Especial | A Fundação da Era Democrática — WWI.

Pedro Gaya
O Veterano
Published in
12 min readJul 29, 2020

Recomenda-se fortemente a leitura das notas de rodapé.

O breve século XX. É assim que Hobsbawm chama o período 1914–1991 em seu livro, “A Era dos Extremos”. Muito correta é a sua formulação, e as testemunhas que ele invoca no início do livro preparam o espírito para imergir nas águas turvas que englobam o início da Grande Guerra (WWI) até a queda da União Soviética (URSS). A seguir estão alguns dos testemunhos, tal como uma colocação do próprio historiador, também para prover preparação para os conteúdos específicos do presente artigo.

Lembro-o apenas como o século mais terrível da história. (Isaiah Berlin)

Vejo-o apenas como um século de massacres e guerras. (René Dumont)

Não posso deixar de pensar que este foi o século mais violento da história humana. (William Golding)

A destruição do passado é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado político da época em que vivem. (Eric Hobsbawm) [1]

As testemunhas são claras: estão horrorizadas. Já em sua faceta, Hobsbawm nos provê uma razão para seu livro, para a memória e para este texto. As memórias suscitadas nas primeiras evocam um período de guerra total, de fome e de genocídio. A WWI, a Segunda Guerra Mundial (WWII) e os horrores soviéticos (nazistas, chineses, …); são estes os principais elementos evocados pelos relatos. Eles ocupam, aproximadamente, a primeira metade do breve século XX e são as suas unidades estruturantes. Isto é, a ordem global que ruiu em 1991 é a ordem que foi forjada entre 1914 e 1945. Dito isso, parte dos elementos constituintes desta ordem prossegue: o próprio Hobsbawm falava já da futura importância do oceano Pacífico. Ele não aponta com completa precisão, mas a ascensão atualmente vivenciada pela China continental demonstra que ele tinha razão. De muitas maneiras, a China hoje — ou melhor, o eixo russo-chinês — antagoniza os Estados Unidos (EUA). Note: a Rússia (considerando ela como a continuidade histórica da URSS) não saiu de cena, ela apenas perdeu o protagonismo da função anti-americana para a China.

Sobre a colocação de Hobsbawm, reconhece-se nela um carro sem retrovisores. O que ele está apresentando é um momento em que os espelhos do carro são colocados na mala. O motorista dirige em completa ignorância do que vem logo atrás dele. Ora, este texto, os livros do sr. Hobsbawm e tantos outros escritos almejam devolver os retrovisores ao carro, mesmo que não em sua posição correta ou em sua totalidade. A complexidade do assunto deste brevíssimo artigo necessita de bibliotecas infindáveis e, portanto, não há aqui qualquer objetivo de conclusão maior, mas uma modesta divulgação e, com sorte, lenha para o fogo da questão. Dito isso, seguiremos em duas partes: uma para tratar da Era Monárquica (aquilo que veio antes da WWI) e uma para tratar da Era Democrática (aquilo que veio depois da WWI).

A Era Monárquica: Belle Époque e a Guerra “Civilizada”

Europa em 1911. Originalmente publicado em Shepherd, William R. , ed. (1911) The Historical Atlas, New York: Henry Holt and Co.

‘O mundo antes da WWI é completamente diferente de tudo que veio depois’, eis o enunciado que necessita da mais primordial explicação. Assim, o mundo da chamada Era Monárquica deve ser exposto, para que possa de fato corroborar — ou não — a afirmação. Ora, um livro certamente deveria retroceder, pelo menos, até as formações dos Estados-nação na França, Inglaterra, Alemanha, Áustria e Rússia. Passar-se-ia pelo absolutismo e a Revolução, pela Magna Carta e a independência americana, pelas perdas de um pequeno e pobre principado e a fama militar prussiana, dos dias de um imperador do Sacro-Império Romano Germânico (e sua dinastia imperial milenar) e dos de um monarca com duas coroas, de Ivan o terrível e um czar ingênuo. Dito isso, esta missão é muito maior que este artigo. Assim, cabe ater-se ao período imediatamente anterior à WWI, a Belle Époque.

Este é o mundo da primeira globalização [2], do concerto europeu pensado por Bismarck, da hipertrofia europeia, do imperialismo, da hegemonia da monarquia liberal britânica, do mundo intelectual do Círculo de Viena e de muito mais. Na França, a Revolução e Napoleão ainda evocavam nacionalismo militarista, apesar da humilhação na Guerra Franco-Prussiana. Na Península Ibérica, Portugal e Espanha decaem, após a capitulação dos seus pioneiros impérios coloniais. O Império Otomano, conhecido como o homem doente da Europa, dá seus últimos suspiros, sufocado pela instabilidade política e a defasagem militar e econômica. A Rússia vive a vergonha da derrota na guerra Russo-Japonesa de 1905, com especial atraso tecnológico e com as mudanças políticas trazidas pela Duma. Com ajuda francesa, esta grande “mãe dos eslavos” tentava modernizar a infraestrutura e a indústria, mas a agricultura continuava com quase a mesma tecnologia utilizada pelos últimos 1.500 anos. A Inglaterra continua incólume no deslumbre da Era Vitoriana, crente na supremacia de seu império [3]. Inclusive, os ingleses se veem tomando muitas das funções culturais que antes os franceses ocupavam. Isto é, durante este primeiro momento em que a economia mundial, mais ou menos, se integra, os britânicos se deparam com uma nova proeminência linguística, os ideais de moda clássica do sr. Beau Brummell (que viriam a produzir o terno, por exemplo), a elaboração da corte de Buckingham, a etiqueta vitoriana (a importância mor do pudor) e a construção da imagem do monarca que reina, mas não governa — aquele que lidera apenas pelo exemplo, em demonstração de noblesse oblige [4].

Olhando para as chamadas potências centrais, a Alemanha está cheia de seu espírito militarista, mas com um kaiser que abandona as políticas do concerto europeu estabelecidas por Bismarck. A Alemanha, que não podia se permitir inimigos de dois lados, cada vez mais trabalha contra esta sua questão, com um governo pouco diplomático. O Império Austro-Húngaro tem um imperador (viúvo) e um herdeiro (seu sobrinho) com más relações, com muita pressão dos políticos e militares austríacos para submeter em definitivo os eslavos do sul — pressão esta que é consumada na declaração da WWI. Em Viena [5], o Círculo de Viena marca um mundo de cultura vienense. Não apenas isso, mas várias [outras] figuras de importância [futura] estavam na cidade: Stalin, Freud [6], Wittgenstein, Hayek [7], Mises, e a lista segue. Em todos os sentidos, a capital austríaca é o centro intelectual do mundo neste momento, mas este seu brilho será eclipsado pela sombra da guerra e, em pouquíssimo tempo, extinto pela perseguição nazista contra muitos dos expoentes desta Viena. Este é o mundo do pré-guerra, mas há ainda um ponto que certamente falta àqueles cujo imaginário não inclui guerras mais antigas.

As guerras antes de 1914, como mostram os manuais de guerra e os relatos da época, eram concebidas de uma forma “civilizada”. Bertrand de Jouvenel bem explica a culminação que é a WWI:

[…] o coeficiente de participação da sociedade no conflito foi constantemente aumentado, e que nossa Guerra Total é apenas o resultado de uma progressão incessante rumo a esse termo lógico, de um progresso ininterrupto da guerra.[8]

Outras fontes [9] apresentam retratações que também entram em completo desacordo com a atual concepção de guerra: viagens e comércio normais entre países em guerra, serviços postais igualmente contínuos, distanciamento da população civil, fim da agressão mediante rendição das cidades e a lista segue. Assim, quando a WWI apresenta uma modalidade de conflito em que a vitória é de quem mata mais, em um front praticamente paralisado com exércitos enormes de ambos os lados, temos o fim desta guerra “civilizada”. E, como o único fim é sangrar o inimigo até a vitória, atacar e usar os meios civis faz parte desta guerra. Chamá-la por guerra total é o único modo adequado, pois todos os meios sociais e econômicos estão trabalhando pela guerra. Note, a economia de guerra se torna um dos pontos mais importantes para de fato se ir à guerra. A guerra em si não se trata apenas do conflito militar, ela se alastra para o comércio, as relações sociais, a propaganda, o empreendedorismo e inovações privados e tudo mais.

A Era Democrática: Opinião Pública e o Pecado de Golding

Europa após a WWI (1923). Fonte: Wikimedia Commons.

Os garotos do acidente aéreo do livro do sr. Golding [10] enfrentam, na medida em que permanecem sozinhos na ilha, a brutalidade da qual são capazes. É uma visão que a civilização rejeita, mas sendo ela própria apenas uma fina cortina sanitária. Ora, quando o homem mira a guerra total, o tecido queimou. A primeira metade do breve século XX é o momento em que a humanidade assiste (a)o maior de seus pesadelos — e assiste como um todo. O conceito da sra. Arendt [11], a banalidade do mal, não foi cunhado para evocar a gênese da totalidade deste momento de escuridão, mas ele serve muito bem para isso. Quer dizer, a Alemanha nazista não é a única a que este conceito serve — a WWI produziu uma miríade de generais com o epíteto de açougueiro, por exemplo. Ademais, a WWI de tal forma excedeu os limites humanitários, que produziu uma Convenção de Genebra — com tamanho trauma que, mesmo durante a WWII, a convenção não foi violada por nenhum lado. Esta é a gravidade do Pecado de Golding.

Telegrama do Império Austro-Húngaro ao governo da Sérvia: Declaração de Guerra de 28 de Julho de 1914.

Como pode o pecador voltar à completa inocência? Não pode. Nos três pilares do mundo ocidental — filosofia grega, direito romano e moral judaico-cristã -, aquele que trata do pecado é justamente este último. O que aconteceu no período de guerras mundiais (e um pouco além) é, de muitas formas, análogo ao pecado original — não há caminho de volta. Aliás, a tese da sra. Meuronen [12] também insere, a partir de literatura anterior, o Senhor das Moscas em um cenário inicial do Éden bíblico. Os meninos resgatados da ilha não poderiam esquecer da sua barbárie, Adão e Eva não poderiam “descomer” a fruta e a humanidade não poderia apagar a atrocidade de sua história. De muitas formas, descumprimos precisamente um alerta de Virgílio guiando Dante pelo inferno: “Se chegaste a contemplar a cabeça da irmã das Górgonas, jamais poderias voltar ao mundo lá em cima” [13]. Inclusive, a frase do sr. Hobsbawm que é citada no início deste texto aponta bem a tentativa de destruir o passado, na tentativa de um presente contínuo. No entanto, fingir que o mar é calmo na tempestade é uma autocondenação ao naufrágio. Ignorar o passado é antes uma sentença a repetí-lo do que uma possibilidade de redenção das suas repulsas — e o mesmo serve ao presente movimento contra estátuas diversas de várias figuras históricas.

Visto isso, o breve século XX não é preenchido apenas de cadáveres: muita tecnologia surgiu, a pobreza extrema caiu de 74% (1910) para 35% (1990) [14], dentre outros avanços. O importante a ressaltar é que essas mudanças, em especial as tecnológicas, interagiram com o éthos produzido nesse período, este que edifica o mundo líquido [15] de Bauman. Isto é, as instituições e as relações sociais, políticas e econômicas do mundo da Era Democrática (que é o mundo após a WWI) foram formadas, reformadas e/ou destruídas por um ideário subjacente. O nome Era Democrática serve justamente como modo de separação histórica segundo este critério.

Presidente americano, Woodrow Wilson, anunciando ao Congresso o rompimento de relações oficiais com a Alemanha. 3 de Fevereiro de 1917.

Desde sua independência, em especial após a Doutrina Monroe, os EUA estiveram em uma posição definida como a América para os americanos. Dessa forma, toda forma de imperialismo europeu no continente americano era combatida pelo governo americano, que se mantinha — coerentemente — fora dos assuntos europeus; era uma espécie de isolacionismo continental. A ideia aqui não era promover liberdade e democracia pelo mundo, como é a atitude atual. No entanto, isso mudou quando o presidente Woodrow Wilson decidiu participar da WWI e, muito ativamente, da criação das fronteiras e ordem pós-guerra. Este homem é, por excelência, o pai fundador da Era Democrática. Não é nenhum exagero dizer que a interferência política de Wilson na Europa foi quase um completo desastre. A Liga das Nações falhou em criar um novo concerto de paz, a oneração em reparações sobre a Alemanha é muito apontada como uma das origens do nazismo, os Estados artificiais criados na Europa falharam miseravelmente e até hoje há conflito na região da antiga Iugoslávia — justamente o país criado para os eslavos do sul. Se, antes da guerra, a França e os EUA eram os países da opinião pública, Wilson mudou esta situação. A democracia foi forçada em várias partes da Europa, como hoje tentam forçar no Oriente Médio e alhures. Os próprios EUA se viram, pouco tempo depois — com o presidente F. D. Roosevelt -, mais envoltos pela ideia de democracia que em qualquer momento anterior, até mesmo mais do que nos tempos de A. Jackson. A constituição americana em nenhum momento usa a palavra democracia, pois, apesar de sê-lo, os EUA foram pensados para ser, antes de mais nada, uma república. Visto isso, a situação já havia começado a mudar em meados do século XIX e, desde Wilson, a ideia preponderante na política americana tem sido a democracia — não a república [16]. Observe: a democracia é uma coisa, a ideia é outra. Quando a ideia de democracia se une ao sistema propriamente dito, o resultado é um Estado fortemente atento à opinião pública. Cada movimento dos agentes políticos está determinado em vistas da próxima eleição, pelo menos em maioria. Se a opinião pública for feliz, terá para si uma boa administração, mas se for néscia: estará condenada. O quadro é claro, como na maioria dos casos o público, em seu conjunto, é vulgar e só gosta do que é vulgar [17], a maior parte dos Estados formados nesta que Wilson disse ser a guerra para acabar com todas as guerras, como foi dito, fracassou.

Façamos, pois, as contas da WWI e de seu colossal corolário: o mundo foi drasticamente mudado, desde a tecnologia à política e da psique das massas ao modus operandi da guerra. É um mundo temente de seus horrores, que se recusa a constância. Oras, “nós paramos de checar embaixo da cama por monstros quando percebemos que eles estavam dentro de nós” [18].

Notas de rodapé:

[1] HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos. Trad. Marcos Santarrita. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. p. 11–13.

[2] Havia neste breve período antes da WWI traços de uma economia global. Escritos de Keynes mostram a existência factual de uma rede comercial global, por exemplo — especialmente dentro do Império Britânico. Ademais, outros traços como as propagandas de turismo são pontos de atenção na questão. Sobre o ponto da economia global, no breve século XX, ver: Commanding Heights. Direção de Adrian Pennick.

[3] Recontextualizando a frase que deu título a um certo livro do sr. Grove (GROVE, Andrew S.. Só os Paranóicos Sobrevivem. Lisboa: Gradiva, 2000.), no jogo internacional, “só os paranóicos sobrevivem”.

[4] Termo usado para denominar um dever da aristocracia em ser generosa e exemplar para com o restante da sociedade.

[5] A The Economist publicou um artigo da mais absoluta importância para o tema: THE ECONOMIST. How Vienna produced ideas that shaped the West. © The Economist Group Limited, London 2016. Disponível em: <https://www.economist.com/christmas-specials/2016/12/24/how-vienna-produced-ideas-that-shaped-the-west>. Acesso em 18 jun. 2020.

[6] As ideias sexuais deste período apontam relativamente menos néscio moralismo, não só nos desenvolvimentos da psicanálise, como também na arte. Exemplo é a obra Morte em Veneza de Thomas Mann, da qual temos um filme de 1971 dirigido por Luchino Visconti.

[7] Aqui a chamada Escola Austríaca de Economia está em sua terceira geração, principalmente com Mises e Hayek. Dito isso, Hayek apenas deixa sua ideologia socialista após conhecer o seminário do primeiro.

[8] JOUVENEL, Bertrand de. O Poder. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Peixoto Neto, s/d. p.25

[9] NEF, John Ulric. War and Human Progress. Cambridge: Harvard University Press, 1950; VEALE, F. J. P. Advance to Barbarism. Appleton: C. C. Nelson, 1953; …

[10] GOLDING, William. O Senhor das Moscas. Trad. Sérgio Flaksman. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.

[11] ARENDT, Hannah. Eichmann in Jerusalem. New York: Penguin Books, 2006.

[12] MEURONEN, Johanna. Construction of Otherness in William Golding’s Lord of the Flies. Master’s thesis — Department of Languages, English, University of Jyväskylä. Sep. 2013.

[13] ALIGHIERI, Dante. A Divina Comédia. Trad. Cordélia Dias d’Aguiar. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S. A., 1989. p. 23.

[14] Dados advindos de World Bank e Bourguignon and Morrisson (2002), segundo consta em Our World in Data. Acesso em 17 jun 2020. Disponível em: <https://ourworldindata.org/extreme-poverty>. Atualmente a pobreza extrema já baixou dos 10%.

[15] O mundo líquido que Bauman teoriza acaba por ser a culminação das mudanças materiais e políticas do mundo pós-guerra, fundidas com um subjacente éthos traumatizado. Para melhor entender o significado teórico deste mundo líquido, cabe considerar o seguinte trecho:

Em primeiro lugar, a passagem da fase “sólida” da modernidade para a líquida — ou seja, para uma condição em que as organizações sociais (estruturas que limitam as escolhas individuais, instituições que asseguram a repetição de rotinas, padrões de comportamento aceitável) não podem manter sua forma por muito tempo (nem se espera que o façam), pois se decompõe e se dissolvem mais rápido que o tempo que leva para moldá-las e, uma vez reorganizadas, para que se estabeleçam. (BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 7)

[16] Mesmo os políticos supostamente mais conservadores do partido republicano passam a embutir isso no seu discurso. Exemplo dessa tendência universal é um trecho do discurso de despedida, Farewell Address to the Nation, do presidente Ronald Reagan, em que ele diz: “a Democracia, a profundamente boa, é também a profundamente produtiva”. Para ver a tradução completa do discurso, clique aqui.

[17] SERTILLANGES, A. D. A Vida Intelectual. Trad. Roberto Mallet. Campinas: Kírion, 2019. p. 21.

[18] DARWIN, Charles. The Expression of the Emotions in Man and Animals. UK: John Murray, 1872. s/p. Tradução nossa.

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