Escolher fazer algo, ou escolher não fazer, ambos são atitudes.

Sobre mensagens que são ditas, mas não por palavras.

Luana Reis
Releituras da Vida
4 min readMay 3, 2020

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Você já esteve diante de alguma situação em que optar por fazer algo ou simplesmente não fazer, ambos apresentavam seus desafios e suas concessões? Assim como também… suas consequências?

De um lado, dizer “não” para algumas expectativas externas. Do outro lado, dizer “não” para alguns desejos internos.

Em uma alternativa, o “simpara o outro. E junto com ele, a complacência, a conveniência… a adequação. Em outra opção, o “simpara mim mesma, alinhado com às minhas próprias demandas. Contudo, junto com este, viriam também algumas contrariedades.

Fonte: Pinterest

Ao ler isso, talvez pela forma como foi colocado, você pode ter pensado:

“Essa é fácil, direi o “sim” que melhor atende às minhas necessidades.

Mas será mesmo que é tão fácil assim?

Principalmente quando esse “outro” em questão representa pessoas queridas e de grande valor para si.

Bem, não sei qual é seu estilo, ou qual é sua habilidade em dizer “não” firmemente, especialmente quando ele precisa ser dito.

No meu caso, não preciso de uma autoanálise muito profunda para assumir prontamente que eu tenho uma real dificuldade em expressar certas negativas, em especial quando essa postura tem o potencial de gerar desagrado ou quebras de expectativas.

E pergunto: será que algumas dessas expectativas existem apenas em minha mente…?

Não sei se por ser libriana (lá vou eu de novo com a astrologia HAHA sorry), ou se por ter um tendencia natural à diplomacia. Procuro equilibrar os elementos no sistema. Harmonizar as demandas do grupo.

É… eu sei. E as minhas demandas?

A situação sobre a qual me refiro, e que escolhi não expor detalhes por aqui, exigiu de mim, um sincero esforço pessoal de olhar para as minhas próprias necessidades, os meus desejos mais profundos e viscerais e perceber que, dessa vez, o “sim para mim” deveria ser a prioridade.

Não que ele normalmente já não seja prioritário. Pelo contrário, ele deve sempre ser carinhosamente levado em consideração. O que não nos impede de escutar os desígnios alheios também. Saber flexibilizar, com jogo de cintura, com leveza, com sabedoria e, acima de tudo, com respeito aos limites e às individualidades de todas as partes envolvidas no processo.

Contudo, no presente conflito ao qual me refiro, infelizmente, não seria possível equilibrar totalmente todos os elementos na balança.

E é justamente nesse ponto que precisamos ficar atentos, para saber colocar, gentilmente, o veto onde ele deve ser bem posicionado. Com gentileza, com maestria. Mas também, com firmeza. Para que os nossos próprios limites e nossa individualidade também não sejam lesados.

Se sei fazer isso? Ah moça(o), veja bem! Aos poucos, a cada desafio, a gente vai se aprimorando. Sem dúvida, precisei ser firme. E fui (eu acho). Mantendo-se o respeito, dizendo o que precisava ser dito.

Se foi fácil? Ah não… não mesmo. Essa libriana com quem vos fala, precisou deflagrar um grande conflito interno. Precisei enfrentar grande angústia cá aqui comigo, tentando sentir o que precisava ser feito. Cheguei a titubear na decisão… mas não pude.

Talvez esta seja mais uma daquelas situações em que o feeling” transcende a razão.

Por mais que racionalmente pareça razoavelmente simples (ou não), recobre em sua memória:

Você já enfrentou ou vem enfrentando (quem sabe até se várias vezes) situações semelhantes?

Para nos ajudar a elucidar melhor a questão, vou recorrer à enfermeira australiana Bronnie Ware, a qual relatou em seu livro “Antes de partir — Uma vida transformadora pelo convívio com pessoas diante da morte” seus principais aprendizados após diversos diálogos com “pacientes terminais”.

Para ler uma resenha desse livro, clique aqui.

Ela notou que vários dos discursos retratavam recorrentemente o tema sobre “arrependimentos”. Bronnie identificou a partir disso, os 5 maiores arrependimentos das pessoas que estão frente a frente com sua própria morte. E sabe qual é o primeiro deles? Eles/elas diziam:

“Eu gostaria de ter priorizado as minhas escolhas em vez de ter feito escolhas para agradar os outros.”

Ai! Você talvez tenha pensado: “essa doeu!”.

Uma dor significativa que gerou movimento em mim! Gerou mudança! E gostaria de reforçar (como outras vezes o fiz em textos prévios):

É impressionante como, ao falar de terminalidade, de finitude, não estamos de fato falando de morte, mas sim de vida.

De como viver a vida com presença, com entrega, com consciência de nossas escolhas.

Este foi mais um desafio, dentre tantos outros, em que vislumbrar a minha própria finitude me auxiliou a distinguir entre o que é prioridade e o que não é.

Por isso, gostaria de retornar para você, minha amiga/ meu amigo, delicadamente lhe convido à reflexão:

Você tem deixado suas necessidades de lado para agradar às necessidades externas?

Você tem respeitado os limites da sua própria individualidade?

Afinal, onde estaria o ponto de equilíbrio?

Bem, isso são apenas algumas reflexões baseadas em minhas vivências. E você? O que pensa sobre?

Deixe nos comentários abaixo ou entre em contato via Instagram @luanareis_m.

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Luana Reis
Releituras da Vida

Releituras da vida. A arte da busca pelo equilíbrio entre o que importa e o que é necessário.