2017

Cintia Reinaux
Não sei desenhar
Published in
3 min readDec 31, 2017

Temer se desdobrou para se manter no poder, mas não conseguiu aprovar a Reforma da Previdência. O Congresso decidiu que são eles quem decidem quem pode ser afastado e Aécio voltou do afastamento. A partida repentina do Ministro Teori Zavascki levantou teorias da conspiração e deixou todo mundo preocupado com os rumos da Lava Jato.

La La Land venceu o Oscar de melhor filme. Quer dizer, na verdade foi Moonlight. Ou foi o contrário? Acho que vou ter de consultar a Glória Pires. A Mulher Maravilha surpreendeu, a Liga decepcionou e o Wolverine se consagrou. Adam West, o eterno Batman, nos deixou. O Bond Roger Moore e o ator Bill Paxton também. Tivemos Dragão de Gelo e mais Stranger Things. Os fãs ainda estão discutindo se o novo Star Wars é raiz ou nutella.

Usar turbante é apropriação cultural? A Bela encarcerada pela Fera foi vítima da síndrome de Estocolmo? Quem não abriu o gemidão do Whatsapp? O mundo ficou menos engraçado sem Jerry Lewis e Paulo Silvino. A censura reapareceu no mundo das artes. O ator José Mayer foi afastado. Kevin Spacey, também. Este foi o ano em que milhares de vozes romperam o silêncio para denunciar o assédio sexual dentro e fora do show business.

Antes mesmo de nascer, o bebê Arthur foi vítima da violência, ao ser atingido por uma bala perdida ainda na barriga de sua mãe, Claudinéia. Em Minas, choramos a perda da professora Helley de Abreu, que evitou uma tragédia ainda pior na creche de Janaúba. Chacina em Campinas. Massacre em Manaus. Demos adeus ao jornalista Marcelo Rezende. E, de certo modo, a William Waack, só que por motivos de não tolerarmos o racismo.

Neymar é o jogador mais caro do mundo. Não sabemos quem irá vencer a Copa de 2018, mas temos certeza de que não serão a Itália, a Holanda ou os Estados Unidos. O Grêmio foi campeão da Libertadores e o Corinthians, do Brasileirão. A Disney comprou a Fox. Será o fim da neutralidade da rede? O bitcoin pode até ser uma bolha, mas o blockchain veio para ficar.

A Reforma Trabalhista já está em vigor. Agora precisamos pagar para despachar bagagens. Luciano Huck não será candidato à presidência. Bolsonaro é 2º lugar nas pesquisas eleitorais. Marina vem logo atrás. Lula será eleito, a não ser que seja preso ou não possa concorrer. Novo, Podemos, Avante. Partidos, acharam que podiam me enganar? Logo eu, mestre do disfarce.

Os EUA sofreram o maior ataque a tiros de sua história. Na Inglaterra, uma explosão após o show de Ariana Grande. O mundo inteiro sofreu com diversas modalidades de ataques terroristas, mas avançamos na luta contra o Estado Islâmico. Trump irritou o Oriente Médio ao declarar que Jerusalém é a capital de Israel. Kim Jong-un assustou a todos com os seus testes de mísseis nucleares. E eu ainda não entendi se a Catalunha se separou ou não da Espanha.

Roberto Carlos cantou Despacito no especial de fim de ano da Globo. Com tristeza, vimos partir os cantores Chris Cornell, Chester Bennington, Belchior, Chuck Berry e Luiz Melodia. Também nos despedimos das atrizes Márcia Cabrita e Eva Todor. Mas nenhuma lágrima foi derramada com a partida do criminoso Charles Manson.

Em 2017, aprendemos que são necessárias pelo menos 14 horas para contar 51 milhões de reais. Delações de ex-executivos da Odebrecht originaram 76 novos inquéritos na Operação Lava Jato. Marcelo Odebrecht passará o Réveillon em casa, mas não por indulto (que Cármen Lúcia mandou avisar que aqui não é a casa da Mãe Joana, não!).

Vixe que 2017 passou mais rápido que a fama do menino do Acre. Seja bem-vindo, 2018!

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Cintia Reinaux
Não sei desenhar

Pernambucana desenrolada, canhota, blogueira raiz, youtuber nutella e podcaster café-com-leite. Criadora do @vidadetrainee