Entrevista com a mediadora de leituras Thaís Maranhão

Maria Anna Leal Martins
Maria Anna Martins
Published in
3 min readJul 23, 2020
Thaís dos Santos Maranhão, mediadora de leituras

Em grupos de leituras é normal que exista um mediador,que crie uma ponte entre os leitores e as obras, inclusive, a função pode ser exercida como profissão. Thaís dos Santos Maranhão, de 26 anos, atua como mediadora de leitura e cedeu uma entrevista para este blog, na qual compartilha um pouco da sua experiência e conta curiosidades sobre o universo da mediação de histórias.

Leia agora a entrevista completa com a mediadora de leitura Thaís Maranhão

Como foi que você começou a mediar leituras?
Eu trabalhei em duas escolas sendo monitora infantil e sempre amei usar livros, poemas e quadrinhos para ensinar e passar mensagens de forma lúdica para as crianças. Mas me tornei mediadora de leituras profissionalmente através de um concurso no Sesc RN, no qual procuravam profissionais para exercer o trabalho em seis escolas da Grande Natal.

O que você mais gosta nessa experiência?
Eu adoro a troca de ideias e percepções entre as pessoas envolvidas no momento da mediação. Ler para si é um prazer, mas ler, conversar e propor experiências literárias, seja com crianças, adolescentes ou adultos, é um momento de aprendizagem e crescimento.

O que uma pessoa que quer mediar um grupo de leitura precisa ter ou saber?
Existem muitas formas de mediar leituras, uma pessoa mais dinâmica e artística pode dramatizar e criar um espaço lúdico; a mediação pode ser através de perguntas e roteiro pré definido; pode ser através de conversas mais informais. Não existe uma fórmula única ou um perfil único de mediador.

O essencial mesmo é amar ler e amar pessoas, gostar de ouvi-las e de questioná-las. Também, ter mente aberta para as ideias surpreendentes que surgem nos momentos da mediação.

Qual o papel do mediador de leitura? Como ele atua?
O mediador é uma espécie de ponte entre o livro e o leitor, criando conexões entre as duas margens. Além de apresentar o livro da forma mais instigante possível, o mediador levanta questionamentos e une as suas reflexões e as reflexões dos demais leitores para gerar conhecimento, entretenimento e o sentimento de identificação com a obra.

É importante que o mediador conheça seu público antes do encontro, para adequar a linguagem e para se fazer compreender, também saber agregar as experiências e comentários do grupo nas conversas e se jogar, se divertir!

Existem dificuldades? Em algum momento você teve empecilhos?
As dificuldades que eu encontrei, como mediadora em ambientes escolares, foi a decepção de perceber que alguns gestores não davam a devida importância a leitura, o que gerava certos problemas cotidianos.

Também pela dificuldade que algumas pessoas têm de ler e fazer críticas sobre as atividades propostas, muitas vezes eu percebia que o desinteresse de alguns alunos partia desses obstáculos. Essas pessoas devem ser igualmente estimuladas e acolhidas.

Por quê as pessoas deveriam participar de grupos de leitura?
Além da oportunidade de ler, de conhecer um mundo novo que você nunca teria acesso se não fosse através do livro proposto, as conversas das leituras coletivas são sempre emocionantes! Você vai rir, se comover (e chorar, às vezes é mais forte que a gente), aprender, criticar e conhecer gente interessante.

Onde você media atualmente e com que frequência?
Eu atuei durante todo o ano de 2019 em seis escolas atendendo alunos do ensino fundamental e do ensino médio e na Biblioteca do Sesc. Devido ao covid-19, o projeto não aconteceu neste ano.

O que lhe encanta na leitura?
Eu sinto que eu melhoro através da leitura. Eu aprendo, relaxo, desenvolvo o lado emocional. Acho triste que todas as pessoas ainda não saibam o mundo de experiências que os livros proporcionam.

Deixa aqui como as pessoas podem falar com você.
Através no meu bookstagram, @umanatalense, e por e-mail: tha.maranhao@gmail.com.

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