Diário do Ninho de Escritores #6
Bagagem, emoção e acolhimento entre escritores-leitores.
O encontro contou com a participação de Wallace Martins, Carol Robaina, Terra Grammont, João Bueno, Rose Castilho, Tiffany Rossi, Bruno Simões e Jaqueline Ariane: o Círculo do Ninho de Escritores está crescendo.
Todos os diários do Ninho de Escritores, com os aprendizados compartilhados dos participantes, estão aqui: #5, #4, #3, #2, #1.
Em abril, o Círculo será com temática queer e gratuito para todos os participantes. Consulte o site do Ninho de Escritores para saber mais e se inscrever.
Aprendi que nunca devemos subestimar o olhar do leitor + que é importante prestar atenção nas conexões/imagens que criamos, porque mesmo quando achamos que não, o leitor pode ter a leitura disso
Por mais que pensemos que algumas experiências são só nossas, entre sete bilhões de leitores sempre haverá aquelas que se reconhecem em nós.
Aprendi que a percepção de detalhes está ligada às experiências pessoais
O modo como lemos o mundo é determinado pela maneira como estamos acostumados a ler as coisas.
Aprendi que muito da vivência se dá na leitura de um texto
Todos trazemos nossas experiências para a leitura de um texto — a famosa bagagem — e elas informam como leremos e o que nos afetará.
Aprendi que a leitura compartilhada é sempre mais rica do que a individual, pois somamos experiências e bagagens pessoais e aprendemos a refletir neste processo
A leitura compartilhada nos deixa atentos a mais do que apenas a nossa percepção. O encontro com a diferença é plural.
Aprendi que a repercussão de emoções pode ser tão sonora quanto nossas ações
Um texto pode tratar do universo interior de um personagem com minúcia e ainda assim ser poderoso emocionalmente.
Aprendi que diálogos não precisam necessariamente ser concluídos
Diálogo não é cópia direta de conversas e sim a representação de uma troca de ideias. O diálogo está a serviço da narrativa e não precisa ser mostrado com todas as palavras que teriam sido usadas em uma conversa “na vida real”.
Aprendi a não me diminuir e a policiar esse tipo de pensamento e atitude
Nossa cultura incentiva a autodepreciação, por isso é importante participar de espaços seguros para se conhecer e se expressar sem receio de julgamento.
Aprendi que ouvir a opinião dos outros não dói tanto quanto a gente imagina
Embora haja muitas opiniões ácidas no mundo, é possível se proteger delas encontrando pessoas que também queiram nosso crescimento.
Aprendi sobre como a diferença de ambiente, estilos e pessoas é importante e pode contribuir para nosso processo criativo
O que nos cerca na hora de escrever (imagens, barulhos, interrupções etc.) influencia o que pensamos e colocamos no papel — mesmo quando a gente não percebe.