elas. É como elas lidam e reagem no início com algo fora de suas realidades comuns. O problema está nelas, e não em você, não na linguagem. E “problema” tem solução. Toda pessoa que tem opiniões ofensivas e faz ataques, pode evoluir e ser uma aliada sua no futuro. É muito comum. Muito. MUITO. Pessoas aliadas e ativistas não nascem assim prontas, ok? Não tem como elas saberem de algo sem ter aprendido. Primeiro se aprende, e depois se sabe. Estimule o aprendizado nelas, e evite discutir se é perceptível que elas não sabem o que estão discutindo. Obviedades não são óbvias. O que julgamos como “óbvio”, não é óbvio. O “óbvio”, o “lógico” e o “fácil” devem ser explicados nos mínimos detalhes. Não de forma curta, mas de forma precisa, acolhedora.).

“E SE A GENTE CONCORDA COM O INIMIGO?”

https://www.youtube.com/watch?v=PsAsD6xaaIY

“DA TRETA AO DIÁLOGO”

https://www.youtube.com/watch?v=NzuRb0ZYRHA

“Maratona do Amor-Próprio: Comece A Se Amar em 31 dias!”

https://www.youtube.com/playlist?list=PLTzAjoqhOji_rxLvO3JfXobRF960Y3VsI

(Duração de 31 dias. Assista 1 por dia (seguindo a sequência dos números). Se possível, programe um alarme/despertador para te lembrar de fazer. Conteúdo de alta qualidade, impacto e importância para refletir e provocar transformações internas, além de sociais. Te leva para muitos questionamentos em busca de autoconhecimento. Se discordar de algo, não pare de assistir, continue fazendo mesmo assim, até o final. Ninguém precisa saber. Não desista. Aproveite e comece hoje mesmo! Hoje!).

“CAPACITISMO”

https://www.youtube.com/watch?v=iTLBZkzqtpk

“PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NÃO AGUENTAM MAIS OUVIR”

https://www.youtube.com/watch?v=6XOwjulCeNw

“#DeficienciaNaoÉPiada PRECISAMOS CONVERSAR”

https://www.youtube.com/watch?v=1lNlYthMy0A

“VEGETARIANISMO E VEGANISMO”

https://www.youtube.com/watch?v=2bW2250Xzy8

“Como foi a minha TRANSIÇÃO para o VEGETARIANISMO”

https://www.youtube.com/watch?v=HWM6GqTGy9A

“VEGANISMO NEGRO!”

https://www.youtube.com/watch?v=KgMrz9Dcypo

“VEGANOS NEGROS, ONDE ESTÃO?”

https://www.youtube.com/watch?v=go4DMa5-fZM

“POR QUE PAREI DE COMER CARNE, MAS NÃO SOU VEGANA?”

https://www.youtube.com/watch?v=ODHdqODbiGk

“O QUE EU COMO EM UMA SEMANA (VEGETARIANA ESTRITA)”

https://www.youtube.com/watch?v=JC9Ya-SYgCY

“Um novo olhar sobre a pessoa negra; novas narrativas importam”

https://www.youtube.com/watch?v=FYg-vQwm3Lo

“Pessoas negras PRECISAM OUVIR!”

https://www.youtube.com/watch?v=V6Ilv4GCGKQ

“Não tem NADA DE ERRADO com você! #Depoimentos”

https://www.youtube.com/watch?v=4ox8flVkXQ4

“Precauções que NEGROS tomam e BRANCOS NEM IMAGINAM”

https://www.youtube.com/watch?v=P_MTdae93jI

“10 frases que DEVEMOS PARAR DE DIZER para PESSOAS NEGRAS”

https://www.youtube.com/watch?v=jbJ8uY_b7OI

“Posso te chamar de NEGRA?!?”

https://www.youtube.com/watch?v=6da7XLIsvu8

“EDUCAÇÃO SEXUAL PARA BICHAS PRETAS”

https://www.youtube.com/watch?v=ymQMIXH0lm4

“HOMOFOBIA”

https://www.youtube.com/watch?v=PW2cAsCGtHQ

“CRIANÇAS TRANS”

https://www.youtube.com/watch?v=N2NgFmCXiXA

“UM BANHEIRO PARA TRANS?”

https://www.youtube.com/watch?v=t_5O4AbzBZk

“O FUTURO DO TRABALHO”

https://www.youtube.com/watch?v=g8w1wACGX_U

“O TRABALHO, DE NOVO…”

https://www.youtube.com/watch?v=hibaDDbO9wo

“PAPEL DE GÊNERO”

https://www.youtube.com/watch?v=c_LfRrBhmWU

“FURANDO A BOLHA”

https://www.youtube.com/watch?v=G3LcxyoUVwQ

“O QUE É IDEOLOGIA?”

https://www.youtube.com/watch?v=H7gHvqk1BjE

“Inteligência Artificial e Discriminação”

https://www.youtube.com/watch?v=aTNsOa-cWt8

“QUAIS SÃO AS BIBLIOGRAFIAS QUE USO PARA MEUS VIDEOS SOBRE DDS?”

https://www.youtube.com/watch?v=AT8x8IVtGYg

(Se inscreva e suporte o canal de “Dionne Freitas” (Ela)).

“TALVEZ VOCÊ NÃO ESCUTE NADA NESTE VÍDEO”

https://www.youtube.com/watch?v=Q3vB5VZNT4s

Leia:

“Neolinguagem” de “Oltiel” (Elu).

(“Neolinguagem” é um nome alternativo para a “Linguagem Neutra”).

https://bloguealternative.wordpress.com/neolinguagem/

“Neolinguagem: Pensamentos sobre as Neoflexões” de “Oltiel” (Elu).

https://bloguealternative.wordpress.com/2020/06/30/neolinguagem-pensamentos-sobre-as-neoflexoes/

“Manual sobre a Linguagem de Pessoas Não-Binárias em Mídias Traduzidas” de “Oltiel” (Elu).

https://medium.com/@oltiel/manual-sobre-a-linguagem-de-pessoas-n%C3%A3o-bin%C3%A1rias-em-m%C3%ADdias-traduzidas-63b896928c93

“Um grande texto sobre Termos, Expressões, Atitudes e Conceitos Capacitistas” de “Oltiel” (Elu).

https://bloguealternative.wordpress.com/2020/04/17/um-grande-texto-sobre-termos-expressoes-atitudes-e-conceitos-capacitistas/

“Sobre Maldenominação e Impactos na Saúde Mental” de Aster (Eld).

https://amplifi.casa/~/Asterismos/sobre-maldenomina%C3%A7%C3%A3o-e-impactos-na-sa%C3%BAde-mental/

“O “X” e o “@” não são a solução: Sistema Elu — Linguagem Neutra em Género” de “Pedro Valente” (Ele).

(Adaptação para o Português de Portugal inspirada em nosso guia).

https://medium.com/@pedrosttv/sistema-elu-linguagem-neutra-em-g%C3%A9nero-pt-pt-9529ed3885cf

“Sistema Elu — Linguagem Neutra em Género (Pt-Pt)” de “Pedro Valente” (Ele).

(Adaptação para português de Portugal do nosso “Guia”, publicada no portal de notícias e eventos LGBT em Portugal, “dezanove.pt”).

https://dezanove.pt/sistema-elu-linguagem-neutra-em-genero-1317469

“Sistema Elu” (Wikipédia)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Elu

Explore e/ou comece a usar as hashtags:

#LinguagemNeutra #PronomeNeutro #PronomeElu

#Enebe #NaoBinarie #NaoBinario #NaoBinaria #Intersexo

#Enby #NonBinary #Intersex

(Faça posts e/ou descubra posts de outras pessoas usando as hashtags. Se conecte com elas. Troque e agregue conhecimento com cada uma. Estimule melhorias, mudanças e avanços. Seja gentil).

#SouElu #SomosElus #ElusExistem

(Se você usa o pronome neutro “Elu”, faça um post contando isso! Use a hashtag #SouElu e marque o perfil @SomosElus no Instagram!

Além disso, mencione na sua bio/perfil, ou ao lado do seu nome entre parênteses, qual é o seu pronome/conjunto de linguagem. Isso facilita com que as pessoas saibam e te respeitem melhor.

Exemplos: “Jack (Elu)”, “(ê/elu/-e)”, “- Elu”, “Pronome: Elu”, “#SouElu”, etc…

Você também pode indicar o perfil @elumesme e levar as pessoas até nosso conteúdo didático).

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(Dica: se você visitar nosso perfil do Instagram @elumesme, você poderá clicar em “Seguindo” para encontrar as recomendações abaixo — entre outras — de forma mais rápida, ao invés de pesquisar uma por uma).

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Dica de Séries:

(São séries que vão mexer com você, importantíssimas de assistir. Irá encontrá-las em plataformas de streaming (locadoras digitais de filmes) e em outros sites, se você pesquisar).

- “My Mad Fat Diary”;

- “Dietland” (tem na Amazon Prime Video);

- “Younger” (tem na Amazon Prime Video);

- “Carnival Row” (tem na Amazon Prime Video);

- “Mr. Robot” (tem na Amazon Prime Video);

- “Little Fires Everywhere” (tem na Amazon Prime Video);

- “Pose” (tem na Netflix);

- “Cara Gente Branca” (tem na Netflix);

- “Atypical” (tem na Netflix);

- “O Cristal Encantado: A Era da Resistência” (tem na Netflix);

- “Sense8” (tem na Netflix);

- “Ninguém Tá Olhando” (tem na Netflix);

- “Orange Is the New Black” (tem na Netflix).

|——| Nota de Ponderamento |——|

Sobre ê escritore:

Ophelia Cassiano respeita es criadories originais do “Pronome Elu” e da “Linguagem Neutra”, mas mais soluções precisavam ser encontradas. E não podíamos esperar que um sistema (que não nos privilegia) fizesse isso pela gente. Muito menos da forma que quisessem e quando quisessem (se quisessem). Mesmo que o país ainda não tenha oficializado a “Linguagem Neutra”, ela existe, é real e necessária.

Ophelia — que é ume ativista não-binárie — durante um longo período de pesquisas estudando um resultado que fosse eficaz, decide expandir o conteúdo buscando melhorias e novas questões para a “Linguagem Neutra”.

O material vem sendo analisado e desenvolvido desde de 2017, e está semi-finalizado. O conteúdo tem base em um conjunto de informações anteriormente produzidas por outras pessoas. E foi restruturado por Ophelia Cassiano com uma nova escrita de fácil entendimento, para que todes pudessem aprender de uma forma tranquila, completa e acessível.

O conteúdo está aberto para autocríticas, alterações e acréscimos futuros para acompanhar as pautas sociais. Seu conhecimento pode começar pelo guia, mas ele não termina aqui. A evolução é um movimento constante, e não estático.

Guia para “Linguagem Neutra” (PT-BR)

“Porque elus existem e você precisa saber!”

Escrito por “Ophelia Cassiano”.

Tags: Não-Binária Não-Binárie Não-Binário Intersexo Trans Transgênero Não-Conformante Agênero LGBT LGBTQIA+ LGBTQIAP+ LGBTQIAPN+ Linguagem Inclusiva Todes

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Ophelia Cassiano
“Linguagem Neutra” (PT-BR)

Ativista Não-Binárie e Escritore. / Non-Binary Activist & Writer.