Lovecrypto fecha investimento anjo e reafirma compromisso do 1% de gratidão

Edmilson Rodrigues
Lovecrypto Blog
Published in
5 min readDec 12, 2020

É com satisfação que anunciamos o investimento anjo de duas pessoas muito especiais na Lovecrypto: o Prof. Cristiano Araújo e o anjo Pedro Ramalhete.

O Prof. Cristiano Araújo é um dos maiores incentivadores do empreendedorismo e inovação do CIn/UFPE. Além de ser o atual co-professor da Disciplina Projetão, é um dos idealizadores do programa Mind the Biz, do Porto Digital.

O relacionamento do Prof. com a Lovecrypto é de grande apoiador, desde o estágio de idéia. Ele nos ajudou a aperfeiçoar a submissão à Hackathon da Ideo, no qual acabamos por ganhar um dos prêmios. Ele permitiu colocar as despesas da viagem em seu cartão pessoal quando eu fui convidado para ir ao Prosper Retreat estreitar os laços com a Celo. Essa viagem resultou no nosso primeiro contrato significativo.

Agora, o Prof. Cristiano deu um passo a mais e se tornou nosso co-investidor anjo. A Lovecrypto tem uma enorme dívida de gratidão com o Prof. Cristiano, o qual vamos tentar pagar apoiando a próxima geração de alunos do CIn e da UFPE em geral.

O nosso outro investidor anjo nessa rodada é o Pedro Ramalhete, MBA pela London Business School e português radicado no Brasil há muitos anos. O Pedro é executivo em empresas de Telecom e tecnologia e que agora torna-se investidor anjo e apoiador de startups a partir de seu investimento na Lovecrypto. Ele é também entusiasta de criptomoedas e sentiu afinidade com nossa missão de ajudar a popularizar a adoção das criptomoedas no mundo.

Uma coisa curiosa é que nós encontramos o Pedro através da ferramenta 100 Open Startups num sábado, tivemos a primeira reunião via videoconferência numa segunda feira. Tivemos outra reunião na 4a feira, no qual ele concordou investir. Assinamos o deal na 6a feira e ele transferiu o valor na semana seguinte. É exatamente esse tipo de agilidade que as startups de tecnologia precisam.

É um prazer e uma honra ter você a bordo, Pedro!

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99% de foco em resultados e aquele 1% de Gratidão

Como mencionado anteriormente nesse post, os co-fundadores da Lovecrypto firmaram o compromisso de destinar 1% das ações da empresa para a Associação de Alumni do CIn, a fim de que essa possa investir na próxima geração de alunos.

Logo que eu entrei no mestrado no CIn eu fiquei um pouco impactado com a diferença de cultura da Academia com o do mundo do empreendedorismo, no qual eu tinha vivido nos últimos 9 anos. Tanto é que escrevi o post “Futurem-se ou não. Mas, modernizem-se.”

Contudo, na medida que meu mestrado progrediu, essa primeira impressão foi desfeita, e pude ver como o CIn é um lugar mágico e propício à Inovação e empreendedorismo. Como disse meu antigo Professor da graduação e agora presidente do Porto Digital, Pierre Lucena: “O CIn é um exemplo a ser seguido.”

Para minha surpresa e encantamento, a universidade realmente está se adequando ao século 21, superando seus preconceitos e abraçando a Inovação e empreendedorismo. A UFPE está criando um Polo de Inovação e Economia criativa. Foi criado um movimento chamado Startup Way para estimular o empreendedorismo nas universidades Federais. O Projetão agora tem edições em vários centros e departamentos. O curso de Administração, onde fiz a graduação, tem um grupo chamado Innova+ Labs, liderado pelo Prof. José Gilson .O Sebrae criou o programa Catalisa para apoiar alunos e professores da Pós-Graduação a empreenderem com bolsas.

Parece um sonho ver a UFPE tão protagonista e empreendedora!

Mas, como dizem nos EUA: “You have to put your money where your mouth is”. E como disse Gandhi: “Nós temos que ser a mudança que queremos ver no mundo.”

Então enquanto ainda não estamos no nível de Elon Musk (ainda), o que nós temos para oferecer é o nosso potencial futuro. E por isso reafirmamos o nosso compromisso de destinar 1% das ações da Lovecrypto, seguindo o modelo do Pledge 1%. Ao Prof. Hermano, que é o líder da Associação de Alumni do CIn, que vai ser a receptora desse 1%, nós pedimos que aplique esses recursos futuros não só para os ex-alunos do CIn, mas para difundir o empreendedorismo e inovação em todas as Universidades e Institutos Federais de Pernambuco.

“A ciência é uma luz nas trevas.” Carl Sagan.

A partir de agora estou falando como Ed, e não como Lovecrypto:

Eu não posso negar que minha visão de mundo foi influenciada pela minha experiência empreendendo a partir do Vale do Silício, de 2014 a 2018. Lá eu vi uma grande sinergia entre a Academia e o Mercado. Do lado de fora de Stanford, vi uma rua onde se instalaram os maiores fundos de investimento do mundo, a Sand Hill road. Vi médias e grandes empresas colaborando ativamente com a Academia para trazer as inovações ao mercado, a exemplo do Facebook que financiou a pesquisa de um doutorando que criara a Wit.AI e depois foi adquirida pela rede social.

Como disse Carl Sagan em seu livro “Science as a Candle in the Dark”: “A Ciência é a Luz nas trevas.”

Minha crítica à Academia no Brasil é que a luz de nossa ciência, historicamente, esteve brilhando para dentro de si mesma. Grande parte dos Professores e alunos só se importam com publicações para gerar pontos da CAPES, alimentando o seu CV Lattes e seu ego.

É preciso reconhecer que as pessoas razoáveis dançam de acordo com a música. O sistema de incentivos e controle de produtividade da Academia no Brasil criou uma geração de professores que só tinham uma missão: Publicar e ganhar pontos na CAPES. Na minha graduação eu ouvi tanto dizerem que “A universidade não é lugar para empreendedorismo” e “As publicações são ‘A Moeda’ da Academia”. Isso era um dos motivos que me faziam pensar que eu estava no lugar errado… que a Academia não era o meu lugar.

Da mesma forma, eu critico os empresários que só chegam na Universidade para recrutar os talentos, mas não para contribuir com a produção e comunicação científica.

Essa desconexão é um dos motivos que vemos esse anti-cientificismo imperando no Brasil. Tanto terraplanismo, movimento anti-vacina, e intolerência com as diferenças…

Tudo isso seria resolvido se a Ciência fosse a luz do mundo, ao invés dessa luz só brilhar para dentro de si mesma.

Uma coisa que aprendi como empreendedor social foi que as pessoas razoáveis são aquelas que se adequam ao mundo. As pessoas não razoáveis são aquelas que querem adequar o mundo a elas. E são as pessoas não razoáveis que mudam o mundo.

Então, seja você da academia ou do mercado. Seja você um funcionário ou empreendedor. Não tenha medo de ser a mudança que quer ver no mundo. De trazer a luz da ciência para iluminar as trevas na sociedade. Talvez isso não entre no seu CV Lattes… Mas o que é mais importante?

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